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Acessibilidade e inclusão social: levantamento e análise dos passeios públicos na área urbana central de Três Passos – RS

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GRANDE DO SUL – UNIJUI

MÔNICA POLL

ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO SOCIAL: LEVANTAMENTO E

ANÁLISE DOS PASSEIOS PÚBLICOS NA ÁREA URBANA CENTRAL

DE TRÊS PASSOS – RS

Ijuí 2018

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ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO SOCIAL: LEVANTAMENTO E

ANÁLISE DOS PASSEIOS PÚBLICOS NA ÁREA URBANA CENTRAL

DE TRÊS PASSOS – RS

Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Civil apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientador(a): Prof. Me Tarcisio Dorn de Oliveira

Ijuí /RS 2018

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ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO SOCIAL: LEVANTAMENTO E

ANÁLISE DOS PASSEIOS PÚBLICOS NA ÁREA URBANA CENTRAL

DE TRÊS PASSOS – RS

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelo membro da banca examinadora.

Ijuí, 25 de junho de 2018

Prof. Me. Tarcisio Dorn de Oliveira

Mestre pela Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ) - Orientador

BANCA EXAMINADORA

Prof.ª Me. Lia Geovana Sala

Mestre pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

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Dedico este trabalho a minha mãe Lovani, que me ensinou a sempre buscar evoluir.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a meus pais, que nunca mediram esforços para meu sonho se tornar realidade. A minha irmãzinha Luíza, que em momentos ruins, sempre me contagiou com sua alegria. A eles, dedico todo meu amor e minha admiração.

Ao meu noivo, que acompanhou toda minha graduação, me dando sempre o apoio necessário para prosseguir.

A Deus por me dar fé, nos momentos em que pensei em desistir.

Aos meus amigos e colegas que sempre torceram por mim e me apoiaram no decorrer da universidade.

Ao meu orientador Prof. Tarcisio Dorn de Oliveira, conduzido com muita competência, agilidade e dedicação, pela enorme contribuição, paciência e inúmeros conhecimentos compartilhados comigo, sempre de forma a iluminar as ideias para este trabalho.

Por fim, agradeço a todos os professores da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUI, que contribuíram para minha formação ao longo desse curso.

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Feliz aquele que transfere o que sabe, e aprende o que ensina.

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RESUMO

POLL, Mônica. Acessibilidade e inclusão social: levantamento e análise dos passeios

públicos na área urbana central de Três Passos – RS. 2018. Trabalho de Conclusão de

Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí, 2018.

As pessoas com deficiência, que tempos atrás eram tidas como incapazes de dividir os mesmos espaços com os indivíduos sem limitação física, vêm obtendo uma série de conquistas, e sua inclusão social são garantidas pela Legislação Brasileira. O objetivo deste estudo é tratar da relevância da acessibilidade nas calçadas da área central da cidade de Três Passos/RS, a fim de promover uma reflexão em relação à inclusão social, e o direito de locomoção a todos os cidadãos. Para a realização deste trabalho, foram utilizadas diversas metodologias, tendo como base norteadora, a “Norma Regulamentadora (NBR)” 9050/2015, onde se buscou a reflexão a nível teórico acerca da temática, discutindo as legislações brasileiras que tratam da acessibilidade e inclusão social, visando à fundamentação necessária para uma melhor articulação entre teoria e empiria. Assim, foram feitos levantamentos documentais, registros fotográficos e croquis de uma área definida na área central do município em estudo, com o intuito de assimilar se os passeios públicos estão ou não dentro dos padrões exigidos pela norma, e nosso papel diante da inclusão social nas cidades.

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ABSTRACT

POLL, Mônica. Accessibility and social inclusion: survey and analysis of public tours in

the central urban area of Três Passos – RS. 2018. Completion of course work. Civil

Engineering Course, Regional University of the Northwest of the State of Rio Grande do Sul - UNIJUÍ, Ijuí, 2018.

People with disabilities, who were once thought to be unable to share the same spaces with individuals without physical limitation, have been overcoming several difficulties, and their social inclusion are guaranteed by the Brazilian Legislation. This study purpose is to address the relevance of accessibility on sidewalks in the central area of Três Passos/RS city, in order to promote reflection on social inclusion, and the right of locomotion to all citizens. In order to accomplish this work, a number of methodologies were used, based on the "Regulatory Norm (NBR)" 9050/2015, which sought theoretical reflection on the subject, discussing the Brazilian legislations dealing with accessibility and social inclusion, aiming at the necessary basis for a better articulation between theory and empiricism. Therefore, documentary surveys, photographic records and sketches of an area defined in the central area of the studied municipality were done, with the purpose of assimilating whether or not public tours are within the standards required by the norm, and our role in the face of social inclusion in cities.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01: Localização do município em relação ao estado do Rio Grande do Sul ... 19

Figura 02: Faixas nas calçadas ... 31

Figura 03: Parâmetros para rampa em calçada ... 32

Figura 04: Parâmetros para estacionamento ... 33

Figura 05: Piso tátil de alerta e direcional ... 34

Figura 06: Sinalização tátil de alerta e direcional no cotidiano ... 35

Figura 07: Exemplo de delineamento de pesquisa ... 39

Figura 08: Mapa de Três Passos e aproximação do quadrante ... 40

Figura 09: Croqui da representação do quadrante ... 41

Figura 10: Distribuição das calçadas de acordo com a largura ... 43

Figura 11: Ponto de ônibus no quadrante 05 ... 44

Figura 12: Localização dos tipos de revestimentos ... 45

Figura 13: Revestimentos de acordo com a normativa... 46

Figura 14: Revestimento modelo ... 46

Figura 15: Revestimento no quadrante 01 ... 47

Figura 16: Revestimento no quadrante 09 ... 48

Figura 17: Revestimento no quadrante 13 ... 48

Figura 18: Revestimento no quadrante 14 ... 49

Figura 19: Barreiras arquitetônicas... 50

Figura 20: Distribuição do paisagismo nas calçadas ... 51

Figura 21: Bons exemplos de paisagismo encontrados na área central ... 52

Figura 22: Arborização incorreta ... 52

Figura 23: Distribuição das rampas no quadrante em estudo ... 54

Figura 24: Rampa de acordo com a legislação ... 54

Figura 25: Exemplos de rampas em más condições ... 55

Figura 26: Vagas destinadas a PcD encontradas ... 56

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Relatos de deficiência no estado ... 23

Quadro 2 - Relatos de deficiência no município de Três Passos/RS ... 23

Quadro 3 - Resenha das leis abordadas ... 26

Quadro 4 - Quantitativos das larguras ... 43

Quadro 5 - Quantitativo de pisos de acordo com a legislação... 47

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LISTA DE SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

CEF Caixa Econômica Federal

CONTRAN Conselho Nacional de Trânsito

DU Desenho Universal

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

NBR Norma Brasileira

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1 INTRODUÇÃO ... 15 1.1 CONTEXTO ... 15 1.2 PROBLEMA ... 16 1.2.1 Questões de Pesquisa ... 16 1.2.2 Objetivos de Pesquisa ... 17 1.2.3 Delimitação ... 17 1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO ... 17 2 REVISÃO DA LITERATURA ... 19 2.1 O MUNICÍPIO DE TRÊS PASSOS ... 19 2.2 DEFICIÊNCIA E ESTATÍSTICAS ... 20

2.2.1 Conceitos e tipos de deficiências ... 21

2.2.1.1 Deficiência motora ... 21

2.2.1.2 Deficiência visual ... 21

2.2.2 Números atuais de deficiência ... 22

2.3 ACESSIBILIDADE ... 23

2.3.1 Barreiras arquitetônicas ... 24

2.4 LEGISLAÇÕES E NORMATIVAS EM PROL DA ACESSIBILIDADE ... 25

2.4.1 Decretos ... 26 2.4.1.1 Decreto Nº 5.296, 02 de dezembro de 2004 ... 26 2.4.2 Legislações Federais ... 27 2.4.2.1 Lei Nº 10.098, 19 de dezembro de 2000 ... 27 2.4.2.2 Lei Nº 13.146, 06 de julho de 2015 ... 28 2.4.3 Legislações Estaduais ... 28

2.4.3.1 Lei Estadual Nº 13.320, de 21 de dezembro de 2009 ... 28

2.4.4 Legislações Municipais ... 29

2.4.4.1 Lei Complementar Nº 10, de 03 de outubro de 2006 ... 29

2.5 PADRÕES DE DESENHO UNIVERSAL ... 29

2.5.1 Calçadas ... 29

2.5.1.1 Largura adequada ... 30

2.5.1.2 Tipos de piso ... 31

2.5.1.3 Arborização e paisagismo ... 31

2.5.2 Instrumentos de acessibilidade ... 32

2.5.2.1 Rebaixamento das calçadas (rampas de acesso) ... 32

(13)

2.5.2.3 Sinalização tátil ... 33

2.6 INCLUSÃO SOCIAL ... 35

2.6.1 Inclusão social em espaços urbanos ... 36

3 MÉTODO DE PESQUISA ... 37

3.1 ESTRATÉGIA DE PESQUISA ... 37

3.2 DELINEAMENTO ... 38

3.2.1 Quadrante em estudo ... 40

4 RESULTADOS ... 42

4.1 DIMENSÕES (LARGURA DA CALÇADA) ... 42

4.2 TIPOS DE PISOS ... 44 4.3 BARREIRAS ARQUITETÔNICAS ... 49 4.4 ARBORIZAÇÃO E PAISAGISMO ... 50 4.5.2 Vagas de estacionamento ... 55 4.5.3 Sinalização tátil ... 56 5 CONCLUSÃO ... 58 REFERÊNCIAS ... 60

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1 INTRODUÇÃO

De acordo com o Programa Brasileiro de Acessibilidade Urbana (2004), durante décadas, a maior parte de pessoas com algum tipo de deficiência, foi colocada à margem da sociedade, confinada em instituições, ou mesmo em suas casas, pela própria família. A partir dos anos 1960, começaram a surgir os primeiros movimentos organizados de “Pessoas com Deficiência (PcD)”, que passaram a lutar pelos seus direitos. Desde então, suas reivindicações foram arduamente sendo conquistadas e traduzidas em forma de leis.

Hoje, o Brasil conta com conjunto de leis no âmbito federal, estadual e municipal que visa garantir a esses cidadãos o direito de acesso, onde, dentre as principais leis, podemos destacar a Lei Federal Nº 10.048 e Nº 10.098 (BRASIL, 2000), ambas regulamentadas pelo Decreto Nº 5.296 (BRASIL, 2004), que garantem a acessibilidade às edificações, vias públicas, mobiliários urbanos, sistemas de comunicação, transportes de uso coletivo e prestação de serviços públicos, não só às pessoas com deficiência, mas ainda a pessoas com alguma mobilidade reduzida, como idosos, obesos, gestantes, entre outros (PROGRAMA BRASILEIRO DE ACESSIBILIDADE URBANA, 2004).

Segundo Bragança (2009), dentro das limitações e dos ajustes que cada um dos portadores de necessidades especiais realiza para exercitar seus afazeres no seu dia a dia, ele vive ou deveria viver como todo ser humano, encarando seus problemas, usufruindo de suas realizações e conquistas, estudando, trabalhando e construindo família.

A inclusão social, de acordo com Sassaki (2010), são as várias ações realizadas para tornar os ambientes físicos acessíveis a qualquer pessoa, além de buscar a mudança na mentalidade de todos os indivíduos, inclusive das próprias pessoas com algum tipo de deficiência. Garcia (2014) afirma que um passo fundamental para a inclusão na sociedade é a pessoa se aceitar capaz e produtiva. De acordo com Gomide (2003), o Brasil possui números extremos em relação à desigualdade e exclusão social.

1.1 CONTEXTO

O direito ao acesso é garantido por lei, promover condições de mobilidade com autonomia e segurança, constitui um direito universal e acentuam o conceito de cidadania. Para isso, é preciso banir as barreiras arquitetônicas e urbanísticas dos municípios, construindo um espaço com acesso a todos.

(15)

A questão da acessibilidade engloba o conceito de mobilidade urbana, ou seja, a facilidade de deslocamento de pessoas e bens no espaço urbano. Para assegurar melhores condições de vida para pessoas com deficiência, é preciso esforços para promoção de uma inclusão, que contribui para a formação de uma sociedade mais igualitária, justa e humana.

Considerando a necessidade de intervenção do poder público e da sociedade no espaço público urbano, este trabalho busca contribuir para o desenvolvimento de pesquisas sobre o espaço urbano. Almeja-se que possam se esclarecer questionamentos, na tentativa de repensar o espaço público, principalmente o acesso às calçadas, um espaço a qual, todos os cidadãos têm o direito de desfrutar, de maneira democrática.

1.2 PROBLEMA

Atualmente, são encontradas barreiras arquitetônicas em diferentes locais devido à falta de planejamento das cidades. Essas barreiras acarretam dificuldade ao acesso à PcD, dessa forma, o ideal seria evitar estas barreiras, seguindo as exigências mínimas das leis e normas que dizem respeito à estrutura física dos ambientes.

A acessibilidade está diretamente ligada ao termo mobilidade, é necessário refletirmos sobre o cotidiano das pessoas, que necessitam de uma cidade acessível para se deslocar por diversos motivos, a temática sobre acessibilidade urbana diz respeito à sociedade como um todo. Uma cidade com acessibilidade é a condição básica para a circulação independente e segura de todo ser humano, tanto para a PcD, como também para pessoas com mobilidade reduzida, gestantes, idosos, ou até mesmo para pessoas que transitam sem nenhuma dificuldade, a cidade precisa ser pensada de forma universal.

Cidades pequenas, apesar do índice demográfico e o número de habitantes serem bem menores do que em grandes cidades, os problemas quanto à acessibilidade também existem, em vista disso, vem à necessidade de discutir sobre inclusão social. De acordo com Guimarães (2002), para promover a inclusão social, é preciso uma transformação de atitudes, comportamento, atendimento e organização físico-espacial do espaço arquitetônico e urbano.

1.2.1 Questões de Pesquisa

 As calçadas dos passeios públicos na área central de Três Passos/RS atendem as legislações e normativas específicas em relação à acessibilidade?

(16)

 No município está sendo exercido o papel da inclusão social?

1.2.2 Objetivos de Pesquisa

O objetivo geral da pesquisa foi:

 Averiguar as condições de acessibilidade nos passeios públicos na área urbana central de Três Passos/RS.

Os objetivos específicos foram:

 Aprofundar a nível teórico questões relacionadas com a acessibilidade e a inclusão social no que tange os espaços construídos;

 Levantar as legislações e normativas vigentes na esfera local, estadual e federal que envolve a acessibilidade e as pessoas portadoras de deficiência;

 Identificar os principais obstáculos arquitetônicos encontrados nas calçadas públicas da área central do município de Três Passos – RS, através de registros fotográficos;

 Verificar as condições gerais das calçadas representadas através de um croqui elaborado pelo autor, a fim de sanar quais calçadas estão dentro das legislações.

1.2.3 Delimitação

Levantamento e análise da acessibilidade na área urbana central de Três Passos/RS através de correlações com as legislações e normativas específicas, a nível local, estadual e federal, observando pontos fundamentais entre o espaço construído e a inclusão social.

1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO

O capítulo 1, Introdução, faz ponderações sobre a relevância do trabalho, na qual é realizada uma apresentação das questões acerca da temática, objetivos da pesquisa, e a delimitação do tema.

O capítulo 2, Revisão da Literatura, apresenta uma discussão acerca dos fatores teóricos e conceituais sobre a temática trabalhada, apresentando uma reflexão baseada em estudos realizados por diversos autores. Os assuntos revisados são: conceitos e tipos de

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deficiências, números atuais da deficiência, legislações em prol da deficiência, e “Desenho Universal (DU)”.

O capítulo 3, Método de Pesquisa, pormenoriza a estratégia de pesquisa e o seu delineamento explicando como foi desenvolvido o trabalho subdividindo-o em etapas.

O capítulo 4, Apresentação dos Resultados, expõe o estudo de campo, onde, foi desenvolvido croquis de um quadrante em estudo, e fez-se a qualificação de todos os itens envoltas do tema acessibilidade nas calçadas, com registros fotográficos e representações em croquis. Por fim, os resultados em forma de tabelas com a finalidade de quantificar os instrumentos de acessibilidade e as condições das calçadas.

O capítulo 5, Conclusão, epiloga as análises e faz sugestões de trabalhos futuros, e melhorias para o município em relação à acessibilidade. Ainda, traz uma reflexão acerca da inclusão social que cada indivíduo pode fazer no seu dia-a-dia, com ações no cotidiano que facilitam a vida da pessoa com deficiência.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

Neste capitulo será apresentado o embasamento teórico sobre as informações pertinentes ao trabalho, visando conhecer um pouco do município de Três Passos/RS e suas características, aprofundar e melhorar os conhecimentos a respeito da importância da acessibilidade, entender quem são as pessoas portadoras de necessidades que vivenciam o desafio diário nas cidades, os aspectos relacionados a DU, e qual o nosso papel na inclusão social.

2.1 O MUNICÍPIO DE TRÊS PASSOS

Três Passos é uma cidade brasileira, situada no estado do Rio Grande do Sul (Figura 01), afastada 472,1 km da capital Porto Alegre. Conforme o Censo Demográfico de 2010 pesquisado pelo “Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)”, no ano de 2017 o município possuía uma estimativa de 24.632 habitantes (IBGE, 2010).

Figura 01: Localização do município em relação ao estado do Rio Grande do Sul

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Em relação a sua história, a cidade pertence à região noroeste, tendo como ponto forte, sua terra fértil para práticas agrícolas. Antes de 1944 pertencia ao município de Palmeiras das Missões. O município surgiu por volta de 1879, de uma expedição de engenheiros e forte destacamento do exercito, com o intuito de fundar a colônia militar. Uma casa de guarda havia sido construída, com o intuito de vigiar a estrada que ligava o Alto Uruguai à cidade de Palmeira das Missões, município mãe da colônia. Inicialmente, o local foi chamado de pouso dos três passos, por contar com os três córregos de água potável, que serviam a homens e animais. Com o crescimento do povoado, atraído pela sua localização, com terra fértil e alta oferta de agua, foi transformado em município, ocorrido em 28 de dezembro de 1944, sob o nome de Três Passos (TRÊS PASSOS, [20--]).

Ainda, o município conta com seis distritos. A economia municipal baseia-se na produção de grãos, e também, destacam-se a criação de suínos, onde boa parte da produção é exportada para países vizinhos. Além disso, conta com agricultores que se dedicam ao gado leiteiro, hortifrutigranjeiros que são industrializados em suas propriedades e vendidos em feiras na cidade.

2.2 DEFICIÊNCIA E ESTATÍSTICAS

Cada pessoa possui características, comportamentos e peculiaridades, no entanto, as diferenças não são tão evidentes e por isso se tornam aceitas e pouco questionadas. Todavia, estas diferenças por razões diversas, podem se apresentar tão acentuadas que venham a prejudicá-lo em sua mobilidade física, a exemplo da PcD. Tais diferenças chegam a causar dificuldade de acesso a locais, ou impasse para a sua comunicação com as pessoas detentoras de características físicas consideradas normais pela sociedade, pois a imagem que o senso comum tem acerca da PcD é de alguém não enquadrado nos padrões da normalidade (FRANÇA; PAGLIUCA, 2002).

De acordo com a Lei Nº 3.298 (Brasil, 1999), deficiência pode ser definida como:

Toda perda ou anomalia de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desemprenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano (BRASIL, 1999, p. 2).

O Decreto Legislativo Nº 186 (BRASIL, 2008) define que o termo correto para as pessoas com alguma necessidade especial seja PcD. Entre os motivos para chegar a tal

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expressão, estão: não camuflar a deficiência e valorizar as diferenças e/as necessidades que a deficiência exige.

2.2.1 Conceitos e tipos de deficiências

A razão de existir legislações e políticas públicas, para tipos de deficiências que correspondem às alterações biológicas e suas necessidades, é promover e proteger as pessoas com necessidades especiais, e evitar exclusão na sociedade.

A legislação brasileira define os diferentes tipos de deficiência, onde, estão categorizados no Decreto Nº 5.296 como: deficiência física, auditiva, visual, mental (atualmente intelectual, função cognitiva) e múltipla, que é a associação de mais de um tipo de deficiência (BRASIL, 2004).

Neste trabalho, elegeu-se para tanto, o estudo da deficiência motora e visual, a fim de identificar as dificuldades de locomoção dos portadores desta deficiência, apontando as barreiras arquitetônicas, correlacionando-as com a inclusão social.

2.2.1.1 Deficiência motora

A deficiência motora ou física pode ser entendida como uma alteração no corpo que provoca complicações na movimentação das pessoas, resultante de um comprometimento que limita o desempenho motor do indivíduo. Compreende o sistema ósteo-articular, muscular e nervoso, onde, as lesões que afetam quaisquer desses sistemas, podem produzir quadros de limitações físicas de grau e gravidades variáveis, de acordo com os segmentos corporais afetados e o tipo de lesão ocorrida (TEIXEIRA, [20--]). Ainda sobre o referido autor, as causas podem estar ligadas a problemas genéticos, complicações na gestação, doenças infantis e acidentes.

2.2.1.2 Deficiência visual

O Decreto Nº 5.296 (BRASIL, 2004) define a deficiência visual como:

Cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; os casos nos quais a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60º; ou a ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores (BRASIL, 2004, p.2).

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Para Amiralian (1997), os cegos que perdem a visão a partir dos cinco anos são considerados cegos adventícios ou adquiridos. Casos de cegueira anterior a essa idade são denominados de cegueira congênita. A delimitação da idade de cinco anos para o diagnóstico de cegueira adquirida é fruto de pesquisas que não identificaram memória visual em cegos que perderam a visão antes dessa idade.

2.2.2 Números atuais de deficiência

No ano de 2010, 23,9% da população total, aproximadamente 45.606.048 de brasileiros, relataram possuir algum tipo de deficiência, seja ela, visual, auditiva, motora e mental ou intelectual. 25.800.681 (26,5%) são mulheres, e 19.805.367 (21,2%) são homens (OLIVEIRA, 2012). Ainda, quando analisados os percentuais de pessoas com pelo menos uma das deficiências apresentadas, por grupos de idade, no grupo de 0 a 14 anos, a deficiência atinge 7,53% da população; no grupo de 15 a 64 anos, a relação é de 24,9%; e no grupo de 65 anos ou mais, 67,73%.

A deficiência motora foi relatada por 7% da população brasileira, sendo que 2,33% referem-se à deficiência severa e 1,62% não conseguem se locomover. Para a deficiência motora, a prevalência é maior nas mulheres. Já a deficiência visual, hoje, no Brasil, possui o maior índice, afetando 18,6% de brasileiros. (OLIVEIRA, 2012).

Já no estado do Rio Grande do Sul, no ano de 2010, de acordo com o Censo Demográfico (IBGE, 2010), a estimativa da população era de 10.696.929 habitantes. O levantamento apontou um percentual de 15,07% de pessoas com deficiência, onde, a deficiência visual é a que apresenta uma maior proporção, com um total de 9,62%. Ainda, a região Sul, composta pelos estados Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, apresentam um total de 3,2% de pessoas que relataram possuir algum tipo de deficiência, dentro das regiões do Brasil.

Na tabela 01 nota-se que 30.172 habitantes não conseguem enxergar de modo algum, e 45.060 não conseguem de modo algum se locomover. Ainda, verifica-se que pessoas com grande dificuldade, é maior em deficientes visuais, um total de aproximadamente 323.227 habitantes.

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Quadro 1 - Relatos de deficiência no estado

Fonte: Adaptado pelo autor com base no CENSO (2010).

Em relação ao município de Três Passos/RS, de acordo com o Censo Demográfico de 2010 (IBGE, 2010), no ano de 2010 a população estimada era de 23.965 habitantes. Destes, 6.205 habitantes relataram algum tipo de deficiência, sendo que 4.548 habitantes relataram alguma deficiência visual e 2.108 habitantes relataram deficiência motora. Na tabela 02 podemos observar que 79 habitantes não conseguem enxergar de modo algum, e 79 não conseguem de modo algum se locomover. Ainda, pessoas com grande dificuldade, é maior em deficientes visuais, um total de aproximadamente 871 habitantes.

Quadro 2 - Relatos de deficiência no município de Três Passos/RS

Fonte: Adaptado pelo autor com base no CENSO (2010).

Para uma cidade considerada de pequeno porte, de modo geral, 27,77% da população total possui algum tipo de deficiência, portanto, daí vem à importância da cidade ser bem planejada e vista de forma mais inclusiva, permitindo a todos viver da melhor forma possível.

2.3 ACESSIBILIDADE

A definição de acessibilidade está historicamente atrelada à visão da sociedade em relação às pessoas com deficiência. O conceito foi evoluindo durante o século XX, após reivindicações e pressões dos diversos grupos da sociedade preocupados com a garantia da inclusão social e direito à cidade a todos, sendo de fundamental importância à luta dos deficientes na conquista dos direitos atualmente contemplados.

De acordo com a NBR 9050 da “Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)”, a “acessibilidade é a possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para a utilização com segurança e autonomia, de edificações, espaço, mobiliário, equipamentos urbanos e elementos” (ABNT, 2015, p. 2).

Total de habitantes: 10.693.929

De ficiê ncias Grande dificuldade Não conse gue m de modo algum Total

Motora 240566 45060 285.626

Visual 323227 30172 353.399

Deficiências Alguma dificuldade Grande dificuldade Não conseguem de modo algum Total

Motora 1394 635 79 2.108

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Conforme define Grinover (2006), a acessibilidade física tangível é o acesso universal, por qualquer cidadão, ao sistema de transporte público, a conjuntos de vias ou a qualquer espaço urbano. Para Almeida e Bueno-Bartholomei (2011), quaisquer cidadãos têm o direito ao acesso universal a lugares públicos. Os ambientes devem ser planejados e adaptados de maneira que promovam a autonomia a todos os indivíduos.

A acessibilidade é um ponto fundamental na construção da cidadania do indivíduo, onde, quando impossibilitados de um acesso digno ao frequentar uma escola, universidade, área de lazer, restringe-se a este cidadão o ingresso à cultura e informação (GRINOVER, 2006).

Segundo Keppe Junior (2008), a necessidade de serem tomadas medidas para que as pessoas que possuem alguma necessidade especial são imediatas, para que assim, tenham real participação na sociedade.

Santos (1998) diz que, as cidades devem disponibilizar facilidades de locomoção para as pessoas portadoras de deficiências, pois áreas desprovidas de serviços essenciais à vida social e individual, não buscam formas de atração adequadas a estes espaços públicos.

Compete ao Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Conade, aos Conselhos Estaduais, Municipais, Distrito Federal, e às organizações representativas da PcD sugerir medidas e acompanha-las para o cumprimento da acessibilidade (TURISMO E ACESSIBILIDADE, 2006).

2.3.1 Barreiras arquitetônicas

A lei Nº 10.098 (BRASIL, 2000), define barreiras como os entrevas ou obstáculos que limitam ou impedem a pessoa ao acesso. Ainda, define quatro espécies de barreiras: arquitetônicas urbanísticas (encontradas em vias públicas e espaços de uso público), arquitetônicas na edificação (presentes no interior dos edifícios); arquitetônicas nos transportes (existentes nos meios de transporte); e as barreiras nas comunicações (qualquer entrave ou obstáculo que dificulte a expressão ou recebimento de mensagens por intermédio dos meios ou sistemas de comunicação).

Segundo Almeida et al. (2013), as barreiras arquitetônicas encontradas no meio urbano são inúmeras, como por exemplo, escadas com grandes declives e com inexistência de corrimãos, portas estreitas, degraus no hall de entrada de estabelecimentos, pisos escorregadios, ou seja, obstáculos em si que impeçam a mobilidade e a acessibilidade para pessoas que possuem algum tipo de dificuldade de locomoção.

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2.4 LEGISLAÇÕES E NORMATIVAS EM PROL DA ACESSIBILIDADE

Antes da Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988), o tema acessibilidade só havia sido tratado na Emenda Constitucional Nº 12 (BRASIL, 1978), referente ao acesso a edifícios e logradouros. Em 1988, houve a promulgação da Constituição onde se verificou a inserção efetiva do assunto, onde é garantido a todo cidadão o direito de ir e vir. Apenas em 2000, foi regulamentado pelas Leis Federais Nº 10.048 e 10.098 (BRASIL, 2000), o atendimento prioritário e de acessibilidade nos meios de transporte, e penalidades ao seu descumprimento.

A Constituição Federal de 1988 abraçou a nova visão sobre as pessoas com deficiência, promovendo o princípio e direito à igualdade, assegurando acesso e garantia ao mercado de trabalho, vedação ao tratamento discriminatório, entre outros.

A Lei da Acessibilidade foi criada para garantir direitos igualitários, e possibilitar que a PcD, mantenha uma qualidade de vida adequada, e assegurando-as acesso a todos os espaços. A Lei NBR 9050 (ABNT, 2015) determina regras básicas para que o deficiente tenha condições físicas de conviver e usufruir a vida como qualquer outro indivíduo da sociedade.

Ainda, esta lei determina, por exemplo, quais são as normas básicas e gerais para a promoção da acessibilidade de pessoas com necessidades especiais, como a eliminação de obstáculos em determinadas áreas, a necessidade de adequação de espaços urbanos como portas de locais públicos, rampas de acesso, sinalização visual, ela também impõe os critérios para a adaptação de meios de comunicação e de transporte, assim como determina as regras de construção e reforma. Nesta vertente deve-se considerar que todas as modificações dos espaços físicos urbanos de um município, devem respeitar as legislações normativas relacionadas à acessibilidade.

A seguir, serão abordadas as principais leis envoltas do tema acessibilidade e inclusão social, onde, na Tabela 03, foi realizado um pequeno resumo da ementa de cada lei abordada:

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Quadro 3 - Resenha das leis abordadas

Fonte: Autoria Própria

2.4.1 Decretos

Decretos são atos administrativos exclusivos dos chefes do Executivo, a quem tem competência, destinados a prover situações gerais ou individuais, subjetivamente previstas de modo expresso, explícito ou implícito pela legislação (MEIRELLES, 1992).

2.4.1.1 Decreto Nº 5.296, 02 de dezembro de 2004

O Decreto Nº 5.296 (BRASIL, 2004), promove a acessibilidade e regulamenta critérios básicos para a promoção tanto da acessibilidade à PcD’s, como também da pessoa com mobilidade reduzida.

Novos projetos arquitetônicos e urbanísticos deverão “[...] atender aos princípios do DU, tendo como referências básicas as normas técnicas de acessibilidade da ABNT, a legislação específica e as regras contidas neste Decreto” (BRASIL, 2004, p. 4). Além disso, o artigo 10 impõe ao Poder Público que promova “[...] conteúdos temáticos referentes ao DU nas diretrizes curriculares da educação profissional e tecnológica e do ensino superior dos cursos de Engenharia, Arquitetura e correlatos” (BRASIL, 2004, p. 4).

O artigo 11 refere que qualquer construção, reforma ou ampliação, que seja de uso público ou coletivo, a partir da publicação deste Decreto, deve seguir a normativa vigente no que diz respeito à acessibilidade da pessoa portadora de deficiência. Portanto, o certificado de NORMAS REGULAMENTADORAS EM PROL DA ACESSIBILIDADE

Decretos Decreto Nº 5.296, 02 de

dezembro de 2004

Trata de critérios básicos para promoção de acessibilidade, e especifica regras de acessibilidade de

construções e ampliações.

Legislações Federais

Lei Nº 10.098, 19 de dezembro de 2000

Assegura sobre total acessibilidade às PcD em espaços públicos, como vagas de estacionamento,mobiliário urbano, rampas de acesso e sinalizações adequadas. Lei Nº 13.146, 06 de julho de

2015

Trata das condições de igualdade, e os padrões unversais que projetos novos devem seguir, e edificações já

existentes devem adaptar.

Legislações Estaduais

Lei Estadual Nº 13.320, de 21 de dezembro de 2009

Trata de construções e edificações públicas, que deverão facilitar acesso a pessoa com deficiência física.

Legislações Municipais

Lei Complementar Nº 10, de 03 de outubro de 2006

Trata do papél do município na promoção de acessibilidade, e discorre sobre as medições das calçadas

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conclusão da obra só será emitido após o atendimento das “[...] regras de acessibilidade previstas nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT, na legislação específica e neste Decreto” (BRASIL, 2004, p. 4). Além disso, o artigo 13, parágrafo 2º, refere:

Para emissão de carta de “habite-se” ou habilitação equivalente e para sua renovação, quando esta tiver sido emitida anteriormente às exigências de acessibilidade contidas na legislação específica, devem ser observadas e certificadas as regras de acessibilidade previstas neste Decreto e nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT (BRASIL, 2004, p. 5).

Para adequação à legislação e as normas vigentes, o decreto indica que as edificações públicas existentes, a partir da publicação deste decreto, terão o prazo máximo de 30 meses para regularização (BRASIL, 2004).

2.4.2 Legislações Federais

O Poder Legislativo Federal é composto pela Câmara Federal e pelo Senado Federal, seus deputados e senadores, onde são criadas e aprovadas as leis federais, que tem vigência em todo o território brasileiro. Dentre as legislações e normas vigentes relacionadas à acessibilidade, destacam-se as Leis Federais.

2.4.2.1 Lei Nº 10.098, 19 de dezembro de 2000

A lei Nº 10.098, “estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências” (BRASIL, 2000, p. 1).

Em seu artigo 1º, trata das normas e critérios para a promoção da acessibilidade, e, de forma geral, orienta sobre barreiras arquitetônicas e urbanísticas em espaços públicos. O artigo 4º assegura total acessibilidade às pessoas portadoras de deficiência em espaços públicos, parques e vias.

Além disso, o artigo 5º refere que todos os projetos e traçados relacionados à urbanização de espaços públicos e privados de uso comunitário, passagens de pedestres, entrada e saída de veículos, rampas e escadas deverão respeitar as normas técnicas de acessibilidade da ABNT (BRASIL, 2000). O artigo 7º diz que as áreas de estacionamento de veículos localizadas em vias ou espaços públicos, deverão ter vagas próximas dos acessos de

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circulações de pedestres com sinalizações adequadas, para veículos que transporte pessoas portadoras de deficiência.

Ainda, o capítulo III trata do desenho e da localização do mobiliário urbano, onde, no artigo 8º aborda sobres sinalizações adequadas. Além disso, o artigo 10-A dispõe que mobiliários urbanísticos que ofereçam risco de acidente, devem ter indicação de sinalização tátil de alerta no piso, executadas conforme as normas da ABNT.

2.4.2.2 Lei Nº 13.146, 06 de julho de 2015

A lei Nº 13.146 (BRASIL, 2015), que Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), discorre sobre “[...] condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania” (BRASIL, 2015, p. 1). O artigo 2º traz definições importantes em relação às pessoas portadoras de deficiência, como acessibilidade, DU, barreiras, dentre outras.

Ainda, no artigo 55, projetos que tratem do meio físico, de transporte, de informação e comunicação, equipamentos e instalações abertos ao público ou privado, bem como na zona rural ou urbana, devem atender em sua concepção e implantação, dimensões referenciais de acordo com as normas de acessibilidade (BRASIL, 2015).

Além disso, o artigo 55 deixa claro que, em casos onde o empreendimento não siga o DU, o mesmo deverá realizar adaptação para atender a qualquer cidadão.

2.4.3 Legislações Estaduais

As Legislações Estaduais dispõem dos direitos dos usuários e das ações de saúde no estado.

2.4.3.1 Lei Estadual Nº 13.320, de 21 de dezembro de 2009

A Lei Estadual Nº 13.320, em seu capítulo II, artigo 9º, decreta que, os projetos arquitetônicos destinados à construção ou reforma de edifícios públicos, que pertençam ao estado, deverão ser executados a fim de facilitar o acesso à pessoa com deficiência física (BRASIL, 2009).

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2.4.4 Legislações Municipais

No âmbito municipal, o município de Três Passos/RS, possui o plano diretor, nele existem Leis Municipais que tratam sobre o assunto acessibilidade.

2.4.4.1 Lei Complementar Nº 10, de 03 de outubro de 2006

Em seu artigo 1º, fala que o papel da cidade é promover mobilidade e acessibilidade. Em seu artigo 152º, discorre que os passeios e calçadas devem acompanhar os perfis padronizados pela Prefeitura Municipal. Ainda, em relação às calçadas, no artigo 156º, trata sobre a largura, especificando que deve manter a mesma largura anterior das obras já existentes. Já no artigo 166º, refere-se das áreas de circulação de pedestres, ressaltando que deverá atender as larguras mínimas, não possuir degraus, e dispor de rampas de acesso nas esquinas para portadores de necessidades (BRASIL, 2006).

2.5 PADRÕES DE DESENHO UNIVERSAL

Locais utilizados e construídos pelo homem necessitam obedecer a dimensões referenciais do próprio corpo humano (NEUFERT, 2002). Atendendo a este quesito, a NBR 9050 considerou, para a determinação das dimensões referenciais, “[...] as medidas entre 5 % a 95 % da população brasileira, ou seja, os extremos correspondentes a mulheres de baixa estatura e homens de estatura elevada” (ABNT, 2015, p. 6).

Referente ao DU, Santos (2012) diz que acessibilidade está correlacionada com a inclusão, e o DU utiliza da inclusão como ponto fundamental, trazendo acesso aos bens econômicos, sociais, culturais, educação, lazer, saúde, enfim, a todas as necessidades humanas.

Deste modo, Carletto e Cambiaghi (2008), ressaltam que o DU, é direcionado para todas as pessoas, e não somente aos que dela necessitam. A ideia do DU é assegurar a todos a segurança e autonomia dos espaços.

2.5.1 Calçadas

De acordo com a Lei Nº 9503 (ABNT, 1997) que institui o Código de Trânsito Brasileiro, a calçada pode ser definida como parte da via não destinada à circulação de

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veículos, reservada ao trânsito de pedestres e, se possível, ter a implantação de mobiliário, sinalização, vegetação e outros.

A calçada é o caminho que nos conduz ao nosso destino diariamente, seja para nossa casa, para nosso trabalho, para nossos estudos, entre outros. É o lugar onde transitam os pedestres na movimentada vida cotidiana. A calçada executada de maneira correta e bem conservada valoriza a casa e o bairro. A calçada ideal deve oferecer acessibilidade, largura adequada, fluidez, continuidade, segurança, espaço de socialização e desenho da paisagem.

2.5.1.1 Largura adequada

De acordo com a NBR 9050 as calçadas e vias exclusivas de pedestres devem respeitar as normas dos pisos e garantir faixa livre para a circulação de pedestres, sem degraus. A inclinação transversal do passeio das calçadas não pode ser superior a 3 %, calçadas existentes com largura superior a 2 m de largura, podem ser efetuadas nas faixas de acesso ABNT (2015).

Ainda, ajustes de soleiras devem ser executados dentro dos lotes. A largura da calçada pode ser dividida em três faixas (Figura 02) sendo elas: a) faixa de serviço: destinam-se para os mobiliários, árvores, postes de sinalizações e iluminações, entre outros, devendo respeitar largura mínima de 0,70 m; b) faixa livre: conhecida como passeio, reservam-se para circulação de pedestres, livre de qualquer obstáculo, tendo que ter inclinação transversal de no máximo 3 %, ter largura mínima de 1,20 m e 2,10 de altura livre, e ser contínua entre lotes; c) espaço de passagem da área pública para o lote, onde só é possível existir esta faixa quando a calçada possuir largura superior a 2,00 m. Serve para acomodar rampa de acesso aos lotes sob autorização do município para edificações que já foram construídas (ABNT, 2015).

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Figura 02: Faixas nas calçadas

Fonte: http://belavista.go.gov.br/ (2018)

A norma também diz que o acesso de veículos através das calçadas não poderá interferir na área de livre circulação, e as rampas necessárias ao acesso de veículos deverão estar localizadas na faixa de serviço (ABNT, 2015).

2.5.1.2 Tipos de piso

A NBR 9050 estabelece que os pisos devam ter superfície regular, firme, estável e antiderrapante, para não provocar trepidação em dispositivos com rodas. Ainda, a inclinação transversal da superfície deverá ter inclinação de até 2% para pisos internos, e 3% para pisos externos, com inclinação máxima de 5%. A norma recomenda evitar pisos que possam causar sensação de insegurança, como por exemplo, estampas com contrastes que causam a impressão de tridimensionalidade (ABNT, 2015).

2.5.1.3 Arborização e paisagismo

No que diz respeito à arborização e paisagismo, a NBR 9050 discorre que o plantio e manejos de vegetações estão diretamente ligados ao termo acessibilidade, visto que não devem interferir na faixa livre, destinada a circulação de pedestres. A vegetação não pode conter espinhos que possam causar ferimentos, raízes que prejudicam as calçadas, e princípios tóxicos. Quando as áreas drenantes estiverem invadindo as faixas livres do passeio, devem ser instaladas grelhas de proteção (ABNT, 2015).

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2.5.2 Instrumentos de acessibilidade

Para Moreira; Ribeiro Filho e Alves (2012), instrumentos de acessibilidade são aqueles que devem estar presentes nos equipamentos urbanos, garantindo o acesso a todas as pessoas. Os instrumentos definidos para o estudo foram as rampas de acesso, sinalização tátil, e vagas destinadas a PcD.

2.5.2.1 Rebaixamento das calçadas (rampas de acesso)

Os rebaixamentos das calçadas devem estar localizados na direção do fluxo de pedestres. Podem estar situados nas esquinas ou em outro local da quadra. De acordo com a largura e as características das calçadas, os rebaixamentos podem ter diferentes formas.

A NBR 9050 determina que as calçadas devam ser rebaixadas junto às travessias de pedestres, e possuir sinalização com ou sem faixa, sempre onde houver maior fluxo de pedestres. Os rebaixamentos devem ser construídos na direção do fluxo, sem desnível entre o término do rebaixamento da calçada e o leito carroçável. As rampas com 2,00 m devem ter no mínimo 1,20 m de largura na rampa principal e abas laterais de largura mínima de 0,50 m, tendo remanescente uma largura mínima da calçada de 0,80 m livres. A faixa livre no passeio deverá ter no mínimo 0,80 m, sendo recomendáveis 1,20 m conforme figura X (ANBT, 2015).

Figura 03: Parâmetros para rampa em calçada

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2.5.2.2 Vagas de estacionamentos destinadas à PcD

Atendendo à concepção de DU, as vagas destinadas para estacionamentos para a PcD, também deverão seguir a norma. De acordo com a NBR 9050, as vagas devem ser sinalizadas e demarcadas com o símbolo internacional de acesso. Ainda, a borda inferior das placas instaladas deve ficar a uma altura livre entre 2,10 m e 2,50 m em relação ao solo (Figura 04). Em estacionamentos com pé-direito baixo, é permitida sinalização a altura de 1,50 m (ABNT, 2015).

Figura 04: Parâmetros para estacionamento

Fonte: SMPUMA (2008)

Em relação a reservas de vagas, a Lei Nº 10.098 diz que em estacionamentos de veículos em vias ou espaços públicos, as vagas devem ser reservadas próximas dos acessos de circulação de pedestres, e devem estar devidamente sinalizadas (ABNT, 2000).

2.5.2.3 Sinalização tátil

Segundo a NBR 9050 (ABNT, 2015), piso tátil é quando há textura e cores contrastantes em relação ao piso, gerando assim um alerta ou linha-guia, auxiliando como orientação às pessoas com deficiência visual ou visão reduzida.

De acordo com o Programa Passeio Livre (SÃO PAULO, 2005), o piso tátil pode ser do tipo alerta, quando sinaliza situações que ofereçam risco, ou, pode ser direcional, no qual orienta a pessoa com deficiência visual a direção dos percursos, instalado em uma faixa que

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acompanha o sentido do deslocamento e tem largura variando entre 25 cm a 60 cm, conforme figura 05.

Figura 05: Piso tátil de alerta e direcional

Fonte: http://statusmateriais.com.br (2018)

A instalação do piso tátil de alerta deve ser obrigatoriamente, instalado nos rebaixamentos de calçadas, faixas elevadas de travessia, plataformas de embarque e desembarque ou ponto de ônibus, no início e término de escadas (fixas ou rolantes) e rampas, e em frente à porta de elevadores. A superfície em volta do objeto deve estar sinalizada em um raio mínimo de 0,60 m. Nos rebaixamentos de calçadas, em cor contrastante com a do piso (Figura 06A), com largura de 0,20 m a 0,50 m afastada 0,50 m do término da rampa. (ABNT, 2015).

Ainda, a norma 9050, determina que o piso tátil direcional, deve ser instalado nas áreas de circulação, na ausência ou interrupção de uma guia de balizamento que indique o caminho a ser percorrido, e em espaços amplos como praças, calçadas, saguões, entre outros. O piso adjacente ao piso tátil terá, obrigatoriamente, cor e textura diferenciadas para facilitar às pessoas com perda visual a identificação dos pisos táteis conforme Figura 06B.

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Figura 06: Sinalização tátil de alerta e direcional no cotidiano

Fonte: http://www.vilavelha.es.gov.br/ (2018)

É importante seguir a normativa de execução do piso tátil, para não colocar em locais indevidos, de forma com que confunda ou atrapalhe a locomoção da PcD. O resultado da falta de instrumentos de acessibilidade, como pisos táteis, são cidades menos inclusivas e democráticas, onde, as PcD’s não poderão exercer a prática da cidadania e autonomia.

2.6 INCLUSÃO SOCIAL

Segundo Sassaki (2010), inclusão social é o pacote de ações realizadas para fornecer acessibilidade a qualquer pessoa, buscando sensibilizar o cidadão, até mesmo da pessoa com deficiência. Deste modo, passo fundamental para a inclusão na sociedade é a pessoa com deficiência se auto assumir capaz e produtiva, conforme cita Garcia (2014). Para Keppe Junior (2008), a inclusão social do usuário de cadeira de rodas, exige ter consciência dos obstáculos encontrados.

Praticar a inclusão social significa dar condições adequadas para qualquer cidadão exercer o que lhe é de direito, evitando situações de privação e exclusão. Segundo Keppe Junior (2008), na atualidade a sociedade começa a reconhecer os direitos da pessoa com deficiência, através da participação plena de grupos organizados e de organizações não governamentais. Além disso, algumas administrações públicas atuam na criação de diversos programas e projetos, a fim de adaptar os centros urbanos, baseando-se nas normas legais vigentes e na legislação.

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2.6.1 Inclusão social em espaços urbanos

De acordo com Lima (2006), o espaço público é um tema de extrema importância, pois a população que nele reside, está perdendo gradativamente o espaço vital, e isto interfere na qualidade de vidas de todos os cidadãos. Ainda, pelo espaço público estar diretamente ligado à relação das pessoas, apresenta um importante papel político, e é concretizado fisicamente por trazer acessibilidade a todos, como espaços públicos e áreas de lazer, por exemplo. Quando não traz essa mobilidade, e há existência de barreiras arquitetônicas e urbanísticas, e impossibilite a participação de qualquer pessoa, é preciso debater o tema.

O arquiteto e urbanista Jan Gehl, escreveu um livro que trata da qualidade de vida urbana, através do planejamento pensado em favor de pedestres e ciclistas. Neste livro, o autor faz uma análise de diferentes tipos de cidades do mundo inteiro, que conseguiram modernizar o processo de urbanização, e quais são as formas e soluções de mobilidade, sustentabilidade, segurança e autonomia, valorização dos espaços públicos, acessibilidade e inclusão social. Ainda, Jan Gehl aplicou estes conceitos de concepção urbana em sua cidade natal, Copenhagem, e hoje, o município é considerado o mais habitável do mundo, por ter um ótimo transporte público, áreas sustentáveis e ciclistas (GEHL, 2015).

Segundo Oliveira (2015), as cidades brasileiras em seu cenário atual, não se encontram preparadas para dar mobilidade urbana, devido a barreiras culturais, onde, a sociedade demonstra certa indiferença e atitudes que prejudicam o processo de inclusão social à PcD, e resulta na impossibilidade de exercer uma vida com dignidade, podendo usufruir da utilização dos múltiplos espaços públicos. Em relação a este tipo de comportamento cultural, Santos (2009) explica que a modernização brasileira, foi norteada pela política de crescimento econômico, gerando investimento na indústria da base. Esse processo, fez com que o homem, priorizasse a anarquia da cidade capitalista, ou seja, a busca por privilégios em vez de direitos.

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3 MÉTODO DE PESQUISA

Segundo Cervo e Bervian (2002), método é a ordem que se deve impor aos diferentes processos que são necessários para obter o resultado desejado. Este item aborda a metodologia de pesquisa utilizada, através da apresentação das estratégias para o desenvolvimento da pesquisa e o delineamento do trabalho.

3.1 ESTRATÉGIA DE PESQUISA

Para Ludke e André (2013), é necessário promover um confronte entre os dados, evidências e informações coletadas sobre determinado assunto e conhecimento a respeito dele, para a realização de uma boa pesquisa.

Esta pesquisa pode ser classificada, quanto aos objetivos propostos, como pesquisa de campo através de visita in loco, pois os dados são coletados com medição e observação. De acordo com Gonsalves (2001, p. 67), a pesquisa de campo “exige do pesquisador um encontro mais direto. Nesse caso, o pesquisador precisa ir ao espaço onde o fenômeno ocorre, ou ocorreu e reunir um conjunto de informações a serem documentadas”. Segundo Gil (1999), com o uso dos sentidos é feita a observação, podendo, porém, ser utilizada para fins científicos desde que tenha um objetivo formulado de pesquisa, e seja planejada e submetida à verificação e controle.

Selltiz (1974) explica que, após o problema de pesquisa tenha sido formulado de forma clara e definida as informações necessárias, o pesquisador precisa criar o seu planejamento de pesquisa, que varia de acordo com o objetivo a atingir.

Para o desenvolvimento das pesquisas em campo, foram observados os seguintes itens: dimensões (largura da calçada), tipos de piso, arborização e paisagismo, barreiras arquitetônicas (obstáculos na circulação da calçada), instrumentos de acessibilidade (rampas de acesso, sinalização tátil e vagas para estacionamento destinadas a PcD). Após todos os parâmetros decididos, foi possível dar continuidade da seguinte maneira:

 Para definir as dimensões das calçadas, foram percorridos todos os passeios públicos da área delimitada em questão, com o intuito de saber a largura da calçada, onde é medida desde o meio-fio, até o limite do afastamento frontal, em cada quarteirão.

 Nas condições do piso, foram verificados se há existência do mesmo, analisados os tipos de pisos, e também, se possuíam buracos, desníveis, degraus, dentre outros obstáculos

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que atrapalham a locomoção da PcD. Para melhor compreensão dos tipos de pisos, foram distribuídas as calçadas pelo seu tipo de revestimento (com cerâmica antiderrapante, com cerâmica escorregadia, apenas concretado e sem revestimento) em um croqui, com intenção de identificar em quais quadras se distribuem e quais são os revestimentos utilizados. Após, foram registrados com câmera fotográfica, e contabilizados.

 Na análise da arborização e paisagismo, foi observada a existência de árvores, canteiros e gramados, registrando e quantificando.

 Para identificar as barreiras arquitetônicas presentes nos passeios públicos, utilizou-se da obutilizou-servação e registros fotográficos dos obstáculos encontrados, a fim de constatar utilizou-se atrapalham a circulação da PcD.

 As rampas foram analisadas em cada esquina da área de estudo, onde, cada rampa foi analisada, de forma a concluir se as mesmas possuíam as medidas, inclinações, e sinalizações recomendadas pela NBR 9050 (ABNT, 2015). Ainda, foram verificadas se as rampas possuíam continuidade em ambos os lados da calçada, de forma com que a PcD consiga atravessar a rua e continuar o percurso na calçada subsequente.

 Para quantificar se havia existência de sinalização tátil, foram percorridas todas as calçadas do quadrante em estudo, e registrada com maquina fotográfica a existência das mesmas.

 A identificação de vagas de estacionamento destinadas à PcD, foi feita a observação da existência das mesmas. Posteriormente, foi feita a quantificação e a comparação com a norma quanto ao desenho das linhas, fácil visualização, rampas de acesso e sinalização. Então, foram feitos os registros fotográficos.

Depois de efetuada a pesquisa de campo e obtido os dados coletados, foi realizada a comparação destes dados com a NBR 9050 (ABNT, 2015), a fim de verificar se cada parâmetro analisado separadamente estava dentro do que a legislação em si exige, ou se foram encontradas irregularidades.

3.2 DELINEAMENTO

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Figura 07: Exemplo de delineamento de pesquisa

Fonte: Autoria Própria

A pesquisa está disposta em cinco etapas, descritas de forma consecutiva, sendo elas: Etapa 01: Revisão bibliográfica e conceitos em gerais acerca do tema, de fundamental importância ao leitor, para melhor compreensão da pesquisa. Foram pesquisados as normativas e legislações relacionadas a acessibilidade e inclusão social. Ainda, padrões de DU, que servem como orientação para planejar o meio urbano.

Etapa 02: Coleta de dados através de pesquisa de campo, onde, realizou-se o mapeamento e registro das condições das calçadas em relação a acessibilidade. Para esta coleta de dados, aferiu-se a largura das calçadas com trena milimétrica, e registraram-se as demais análises com câmera fotográfica, como: tipos de piso, arborização e paisagismo, barreiras arquitetônicas, e instrumentos de acessibilidade.

Etapa 03: Elaboração dos croquis, tendo o auxílio do software AutoCad, com base nos mapas do município de Três Passos disponibilizados pelo site Google Maps, onde é possível ter a exata localização das calçadas, para melhor classificação de cada item em estudo.

Etapa 04: Análise dos resultados, explicando o que foi quantificado e qualificado em cada item, de uma forma bem clara, verificando qual calçada está de acordo com a norma regulamentadora.

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Etapa 05: Considerações finais em relação aos dados obtidos, e sugestões de melhorias em relação à acessibilidade urbana do município de Três Passos.

3.2.1 Quadrante em estudo

Diante do exposto, a área principal de pesquisa deste trabalho, contemplam as vias dentro do limite do núcleo urbano. Na figura 08, é possível verificar a dimensão do município (Figura 08A), ainda, podemos analisar qual foi o quadrante delimitado para o estudo (Figura 08B), e o quadrante bem aproximado na figura 08C. Nestas vias, se concentra o maior fluxo do município, visto que está munida de comércio e edificações públicas.

Nas ruas e calçadas desta área ocorre uma intensa circulação de pessoas atraídas pela centralidade exercida por suas atividades, portanto o alvo da pesquisa no que tange às calçadas, concentra-se nas Avenidas Santos Dumont e Júlio de Castilhos, que são as vias principais utilizadas para o estudo.

Figura 08: Mapa de Três Passos e aproximação do quadrante

Fonte: Google Maps

A partir do mapa disponibilizado pelo Google, foi possível elaborar um croqui com o auxílio do software AutoCad, onde, distribuíram-se as calçadas em cada quadra no sentido ida e volta das vias, as calçadas foram distribuídas com as cores azuis, vermelhas e verdes para

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melhor visualização da quantidade de calçadas em cada quadrante, cada vez que, no desenho a cor troca, significa uma calçada diferente, portanto, cada quadrante apresenta o valor total de calçadas ao lado do número do quadrante. No quadrante 01, por exemplo, foram contabilizadas as calçadas no sentido ida e volta na rua, totalizando um valor de 08 calçadas, e representado o valor ao lado do número do quadrante.

As calçadas nas quadras principais foram distribuídas de 01 a 10 com as cores pretas, em cada sentido foi disposto o número para melhor compreensão. Já os números azuis, significam calçadas situadas em vias adjacentes, que também foram consideradas para o estudo, sendo elas do número 11 ao 15 (Figura 09).

Figura 09: Croqui da representação do quadrante

Fonte:Adaptado pelo autor com base no Google Maps

A principal praça da cidade, nomeada por Praça Ricardo Rucker, está localizada na quadra 01. A “Caixa Econômica Federal (CEF)” e a Prefeitura Municipal de Três Passos/RS se situam no quadrante 06 (Figura 09). Cada quadrante em específico tem certa quantidade de calçadas, como apresentados no croqui anteriormente, ao final, foram quantificadas 137 calçadas, onde serão consideradas todas elas para obtenção dos resultados do capítulo a seguir.

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4 RESULTADOS

Neste item, encontram-se os resultados de toda a pesquisa, apresentando croquis para situar as condições de cada elemento citado acerca de acessibilidade, ainda, os registros fotográficos dos passeios públicos do município em estudo, e, por fim, os quantitativos dispostos em formas de tabelas, para determinar os números gerais de acessibilidade das calçadas.

4.1 DIMENSÕES (LARGURA DA CALÇADA)

Primeiramente, foi realizada a medição das calçadas, a fim de analisar as larguras das calçadas e verificar se estão de acordo com as normativas regulamentadoras e artigos de postura Estadual e Federal. Foram percorridas todas as ruas do recorte espacial, aferindo as calçadas, ainda não levando em conta o mobiliário urbano e outros objetos encontrados nas mesmas.

Foram medidas as calçadas nos três pontos da calçada, começo, meio e fim, com o intuito de dimensionar se a quadra inteira possuía a mesma largura. Mediu-se os dois sentidos das vias principais da Avenida Julho de Castilhos e Santos Dumont dispostas como 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10 no croqui, e as vias secundárias distribuídas como 11, 12, 13, 14 e 15. Ao final das medições foi gerada uma representação no mapa (Figura 10), indicando a largura das calçadas. De acordo com as normas da ABNT, as calçadas devem ter no mínimo 1,20 m, para circulação livre das pessoas, salientando que é recomendado 1,50 m, sem nenhuma obstrução, e, para a faixa de serviço são recomendados 0,75 m para implantação do mobiliário urbano.

Após a realização da coleta, foram constatadas que todas as calçadas do quadrante em estudo, apresentaram largura adequada, ou seja, acima de 1,20m. No croqui (Figura 10), distribuiu-se por cotas médias, variando a largura de 1,51 m a largura acima de 4,50 m, onde, é possível verificar que as calçadas que obtiveram dimensões maiores, estão situadas no quadrante 05, próximas ao CEF. As calçadas com largura menores de 2,50 foram mínimas, situadas nos quadrantes 13 e 14, onde, a calçada com a largura menor de todo o quadrante apresentou uma medição de 2,35 m (quadrante 13), o que é considerado uma excelente largura, visto que se o mobiliário urbano ocupar 0,70 m, ainda assim, a calçada está com a largura maior do que a mínima exigida pela Norma.

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Figura 10: Distribuição das calçadas de acordo com a largura

Fonte:Adaptado pelo autor com base no Google Maps

No que diz respeito aos quantitativos, 96 das calçadas apresentaram larguras de 2,51 a 3,50 m, o que representa 70,07 % do total das calçadas conforme é possível verificar os quantitativos na tabela 04:

Quadro 4 - Quantitativos das larguras

Fonte:Autoria Própria

Em relação a mobiliários urbanos instalados em calçadas, como por exemplo, pontos de ônibus, estes, também estavam de acordo com a legislação, como ilustra a figura 11, onde a calçada destinada a ponto de ônibus foi construída com largura maior, em torno de 5,40 m, deixando mais de 3 m livre para a circulação, e 2,40 m para as pessoas se acomodarem em frente à parada. LARGURA DA CALÇADA Acima de 4,5 m 9 (6,57 %) 3,51 a 4,49 m 15 (10,95 %) 2,51 a 3,50 m 96 (70,07 %) 1,51 a 2,50 m 17 (12,41 %)

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Figura 11: Ponto de ônibus no quadrante 05

Fonte:Autoria Própria

Quanto a outros tipos de mobiliários urbanísticos fixos, como, lixos, canteiros e placas, estes também foram medidos, e, também estavam de acordo com a legislação. No estudo, os canteiros que ocupavam mais do que 0,70 m, foram mínimos, mas quando existentes, pode-se observar que a área livre de circulação era maior do que 1,51, por isso não foram contabilizados como fora da norma, visto que o cadeirante pode circular com conforto ao lado de um pedestre.

4.2 TIPOS DE PISOS

A condição estrutural dos pisos é um fator essencial para dar comodidade e segurança, não só para portadores de necessidades e pessoas com mobilidade reduzida, mas também, para qualquer cidadão. Nesse sentido, é possível analisar os materiais utilizados no piso das calçadas e também as condições estruturais como as irregularidades.

Neste item, foram encontradas muitas irregularidades, como buracos nas calçadas, desníveis e rachaduras, calçadas sem nenhum tipo de piso, coberta por apenas pedra brita ou calçamento, e algumas concretadas, mas sem revestimento.

Os tipos de pisos encontrados no quadrante em estudo foram: a) piso com cerâmica antiderrapante; b) piso com cerâmica escorregadia; c) piso sem revestimento, apenas concretado; d) piso sem nenhum revestimento (apenas pedra brita e/ou calçamento, ou ainda,

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chão batido). No croqui, pode-se verificar a localização dos tipos de revestimentos (Figura 12).

Figura 12: Localização dos tipos de revestimentos

Fonte: Adaptado pelo autor com base do Google Maps

A partir do croqui exposto, é possível verificar que as maiorias das calçadas possuem cerâmica antiderrapante, apenas 02 estavam sem nenhum tipo de revestimento, estando localizadas na quadra 08 e 13. Em relação ao piso escorregadio, observa-se que, também foram quantificadas 02 calçadas com estas características, sendo elas localizadas na quadra 02 e 13. No que diz respeito às calçadas que estavam apenas concretadas, o número aumentou, indo para 14. As demais estavam com piso antiderrapante, totalizando um valor de 119. Porém, destas 119 calçadas, a maioria apresentou rachaduras, trincas, fissuras, desníveis, então, a partir disto foi elaborado um croqui com os pisos que estavam de acordo com a normativa, e bem cuidados, sem apresentar problemas.

Observa-se no croqui (Figura 13), que quando se fala de pisos em boas condições segundo o que legislação exige, o número de calçadas com problemas aumenta, foram 45 calçadas que apresentaram problemas no revestimento, onde no croqui pode-se notar que, a quadra 01, e suas ruas adjacentes 11 e 12, apresentaram calçadas sem estar de acordo com a normativa, onde, apresentaram elevados desníveis, o que prejudica a PcD. Esta quadra em especial, fica na principal praça do município, o que resulta em uma preocupação, visto que o município deveria dar o exemplo.

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Figura 13: Revestimentos de acordo com a normativa

Fonte: Adaptado pelo autor com base do Google Maps

Nos revestimentos executados conforme as legislações, os tipos de materiais encontrados, foram às placas de cimento e concreto ou outro material mais aderente e regular, que mesmo molhados, as calçadas não tendem a provocar os escorregões, assim como recomenda a norma ABNT (Figura 14).

Figura 14: Revestimento modelo

Referências

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