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Octocorais (Cnidaria: Anthozoa) da coleção de cnidaria do Laboratório de Invertebrados Marinhos do Ceará (LIMCE)

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Academic year: 2021

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CENTRO DE CIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

JORGE THÉ DE ARAÚJO

OCTOCORAIS (CNIDARIA; ANTHOZOA) DA COLEÇÃO DE CNIDARIA DO LABORATÓRIO DE INVERTEBRADOS MARINHOS DO CEARÁ (LIMCE)

FORTALEZA 2016

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OCTOCORAIS (CNIDARIA; ANTHOZOA) DA COLEÇÃO DE CNIDARIA DO LABORATÓRIO DE INVERTEBRADOS MARINHOS DO CEARÁ (LIMCE)

FORTALEZA 2016

Monografia apresentada ao Curso de Ciências Biológicas do Departamento de Biologia da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Ciências Biológicas.

Orientador: Prof. Dra. Helena Matthews-Cascon

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A689o Araújo, Jorge Thé de.

Octocorais (Cnidaria: Anthozoa) da coleção de cnidaria do Laboratório de Invertebrados Marinhos do Ceará (LIMCE) / Jorge Thé de Araújo. – 2016.

58 f. : il. color.

Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências, Curso de Ciências Biológicas, Fortaleza, 2016.

Orientação: Profa. Dra. Helena Matthews-Cascon.

1. Pennatulacea. 2. Alcyonacea. 3. Escleritos. I. Título.

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Monografia apresentada ao Curso de Ciências Biológicas do Departamento de Biologia da Universidade Federal do Ceará, como parte dos requisitos para obtenção do título de bacharel em Ciências Biológicas.

Aprovada em: ____/____/____.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dra. Helena Matthews-Cascon (Orientadora) Universidade Federal do Ceará (UFC)

Prof. Dr. Marcelo Oliveira Soares Universidade Federal do Ceará (UFC)

Prof. Dr. Luis Ernesto Arruda Bezerra Universidade Federal do Ceará (UFC)

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A Deus. Ao meus pais, namorada, amigos e professores.

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Em especial, à minha família, aos meus pais e aos meus irmãos pelo apoio e pelo carinho incondicional.

A minha namorada Pâmela Clemente de Meneses Silva, pelo apoio, pela paciência e pelo companheirismo em me escutar falar sobre meus animais e escleritos em nossas conversas tanto no Centro de Ciência, na hora de vender cookies quanto nos nossos almoços no RU.

Aos amigos de graduação Pedro, Leonardo, Iago e aos do laboratório, Ênio Vitor, Mari, Marcos e Laís pelas conversas e risadas durante o tempo que passávamos no LIMCE, durante a monitoria e diversões nos fins de semanas.

Aos quase orientadores e amigos Soraya Rabay, Cristiane Xerez, Carlos Meireles, Alisson, Pachelle, Cecili que durante meu tempo de laboratório que sempre estiveram me ajudando com conselho e tirando minhas dúvidas durante minha graduação.

Ao Felipe Monteiro pelas dicas durante minha graduação, pelas ajudas com Photoshop e fotos dos meus exemplares e pelos trabalhos realizados juntos.

Em especial, a minha orientadora, Profa. Dr. Helena Matthews-Cascon, por me ter ensinado tudo que sei de Invertebrados, em ter me aceitado trabalhar com Cnidaria durante esse tempo, mostrando sempre muito entusiasmo e mostrando sempre disponível para tirar minhas dúvidas. Eu sou muito grato por tê-la como orientadora.

Aos professores Dr. Marcelo de Oliveira Soares (UFC), Dr. Sergio Rossi (Universitat Autònoma de Barcelona), Dr. Clovis B. Castro (UFRJ), Dr. Pablo J. López-González (Universidad de Sevilla) pela ajuda na identificação dos animais e pelo aprendizado transmitido nas conversas.

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vida, ecologia e desenvolvimento. As cinco classes dentro do grupo, Hydrozoa, Anthozoa, Cubozoa, Scyphozoa e Staurozoa, estão unidas pela presença de estruturas chamadas de cnidas. A classe Anthozoa é composta por dois grandes grupos, Hexacorallia e Octocorallia. Octocorallia são invertebrados morfologicamente bem definidos, sendo a grande maioria das espécies coloniais e com autapomorfia, a presença de oito tentáculos e oito mesentérios completos em seus pólipos. A presença de escleritos, estruturas microscópicas calcárias de origem ectodérmica, estão entre os principais caracteres utilizados na taxonomia dos Octocorallia. Os exemplares foram coletados por projetos e coletas individuais, realizados nos anos de 1990 a 2013. Os métodos para coleta dos exemplares variaram desde mergulhos com equipamentos SCUBA a coletas manuais entre-marés. Todos os lotes contendo octocorais não possuíam nenhuma identificação, com isso novas etiquetas foram feitas e números de tombos adicionados. Para a identificação dentro do grupo tanto caracteres macroscópicos quanto microscópicos foram observados, sendo necessária montagem de lâminas para observação em microscopia óptica e em microscopia eletrônica de varredura (MEV) para analises dos escleritos. Outras características foram observadas e mensuradas como, forma da colônia, altura, ramos e cálices. O estudo teve como objetivo a identificação dos octocorais e realização de uma checklist comentado dos exemplares da coleção científica de Cnidaria do laboratório de invertebrados marinhos do Ceará (LIMCE). Os 24 exemplares foram identificados em duas ordens dentro da subclasse Octocorallia: Pennatulacea e Alcyonacea. Para a ordem Pennatulacea todos os lotes estão inseridos na família Renillidae e para o gênero Renilla. Para a ordem Alcyonacea a diversidade foi maior com representantes das famílias Acanthogorgiidae, Ellisellidae, Clavularidae, Gorgoniidae e Plexauridae. Os lotes foram identificados a menor nível taxônomico com exceção de Thesea sp. e Leptogorgia sp., que não foram possíveis a identificação, devido ao estado de conservação dos materiais. Alguns lotes representaram primeiro registro para o estado do Ceará, como Renilla köellikeri, Renilla reniformis,

Acanthogorgia schrammi, Leptogorgia hebes e Plexaurella dichotoma. A carência de

especialista para o estado reflete na baixa quantidade de espécies conhecidas quando comparadas com a do Caribe.

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and development. The five classes within the group, Hydrozoa, Anthozoa, Cubozoa, Scyphozoa and Staurozoa, are united by the presence of structures called cnida. The Anthozoa class is composed by two large groups, Hexacorallia and Octocorallia. Octocorallia are morphologically well-defined invertebrates, with the vast majority of species being colonial and the autapomorphy is the presence of eight tentacles and eight complete mesenteries in their polyps. The presence of sclerites, microscopic calcareous structures of ectodermal origin, are among the main characters used in the taxonomy of Octocorallia. The specimens were collected by individual projects and collections, carried out in the years 1990 to 2013. The methods for collecting the specimens ranged from scuba diving with SCUBA equipment to manual collection of tides. All batches containing octocorals had no identification, thus new labels were made and numbers of tumbles added. For identifications inside the group, both macroscopic and microscopic characters were observed, and it was necessary to prepare slides for observation in optic microscopy and scanning electron microscopy (SEM) for sclerite analysis. Other characteristics as shape of the colony, height, branches and calyces were also observed and measured. The goal of the study was to identify the octocorals and to perform an annotated checklist of the specimens from the scientific collection of Cnidaria of the Marine Invertebrate Laboratory of Ceará (LIMCE). The 24 specimens were identified into two orders within the subclass Octocorallia: Pennatulacea and Alcyonacea. For the order Pennatulacea all lots are inserted in the family Renillidae and for the genus Renilla. For the order Alcyonacea the diversity was greater with representatives of the families Acanthogorgiidae, Ellisellidae, Clavularidae, Gorgoniidae, and Plexauridae. The lots were identified at the lower taxonomic level with the exception of Thesea sp. and Leptogorgia sp., which were not possible due to the conservation status of the materials. Some lots represented the first registry for the state of Ceará, such as Renilla köellikeri, Renilla reniformis, Acanthogorgia schrammi, Leptogorgia

hebes and Plexaurella dichotoma. The lack of specialist for the state reflects on the low number

of species known when compared to the Caribbean.

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Figura 1. Anatomia geral de gorgônia. Fonte: NEVES (2010).

Figura 2. Ilustração de Renilla sp. com algumas estruturas. Foto: Alvaro E. Migotto. Figura 3. 24 Stubs contendo escleritos após a metalização em ouro.

Figura 4. Mapa de distribuição de Renilla koellikeri. Os pontos no mapa são apenas representativos, não significando o local preciso de coleta do exemplar.

Figura 5. (A) e (C) vista dorsal de Renilla köellikeri, (B) e (D) vista ventral. (E) imagem dos cinco dentes calicinais.

Figura 6. (A) imagem dos escleritos da raque em microscopia eletrônica de varredura. (B e C) imagem feita em microscopia óptica dos escleritos da raque e pedúnculo respectivamente. Figura 7. Mapa de distribuição de Renilla reniformis. Os pontos no mapa são apenas ilustrativos, não significando o local preciso de coleta do exemplar.

Figura 8. Figura 8. Vista dorsal (A) e ventral (B) de Renilla reniformis.Imagem dos sete dentes calicinais (C). (D) e (E) escleritos da raque e pedúnculo, respectivamente. Em (F) imagem em MEV do esclerito da raque.

Figura 9. Mapa de distribuição de Renilla muelleri. Os pontos no mapa são apenas ilustrativos, não significando o local preciso de coleta do exemplar.

Figura 10. (A) vista dorsal e (B) vista ventral de Renilla muelleri. (C) imagem dos dentes calicinais da raque. (D) e (E) imagem feita em microscopia óptica do esclerito da raque e pedúnculo respectivamente. (F) imagem em MEV do esclerito da raque.

Figura 11. (A) Colônia de Leptogorgia sp. e (B) imagem de microscopia óptica de esclerito do tipo cabrestante e (C) do tipo fusiforme

Figura 12. Escleritos de tipos fusiformes de Leptogorgia sp. Escala: 30m.

Figura 13. Mapa de distribuição de Leptogorgia setacea. Os pontos no mapa são apenas ilustrativos, não significando o local preciso de coleta do exemplar.

Figura 14. Colônia de Leptogorgia setacea (A). Esclerito do tipo cabrestante (B), fusiforme (C) e haste (D).

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Figura 16. Mapa de distribuição de Leptogorgia hebes. Os pontos no mapa são apenas ilustrativos, não significando o local preciso de coleta do exemplar.

Figura 17. Figura 17. Côlonia de Leptogorgia hebes (A).Imagem em microscopia óptica de escleritos do tipo cabrestante(B), fusiforme (C) e haste (D e E).

Figura 18. Imagens em MEV dos escleritos de Leptogorgia hebes. Imagem do esclerito do tipo cabestrante (A - C), do tipo fusiforme (C e D) e imagens dos escleritos do tipo haste da região do antocódio (E – F). Escala: 30m.

Figura 19. Mapa de distribuição de Phyllogorgia dilatata. Os pontos no mapa são apenas ilustrativos, não significando o local preciso de coleta do exemplar.

Imagem 20. Colônia de Phyllogorgia dilatata (A). Esclerito do tipo escafoide (B) e fusiforme (C).

Figura 21. Imagens em microscopia eletrônica de varredura (MEV) de Phyllogorgia dilatata dos escleritos do tipo escafoide (A e B) e do tipo fuso (C e D). Escala: 40 m

Figura 22. Mapa de distribuição de Nicella guadalupensis. Os pontos no mapa são apenas ilustrativos, não significando o local preciso de coleta do exemplar.

Figura 23. (A) Colônia de Nicella guadalupensis. B) e (C) microscopia óptica do esclerito tipo alteres e fusiformes, respectivamente.

Figura 24. Imagens em MEV de escleritos do tipo alteres (A - C) e do tipo fusiforme (D - F) de

Nicella guadalupensis. Escala: 20m.

Figura 25. Mapa de distribuição de Acanthogorgia schrammi. Os pontos no mapa são apenas ilustrativos, não significando o local preciso de coleta do exemplar.

Figura 26. (A) colônia de Acanthogorgia schrammi. Imagem de microscopia óptica do esclerito do cenênquima (B) e esclerito do cálice (C) e (D).

Figura 27. Imagens em MEV de escleritos da margem do cálice (A e B) e do cenênquima (C e D) de Acanthogorgia schrammi. Escala: 100m.

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Figura 29. (A) colônia de Carijoa riisei. Imagem de micriscopia óptica de esclerito com tubérculos (B) e de escleritos lisos (C).

Figura 30. Imagens dos escleritos de Carijoa riisei em MEV. (A) e (B) escleritos com tubérculos e (C) escleritos lisos. Escala: 50m.

Figura 31. (A) côlonia de Thesea sp.. (B e C) esclerito do antócodio, tipo bastão. (D e E) esclerito da região do cenênquima, esferoide.

Figura 32. Imagem em MEV dos escleritos de Thesea sp. (A-C) escleritos da região do antocódio. (B) esclerito esferoide da região do cenênquima. Escala: 100m.

Figura 33. Mapa de distribuição de Thesea bicolor. Os pontos no mapa são apenas ilustrativos, não significando o local preciso de coleta do exemplar.

Figura 34. (A) colônia de Thesea bicolor. (B) mosaico de escleritos de Thesea bicolor, estruturas em branco nos ramos. Imagens em microscopia óptica dos escleritos da região do antocódio (C e D) e escleritos da região do cenênquima (E e F).

Figura 35. Imagem em MEV de escleritos do antocódio (A-C) e do cenênquima (D-F) de Thesea

bicolor. Escala: 100m.

Figura 36. Mapa de distribuição de Muriceopsis petila. Os pontos no mapa são apenas ilustrativos, não significando o local preciso de coleta do exemplar.

Figura 37. (A) colônia de Muriceopsis petila. (B) esclerito do tipo nudibranquio do antocódio. (C) esclerito fusiforme da região axial interna. (D) esclerito fusiforme da região axial externa. Figura 38. (A) esclerito com tubérculos pontudos. (B) esclerito do tipo fuso e (C e D) fuso maior.

Figura 39. Mapa de distribuição de Plexaurella dichotoma. Os pontos no mapa são apenas ilustrativos, não significando o local preciso de coleta do exemplar.

Figura 40. Colônia de Plexaurella dichotoma (A). Imagem de microscopia óptica do esclerito do tipo borboleta (B e C) e fusiforme (D).

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Tabela 1. Informações dos lotes coletados e depositados na coleção.

Tabela 2. Classificação taxonômica dos lotes de Octocorallia da coleção de Cnidaria. Espécies com o símbolo * representa registro novo para o Ceará.

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LIMCE – Laboratório de invertebrados marinhos do Ceará.

MAR 15 - Estudo da malacofauna encontrada na plataforma continental do Nordeste MEV – Microscopia eletrônica de varredura.

NOc - navios oceanográficos

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1.1 Filo Cnidaria ... 15

1.2 Classe Anthozoa ... 15

1.3 Subclasse Octocorallia ... 16

2. Objetivo ... 19

3. Material e Métodos ... 19

3.1 Origem dos lotes ... 19

3.2 Identificação dos octocorais ... 21

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 23

FAMÍLIA RENILLIDAE GRAY, 1860 ... 24

FAMÍLIA GORGONIIDAE LAMOUROUX, 1812 ... 30

FAMÍLIA ELLISELLIDAE GRAY, 1859 ... 39

FAMÍLIA ACANTHOGORGIIDAE GRAY, 1859 ... 41

FAMÍLIA CLAVULARIDAE HICKSON, 1894 ... 44

FAMÍLIA PLEXAURIDAE GRAY, 1859 ... 46

5. CONCLUSÃO ... 56

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1. INTRODUÇÃO

1.1 Filo Cnidaria

Cnidaria é um grupo de invertebrados predominantemente marinhos, compostos por cerca de 11.000 espécies descritas (Appeltans et al., 2012), no qual incluem corais formadores de recifes, anémona-do-mar, corais moles, água-viva, hidróides marinhos e de água doce. De acordo com Zapata et al. (2015) o filo Cnidaria é um dos mais diversos grupos de animais em termos de morfologia, ciclos de vida, ecologia e desenvolvimento.

Cnidários compreendem formas corpóreas diferentes, podendo ter dois estágios no ciclo de vida, uma na forma de pólipo (séssil) e outro de medusas (livre- natante) (RUPPERT et al., 2005). Sobre sua simetria alguns são considerados assimétricos (DUNN & WAGNER, 2006) e já outros possuem um eixo oral-aboral, sem cabeça definida, com simetria radial (FABRICIUS e ALDERSLADE, 2001; RUPPERT et al., 2005)

De acordo com Daly et al. (2007) cnidários estão unidos pela presença de estruturas intracelulares complexas chamadas de cnidas, que são capsulas proteicas que contém substâncias tóxicas. Há três tipos de cnidas: pticocisto, nematocistos e espirocistos, sendo apenas o nematocisto presente em as as cinco classes, Hydrozoa, Staurozoa, Cubozoa, Scyphozoa e Anthozoa (DALY et al., 2007), sendo essa última classe de Cnidaria a única com a presença de todos os três tipos de cnidas (RUPPERT et al., 2005).

1.2 Classe Anthozoa

A classe Anthozoa contém aproximadamente 7.500 espécies descritas (DALY et al., 2007). É composta por dois grandes grupos, Hexacorallia (anêmonas do mar, anêmonas de tubo, corais da ordem Scleractinia e corais negros) e Octocorais (corais moles, gorgônias e canetas do mar) (DALY et al., 2007).

Daly et al. (2007) caracterizaram classe Anthozoa por ser exclusivamente poliploides, podendo ser coloniais, clonais ou solitários; sem esqueleto ou com esqueleto mineralizado e/ou proteináceos e por último são caracterizados por uma cavidade gástrica subdividida em um mesentério arranjados em ciclos.

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encontrados em águas profundas e rasas, mares polares e tropicais.

Daly et al. (2007) afirmam que a classe Anthozoa compreende duas linhagens monofiléticas, as subclasses: Hexacorallia e Octocorallia. Hexacorallia inclui aproximadamente quatro mil espécies de anêmonas-do-mar, corais pétreos, zoantídeos e corais negros.

1.3 Subclasse Octocorallia

A subclasse Octocorallia compreende os corais moles, gorgônias, corais azuis e as penas do mar correspondendo ao maior grupo de corais conhecido, com cerca de 3.000 espécies existente, composto por 47 famílias e 340 gêneros válidos (WILLIAMS e CAIRNS, 2005; MCFADDEN et al., 2006, 2010; DALY et al. 2007). Octocorais possuem diversidade significativa e ampla distribuição, se estendendo desde águas rasas e profundas, ocorrendo desde o Ártico ao Antártico e ao redor do mundo (PÉREZ, 1999).

A presença de octocorais em habitats marinhos quase todos bentônicos indica a natureza adaptativa deste grupo em comparação com outros grupos dentro do Cnidaria (DEVICTOR & MORTON 2010). Octocorais são muito numerosos em comunidades rasas em recifes tropicais e estão bem documentadas em comunidades bentônicas profundas, onde as colônias fornecem substrato em habitats com baixa complexidade (DEVICTOR & MORTON 2010).

Constituem um grupo de invertebrados morfologicamente bem definidos, sendo a grande maioria das espécies colonial (BAYER & MUZIK, 1976). As colônias podem ser monomórficas ou dimórficas, sendo pólipos dimórficos os autozoóides e os sifonozoóides. Os autozoóides são indivíduos com oitos tentáculos, oito septos, e geralmente oito filamentos; enquanto que os sifonozoóides (pólipos sem a capacidade de digestão) são pequenos indivíduos com tentáculos de tamanho e número reduzidos, ou ausentes (BAYER, 1961).

Os octocorais têm como autapomorfia, invariavelmente, a presença de oito tentáculos e oito mesentérios completos em seus pólipos (MCFADDEN, 2007). A presença de pínulas nos tentáculos, por sua vez, pode ser um caráter variável (ALDERSLADE e McFADDEN, 2007). As formas, tamanho, distribuição ou mesmo a presença de escleritos (estruturas microscópicas calcárias de origem ectodérmica) estão entre os principais caracteres utilizados na taxonomia dos Octocorallia (PIRES et al., 2007).

Os pólipos apresentam duas porções principais: o antocódio e a antostele (BAYER et al., 1983). O primeiro corresponde à porção retrátil do indivíduo (distal) e a segunda, à cavidade do cenênquima que comporta o corpo polipar (proximal) (FABRICIUS e ALDERSLADE,

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2001) (figura 1).

Alguns octocorais possuem elementos calcários microscópicos, os escleritos, de origem ectodérmica, que conferem rigidez à colônia. Já outros octocorais possuem elementos calcários, um esqueleto axial (medula), constituído de material calcário ou córneo, que dá forma e sustentação à colônia (RUPPERT ET AL., 2005).

Atualmente, os octocorais são agrupados em três ordens distintas (FABRICIUS e ALDERSLADE, 2001):

- Alcyonacea Lamouroux, 1812: octocorais coloniais, com ou sem suporte esquelético axial (corais moles) ou com eixo esquelético protéico ou calcítico (gorgônias ou leques-do-mar) (McFADDEN, 2007; DALY et al., 2007)

- Helioporacea Bock, 1938 (corais azuis): formam colônias calcárias (na forma de aragonita), maciças e sem escleritos, nas quais os pólipos são unidos por estolões em forma de fita (BAYER, 1981).

- Pennatulacea Verrill, 1865 (canetas ou penas-do-mar): caracterizados por apresentarem um pólipo primário diferenciado em um pé muscular. Este é responsável pela fixação da colônia em substrato inconsolado que, distalmente, forma uma raque, desta, partem folhas polipares, verticilos ou pólipos secundários diretamente ligados à raque (WILLIAMS, 2011) (figura 2).

Representantes das famílias são encontrados em águas profundas, onde apresentam uma alta diversidade, porém também são encontrados em águas rasas, incluindo recifes de corais do Indo-Pacífico (WILLIAMS, 1993).

No Brasil, a maior riqueza de espécies pertence à Ordem Alcyonacea, com mais de 70 espécies. A Ordem Pennatulacea possui apenas 10 representantes registrados até então, não havendo registros de corais azuis na região (CORDEIRO, 2012).

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Figura 1. Anatomia geral de gorgônia. Fonte: NEVES (2010).

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2. Objetivo

O trabalho tem como objetivo a identificação dos lotes da coleção de Cnidaria da UFC e a realização de um checklist comentado dos octocorais da coleção para aumentar a gama de conhecimento sobre esse grupo para o estado do Ceará, uma vez que apesar da proximidade com a região caribenha pouco se sabe sobre a diversidade de octocorais para o Brasil.

3. Material e Métodos

3.1 Origem dos lotes

Os animais foram coletados por projetos como AMBES (Caracterização Ambiental da Bacia do Espírito Santo e norte da Bacia de Campos), MAR 15 (estudo da malacofauna encontrada na plataforma continental do Nordeste), Caracterização Ambiental da Bacia do Ceará, Monitoramento da Biota Marinha do Terminal Portuário do Pecém (Monitoramento do Pecém) e por coletas individuais realizadas entre os anos de 1990 até 2013. As coletas realizadas por navios oceanográficos (NOc) foram utilizadas redes de arrastos e dragas retangulares. No entanto alguns lotes foram coletados a partir de mergulho com equipamentos SCUBA e coletas manuais realizadas na região entre marés sob rochas. A origem de cada lote variou de acordo com a expedição onde o animal foi coletado, sendo a maioria dos exemplares coletados no litoral cearense e alguns no estado do Espírito Santo e Maranhão (tabela 1).

Nesse trabalho os lotes, com 24 exemplares, já se encontravam etiquetados, no entanto a grande maioria continha apenas algumas informações de profundidade, data de coleta e local de coleta. Com esse trabalho novas etiquetas foram feitas e números de tombo adicionados, sendo adicionadas aos lotes junto com as etiquetas antigas que se encontravam quase ilegíveis. Todos os exemplares estão preservados em álcool 70% e depositadas na coleção científica Cnidaria do Laboratório de Invertebrados Marinhos do Ceará, UFC.

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Tabela 1. Informações dos lotes coletados e depositados na coleção.

Exemplar Projeto/Expedição Local Data Profundidade

1 AMBES Espirito Santo 17/12/2010 28 m

2 Coleta independente Mundaú 19/03/2003 Sem informação

3 Campanha BCE Bacia do Ceará Dez/2003 17 m

4 Campanha BCE Bacia do Ceará Dez/2003 17 m

5 Campanha BCE Bacia do Ceará Dez/2003 Sem informação

6 Campanha BCE Bacia do Ceará Dez/2003 Sem informação

7 Campanha BCE Bacia do Ceará Dez/2003 Sem informação

8 Coleta independente Flecheiras 08/04/2006 Sem informação 9 Coleta independente Flecheiras 08/04/2006 Sem informação 10 Coleta independente Flecheiras 08/04/2006 Sem informação 11 Coleta independente Flecheiras 08/04/2006 Sem informação 12 Coleta independente Flecheiras 08/04/2006 Sem informação

13 AMBES Espirito Santo 14/12/2010 39 m

14 MAR 15 Ceará 17/11/1990 110 m

15 MAR 15 Ceará 17/11/1990 112 m

16 MAR 15 Ceará 17/11/1990 110 m

17 Porto do Pecém 04/05/2007 Sem informação

18 AMBES Espirito Santo 16/12/2010 52 m

19 MAR 15 Maranhão 17/11/1990 63 m

20 MAR 15 Ceará 17/11/1990 110 m

21 AMBES Espirito Santo 12/12/2010 42 m

22 Monitoramento do Pecém

Porto do Pecém 2013 5 m

23 Coleta independente Pedra da Risca do Meio

Década de 90 Sem informação

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3.2 Identificação dos octocorais

Para identificação dos octocorais foram observados tanto caracteres macroscópicos quanto microscópicos. Para as características macroscópicas, como cálice e dentes calicinais de algumas espécies, foi usado microscópico estereoscópio. Para mensuração das alturas das colônias e largura dos ramos foram utilizados paquímetros e réguas. Já os caracteres microscópio foram utilizados tanto o microscópio óptico quanto o microscópio eletrônico de varredura (MEV), para análises dos escleritos.

As amostras dos escleritos (esqueleto calcário presente na mesogléia), possuem uma extrema importância para a taxonomia, uma vez que o tamanho, morfologia e coloração são elementos essenciais para a identificação do grupo (BAYER et al.,1961) sendo essencial para identificação do grupo um estudo minucioso dessas estruturas e para isso foram feitas lâminas para posterior analises.

O procedimento para a preparação das lâminas, contendo escleritos dos 24 exemplares, foi adaptado da metodologia de Bayer (1961). Os passos para preparação das lâminas contendo escleritos podem ser vistos logo a baixo em seis etapas.

1. Extração de uma pequena parte de tecido do octocoral.

2. O tecido extraído foi colocado em eppendorffs contendo hipoclorito de sódio (NaClO), para a total dissociação do tecido.

3. Após a total dissociação do tecido, o hipoclorito de sódio (NaClO) foi retirado do eppendorf com auxílio de uma pipeta descartável e lavado em água destilada,

sendo esse procedimento repetido cinco vezes para garantir a retirada completa do hipoclorito de sódio (NaClO).

4. Após a etapa anterior foi a vez da água destilada ser retirada e substituída por álcool 70%, sendo essa etapa repetida novamente por cinco vezes para garantir que toda à água destilada esteja sido eliminada.

5. Após a retirada de água do eppendorf, foi feita a desidratação dos escleritos, onde foi feita uma troca de álcoois progressivamente mais forte até chegar no álcool absoluto.

6. O último passo foi a montagem das lâminas, no qual com uma pipeta foi retirada do eppendorf a mistura, contendo álcool + esclerito, e em seguida posto na lâmina retangular. Após a mistura ser colocada na lâmina, foi esperado o álcool secar por completo, restando apenas os escleritos. A lâmina estando seca foi

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colocado entellan e as lamínulas para montagem das lâminas permanentes. Após a montagem de todas as 24 lâminas de octocorais, os escleritos agora podiam serem visto no microscópio óptico, Olympus CH30, para serem classificados e mensurados. Na fase de estudo dos escleritos de cada exemplar foi feita mensuração de 30 escleritos de cada espécie, com uma ocular micrométrica, para termos o tamanho médio dos escleritos. Todas as lâminas contendo os escleritos foram fotografadas pela câmera do celular Iphone 6.

Para a microscopia eletrônica de varredura (MEV) o procedimento 1 a 5 foi o mesmo da microscopia óptica, explicado anteriormente. A diferença foi na etapa 6 que a mistura, álcool absoluto + esclerito, foi colocada em stubs com durex dupla face e deixada secar para posterior metalização em ouro (figura 3). Após a metalização as 24 amostras foram analisadas no equipamento MEV Inspect-50 FEI. Toda essa última etapa de analise em MEV dos escleritos foi realizada na Central Analítica da UFC.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste trabalho foram analisados 24 exemplares de Octocorallia da Coleção Científica de Cnidaria, no qual todos os lotes não tinham nenhuma identificação. Desses lotes da coleção, foram identificadas duas ordens, Pennatulacea e Alcyonacea, dentro da subclasse Octocorallia (tabela 2).

Para a ordem Pennatulacea, todos os 12 exemplares estão inseridos na família Renillidae e para o mesmo gênero, Renilla, no qual tivemos apenas 3 espécies, Renilla köellikeri, Renilla

muelleri e Renilla reniformis.

Para a ordem Alcyonacea, tivemos uma diversidade maior de famílias na coleção, com representantes das famílias Acanthogorgiidae, Ellisellidae, Clavularidae, Gorgoniidae e Plexauridae. Dos exemplares da ordem Alcyonacea a grande maioria foi identificada até o menor nível taxonômico, porém dois lotes foram identificados a nível de gênero, Thesea sp. e

Leptogorgia sp., devido ao estado de conservação que o animal se encontrava, sem algumas

ramificações da colônia, que para o grupo é essencial a preservação de sua forma. Do total de 24 exemplares, seis representam registros novos para o estado do Ceará.

Tabela 2. Classificação taxonômica dos lotes de Octocorallia da coleção de Cnidaria. Espécies com o símbolo * representa registro novo para o Ceará.

Nº de Tombo Nº dos exemplares Ordem Família Espécie

#63; #66; #67 1; 5; 6; 7; 8; 9; 10;

11; 12

Pennatulacea Renillidae Renilla köellikeri*

#64 2 Renilla reniformis*

#65 3; 4 Renilla muelleri

#52 13 Alcyonacea Gorgoniidae Leptogorgia sp.

#53 21 Leptogorgia setacea

#48 ; #49 22 Leptogorgia hebes*

#54 24 Phyllogorgia dilatata

(24)

#57 16 Alcyonacea Acanthogorgiidae Acanthogorgia schrammi*

#58 17 Alcyonacea Clavularidae Carijoa riisei #59 18 Alcyonacea Plexauridae Thesea sp.

#60 20 Thesea bicolor*

#61 19 Muriceopsis petila

#62 23 Plexaurella dichotoma*

FILO CNIDARIA HATSCHEK, 1888

CLASSE ANTHOZOA EHRENBERG, 1834

SUBCLASSE OCTOCORALLIA HAECKEL, 1866

ORDEM PENNATULACEA VERRILL, 1865

FAMÍLIA RENILLIDAE GRAY, 1860

Renilla köellikeri

Pfeffer, 1886

Material examinado: #63; #66; #67 (Coleção Científica de Cnidaria do LIMCE).

Diagnose: de acordo com Castro & Medeiros (2001) a raque é aproximadamente tão larga quanto comprida, possuindo autozoóides com cinco dentes calicinais e a presença de um pedúnculo que ultrapassa a dimensão da raque.

Distribuição geográfica: Oceano Pacífico (CASTRO & MEDEIROS, 2001), e Oceano Atlântico no Brasil Rio Grande do Sul (ZAMPONI ET AL., 1997), Alagoas (NEVES, 2010), Espirito Santo e Ceará, sendo para esses dois últimos estados registros novos (figura 4). Caracteres observados: Comprimento do pedúnculo entre 0,7 cm a 3,5 cm, já a raque mediu de comprimento entre 1,4 cm a 7,5 cm. Foram observados a presença de cinco dentes calicinais, pedúnculo longo passando as dimensões da raque e cor dos exemplares de violeta intenso (figura 5). Os tamanhos médios dos escleritos da raque variaram entre 0,376 mm a 0,5245 mm, no qual os escleritos da raque são compridos e finos (figura 6). Já para o pedúnculo os escleritos

(25)

tiveram uma variação entre 0,218 mm a 0,353 mm onde difere da raque por ser menor e mais fino (figura 6). Cor dos escleritos: rosa claro.

Figura 4. Mapa de distribuição de Renilla koellikeri. Os pontos no mapa são apenas representativos, não significando o local preciso de coleta do exemplar.

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Figura 6. (A) imagem dos escleritos da raque em microscopia eletrônica de varredura. (B e C) imagem feita em microscopia óptica dos escleritos da raque e pedúnculo respectivamente.

Renilla reniformis

(Pallas, 1766)

Material examinado: #64 (Coleção Científica de Cnidaria do LIMCE).

Diagnose: Zamponi & Pérez (1995) descreveram que Renilla reniformes pode possuir formato de rim, coração ou circular. Sobre o pedúnculo eles afirmam ainda que possuem poucos escleritos curtos e largos e para a raque os escleritos são longos e finos. Autozooides com sete dentes calicinal e trato médio dorsal livre de pólipos. Escleritos são de várias cores: violeta intenso, amarelo, rosa pálido ou branco (ZAMPONI & PÉREZ 1995)

Distribuição geográfica: Costa Atlântica das Américas (BAYER, 1961), Tierra del Fuego, Argentina (ZAMPONI & PÉREZ, 1995) e Antilhas (CASTRO & MEDEIROS, 2001). Para o Brasil, estado do Pará, Maranhão, Paraíba, Alagoas, Rio Grande do Sul (NEVES, 2010) e para o Ceará, sendo esse último estado um registro novo que preenche lacuna de distribuição dessa espécie no Nordeste do Brasil (figura 7).

Caracteres observados: para o exemplar foi observado a presença de 7 dentes calicinais e ausência de pólipos na região média do dorso. Exemplar de cor violeta para o esbranquiçado. Tamanho médio dos escleritos da raque foi de 0,298 mm e do pedúnculo de 0,222 mm, com

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escleritos esbranquiçado. O pedúnculo mediu 0,6cm e o comprimento da raque foi de 1,1 cm (figura 8).

Figura 7. Mapa de distribuição de Renilla reniformis. Os pontos no mapa são apenas ilustrativos, não significando o local preciso de coleta do exemplar.

(28)

Figura 8. Vista dorsal (A) e ventral (B) de Renilla reniformis.Imagem dos sete dentes calicinais (C). (D) e (E) escleritos da raque e pedúnculo, respectivamente. Em (F) imagem em MEV do esclerito da raque.

Renilla muelleri

Kölliker, 1872

Material examinado: #65 (Coleção Científica de Cnidaria do LIMCE).

Diagnose: a raque é mais larga do que longa. Pedúnculo relativamente pequeno, atingindo apenas os limites da raque. Autozoóides com cinco dentes calicinais, colônias jovens podem apresentar apenas três dentes calicinais. Escleritos da raque e dos dentes calicinais da mesma, porém podem apresentar tons diferentes. Exemplares apresentando cor roxa, normalmente a mesma cor dos escleritos (CASTRO & MEDEIROS, 2001).

Distribuição geográfica: para os Estados Unidos: Califórnia e Flórida; Suriname; Panamá; Equador; para o Brasil: Piauí, Ceará, Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro (CASTRO & MEDEIROS, 2001) (figura 9).

Caracteres observados: foram observados nos dois exemplares de R. muelleri a presença de cinco dentes calicinais, pedúnculo relativamente curto medindo 1,3 cm e 2,1 cm. Para o

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comprimento da raque nos dois exemplares foram de 4,9 e 5 cm. Os exemplares de R. muelleri da coleção variaram de violeta intenso e violeta mais claro. Os tamanhos médios dos escleritos da raque foram 0,412 mm e 0,511 mm e o tamanho médio dos escleritos do pedúnculo foram de 0,289 mm e 0,390 mm (figura 10).

Figura 9. Mapa de distribuição de Renilla muelleri. Os pontos no mapa são apenas ilustrativos, não significando o local preciso de coleta do exemplar.

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Figura 10. (A) vista dorsal e (B) vista ventral de Renilla muelleri. (C) imagem dos dentes calicinais da raque. (D) e (E) imagem feita em microscopia óptica do esclerito da raque e pedúnculo respectivamente. (F) imagem em MEV do esclerito da raque.

FILO CNIDARIA HATSCHEK, 1888

CLASSE ANTHOZOA EHRENBERG, 1834

SUBCLASSE OCTOCORALLIA HAECKEL, 1866

ORDEM ALCYONACEA LAMOUROUX, 1812

FAMÍLIA GORGONIIDAE LAMOUROUX, 1812

Leptogorgia

sp. Milner Edward & Haimes, 1857

Material examinado: #52 (Coleção Científica de Cnidaria do LIMCE).

Diagnose: padrões de ramificação planar variáveis: peniforme, dicotômica ou filiformes. Anastomose de ramo rara. Os escleritos do cenênquima são do tipo cabrestantes e do tipo fusos. Escleritos do antocódio geralmente do tipo haste plana. Exemplares apresentando cores: branco, amarelo, laranja, vermelho, violeta (GRASSHOFF 1988, GRASSHOFF 1992, WILLIAMS & LINDO 1997, BREEDY & GUZMAN 2005).

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Caracteres observados: exemplar de cor laranja, medindo de altura 8 cm e ramos medindo em espessura 3,01 mm (figura 11). Foi observado dois tipos de escleritos, cabrestantes de tamanho médio 0,0625 mm e do tipo fusiforme 0,115 mm (figura 11 e 12).

Observações: exemplar identificado apenas como Leptogorgia sp. devido ao mal estado de conservação. Exemplar com ramos danificados, sendo assim não podendo ser observado a forma da colônia, critério de grande importância dentro do grupo. No que se refere aos escleritos, imagens tanto em MEV quanto microscopia óptica não foi possível a visualização de outros tipos, sendo a necessário a realização de novas imagens em MEV de lugares diferentes da colônia.

Figura 11. (A) Colônia de Leptogorgia sp. e (B) imagem de microscopia óptica de esclerito do tipo cabrestante e (C) do tipo fusiforme

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Figura 12. Escleritos de tipos fusiformes de Leptogorgia sp. Escala: 30m.

Leptogorgia setacea

(Pallas, 1766)

Material examinado: #53 (Coleção Científica de Cnidaria do LIMCE).

Diagnose: colônias fixas ou livres, não ramificadas ou com alguns ramos longos e flexíveis. Pólipos em séries simples ou duplas ao longo dos dois lados dos ramos, com cálices baixos ou moderadamente proeminentes. Escleritos do antocódio, tipo bastões, equivalem a menos de dois terços do comprimento do esclerito fusiforme da camada externa, cenênquima (BAYER, 1961).

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Distribuição geográfica: para o Brasil, estado do Ceará, foz do Rio Amazonas, Paraíba, Pernambuco e Alagoas (NEVES, 2010). Deichmann, 1932; Bayer, 1961; Tixier-Durivault, 1970; Castro 1990a; Silva & Pérez, 2002 registraram Leptogorgia setacea desde Baia de Chesapeake (EUA) até o Uruguai (Figura 13).

Caracteres observados: exemplar de cor roxa, colônia medindo de altura 22,5 cm e largura dos ramos com 2,11 mm de largura (figura 14). Escleritos do cenênquima, do tipo cabrestante medindo 0,06 mm e do tipo fusiforme 0,12 mm, podendo haver escleritos fusiformes com extremidades afiadas e com uma pequena curvatura (figura 14 e 15). Para o antocódio, esclerito do tipo haste de difícil visualização, sendo seu comprimento médio de 0,08 mm (figura 14D). Figura 13. Mapa de distribuição de Leptogorgia setacea. Os pontos no mapa são apenas ilustrativos, não significando o local preciso de coleta do exemplar.

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Figura 15. Imagens em MEV de escleritos de Leptogorgia setacea. (A e B) escleritos do tipo cabestrante. (C – G) escleritos do tipo fusiforme. Escala: 40m.

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Leptogorgia hebes

Verrill, 1869

Material examinado: #48; #49 (Coleção Científica de Cnidaria do LIMCE).

Diagnose: As colônias chegam a tamanhos moderados e são irregulares e ramificadas em um plano. Muitas vezes existe um sulco distinto nos ramos. Ramos terminais são 1-2 mm de diâmetro, enquanto ramos perto da base de colónias pode ser de até 6 mm. (DEVICTOR & MORTON, 2007). Os escleritos do cenênquima são do tipo cabrestantes medindo em média 0,1 mm e os escleritos do antocódio são do tipo haste achatadas de aproximadamente o mesmo tamanho. L. hebes é geralmente vermelho brilhante, laranja ou amarelo escuro, mas já foram encontradas colônias roxas (BAYER 1961).

Distribuição geográfica: Virginia a Florida; Golfo do México; Aruba e Brasil (DEICHMANN, 1936; BAYER, 1961; VERRIL, 1912). O primeiro registro de L. hebes para o Brasil foi feito por Verrill (1912) como Leptogorgia rubropurpurea para Rio de Janeiro. Esse novo registro para o Ceará amplia sua distribuição na costa brasileira (figura 16).

Caracteres observados: Exemplar de cor alaranjada/vermelha medindo de altura 22,5 cm, ramos terminais com espessura de 1,26 mm e ramos próximo a base medindo 4,79 mm. Escleritos da região do cenênquima, tipo cabrestante e fusiforme, medindo cerca de 0,091 mm e da região do antocódio, tipo haste, 0,103 mm (figura 17 e 18). Ramificação em um único plano, exemplar colonizado por Ophiothella mirabilis, ofiuroide invasor (figura 17).

Observações: está espécie ainda requer muito estudo, pois Castro (1990a) sugere que

Leptogorgia hebes é uma variação de Leptogorgia punicea, uma vez que dentre os exemplares

analisados de L. punicea pode observar formas variáveis. Pérez (2005) afirma que L. punicea é uma espécie com grande plasticidade fenotípica. Mesmo com esses estudos citados a cima considero este exemplar como L. hebes como uma espécie diferente de L. punicea pela diferença morfológica dos escleritos, tanto no MEV quanto em microscopia óptica, quando analisados em BAYER (1961).

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Figura 16. Mapa de distribuição de Leptogorgia hebes. Os pontos no mapa são apenas ilustrativos, não significando o local preciso de coleta do exemplar.

Figura 17. Côlonia de Leptogorgia hebes (A).Imagem em microscopia óptica de escleritos do tipo cabrestante(B), fusiforme (C) e haste (D e E).

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Figura 18. Imagens em MEV dos escleritos de Leptogorgia hebes. Imagem do esclerito do tipo cabestrante (A - C), do tipo fusiforme (C e D) e imagens dos escleritos do tipo haste da região do antocódio (E – F). Escala: 30m.

Phyllogorgia dilatata

(Esper, 1806)

Material examinado: #54 (Coleção Científica de Cnidaria do LIMCE).

Diagnose: colônias flabeladas com ramificação peniformes. Cenênquima expandido no plano de ramificação, preenchendo quase completamente os espaços entre os ramos, formando colônias em forma de folha. Seus escleritos são escafoides e fusos no córtex (BAYER, 1961). Distribuição geográfica: no Brasil sua distribuição vai de Fortaleza-CE até Cabo Frio-RJ, incluindo registro ainda na Ilha de Trindade, Fernando de Noronha e Atol das Rocas (CASTRO et al., 2010) (figura 19).

(38)

Caracteres observados: espécime de cor esbranquiçada, medindo 49 cm de altura e 23 cm de largura (figura 20). Tamanho dos escleritos escafoides medindo em comprimento média de 0,13 mm e do esclerito do tipo fuso comprimento de 0,17 mm (figura 20 e 21).

Figura 19. Mapa de distribuição de Phyllogorgia dilatata. Os pontos no mapa são apenas ilustrativos, não significando o local preciso de coleta do exemplar.

(39)

Figura 21. Imagens em microscopia eletrônica de varredura (MEV) de Phyllogorgia dilatata dos escleritos do tipo escafoide (A e B) e do tipo fuso (C e D). Escala: 40 m

FAMÍLIA ELLISELLIDAE GRAY, 1859

Nicella guadalupensis

(Duchassaing & Michelotti, 1860)

Material examinado: #55, #56 (Coleção Científica de Cnidaria do LIMCE).

Diagnose: Fragmentos delgados (até 0,2 mm de largura); cálices orientados para os lados, estando normalmente dispostos de maneira alternada ou oposta ao longo dos ramos. Comprimento médio dos escleritos do tipo alteres entre 0,048 e 0,073 mm, e o do tipo fuso variando de 0,064 a 0,12 mm (NEVES, 2010).

Distribuição geográfica: Golfo do México, Caribe (GRASSHOFF, 1999) e para o Brasil há registro no estado do Amapá, Pará, Ceará e Alagoas (NEVES, 2010) (Figura 22).

Caracteres observados: Os exemplares de Nicella guadalupensis possuem cor alaranjada, medindo em altura 9 cm e com ramos medindo em média largura de 0,6 mm (figura 23). As dimensões médias dos escleritos do tipo alteres dos dois exemplares foram de 0,049 mm e 0,499 mm, já para o tipo fusiforme seu tamanho foi de 0,105 mm e 0,106 mm (figura 23 e 24), sendo assim dentro do intervalo de comprimento que Neves (2010) observou para a espécie.

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Figura 22. Mapa de distribuição de Nicella guadalupensis. Os pontos no mapa são apenas ilustrativos, não significando o local preciso de coleta do exemplar.

Figura 23. (A) Colônia de Nicella guadalupensis. B) e (C) microscopia óptica do esclerito tipo alteres e fusiformes, respectivamente.

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Figura 24. Imagens em MEV de escleritos do tipo alteres (A - C) e do tipo fusiforme (D - F) de Nicella guadalupensis. Escala: 20m.

FAMÍLIA ACANTHOGORGIIDAE GRAY, 1859

Acanthogorgia schrammi

(Duchassaing & Michelotti, 1864)

Material examinado: #57 (Coleção Científica de Cnidaria do LIMCE).

Diagnose: colônia com ramificação irregular. Pólipos com 2-4 mm de altura, próximos uns dos outros nos ramos terminais e distantes quando afastados das extremidades. Escleritos centrais de cada setor da armadura antocodial projetam-se em forma de espinho. Porção distal desses escleritos irregular, com pequenos espinhos. Escleritos do cenênquima incluem fusos espinhosos e irregulares, além de formas radiadas (CASTRO, 1990a).

Distribuição geográfica: Caribe (DEICHMANN, 1936); Guiana (CASTRO, 1990a); Golfo do México (BAYER, 1957; CAIRNS & BAYER, 2009a); Brasil: Pará (BAYER, 1959; CASTRO, 1990a), Espírito Santo (MEDEIROS, 2005; CASTRO et al., 2006), Amapá (NEVES, 2010) e

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agora com esse estudo para o Ceará, representando o primeiro registro para o Nordeste do Brasil (figura 25).

Caracteres observados: O exemplar possui cor bege claro a escuro, devido à medula, já os escleritos possuem cor branca. A colônia mede 13 cm de altura e ramos medindo cerca de 0,88 mm de espessura (figura 26). O tamanho médio dos escleritos da margem do cálice foi de 0,645 mm e para os escleritos do cenênquima foi de 0,165 mm e 0,3525 mm (figura 26 e 27). Diversos cálices são encontrados na colônia medindo em média 2 mm.

Figura 25. Mapa de distribuição de Acanthogorgia schrammi. Os pontos no mapa são apenas ilustrativos, não significando o local preciso de coleta do exemplar.

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Figura 26. (A) colônia de Acanthogorgia schrammi. Imagem de microscopia óptica do esclerito do cenênquima (B) e esclerito do cálice (C) e (D).

Figura 27. Imagens em MEV de escleritos da margem do cálice (A e B) e do cenênquima (C e D) de Acanthogorgia schrammi. Escala: 100m.

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FAMÍLIA CLAVULARIDAE HICKSON, 1894

Carijoa riisei

(Duchassaing & Michelotti, 1860)

Material examinado: #58 (Coleção Científica de Cnidaria do LIMCE).

Diagnose: Castro (1990a) descreve Carijoa riisei como colônias que apresentam estrias ao longo do corpo, ramificação arboriformes que surgem de estolões, com os escleritos em forma de bastões delgados no antocódio e escleritos com poucos tubérculos na região do cenênquima. Distribuição geográfica: Flórida (EUA), Caribe (BAYER, 1961) e em outras locais como no Pacifico e Atlântico Oriental (CONCEPCION et al., 2008). Espécie muito comum no Brasil ocorrendo desde Amapá, Pará, Maranhão, Ceará, Paraíba, Alagoas, Pernambuco (NEVES, 2010) e Santa Catarina (BAYER, 1961) (figura 28).

Caracteres observados: Exemplar medindo de altura aproximadamente 9 cm e ramos com largura 2 mm (figura 29). O tamanho médio dos escleritos do tipo bastão com tubérculos foi de 0,275 mm e do esclerito do tipo bastão liso delgado foi de 0,365 mm (figura 29 e 30). Material apresentando cor bege.

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Figura 28. Mapa de distribuição de Carijoa riisei. Os pontos no mapa são apenas ilustrativos, não significando o local preciso de coleta do exemplar.

Figura 29. (A) colônia de Carijoa riisei. Imagem de micriscopia óptica de esclerito com tubérculos (B) e de escleritos lisos e delgados (C).

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Figura 30. Imagens dos escleritos de Carijoa riisei em MEV. (A) e (B) escleritos com tubérculos e (C) escleritos lisos. Escala: 50m.

FAMÍLIA PLEXAURIDAE GRAY, 1859

Thesea

sp. Duchassaing & Michelotti, 1860

Material examinado: #59 (Coleção Científica de Cnidaria do LIMCE).

Diagnose: colônias com ramificação lateral ou peniforme irregular, esparsa, geralmente planiforme, com longos ramos curvados para cima. Cenênquima externo com escleritos granulares ou praticamente esferóides, ambos com grandes proeminências de arestas agudas na “face externa” e pequenos tubérculos densamente disposto na “face interna” (comprimento

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máximo 0,34 mm a 0,55 mm). Além disso, ocorrem fusos tuberculados de até 0,23 mm a 0,26 mm de comprimento. Camada axial com escleritos semelhantes aos fusos tuberculados da camada externa, medindo até 0,20-0,23 mm de comprimento. Pólipos próximos uns dos outros, distribuídos uniformemente em todos os lados do tronco e ramos. Cálices baixos e largos, algumas vezes praticamente ausentes. Paredes dos cálices com escleritos granulares menores e mais delgados que os do resto da camada externa do cenênquima, assim com um número variável de fusos e clavas tuberculadas. Escleritos antocodiais são bastões retos ou curvados, com espinhos baixos. Colônias alaranjadas a rosadas ou vermelhos violáceas (CASTRO, 1990a).

Caracteres observados: 3,1 cm de altura e ramos medindo de espessura 1,42 mm. Exemplar de cor vermelha (figura 31). Apresenta escleritos esferoides, região do cenênquima medindo aproximadamente 0,42 mm e apresenta escleritos fusiformes da região antocodial com cerca de 0,26 mm (figura 31 e 32).

Observações: o material foi identificado até nível de gênero, pois o exemplar se encontrava com ramos danificados, dificultando a identificação a menor nível taxonômico. É considerado um gênero de difícil identificação uma vez que possui plasticidade fenotípica.

Figura 31. (A) côlonia de Thesea sp. (B e C) esclerito do antócodio, tipo bastão. (D e E) esclerito da região do cenênquima, esferoide.

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Figura 32. Imagem em MEV dos escleritos de Thesea sp. (A-C) escleritos da região do antocódio. (B) esclerito esferoide da região do cenênquima. Escala: 100m.

Thesea bicolor

Deichmann, 1936

Material examinado: #60 (Coleção Científica de Cnidaria do LIMCE).

Diagnose: colônia com ramificação em único plano, com ramificação lateral. Na região do cenênquima mosaico formado por grandes escleritos com formas e tamanhos variados que se encaixam. Apresentam escleritos visíveis de preenchimento na superfície. Possuem escleritos do tipo grãos com contornos arredondados com pequenos espinhos na superfície medindo até 0,9 mm e escleritos fusiforme nos pólipos a até 0,25 mm. (MARQUES-PARAENSE, 1996). Distribuição geográfica: espécie registrada apenas para o Brasil, Bahia (DEICHMANN, 1936; TIXIER-DURIVAULT, 1970), Espirito Santo (MARQUES-PARAENSE, 1996), Rio de

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Janeiro (CASTRO,1990a; MEDEIROS & CASTRO, 1999), Amapá, Alagoas (NEVES, 2010) e Ceará, sendo para este último estado exemplar representando registro novo (Figura 33). Caracteres observados: exemplar de ramificação lateral em único plano, medindo de altura de 9cm e ramos medindo 2,28 mm. Escleritos fusiformes da região do antocódio medindo 0,22 mm e da região do cenênquima tipo grão/ esferoides medindo cerca de 0,41 mm (Figura 34 e 35) Exemplar de cor rosada com mosaico de escleritos do cenênquima de cor branca (Figura 34, A e B).

Figura 33. Mapa de distribuição de Thesea bicolor. Os pontos no mapa são apenas ilustrativos, não significando o local preciso de coleta do exemplar.

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Figura 34. (A) colônia de Thesea bicolor. (B) mosaico de escleritos de Thesea bicolor, estruturas em branco nos ramos. Imagens em microscopia óptica dos escleritos da região do antocódio (C e D) e escleritos da região do cenênquima (E e F).

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Figura 35. Imagem em MEV de escleritos do antocódio (A-C) e do cenênquima (D-F) de Thesea bicolor. Escala: 100m.

Muriceopsis petila

Bayer, 1961

Material examinado: #61 (Coleção Científica de Cnidaria do LIMCE).

Diagnose: colônias ramificadas de forma aberta e peniforme com ramos delgados e de diâmetro uniforme. Pólipos formam cálices baixos e cônicos por todos os lados dos ramos. Camada axial contém fusos delgados, violetas ou incolores de aproximadamente de 0,35 mm em comprimento. Camada externa com clavas e fusos incolores alongados que portam espinhos

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unilaterais, de cerca de 1mm em comprimento, sendo alguns deles mais robustos em uma das extremidades. Antocódio armado com bastões de 0,3 mm em comprimento (BAYER, 1961). Distribuição geográfica: para o Brasil os locais foram: Salvador (TIXIER-DURIVAULT, 1970), Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul (NEVES, 2010) e Caribe (SANCHÉZ, 2001) (figura 36).

Caracteres observados: colônia apresentando cor branca. Largura dos ramos variando entre 0,172 cm a 0,218 cm (figura 37). A altura do exemplar não pode ser medida, uma vez que a mesma se encontrava com os ramos cortados. Para os escleritos podem ser observados três tipos diferentes, fusos maiores com tamanho médio de 0,85 mm (camada axial externa), fusos menores delgados de 0,43 mm (camada axial interna) e fusos apresentando tubérculos pontudos, lembrando um nudibrânquio de tamanho médio de 0,30 mm (figura 37 e 38).

Figura 36. Mapa de distribuição de Muriceopsis petila. Os pontos no mapa são apenas ilustrativos, não significando o local preciso de coleta do exemplar.

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Figura 37. (A) colônia de Muriceopsis petila. (B) esclerito do tipo nudibranquio do antocódio. (C) esclerito fusiforme da região axial interna. (D) esclerito fusiforme da região axial externa.

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Plexaurella dichotoma

(Esper, 1791)

Material examinado: #62 (Coleção Científica de Cnidaria do LIMCE).

Diagnose: colônias densas, ramificadas dicotomicamente, ramos terminais de 10 a 15 mm em diâmetro, longos e retos ou pequenos e curvados. Camada axial contém fusos, tri e quadrirradiados com aproximadamente 0,3 mm de comprimento; camada médias contém fusos lisos e curvados, tri, quadrirradiados com tubérculos robustos, com cerca de 0,35 mm em comprimento. Camada mais externa do córtex com pequenos cabrestantes hexarradiados com aproximadamente 0,1 mm em comprimento; antocódio com espiculação fraca com pequenos bastões (BAYER, 1961).

Distribuição geográfica: Bermudas; sudeste da Flórida, e das Antilhas ao Brasil (BAYER, 1961). No Brasil: Maranhão, Atol das Rocas, Fernando de Noronha (CASTRO et al., 2010) e Alagoas e Bahia (NEVES, 2010) e Parque Estadual Marinha Pedra da Risca do Meio, Ceará, representando para este último local registro novo (Figura 39).

Caracteres observados: colônias dicotomicamente ramificadas. Ausência de cálice. Altura da colônia 50 cm e largura dos ramos média dos ramos foi de 1,37 cm. O exemplar possui no ramo terminal regiões mais largas medindo em média 1,47 cm de espessura (figura 40). Presença de escleritos do tipo borboleta de tamanho médio de 0,103 mm (figura 40 e 41) e com escleritos fusiformes curvados de tamanho médio de 0,28 mm (figura 40 e 41). Cor do exemplar: branco para um bege.

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Figura 39. Mapa de distribuição de Plexaurella dichotoma. Os pontos no mapa são apenas ilustrativos, não significando o local preciso de coleta do exemplar.

Figura 40. Colônia de Plexaurella dichotoma (A). Imagem de microscopia óptica do esclerito do tipo borboleta (B e C) e fusiforme (D).

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Figura 41. Microscopia eletrônica de varredura dos escleritos de Plexaurella dichotoma. Escleritos do tipo borboleta (A e B) e do tipo fusiforme (C e D). Escala: 50m.

5. CONCLUSÃO

Com o presente trabalho pode-se concluir que a ausência na identificação de exemplares de octocorais da coleção de Cnidaria do laboratório de invertebrados marinhos do Ceará (LIMCE) é devido à carência de pesquisas para o estado do Ceará e isso reflete diretamente na quantidade de espécies conhecidas para o litoral cearense seja reduzida, em relação à fauna caribenha e a própria fauna brasileira. Isso pode ser visto com mais facilidade quando observamos exemplares de octocorais, Acanthogorgia schrammi e Plexaurella dichotoma, no qual foram octocorais coletados durante a década 90 e somente a partir desse estudo foi registrado a sua presença no litoral cearense. Desse estudo foram analisados 18 lotes de octocorais da coleção com 24 exemplares, no qual tivemos 14 espécies identificadas (12 a menor taxonômico e duas a nível de gênero), onde seis representaram registros novos para o estado do Ceará, Renilla köellikeri, Renilla reniformis, Leptogorgia hebes, Acanthogorgia

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