Geração de Escoamento
Walter Collischonn
IPH - UFRGS
IPH 01019
• Escoamento superficial
• Escoamento sub-superficial
• Escoamento subterrâneo
Tipos de Escoamento na bacia
IPH 01019 Escoamento
Pe rcol açã o
Processos da
parte terrestre
do ciclo
hidrológico
Interceptação Depressões chuva Escoamento superficial Infiltra ção Armazenamento no solo Armazenamento no subsolo Escoamento Sub-superficial V a zã o n o rio evap IPH 01019 Escoamento Escoamento Subterrâneo• Sub-superficial ??
• Superficial
• Subterrâneo
• Chuva, infiltração,
escoamento superficial
• Chuva, infiltração,
escoamento superficial,
escoamento subterrâneo
• Escoamento
Camada saturada
• Depois
da
chuva:
Escoamento
sub-superficial
e
• Estiagem: apenas escoamento subterrâneo
• Estiagem: apenas escoamento subterrâneo
• Estiagem: apenas escoamento subterrâneo
• Estiagem muito longa = rio seco
Rios intermitentes
Escoamento superficial
IPH 01019 Escoamento
• Geração de escoamento na bacia • Escoamento até a rede de drenagem • Escoamento em rios e canais
Geração de escoamento superficial
IPH 01019 Escoamento
• Geração de escoamento na bacia • Escoamento até a rede de drenagem • Escoamento em rios e canais
• Precipitação que atinge áreas impermeáveis
• Precipitação intensa que atinge áreas de
capacidade de infiltração limitada
• Precipitação que atinge áreas saturadas
Formação do Escoamento
Superficial
IPH 01019 Escoamento
Telhados
Ruas
Passeios
• Geração de escoamento superficial é quase imediata • Infiltração é quase nula
Áreas Impermeáveis
IPH 01019 Escoamento
• Capacidade de infiltração é baixa
Gramados
Solos Compactados
Solos muito argilosos
Áreas de capacidade de
infiltração limitadas
IPH 01019 Escoamento
Infiltração Escoamento Precipitação tempo Infiltração
Intensidade da chuva x
capacidade de infiltração
IPH 01019 EscoamentoGeração de escoamento
• Considere chuva com intensidade constante
• Infiltra completamente no início
• Gera escoamento no fim
tempo Inf ilt ração Prec ipit aç ão início do escoamento intensidade da chuva capacidade de infiltração
Infiltração ao longo do tempo
• Considere chuva com
intensidade constante
• Infiltra completamente no
início
• Gera escoamento no fim
tempo Inf ilt ração Prec ipit aç ão início do escoamento intensidade da chuva capacidade de infiltração
volume infiltrado
Escoamento ao longo do tempo
• Considere chuva com
intensidade constante
• Infiltra completamente no
início
• Gera escoamento no fim
tempo Inf ilt ração Prec ipit aç ão início do escoamento intensidade da chuva capacidade de infiltração
volume infiltrado
volume escoado
Precipitação Infiltração
Escoamento em áreas
de solo saturado
IPH 01019 EscoamentoPrecipitação Solo saturado
Escoamento em áreas
de solo saturado
IPH 01019 EscoamentoPrecipitação Solo saturado Escoamento
Escoamento em áreas
de solo saturado
IPH 01019 EscoamentoI (mm/h) F (mm/h) Q (mm/h)
Q = I – F
Geração de Escoamento
• Intensidade da precipitação é
maior do que a capacidade de
infiltração do solo
• Processo hortoniano
(Horton, 1934)
Q (mm/h)
Geração de Escoamento
• Precipitação atinge áreas saturadas
• Processo duniano (Dunne)
Resumindo
• Existem dois principais processos
reconhecidos na formação do escoamento
superficial:
• precipitação de intensidade superior à capacidade de
infiltração (processo Hortoniano);
• e precipitação sobre solos saturados (processo
Dunneano).
Geração de escoamento pelo processo
Hortoniano
• Se uma chuva com intensidade de 30 mm.h
-1atinge
um solo cuja capacidade de infiltração é de 20 mm.h
-1
, uma parte da chuva (10 mm.h
-1) se transforma em
escoamento superficial.
• Este é o processo de geração de escoamento por
excesso de chuva em relação à capacidade de
infiltração, também conhecido como processo
Hortoniano, porque foi primeiramente reconhecido
por Horton (1934).
Será que ocorre mesmo?
• O processo Hortoniano é importante em
bacias urbanas, em áreas com solo modificado
pela ação do homem, ou em chuvas muito
intensas, mas é raramente visto em bacias
naturais durante chuvas menos intensas.
Geração de escoamento pelo processo
Dunneano
• O escoamento superficial é
quase que totalmente
originado pela parcela da
precipitação que atinge
zonas de solo saturado.
• Solos saturados são
normalmente encontrados
próximos à rede de
drenagem, onde o nível do
lençol freático está mais
próximo da superfície.
Variable Source-Area concept
• Conceito de área de contribuição variável
– Numa dada bacia, a extensão das áreas saturadas
varia fortemente com o tempo, refletindo a
condição de umidade geral da bacia.
• Área em que pode ocorrer a formação de
escoamento superficial varia ao longo do
tempo.
Área de contribuição variável
Mapa de áreas saturadas numa
bacia mostrando a expansão da
região saturada durante um evento
de chuva. A região escura é a
região saturada no início da
chuva. A região cinza claro está
saturada no final da chuva. Nesta
região o lençol freático atingiu o
nível da superfície do terreno.
[Dunne and Leopold, 1978]
Região saturada de acordo
com a época do ano:
•preto: verão
•cinza claro: outono
•cinza escuro: inverno
[Dunne and Leopold, 1978]
Runoff generation processes
Infiltration excess overland flow
aka Horton overland flow
Partial area infiltration excess
overland flow
Saturation excess overland flow
P
P
P
q
rq
sq
oP
P
P
q
of
P
P
P
q
of
f
Geração de escoamento por ocorrência de chuva em região saturadaSaturation in zones of convergent topography
Áreas saturadas normalmente ficam próximas da rede de drenagemSlope
Specific Catchment Area
Wetness Index ln(a/S)
from Raster Calculator.
Average,
l
= 6.91
Modelos simplificados
• A estimativa da geração de escoamento pode
ser feita usando métodos simples ou
complexos:
– Complexos: procura-se detalhar os diferentes
processos
– Simples: procura-se sintetizar os processos,
simplificando a representação matemática
• Estimativas de escoamento superficial com
base na chuva
Escoamento Superficial
IPH 01019 Escoamento
• Para saber como a bacia vai responder à chuva é
importante saber as parcelas de água que vão atingir os
rios através de cada um dos tipos de escoamento.
• Em muitas aplicações o escoamento superficial é o mais
importante
– Vazões máximas
– Hidrogramas de projeto
– Previsão de cheias
• Métodos simplificados x modelos mais complexos
Cálculos de Separação
de Escoamento
IPH 01019 Escoamento
tempo Q
P
tempo Precipitação
tempo Q
P
tempo
tempo Q P tempo Infiltração Escoamento infiltração decresce durante o evento de chuva
tempo Q
P
tempo
Infiltração Escoamento
parcela que não infiltra é responsável
pelo aumento da vazão no rio
Como calcular?
• Usar métodos simplificados:
– capacidade de infiltração constante
– infiltração proporcional à intensidade de chuva
– método SCS
tempo Q P tempo Infiltração Escoamento Infiltração constante
Como calcular?
tempo Q P tempo Infiltração Escoamento Infiltração proporcional
Como calcular?
Como calcular?
tempo Q P tempo Infiltração Escoamento Método SCS: Perdas iniciais + Infiltração diminuindoComo estimar chuva “efetiva”
• Um dos métodos mais simples e mais
utilizados para estimar o volume de
escoamento superficial resultante de um
evento de chuva é o método desenvolvido
pelo National Resources Conservatoin Center
dos EUA (antigo Soil Conservation Service –
SCS).
O método SCS
• A parcela da chuva que se transforma em
escoamento superficial é chamada chuva
efetiva.
IPH 01019 Escoamento
• Método SCS
P
Ia
S
Ia
P
Q
2
254
CN
25400
S
Ia
P
0
Q
P
Ia
5
S
Ia
quando quando Q = escoamento em mm P = chuva acumulada em mm Ia = Perdas iniciais S = parâmetro de armazenamento Valores de CN:Método SCS
IPH 01019 Escoamento• Simples
• Valores de CN tabelados para diversos tipos de solos
e usos do solo
• Utilizado principalmente para projeto em locais sem
dados de vazão
• Usar com chuvas de projeto (eventos relativamente
simples e de curta duração)
Método do Soil
Conservation Service
IPH 01019 Escoamento
Efeito de CN
40 55
A bacia tem solos do tipo B e está coberta por florestas. Conforme a tabela anterior o valor do parâmetro CN é 63 para esta combinação. A partir deste valor de CN obtém-se o valor de S:
Exemplo
Qual é a lâmina escoada superficialmente durante
um evento de chuva de precipitação total P=70 mm
numa bacia do tipo B e com cobertura de floretas?
mm
2
,
149
254
CN
25400
S
A partir do valor de S obtém-se o valor de Ia= 29,8. Como P > Ia, o escoamento superficial é dado por:
mm
5
,
8
)
S
Ia
P
(
)
Ia
P
(
Q
2
Portanto, a chuva de 70 mm provoca um escoamento de 8,5 mm.
IPH 01019 Escoamento
Perdas iniciais = 0,2 . S
254
CN
25400
S
0 < CN O 100
25 < CN O 100
Método do SCS
CN tabelado de acordo com tipo de solo e
características da superfície
IPH 01019 Escoamento
254
CN
25400
S
Perdas iniciais = 0,2 . S
Superfície Solo A Solo B Solo C Solo D
Florestas 25 55 70 77 Zonas industriais 81 88 91 93 Zonas comerciais 89 92 94 95 Estacionam entos 98 98 98 98 Telhados 98 98 98 98 Plantações 67 77 83 87
Exemplo de tabela:
Tipos de solos do SCS:
A – arenosos e profundosB – menos arenosos ou profundos C – argilosos
D – muito argilosos e rasos
Uso do solo Superfície A B C D
Solo lavrado com sulcos retilíneos 77 86 91 94
em fileiras retas 70 80 87 90
Plantações em curvas de nível 67 77 83 87
regulares terraceado em nível 64 76 84 88
Em fileiras retas 64 76 84 88
Plantações de Em curvas de nível 62 74 82 85
cereais terraceado em nível 60 71 79 82
Em fileiras retas 62 75 83 87
Plantações de Em curvas de nível 60 72 81 84
legumes ou Terraceado em nível 57 70 78 89
cultivados Pobres 68 79 86 89
Normais 49 69 79 94
Boas 39 61 74 80
Pastagens Pobres, em curvas de nível 47 67 81 88
Normais, em curvas de nível 25 59 75 83
Boas, em curvas de nível 6 35 70 79
Campos Normais 30 58 71 78
permanentes Esparsas, de baixa transpiração 45 66 77 83
Normais 36 60 73 79
Densas, de alta transpiração 25 55 70 77
Chácaras Normais 56 75 86 91
Estradas de Más 72 82 87 89
terra de superfície dura 74 84 90 92
Florestas muito esparsas, baixa transpiração 56 75 86 91
esparsas 46 68 78 84
densas, alta transpiração 26 52 62 69
Método SCS para eventos complexos (mais do
que um intervalo de tempo com chuva)
• Chuva acumulada x escoamento acumulado
• Chuva incremental x escoamento incremental
Exemplo
• Qual é o escoamento superficial gerado pelo
evento de chuva dado na tabela abaixo numa bacia
com CN = 80?
Tempo (min) Chuva (mm) 10 5.0 20 7.0 30 9.0 40 8.0 50 4.0 60 2.0 Chuva (mm) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 10 20 30 40 50 60 Chuva (mm)Solução
• A solução é obtida acumulando a chuva até o
final de cada intervalo de tempo.
• Depois é calculado o escoamento acumulado.
• Depois são calculados os escoamentos
S
8
,
0
P
S
2
,
0
P
Q
2
Tempo (min) Chuva (mm) Chuva acumulada (mm) Escoamento acumulado (mm) Infiltração acumulada (mm) Escoamento (mm) Infiltração (mm) 10 5.0 5.0 0.0 5.0 0.0 5.0 20 7.0 12.0 0.0 12.0 0.0 7.0 30 9.0 21.0 1.0 20.0 1.0 8.0 40 8.0 29.0 3.3 25.7 2.4 5.6 50 4.0 33.0 4.9 28.1 1.6 2.4 60 2.0 35.0 5.8 29.2 0.9 1.1CN = 80 S = 63,7 0,2 S = 12,7
Q = escoamento acumulado (mm)
P = precipitação acumulada (mm)
Equação válida para P > 0,2 S
Quando P < 0,2 S ; Q = 0
Chuva acumulada 0 10 20 30 40 50 10 20 30 40 50 60
Chuva, escoamento e infiltração acumulada
0 10 20 30 40 50 10 20 30 40 50 60
Chuva, escoamento e infiltração
0 2 4 6 8 10 12 14 10 20 30 40 50 60 Chuva 0 5 10 15 20 25 30 10 20 30 40 50 60
Exemplo SCS
Exercício SCS
• Qual é o escoamento superficial gerado pelo evento
de chuva dado na tabela abaixo numa bacia com
campos e solos arenosos?
Tempo (min) Chuva (mm) 10 8.0 20 17.0 30 11.0 40 15.0 50 4.0 60 2.0
Passo 0: estimar CN
• Com CN estimar S
• Com S estimar Ia
Passo 1: Chuva acumulada
Tempo (min) Chuva (mm)Chuva acumulada
(mm)
10 8.0 20 17.0 30 11.0 40 15.0 50 4.0 60 2.0Passo 2: Chuva acumulada maior que
Ia?
S 8 , 0 P S 2 , 0 P Q 2 Sim, use: Não, então Q = 0para calcular escoamento acumulado, onde P é a precipitação acumulada
Passo 3: Calcular escoamento
incremental
• Escoamento incremental é o escoamento
acumulado até o fim do intervalo k menos o
escoamento acumulado até o fim do intervalo
k-1.
Chuva, escoamento e infiltração 0 2 4 6 8 10 12 14 10 20 30 40 50 60
Chuva, escoamento e infiltração
0 2 4 6 8 10 12 14 10 20 30 40 50 60
CN = 80
CN = 90
Efeito do CN
• Bacia com 30 % de área urbana densa (CN = 95) e 70
% de área rural, com pastagens, cultivos e florestas
(CN = 78)
rural urbano medio0
,
30
CN
0
,
70
CN
CN
1
,
83
CN
medio
CN composto
IPH 01019 EscoamentoAnalisar o efeito da urbanização
• O exemplo a seguir mostra como é possível
usar o cálculo do escoamento pelo método
SCS para avaliar o efeito hidrológico da
urbanização de uma bacia.
– situação original: 30% urbana; 70% rural
– situação modificada: 100% urbana
• Bacia com 30 % de área urbana densa (CN = 95) e 70 % de
área rural, com pastagens, cultivos e florestas (CN = 78)
Chuva, escoamento e infiltração
0 2 4 6 8 10 12 14 10 20 30 40 50 60
Chuva acumulada = 35 mm
Chuva efetiva = 8 mm
Infiltração = 27 mm
Exemplo SCS
IPH 01019 Escoamento• Bacia com 100 % de área urbana densa (CN = 95) e 0 % de
área rural, com pastagens, cultivos e florestas (CN = 78)
Chuva acumulada = 35 mm
Chuva efetiva = 22,9 mm
Infiltração = 12,1 mm
Chuva, escoamento e infiltração
0 2 4 6 8 10 12 14 10 20 30 40 50 60
Quase 3 vezes mais escoamento!
Exemplo SCS cenário futuro
IPH 01019 Escoamento
Q
D
t
D
Q
pós-urbanização pré-urbanizaçãot
Agra, 2002• Transformação da chuva efetiva em vazão
•
o histograma tempo área e o hidrograma unitário
• Modelo SCS é simplificado
– Diferentes usuários chegarão a resultados diferentes
dependendo do CN adotado
– Bacias pequenas
– Se possível, verificar em locais com dados e para
eventos simples
Considerações finais
IPH 01019 Escoamento