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Academic year: 2021

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Introdução

A elaboração deste trabalho surge no âmbito da disciplina de Organização e Desenvolvimento Curricular.

Ao elaborá-lo pretende-se aprofundar o “porquê” ou qual a necessidade de elaborar um Plano Educativo Individual. Procura-se demonstrar a necessidade de intervir e adaptar os currículos às necessidades das crianças, e não o contrário.

Para as crianças com necessidades educativas especiais devem garantir-se diferentes formas de apoio, independentemente dos recursos necessários.

“ O desenvolvimento de escolas inclusivas que atendem um número elevado de alunos, tanto nas áreas rurais como urbanas pressupõe: a articulação de uma política forte e precisa no referente à inclusão, como uma dotação financeira adequada; uma campanha eficaz de informação do público destinada a combater os preconceitos negativos e a promover as atitudes informadas e positivas: um programa extensivo de orientação e formação de pessoal, e a disponibilização dos serviços de apoio necessários. Para contribuir para o êxito das escolas inclusivas são precisas mudanças, além de em muitos outros, nos seguintes sectores educativos: currículo, instalações, organização escolar, pedagogia, avaliação, pessoal, ética escolar e actividades extra curriculares.

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO Decreto-Lei nº 319/91, de 23 de Agosto

A legislação que regula a integração dos alunos portadores de deficiência nas escolas regulares, publicada há mais de 10 anos, carece de actualização e de alargamento. A evolução dos conceitos relacionados com a educação especial, que se tem processado na generalidade dos países, as profundas transformações verificadas no sistema educativo português decorrentes da publicação da Lei de Bases do Sistema Educativo, as recomendações relativas ao acesso dos alunos deficientes ao sistema regular de ensino emanadas de organismos internacionais a que Portugal está vinculado e finalmente, a experiência acumulada durante estes anos levam a considerar os diplomas vigentes ultrapassados e de alcance limitado.

A substituição da classificação em diferentes categorias, baseada em decisões de foro médico, pelo conceito de "alunos com necessidades educativas especiais", baseado em critérios pedagógicos;

A crescente responsabilização da escola regular, pelos problemas dos alunos com deficiência ou com dificuldades de aprendizagem;

A abertura da escola a alunos com necessidades educativas especiais, numa perspectiva de "escolas para todos";

Um mais explícito reconhecimento do papel dos pais na orientação educativa dos seus filhos;

A consagração, por fim, de um conjunto de medidas cuja aplicação deve ser ponderada de acordo com o princípio de que a educação dos alunos com necessidades educativas especiais deve processar-se no meio menos restritivo possível, pelo que cada uma das medidas só deve ser adoptada quando se revele indispensável para atingir os objectivos educacionais definidos.

Ao longo deste trabalho será analisado de forma mais aprofundada o Artigo 15.º, referente ao Plano Educativo Individual.

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Assim, no desenvolvimento do regime jurídico estabelecido pela Lei nº 46/86, de 14 de Outubro (Lei de Bases do Sistema Educativo), e nos termos da alínea c) do nº 1 do artigo 201º da Constituição, o Governo decreta o seguinte, relativamente ao artigo referido anteriormente:

Artigo 15º

Plano educativo individual

1 - Do plano educativo individual constam obrigatoriamente os seguintes elementos:

a) Identificação do aluno;

b) Resumo da história escolar e outros antecedentes relevantes, designadamente, grau de eficácia das medidas menos restritivas anteriormente adoptadas;

c) Caracterização das potencialidades, nível de aquisições e problemas do aluno;

d) Diagnóstico médico e recomendações dos serviços de saúde escolar, se tal for adequado;

e) Medidas do regime educativo especial a aplicar;

f) Sistema de avaliação da medida ou medidas aplicadas; g) Data e assinatura dos participantes na sua elaboração.

2 - O recurso à medida prevista na alínea i) do nº 2 do artigo 2º implica que no plano educativo individual conste:

a) A orientação geral sobre as áreas e conteúdos curriculares especiais adequadas ao aluno;

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A necessidade de um Plano Educativo Individual

O Decreto-Lei 319/91, de 23 de Agosto, estabelece que, para os alunos identificados com Necessidades Educativas Especiais (NEE) consideradas “complexas” deve ser elaborado um “Plano Educativo Individual” (PEI).

Qual a necessidade da sua elaboração?

Os alunos com problemas educativos complexos, geralmente relacionados com deficits de origem física, intelectual ou emocional, poderão necessitar de uma ou mais medidas incluídas no “regime educativo especial” e, logicamente, estas medidas poderão também exigir a participação de diferentes intervenientes e serviços.

Ao elaborar o PEI, deve haver a preocupação de definir de forma bastante clara, o papel de cada um dos intervenientes, assim como um conjunto de procedimentos a adoptar.

Por exemplo, no caso de um aluno com paralisia cerebral, que geralmente, necessita do apoio do professor de educação especial, da colaboração de técnicos terapêuticos, de adaptações materiais e administrativas no âmbito da escola, da colaboração do serviço social escolar e ainda, o mais importante, o empenho dos pais, é fundamental que todas estes aspectos estejam devidamente justificados no PEI. É portanto, esta é a principal função do Plano Educativo Individual.

Quando se elabora um PEI para determinado aluno, deve-se considerar a possibilidade de haver alterações na organização escolar – por exemplo ao nível dos espaços físicos. Pode-se verificar a necessidade de alterar os espaços físicos para dar lugar a um espaço para apoio ou até mesmo para permitir que determinado aluno não seja obrigado a ter aulas num andar superior não servido de elevador. Por outro lado, pode haver alterações que exijam o recurso a aulas de compensação educativa; ou a colaboração de um maior número de auxiliares de acção educativa.

Algumas destas medidas são unicamente da responsabilidade da escola, outras poderão ser requisitadas a outros serviços como, autarquias, serviços de Saúde ou Segurança Social.

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No entanto, para que a escola assegure a solução destas medidas, é necessária a existência de um suporte escrito, elaborado por técnicos especializados, que as justifique devidamente. O PEI é, portanto, o justificativo de determinadas medidas.

Quando um aluno é sujeito a alterações no seu percurso educativo, quando lhe são aplicadas medidas especiais, quando é alterado o seu regime educativo ou, até mesmo, quando é sujeito a quaisquer forma de avaliação formal ou informal diferentes das estabelecidas nos padrões normais, revela-se extremamente importante e indispensável o conhecimento dos pais a respeito de todas as medidas adoptadas para com o seu filho.

Esta obrigatoriedade de dar conhecimento aos pais parece-me também importante na elaboração do PEI, uma vez que, estes deverão participar em todo o processo educativo do seu filho, quer no momento de avaliação, quer na fase de intervenção.

Finalmente, para que se possa fazer uma avaliação do processo é importante que se tenha estabelecido um plano de actuação.

Para se perceber se a obrigatoriedade escolar está a ser cumprida, é necessário que se conheçam os objectivos propostos, os serviços implicados e a respectiva distribuição de responsabilidades. Esta, é somente mais uma justificação para a necessidade de elaborar um Plano Educativo Individual.

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Procedimentos prévios à elaboração de um Plano Educativo Individual O Decreto-Lei 319/91 contempla medidas que se aplicam quer a alunos com problemas educativos complexos e que são englobados por medidas mais ou menos diferenciadas, quer a alunos que estão afectados no seu processo educativo por problemas que não são considerados complexos e que podem ser solucionados sem a intervenção dessas medidas.

Tendo em conta estas duas possibilidades, parece necessário percorrer um “trilho” que ofereça diferentes “saídas”, em diferentes alturas da sua evolução.

Assim sendo, estas fases caracterizam-se por: 1. Detecção e caracterização inicial do aluno

A existência de um problema educativo pode ser identificada, quer pelo professor, quer pela própria família, em qualquer momento do seu percurso educativo.

Após a identificação do problema, é necessário que o educador ou professor do aluno, relate por escrito, de preferência utilizando um formulário próprio:

 O que se observa como sendo indicativo de um problema;  As condições em que a situação se verifica e eventuais

causas;

 Sugestões para a resolução do problema.

Posteriormente, deverá ser realizada uma reunião no sentido de perceber se a solução para o problema, é possível de resolver no âmbito dos recursos existentes na escola, ou se por outro lado, o problema exige respostas complexas ou medidas diferenciadas.

Neste último caso, é fundamental que se proceda a uma avaliação mais aprofundada. Esta avaliação terá de obter a prévia autorização dos pais.

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2. Avaliação, diagnóstico e elaboração do Plano Educativo Individual

O aluno deverá ser observado por uma equipa de técnicos responsáveis por:

 Avaliar o aluno ao nível dos diferentes domínios;

 Decidir sobre se se trata ou não de um caso que deva ser objecto de um PEI;

 Se concluírem que sim, deverão indicar as linhas gerais de orientação desse mesmo *EI e das medidas a adoptar;  No caso de estar incluída a medida “Ensino Especial”,

deverão solicitar ao Professor de Educação Especial a elaboração de um Programa Educativo (PE).

No caso de não ser confirmada a necessidade de elaborar um PEI, o caso será reenviado ao professor do aluno, a fim de srem accionadas respostas consideradas adequadas.

3. Elaboração de um Plano Educativo Individual

Definição de objectivos

Tendo em conta os problemas educativos que aluno apresenta, deverão orientar-se pelos seguintes princípios:

 Salvaguarda da máxima integração escolar e social que for possível;

 Utilização prioritária das medidas menos diferenciadas e menos restritivas.

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Assim, os objectivos gerais do PEI, caracterizam-se por:

 Garantir aos alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE) as condições de aprendizagem e de frequência escolar consideradas mais adequadas;

Para garantir a estes alunos o ensino regular visando sempre uma maior integração, a elaboração do PEI deverá orientar-se tanto quanto possível neste sentido, procurando proporcionar-lhe não só uma boa integração mas também o máximo desenvolvimento das suas potencialidades.

Há que não esquecer também que ao elaborar o PEI, dever-se-á ter em conta, a especificidade de cada situação individual e responder aos respectivos problemas, sejam estes na área da comunicação, da compreensão, emocional e/ou do comportamento.  Orientar a intervenção do educador e dos restantes elementos

implicados no Plano;

O PEI é, sem dúvida, um documento orientador para todos os intervenientes no processo educativo da criança, nomeadamente, os docentes que com ele lidam diariamente. Por este motivo, nele deverão constar dados essenciais da avaliação do aluno, tais como linhas gerais da orientação educativa proposta, onde são expressas as medidas do regime educativo especial seleccionadas e, finalmente, em que são claramente definidas as responsabilidades de cada elemento que intervém neste processo.

Para além de tudo isto, o PEI parece também importante na medida em que proporciona momentos de colaboração entre os professores do Ensino Regular e os professores de Educação Especial.

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 Clarificar a responsabilidade de cada interveniente no processo educativo e facilitar a coordenação entre todos eles.

Os programas de educação especial realizados em escolas regulares implicam a participação dos diferentes intervenientes, sejam elementos da escola, ou elementos que estão vinculados sob o ponto de vista técnico a serviços que lhe são externos. Por este motivo, verifica-se a necessidade de clarificar a função de cada um dos intervenientes e respectiva definição de responsabilidades.

Na realidade, o sucesso ou insucesso dos alunos, depende, muitas vezes de recursos externos à escola e, no momento da avaliação, é fundamental qual a responsabilidade a imputar a cada interveniente, realizando, posteriormente, os ajustes necessários.

Ao longo do processo educativo da criança, é fundamental a implementação do envolvimento dos pais.

Por este motivo, o PEI prevê que os pais desenvolvam a sua actuação em diversos níveis:

 Antes de qualquer outra coisa, é-lhes reconhecido o direito de conhecer as medidas especiais que a escola propõe para o seu filho, e de concordar, ou não, com elas;

 É-lhes também reconhecido o seu “saber” em relação aos seus filhos, os problemas e as angústias que os afectam;

 E porque os pais, mais do que qualquer técnico, conhece o seu filho, é-lhes solicitado o seu apoio na elaboração dos programas educativos. Esta é, sem dúvida, uma colaboração especialmente importante quando

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 Posteriormente, ser-lhes-á solicitado o seu parecer nos momentos de avaliação, sendo aí reconhecida, novamente, a importância do sua opinião sobre a evolução sentida no seu filho;

 Finalmente, ao serem facultadas aos pais as propostas de intervenção educativa, são-lhes disponibilizados meios para que possam assumir uma mais activa intervenção junto de quem de direito, em prol do cumprimento das medidas legais em vigor no campo da educação especial.

Componentes do Plano Educativo Individual

De acordo com o artigo 15.º do Decreto-Lei 319/91, o PEI deve conter elementos que se podem agrupar do seguinte modo:

a) Elementos de identificação do aluno: nome; idade; morada; filiação;

b) Elementos de caracterização do aluno; Estes elementos devem dizer respeito a:

 Situação sócio-familiar;

 Desenvolvimento do aluno sob o ponto de vista educacional;

 Problemas que afectam o aluno (diagnóstico médico, se for caso disso); c) Medidas do regime educativo especial a aplicar; d) Sistema de avaliação a adoptar;

e) Identificação dos intervenientes na execução do PEI e respectivo comprometimento;

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Assim, considerando a proposta de aplicação de uma ou mais medidas do Regime Educativo Especial (REE), há que determinar com clareza as medidas de que se trata, a forma como vão ser aplicadas, os locais, bem como os respectivos intervenientes e esforços que a escola terá de assegurar.

Por exemplo, se for referido que o aluno necessita de “Apoio Pedagógico Acrescido” deverá ser determinado que professor o irá ministrar, qual a previsão do tempo em que vai decorrer e o espaço em que se vai realizar.

Se se tratar de “adaptações materiais” é necessário estabelecer em que consistem, se estas estão disponíveis e, no caso contrário, quais os passos que irão ser dados para a sua obtenção.

Considerando a responsabilização de diferentes intervenientes no processo, há que implicar quer os profissionais em causa, quer, sempre que necessário, os serviços de que estes dependem.

Assim, se por exemplo, para determinado aluno for proposto o apoio terapêutico de pessoal de um “Centro de Paralisia Cerebral” ou de uma instituição de educação especial, é importante que os técnicos e dirigentes destes serviços se comprometam com esta acção.

Relativamente ao processo de avaliação do aluno, é importante que o PEI esclareça quais as adaptações a que esta avaliação deve ficar sujeita, quer no que diz respeito à forma de comunicação utilizada com o aluno e pelo aluno, quer ao contexto em que são realizadas e ao seu tempo de execução. Assim sendo, é importante que a avaliação esteja bem explícita no PEI e quais as adaptações a que está sujeita.

Considerando, finalmente, a concordância dos pais, é importante que ela seja precedida dos necessários esclarecimentos em que se incluem as implicações de cada medida proposta.

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É muito importante o envolvimento dos pais. Conclusã0

“A primeira escola da criança é a família. Na família ela aprende observando o modelo do adulto. O adulto faz, a criança observa e imita…

Na família, lição é a toda a hora: na conversa da vizinha, na arrumação da casa, nas brigas…”

Paulo Freire Embora sejam diversos os intervenientes na educação da criança, os pais desempenham, sem dúvida, um papel fundamental especialmente nas primeiras aprendizagens.

As primeiras relações que a criança estabelece na família são determinantes na atitude que ela assumirá perante o resto do “mundo” – os outros. Se à criança foram transmitidos sentimentos de segurança, então estarão mais desenvolvidos sentimentos de auto estima e confiança nos outros. No entanto, a forma e a qualidade dessas relações são fortemente influenciadas pela cultura da família e do meio envolvente, bem como pelas condições materiais.

Muitas vezes, o desconhecimento da cultura de origem da criança pode levar o professor, tanto do Ensino Regular como do Ensino Especial, a assumir atitudes de desvalorização que podem provocar, na criança, sentimentos de inferioridade ou desadaptação. É também por este motivo que se revela extremamente importante que, os pais participem de forma activa na elaboração do Plano Educativo Individual, dando sempre que necessário informações indispensáveis acerca da criança.

Os pais serão, na maior parte das vezes, a principal fonte de informação, reforçando, desta forma, as aprendizagens da criança com a introdução de actividades que facilmente possam fazer parte da rotina diária da família.

A elaboração do Plano Educativo Individual surge precisamente para garantir aos alunos com Necessidades Educativas Especiais o ensino regular visando uma melhor integração.

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O PEI é documento de elevada importância, visto que se apresenta como orientador dos intervenientes no processo educativo da criança, nomeadamente, os docentes que com ele trabalham diariamente.

“Quando sabemos qual é o nosso propósito, o trabalho da alma realiza-se da melhor forma possível através do nosso corpo.

Um propósito claro, elimina todas as dúvidas, pois identificamos aquilo que nos conduz à nossa meta ou nos desvia dela.

A energia nas nossas vidas é imensa quando uma clareza de propósito está sempre presente.”

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Bibliografia

Acção de formação – Educação Especial – Dificuldades de Aprendizagem (Associação de Escolas dos Concelhos de Mangualde e Penalva do Castelo)

Referências

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