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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO TOCANTINS

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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO

SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO TOCANTINS Processo N° 0007236-48.2014.4.01.4300 - 1ª VARA FEDERAL

Nº de registro e-CVD 00298.2014.00014300.1.00191/00128

Impetrante: CLESTON PAIVA FERREIRA

Impetrado: PRO REITORA DE GRADUACAO DA UFT, REITOR DA FUNDACAO UNIVERSIDADE FED. DO TOCANTNS-UFT, UNIAO FEDERAL, UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS - UFT

SENTENÇA

I – RELATÓRIO

CLESTON PAIVA FERREIRA impetrou o presente mandado de segurança contra BERENICE FEITOSA DA C. AIRES E MÁRCIO ANTONIO DA SILVEIRA Pró-Reitora de Graduação e Reitor, respectivamente, da Universidade Federal do Tocantins, objetivando a transferência do curso de medicina do Instituto ITPAC, em Araguaína/TO, para o mesmo curso na Universidade Federal do Tocantins, campus de Palmas/TO.

Ressurtiu, o autor, que é estudante do curso de medicina do Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos LTDA. (ITPAC), em Araguaína/TO, desde 2012, bem como policial militar do Estado do Tocantins.

Asseverou que no dia 15 de fevereiro de 2014 foi transferido para o 6ª Batalhão da Polícia Militar em Palmas/TO, sendo lotado na cidade de Aparecida do Rio Negro/TO, que está a 73 KM de distância daquela cidade e a 129 KM de Porto Nacional/TO.

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TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO

SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO TOCANTINS Processo N° 0007236-48.2014.4.01.4300 - 1ª VARA FEDERAL

Nº de registro e-CVD 00298.2014.00014300.1.00191/00128

Aparecida do Rio Negro ficar próxima à cidade de Porto Nacional, local em que existe o curso de medicina da ITPAC.

Aduz que o curso de medicina é integral e por isso exige maior demanda de tempo e dedicação, o que se tornaria inviável dado a distância entre as cidades de Rio Negro e Porto Nacional.

Formulou pedido de liminar e no mérito a confirmação desta. Juntou os documentos de fls. 18/62.

No despacho de fl. 63 determinei que autoridade impetrada prestasse alguns esclarecimentos, bem como solicitei informação ao Comando Geral da Polícia Militar do Tocantins.

A UFT requereu o ingresso no feito (fl. 69).

A autoridade coatora prestou as informações de fls. 77/123 na qual sustenta que a transferência solicitada não preenche o requisito essencial, qual seja, que as instituições de ensino envolvidas sejam congêneres.

Ressurtiu que a jurisprudência excepcionou a regra da congeneridade nos casos em que não houver no local, para onde o servidor for transferido ou em localidade próxima, instituição de ensino similar, no entanto, no caso dos autos, não resta configurada essa exceção, porquanto existe uma instituição congênere na região circunvizinha a Palmas, localizada na cidade de Porto Nacional.

Esclareceu que o Curso de Medicina da UFT é ofertado em regime integral, exigindo dedicação exclusiva às atividades acadêmicas, sobretudo em razão de estágios, formato e estrutura curricular, sendo as atividades desenvolvidas no horário das 7h30min. às 18h30min. e, por vezes, adentram o período noturno.

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TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO

SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO TOCANTINS Processo N° 0007236-48.2014.4.01.4300 - 1ª VARA FEDERAL

Nº de registro e-CVD 00298.2014.00014300.1.00191/00128

À fl. 121 foi acostado o ofício da Polícia Militar respondendo aos questionamentos deste Juízo.

Às fl. 123 o autor apresentou memorial através do qual sustenta que a duração da viagem de Aparecida do Rio Negro até Porto Nacional é bem superior a uma hora e que o tempo de deslocamento de Palmas para Porto Nacional leva cerca de uma hora.

Sustenta que trabalha em regime de escalas e, quando escalado e existem aulas a serem ministradas, normalmente é dispensado das funções, de forma temporária, devendo retornar imediatamente ao trabalho depois das aulas.

A decisão proferida às fls. 124/130 negou o pedido de liminar formulado.

O Ministério Público Federal manifestou-se pela denegação da ordem pretendida (fls. 141/143).

É o relatório.

II – FUNDAMENTAÇÃO

Concorrem os pressupostos processuais e as condições da ação. Ao apreciar o pedido liminar, decidi o seguinte:

“Segundo o artigo 7º, inciso III, da Lei nº 12.016/2009, para a concessão de liminar em mandado de segurança, o juiz deve se convencer da probabilidade do direito alegado (relevância do fundamento) e, de que haja fundado receio de ineficácia da medida, caso venha a ser concedida somente na sentença (periculum in mora).

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curso de medicina, no qual é discente do 4º período, porquanto foi removido para a cidade de Aparecida do Rio Negro/TO por interesse da Administração.

Inicialmente, observo que consoante os documentos carreados aos autos é incompatível os horários de atividades do autor como policial militar e a grade do Curso de Medicina da Universidade Federal do Tocantins.

Conforme esclarecido pela autoridade coatora, o Curso de Medicina da UFT é ofertado em regime integral, exigindo dedicação exclusiva às atividades acadêmicas, sobretudo em razão de estágios, formato e estrutura curricular, sendo as aulas ministradas no horário das 7h30min. às 18h30min. e, por vezes, adentram o período noturno.

Por outro lado, o Comandante-Geral da Polícia Militar do Tocantins informou que o autor exerce escala de trabalho de 48 horas ininterruptas, sendo recomendável que resida na mesma cidade onde trabalha.

Do cotejo dos horários informados chega-se à conclusão de que não é possível ao autor exercer suas atividades como policial militar e ao mesmo tempo atender à grade curricular da UFT, porquanto nas 48 horas em que estiver de escala não poderá freqüentar as aulas na aludida instituição de ensino.

O demandante exerce atividade relativa à segurança pública, cujo objetivo principal é a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio e que tem por princípio a hierarquia e a disciplina.

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atividades, no mínimo, das 07h30 às 18h30min, mormente em razão da função exercida pelo demandante.

Ademais, é entendimento pacificado na jurisprudência que a transferência de aluno que fora removido por interesse da Administração deve ocorrer entre instituições de ensino congêneres, ou seja, entre universidades públicas ou entre particulares.

Na espécie, o autor cursa medicina em universidade particular e deseja ser transferido para universidade pública. Como dito alhures, a regra é a impossibilidade dessa espécie de transferência, sendo admitido em casos excepcionais essa circunstância tão somente quando restar demonstrado que não existe faculdade congênere.

Conforme entendimento do STJ “só se permite a transferência de estudante de ensino superior, dependente de militar, entre instituições congêneres, ou seja, de universidade pública para pública ou de privada para privada, somente se excepcionando à regra em caso de inexistência de estabelecimento da mesma natureza no local da nova residência ou em suas imediações (REsp. 688.675/RN).

No caso vertente, há estabelecimento de ensino congênere nas imediações do local para o qual o impetrante foi removido, pois na cidade de Porto Nacional existe o curso de medicina da mesma instituição de ensino que o autor encontra-se atualmente matriculado.

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desproporcional capaz de atrair a excepcionalidade de se permitir a transferência de aluno de uma instituição de ensino privado para uma pública.

A alegação de que o autor é militar e está sujeito a regime de trabalho diferenciado não serve como argumento para concessão da liminar, porquanto tanto na UFT como na ITPAC o curso de medicina é integral. O tempo que o demandante levará para percorrer os 56 KM de distância a mais não justifica a alegação de que caso não seja deferido o pedido para a matrícula na UFT o impedirá de continuar o seu curso e nem tampouco serve como justificativa para migração para uma universidade pública. Por essas razões, o indeferimento da liminar é medida que se impõe.”

Compulsando o feito, verifico que permanecem os requisitos ensejadores da segurança pleiteada, razão pela qual mantenho o mesmo entendimento. III – DISPOSITIVO

Ante o exposto, DENEGO a segurança. Condeno o autor ao pagamento das custas.

Sem condenação em honorários advocatícios (artigo 25 da Lei 12.016/2009). Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

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