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NOVA TÉCNICA PARA TRANSFERÊNCIA DE IMPLANTES MÚLTIPLOS

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NOVA TÉCNICA PARA TRANSFERÊNCIA

DE IMPLANTES MÚLTIPLOS

New technique for transfer of multiple implants

RESUMO

Diante da difi culdade clínica em conseguir uma transferência perfeita do posicionamento dos implantes, o objetivo desse artigo foi mostrar uma nova técnica para transferência de implantes múltiplos. A realização da união com resina acrílica dos componentes pro-téticos calcináveis, previamente preparados, diretamente na boca, permite a confecção de prótese sobreimplantes com assentamento passivo, sem soldas na estrutura metálica e realizada em tempo clínico reduzido.

Unitermos – Implante dentário; Moldagem em Implantodontia; Moldagem de trans-ferência.

ABSTRACT

Given the clinical diffi culty in achieving a transfer of the perfect positioning of the implants, the aim of this study was to demonstrate a new technique for transfer of multiple implants. The attainment of the union, with the acrylic resin prosthetic burnout, pre-prepared directly in the mouth, allows the fabrication of implant prosthesis with a passive fi t without welding the metal frame and held in small clinical time.

Key Words – Dental implant; Dental implants molding; Transfer molding.

Recebido em jun/2012 – Aprovado em set/2012 Aurélio Belas*

Rafael Tomio** Weider Silva*** *Especialista em Prótese Dental e Periodontia – ABO, Goiânia/GO; Especialista em Radiologia – USP, Bauru/SP; Professor do curso de Especialização em Implantodontia – ABO, Brasília/DF. **Especialista em Periodontia e Implantodontia – ABO,

Brasília/DF; Professor do curso de Especialização em Implantodontia – ABO, Brasília/DF. ***Especialista em Dentística – Faciplac, Brasília/DF;

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Introdução

Com o surgimento dos implantes osseointegráveis, a Odontologia ganhou mais uma opção para a reabilitação de pacientes com ausência dentária, o que fez aumentar a importância e a necessidade de tratamentos multidis-ciplinares1-3.

O sucesso clínico da manutenção da osseointegração do implante ao longo dos anos está diretamente relaciona-do com a prótese nele instalarelaciona-do. A precisão na adaptação da prótese implantossuportada é essencial para sua lon-gevidade, uma vez que prótese mal adaptada gera sobre-carga nos componentes mecânicos do sistema, podendo resultar em fratura ou afrouxamento dos

parafusos, fratura do implante ou prejudicar a biologia dos tecidos peri-implantares4-9.

Para se obter passividade na adaptação das próteses sobreimplantes, é necessário obter um modelo fi el do seu posicionamento tridimensional. Entretanto, essa passividade é difícil de ser conseguida devido as etapas críticas de moldagem, obtenção de modelos e confecção da prótese6,10.

Frequentemente, são utilizadas duas formas de transferência de moldagem6,10. Na

técnica com moldeira fechada, o transferente após a obtenção do molde é removido do implante, encaixado no análogo e adaptado no molde. Apesar de não ser tão precisa, ela é de fácil execução, rápida e indicada para pacientes com pouca abertura bucal11-17.

Na moldagem aberta, o transfer é arras-tado junto com o molde. Apesar de parecer mais precisa, ela necessita da prévia con-fecção de moldeiras individuais, o paciente precisa possuir grande abertura bucal e ainda é necessária a união dos transferentes com resina acrílica, nos casos de implantes múltiplos6,10,13,18-23. Essa união realizada

total-mente em boca pode gerar desadaptações da prótese, devido a contração de polimerização da resina acrílica6,24.

Diante das difi culdades clínicas para a obtenção de modelos fi éis com as técnicas de transferências convencionais, este artigo teve o propósito de mostrar uma nova técnica

de transferência para implantes múltiplos, realizando a união diretamente sobre os implantes na boca, com os componentes protéticos calcináveis previamente prepa-rados com resina acrílica.

Relato de Caso Clínico

Paciente do sexo masculino, 68 anos, ASA I, leu-coderma, apresentou-se desejando realizar tratamento reabilitador estético e funcional. Ao exame clínico foi observada prótese removível superior insatisfatória, ausência de elementos dentários e perda de dimensão vertical (Figuras 1 e 2).

Nos exames radiográfi cos e tomográfi cos verifi cou-se a reabsorção acentuada do rebordo óscou-seo maxilar e mandibular; assim como a presença de lesões periapicais nos elementos dentários presentes (Figura 3).

Após análise criteriosa de fotografi as, radiografi as e tomografias, um planejamento multidisciplinar foi realizado. Sob sedação endovenosa, o caso foi iniciado cirurgicamente com as extrações conservadoras dos

Figura 1

Fotografi a intraoral frontal inicial.

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elementos inferiores, curetagem dos alvéolos, regularização óssea e ins-talação imediata de seis implantes (4 mm x 15 mm – 3I Nanotite) na região entre forâmenes (Figuras 4 e 5).

Todos os implantes tiveram trava-mento de torque superior a 45 N. Ime-diatamente à instalação dos implantes

foram colocados minipilares cônicos (1 mm – 3I) com torque de 20 N e reali-zada moldagem com transferentes de moldeira fechada e silicone de adição. Logo em seguida, nova transferência dos implantes foi realizada com coifas calcináveis previamente preparadas com resina acrílica (Duralay), as quais foram unidas com resina acrílica de alta precisão e rápi-da presa (Patern), confeccionando-se assim o índex de transferência, o qual permite fi delidade total na cópia do posicionamento dos implantes (Figuras 6 e 7).

Figura 3 Radiografi a panorâmica inicial.

Figura 4

Visualização do forâmen mentoniano.

Figura 5

Instalação dos implantes inferiores.

Figura 6

Implantes inferiores com transfers de moldagem.

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Ainda na mesma sessão clínica foi iniciada a reabi-litação da maxila. Uma prótese provisória total superior previamente encerada foi provada. Após reabertura bilate-ral dos seios maxilares, enxerto ósseo autógeno removido do ramo mandibular foi triturado e colocado dentro de cada seio, juntamente com quatro implantes (4 mm x 15 mm – 3I Nanotite), os quais tiveram travamento de torque mínimo de 30 N. Externamente a cada seio maxilar foi co-locada uma membrana reabsorvível (Gederm – Baumer). Suturas contínuas foram realizadas (Figura 8).

No outro dia, a prótese carga imediata provisória inferior metaloplástica foi instalada simultaneamente com a prótese total removível superior provisória. A não con-fecção da carga imediata diretamente em metalocerâmica

foi devido ao tempo necessário para confecção dessa peça superar as 72 horas ideais para carga imediata (Figura 9).

Após seis meses da intervenção cirúrgica em seio maxilar foi realizada a reabertura desses implantes. Não ocorreu osseointegração de um implante instalado no seio esquerdo. Na mesma sessão clínica foram instalados minipilares cônicos (1 mm – 3I) com torque de 20 N e rea-lizada moldagem com transferentes de moldeira fechada e silicone de adição. Logo em seguida, nova transferência dos implantes foi realizada com coifas calcináveis pre-viamente preparadas com resina acrílica (Duralay), as quais foram unidas com resina acrílica de alta precisão e rápida presa (Patern), confeccionando-se assim o índex de transferência (Figuras 10 a 12).

Figura 8 Sutura na maxila.

Figura 9

Carga imediata inferior e total superior provisória.

Figura 10

Reabertura e instalação de minipilares.

Figura 11

Coifas calcináveis previamente preparadas.

Figura 12

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Figura 18

Fotografi a do sorriso fi nal do paciente. Figura 13

Prova da duralay.

Figura 14

Instalação da prótese metaloplástica superior provisória.

Figura 15

Prova das infraestruturas metálicas.

Figura 16 Prova das cerâmicas.

Figura 17

Vista frontal das cerâmicas fi nalizadas.

Na outra sessão clínica foi realizada a prova em duralay das futuras estruturas metálicas das próteses defi nitivas. Logo em seguida, a prótese provisória superior metaloplástica foi instalada sobre os implantes, para um perfeito condicionamento prévio do perfi l de emergência gengival (Figuras 13 e 14).

A prova das estruturas metálicas foi realizada, assim como a prova da cerâmica aplicada sobre elas (Figuras 15 e 16).

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Discussão

A falta de adaptação passiva da prótese sobreim-plantes pode causar afrouxamento de parafuso, fratura de componente protético, fratura de implante e falhas na osseointegração.

Convencionalmente, existem duas técnicas de moldagem de transferência para implantes múltiplos, a fechada e a aberta. A técnica da moldeira fechada é considerada, por alguns autores, passível de ocorrer maior número de falhas11-12,18-22. Já a técnica da moldeira

aberta, apesar de ser considerada mais precisa6,23, além de

necessitar a confecção de moldeiras individuais, requer a união dos transferentes com resina acrílica24-25, a qual

sofre grande contração de polimerização6,26, causando

desadaptações nas estruturas protéticas.

A fi m de diminuir os problemas da contração de polimerização da resina, a técnica de união das coifas calcináveis previamente preparadas com resina acrílica faz com que a contração ocorra quase que em sua totali-dade antes da união ser realizada. O espaço mínimo de 1 mm deixado entre as coifas preparadas faz com que a quantidade de contração da resina seja clinicamente desprezível. Dessa forma é possível obter estruturas pro-téticas precisas e resistentes.

Conclusão

A técnica de transferência de implantes múltiplos, através da mínima união em boca dos componente s pro-téticos calcináveis previamente preparados com resina acrílica, assegura a confecção de próteses passivas, em reduzido tempo clínico e sem necessidade de soldas nas estruturas metálicas.

Nota de esclarecimento

Nós, os autores deste trabalho, não recebemos apoio fi nanceiro para pesquisa dado por organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. Nós, ou os membros de nossas famílias, não recebemos honorários de consultoria ou fomos pagos como avaliadores por organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho, não possuímos ações ou investimentos em organizações que também possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. Não recebemos honorários de apresentações vindos de organizações que com fi ns lucrativos possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho, não estamos empregados pela entidade comercial que patrocinou o estudo e também não possuímos patentes ou royalties, nem trabalhamos como testemunha espe-cializada, ou realizamos atividades para uma entidade com interesse fi nanceiro nesta área. Endereço para correspondência:

Weider Silva

SEPS 710/910 – Ed. Via Brasil – Sala 213 70390-108 – Brasília – DF

Tel.: (61) 3244-1234 weidersilva@hotmail.com

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