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Você aprenderá sobre a chegada dos europeus no continente americano e sobre a mudança de eixo para o Oceano Atlântico.

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A Expansão Marítima

Objetivo

Você aprenderá sobre a chegada dos europeus no continente americano e sobre a mudança de eixo para o Oceano Atlântico.

Se liga

Para essa matéria é importante que você saiba o conteúdo sobre Formação dos Estados Nacionais e Baixa Idade Média.

Curiosidade

Nessa reportagem você pode conferir algumas teorias sobre a “descoberta” do continente americano.

Teoria

A Expansão Marítima foi o processo de exploração e navegação do Oceano Atlântico, empreendido pelos europeus, durante os séculos XV e XVI.

No período conhecido como a transição entre a Idade Média e a Idade Moderna (XV – XVI), a Europa passou por uma fase de reformulação cultural, social, política e econômica que acarretou na chegada dos europeus, naquilo que ficou conhecido como o Novo Mundo (América). Fruto também de uma crise do sistema feudalista e das suas contradições, a onda de mudanças que atingiu o Velho Continente (Europa) ultrapassou as barreiras físicas e se materializou em uma expansão territorial.

O principal objetivo das Grandes Navegações era encontrar uma rota alternativa para as Índias, a fim de romper com o monopólio comercial das cidades italianas de Gênova e Veneza no Mar Mediterrâneo. É importante compreender que o movimento de se voltar para navegar o Oceano Atlântico está ligado ao domínio das atividades mercantis pelas cidades italianas.

A retomada da Antiguidade como uma fonte de inspiração e o aumento das atividades comerciais no Mar Mediterrâneo impulsionou um avanço científico em termos náuticos e cartográficos. Aliado as novas questões levantadas por pensadores renascentistas, a exploração da costa litorânea do continente africano, as novas rotas comerciais, o acesso ao oceano Índico e Pacífico e o conhecimento de novos territórios aprimoraram esses estudos e possibilitaram a travessia para o outro lado do Atlântico. Além disso, a superação de crenças medievais e o estímulo renascentista de descoberta e aventura, fez com que esses homens europeus se livrassem do medo de supostos monstros e aberrações que existiram nessas águas.

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As circunstâncias favoráveis para as expansões marítimas são resultado de um processo composto de diversos fatores construídos durante a Baixa Idade Média e que acarretaram na necessidade da descoberta e apropriação de novos territórios para suprir o novo modelo econômico: o capitalismo comercial. Logo, é importante lembrarmos que alguns fatores foram essenciais para que os europeus pudessem se aventurar no além-mar, uma vez que as Grandes Navegações foram resultado de uma série de condições políticas, econômicas, comerciais e geográficas. Dentre os fatores que explicam, podemos citar:

Monarquia consolidada, que centralizou o poder político e foi crucial para p financiamento de uma empreitada tão grande quanto a Expansão Marítima.

● Desenvolvimento de conhecimento náutico, através da Escola de Sagres, uma referência para estudiosos como cosmógrafos, cartógrafos, mercadores, aventureiros, entre outros.

● Interesse de diversos grupos na expansão (nobreza, em busca de terras; burguesia, em busca de rotas de comércio; e a Igreja, visando expandir a fé);

Posição geográfica favorável, no caso português isso foi essencial, já que o seu litoral era ponto de chegada e partida de várias embarcações que circulavam por diversos mares;

Pioneirismo português

Dentro do processo de formação das monarquias nacionais, Portugal se destacou por concretizar a sua unificação de forma precoce, ainda no século XIV, o que foi essencial para que ele se tornasse potência comercial e marítima. Com uma boa parte do território ocupado por mulçumanos após a invasão árabe no século VIII, a saga pela constituição dos reinos de Portugal e Espanha passou pela expulsão dos mouros do território da Península Ibérica através de guerras que também possuíam um aspecto sagrado – Guerras de Reconquista - para retomar o controle político, econômico e religioso do território.

Após a expansão territorial e a separação do reino de Leão promovida pela dinastia de Borgonha, a morte do último rei ocasionou uma crise de sucessão, uma vez que ele não havia deixado herdeiros. A falta de um herdeiro despertou o interesse do reino de Castela em ocupar o território com o intuito de anexá-lo ao seu reinado, entretanto a possível unificação não foi bem aceita por uma parcela da população. Temendo perder sua autonomia, alguns setores, como a burguesia e uma parte da nobreza, declararam seu apoio ao irmão bastardo do rei falecido, João – conhecido também como Mestre de Avis. A burguesia portuguesa que já se encontrava em um crescente sucesso econômico, proveu os recursos financeiros para a manutenção do Exército que levou a vitória do Reino de Portugal na Batalha de Aljubarrota.

A vitória consolida o poder monárquico em Portugal e unifica o país em torno da figura de Dom João I. O rei então inicia uma política de favorecimento a expansão econômica dos burgueses, que mudaram de patamar ao levar a sua expansão para o Atlântico, abrindo caminho para novas rotas comerciais.

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As rotas marítimas

A rota escolhida rumo às Índias foi o périplo africano, ou seja, através do contorno da África. Em 1415, dominaram Ceuta, no litoral africano, considerada o primeiro território ocupado durante a Expansão Marítima.

Após o domínio de Ceuta, Portugal foi conquistando várias possessões na África, onde comumente eram estabelecidas feitorias, fundamentais para o abastecimento dos navios e de relações comerciais com o continente africano.

Ao contrário do continente americano, Portugal e os outros países europeus não colonizaram o território africano de primeira, porque ali já havia sociedades organizadas em torno da atividade mercantil, o que facilitou as trocas comerciais, e porque existiam doenças no continente africano que afetavam absurdamente os europeus. Enquanto a América sofreu um processo contrário, de morte em grandes escalas devido a epidemias de doenças europeias, os homens do Velho Continente sofriam com as doenças que existiam na África.

Em 1433, quando o navegador Gil Eans consegue ultrapassar o Cabo do Bojador, estimula os europeus a se lançarem em novas viagens e possibilita a chegada dos europeus a costa Ocidental da África. O local, conhecido como o “Cabo do Medo”, era reconhecido pelas suas fortes ondas e por viagens que não chegavam ao seu destino, alimentando as teorias de que haviam monstros desconhecidos no mar e a suposição de que existia um abismo que se localizava exatamente ali.

Dando continuidade à expansão marítima, em 1488, Bartolomeu Dias conseguiu chegar ao Cabo da Boa Esperança e por fim, o navegador Vasco da Gama alcançou as Índias, no ano de 1498. Atualmente, existem evidências de que Pedro Álvares Cabral não foi o primeiro europeu a chegar na região que é o Brasil hoje, no ano de 1500. Alguns historiadores defendem que Duarte Pacheco teria chegado aqui anteriormente, no ano de 1498, a mando da coroa portuguesa.

Enquanto Portugal se lançava ao mar, a Espanha ainda estava fazendo o seu processo de unificação, que só se concretizou no ano de 1492. No mesmo ano, a coroa espanhola se lançou ao mar com o investimento na viagem de Cristóvão Colombo, que conseguiu apoio financeiro para sua empreitada. Através da circunavegação, Colombo queria comprovar que era possível chegar as Índias navegando em direção ao Ocidente, uma vez que a terra seria redonda. Ainda em 1492, o navegador chegou a um território totalmente desconhecido, acreditando ter chegado às Índias e se tornou, em teoria, o primeiro europeu a chegar na América, especificamente nas Bahamas.

A chegada dos portugueses e dos espanhóis levou a alguns conflitos acerca da posse do novo território e, em 1493, o Papa Alexandre VI intermediou um acordo entre os Estados ibéricos conhecido como Bula Intercoetera. Na resolução ficou combinado que uma linha imaginária a 100 léguas da Ilha de Cabo Verde dividia o território entre ambos, o lado leste pertencia a Portugal, enquanto o lado Oeste, ficava na posse da Espanha.

Sentindo-se prejudicados, os portugueses pedem a revisão do acordo e o Papa estabelece uma nova divisão territorial com o Tratado de Tordesilhas, em 1494, que promove um aumento significativo do território português. Com o novo tratado, fica estabelecido que as terras descobertas, e a descobrir, a Oeste da linha demarcada a 370 léguas do arquipélago de Cabo Verde pertenciam a Espanha, enquanto a parte Leste ficaria para Portugal.

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Contudo, durante o século XVI outros Estados europeus já haviam concluído a sua unificação política, fator essencial para a Expansão Marítima, e passaram a contestar a divisão do mundo entre as potências Ibéricas.

França, Inglaterra, Holanda e entre outros, passaram a promover invasões e saques ao continente americano na tentativa de conquistar um pedaço de terra para explorar e chamar de seu.

(Disponível em: https://bityli.com/dAnOv)

A Expansão Ultramarina permitiu a ampliação do comércio europeu para os oceanos Atlântico, Pacífico e Índico, inaugurando um período de intensas trocas culturais e comerciais, do avanço do conhecimento zoológico, medicinal, entre outros. Contudo, o mesmo período também foi marcado por uma intensa exploração física e material dos novos territórios descobertos, além daquilo que é chamado por alguns historiadores de o maior genocídio já conhecido pela História com a aniquilação física e cultural de milhões de nativos.

Se liga nisso aqui:A Reforma Protestante foi uma grande propulsora da imigração de protestantes para a América, principalmente, para o Norte. A intensa perseguição ao protestantismo em Estados como Inglaterra e França fez toda diferença na colonização de ambas no território americano. As invasões francesas ao território português na América durante o século XVI foi impulsionada pela Contrarreforma e a fuga dos huguenotes do reino francês.

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Exercícios de fixação

1. Quais fatores podem ser considerados essencial para o processo das Grandes Navegações?

2. Enumere os interesses de cada grupo social na Expansão Marítima:

I. Burguesia II. Nobreza III. Clero

( ) Expandir a fé cristã através da evangelização.

( ) Busca por novos territórios.

( ) Abertura de novas rotas comerciais.

3. De que forma a superação das crenças medievais auxiliou no processo de navegação e exploração do Oceano Atlântico?

4. Cite duas causas para o pioneirismo português.

5. Diferencie as rotas marítimas utilizadas por Portugal e Espanha nas Grandes Navegações.

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Exercícios de vestibulares

1.

(FDB) O historiador Fernand Braudel é o pai da expressão economia-mundo. O conceito de Braudel não deve ser confundido com a noção de “economia do mundo inteiro”. A economia-mundo é, nas suas palavras, um “fragmento do universo” que se estrutura como uma unidade econômica. Desde a Antiguidade, existiram economias-mundo: a Fenícia antiga, o Império Romano e a China, por exemplo, configuram espaços econômicos autônomos e integrados pelo comércio e pela divisão do trabalho.

Globalização é o processo pelo qual a economia-mundo identifica-se com a economia mundial. Ou, dito de outro modo, é o processo pelo qual o espaço mundial adquire unidade.

(MAGNOLLI, Demétrio. Globalização; Estado nacional e espaço mundial.

São Paulo: Moderna, 2. ed., p. 10-11. Adaptado.) A interligação econômica entre diversos continentes e a formação de trocas mercantis internacionais podem ser identificadas

a) no renascimento comercial e urbano decorrente das Cruzadas, quando o poderio econômico das cidades italianas estabeleceu, de uma forma pioneira no ocidente, trocas comercias que extrapolavam o continente europeu.

b) na expansão marítima e comercial que criou um circuito mercantil, envolvendo o Oriente – fornecedor de especiarias –, a América – produtora de matéria-prima e metais preciosos –, a África, com o comércio de escravos, e a Europa.

c) na corrida imperialista do século XIX que provocou o processo de colonização da África e sua divisão através da Conferência de Berlim e o abandono dos interesses sobre a América Latina, contribuindo para sua independência política.

d) na eclosão da Primeira Guerra Mundial, que levou as trocas comerciais entre as metrópoles europeias e suas colônias afro-asiáticas e a consequente obtenção da autonomia política como compensação aos colonos pela participação na guerra.

e) na coincidência entre uma economia-mundo e a economia do mundo inteiro após a Segunda Guerra Mundial quando os Estados Unidos passaram a dominar o mercado do oeste e leste europeu.

2.

(UNICID) As especiarias desempenharam um papel especial na vida econômica, política e culinária da Europa. Os europeus eram carnívoros de preferência, mas a oferta de carne era sazonal. A escassez de forragem no inverno obrigava a matar muito gado no outono. A carne se deteriorava logo, mesmo quando preservada com sal; os temperos ajudavam a torná-la mais palatável. Além disso, muitas especiarias tinham fama de serem medicinais, sendo que algumas inspiravam uma reverência quase mística. (...) Em meados do século XV, a Europa tinha uma população crescente e um mercado em expansão para muitas mercadorias, inclusive uma demanda quase insaciável de especiarias por parte de quem tinha condições de pagar por elas. (...) A pimenta comprada por menos de três ducados na Índia, custava 68 no Cairo e cerca do dobro disso em Veneza – um aumento de quase cinquenta vezes.

(História em Revista. Viagens de descobrimento, 1996.) A busca de acesso à fonte das especiarias foi um dos fatores que motivou a expansão marítima europeia. Essa busca era motivada pela

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a) urgência em se conseguir produtos medicinais que atendessem às necessidades de uma população às voltas com epidemias recorrentes.

b) necessidade de realocar a crescente população do continente, de preferência cultivando produtos que pudessem ser absorvidos pelo mercado europeu.

c) visão mística dos intelectuais europeus do século XV, influenciados pelos alquimistas árabes, em busca de substâncias com propriedades raras.

d) necessidade de se conseguir substâncias que auxiliassem na conservação dos alimentos, aumentando a oferta de comida, principalmente para os mais pobres.

e) possibilidade de grandes lucros não só para o mercador que conseguisse adquiri-las diretamente do produtor, mas também para a instituição que o financiasse.

3.

(Unit – SE) A exploração da América foi uma condição essencial para o nascimento do capitalismo, e, também, um índice de sua expansão em escala mundial: “as descobertas de ouro e de prata na América, o extermínio, a escravização das populações indígenas, forçadas a trabalhar no interior das minas, o início da conquista e pilhagem das Índias Orientais e a transformação da África num vasto campo de caçada lucrativa são os acontecimentos que marcaram o alvorecer da era da produção capitalista.

Esses processos idílicos são fatores fundamentais da acumulação primitiva. Os métodos (de acumulação primitiva) se baseiam, em parte, na violência mais brutal, como é o caso do sistema colonial. Mas todos eles utilizavam o poder do Estado, a força concentrada e organizada da sociedade para ativar artificialmente o processo de transformação do modo feudal de produção no modo capitalista, abreviando assim as etapas de transição.

(A EXPLORAÇÃO... 2018).

O processo de expansão marítima e comercial e o estabelecimento do sistema colonial ocorreram dentro de um contexto histórico mais amplo, que pode ser identificado,

a) na centralização do poder político e no apoio financeiro da burguesia comercial ao projeto colonialista.

b) na expansão do movimento do Renascimento Cultural, que aboliu o poder político da Igreja Católica.

c) no surgimento e na consolidação do Humanismo e na superação da sociedade estamental.

d) na Contrarreforma católica, que impediu a superexploração da mão de obra servil escrava.

e) no liberalismo econômico, que incentivou a concorrência comercial, provocando o desenvolvimento manufatureiro.

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4.

(Enem) Devem ser bons serviçais e habilidosos, pois noto que repetem logo o que a gente diz e creio que depressa se fariam cristãos; me pareceu que não tinham nenhuma religião. Eu, comprazendo a Nosso Senhor, levarei daqui, por ocasião de minha partida, seis deles para Vossas Majestades, para que aprendam a falar.

(COLOMBO, C. Diários da descoberta da América: as quatro viagens e o testamento.

Porto Alegre: L&PM, 1984.) O documento destaca um aspecto cultural relevante em torno da conquista da América, que se encontra expresso em:

a) Deslumbramento do homem branco diante do comportamento exótico das tribos autóctones.

b) Violência militarizada do europeu diante da necessidade de imposição de regras aos ameríndios.

c) Cruzada civilizacional frente à tarefa de educar os povos nativos pelos parâmetros ocidentais.

d) Comportamento caridoso dos governos europeus diante da receptividade das comunidades indígenas.

e) Compromisso dos agentes religiosos diante da necessidade de respeitar a diversidade social dos índios.

5.

(Unifenas) Leia o texto:

A Terra não é plana.

Em 1519, o navegador Fernão de Magalhães, a serviço da Coroa espanhola, encontrou uma passagem para o Oceano Pacífico no extremo-sul das Américas, o Estreito de Magalhães. Prosseguiu até as Filipinas, onde morreu. Navegando pelo Índico e Atlântico, a expedição retornou à Espanha em 1522, comprovando, dessa forma, a esfericidade da Terra.

No contexto das Grandes Navegações dos séculos XV e XVI, o projeto marítimo que afirmava ser possível alcançar o oriente navegando em direção ao ocidente foi inicialmente defendido por

a) Vasco da Gama.

b) Cristóvão Colombo.

c) Pedro Álvares Cabral.

d) Américo Vespúcio.

e) Bartolomeu Dias

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6.

(Unicisal) A contestação francesa ao Tratado de Tordesilhas teve no monarca Francisco I o mais veemente representante. Em 1540 chegou a dizer que “o sol brilhava tanto para ele como para os outros" e que "gostaria de ver o testamento de Adão para saber de que forma este dividira o mundo...". Declarou também que só a ocupação criava o direito, que descobrir um país, isto é, vê-lo ou atravessá-lo, não constituía um ato de posse e que considerava como domínio estrangeiro unicamente

"os lugares habitados e defendidos. São essas as bases da colonização moderna”.

(MOUSNIER, Roland. História Geral das Civilizações. Tomo IV Os Séculos XVI e XVII.

Tomo IV. 2 Volumes. São Paulo: Diofel, 1958.) A crítica feita por Francisco I ao Tratado de Tordesilhas baseia-se

a) no uso da força, previsto no Tratado, como forma de efetivar a ocupação das novas terras a serem descobertas.

b) na existência de documento papal, nunca trazido a público, que determinava em testamento a divisão do mundo.

c) no fato de apenas países europeus terem direito às terras, deixando de fora os países árabes do norte da África.

d) na divisão das terras ocidentais entre Portugal e Espanha, sem levar em consideração as demais nações europeias.

e) na possibilidade de qualquer país ocupar novas terras, desde que as ocupasse de fato segundo as regras do Tratado.

7.

(Enem) À primeira vista que encontrei as ilhas, dei o nome de San Salvador, em homenagem à Sua Alta Majestade, que maravilhosamente deu-me tudo isso. Os índios chamam esta ilha de Guanaani. À segunda ilha dei o nome de Santa Maria de Concepción, à terceira, Fernandina, à quarta, Isabela, à quinta, Juana, e assim a cada uma delas dei um novo nome.

(Cristóvão Colombo. Carta a Santangel, 1493. In: TODOROV, T. A conquista da América:

a questão do outro. São Paulo: Martins Fontes, 1996.) O processo de nomeação e renomeação realizado pelos europeus no contexto da conquista da América expressa

a) a valorização da natureza americana, uma vez que ela era considerada por europeus o prêmio pela conquista e colonização.

b) o desejo de estabelecer comunicação com os indígenas, uma vez que a busca pelo ouro dependia do contato com os nativos.

c) a tomada de posse do Novo Mundo, uma vez que renomear era impor aos povos indígenas os signos culturais europeus.

d) o caráter sagrado da América, uma vez que fora considerada pelos europeus o paraíso terrestre em virtude da bondade dos nativos.

e) a necessidade de orientação geográfica, uma vez que o ato de nomear permitia criar mapas para futuras viagens na América.

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8.

(UP) Montaigne inaugurou dois modos complementares de conceber o homem encontrado no novo mundo: remanescente da Idade do Ouro com quem o europeu teria muito o que aprender; criatura frágil para quem o contato com os europeus seria devastador.

(FRANÇA, Jean Marcel. A construção do Brasil na literatura de viagem.

Rio de Janeiro: José Olympio, 2012. p. 28.) Apesar de dirigidas ao homem encontrado no Novo Mundo, as reflexões do pensador francês, escritas em meados do século XVI, falam do próprio homem europeu, porque:

a) interpretam as descobertas através de uma filosofia utilitarista.

b) mobilizam narrativas anteriores ao processo de colonização.

c) submetem a observação da realidade a preceitos religiosos.

d) refletem a natureza etnocêntrica do evolucionismo cultural.

e) traduzem o interesse político de dominação colonial.

9.

(Enem) A ocasião fez o ladrão: Francis Drake travava sua guerra de pirataria contra a Espanha papista quando roubou as tropas de mulas que levavam o ouro do Peru para o Panamá. Graças à cumplicidade da rainha Elizabeth I, ele reincide e saqueia as costas do Chile e do Peru antes de regressar pelo Oceano Pacífico, e depois pelo Índico. Ora, em Ternate ele oferece sua proteção a um sultão revoltado com os portugueses; assim nasce o primeiro entreposto inglês ultramarino.

(FERRO, M. História das colonizações. Das colonizações às independências.

Séculos XIII a XX. São Paulo: Cia. das Letras, 1996.) A tática adotada pela Inglaterra do século XVI, conforme citada no texto, foi o meio encontrado para:

a) restabelecer o crescimento da economia mercantil.

b) conquistar as riquezas dos territórios americanos.

c) legalizar a ocupação de possessões ibéricas.

d) ganhar a adesão das potências europeias.

e) fortalecer as rotas do comércio marítimo.

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10.

(UPF) “Cada vez mais a nota tônica dos novos tempos percute sobre a navegação oceânica, em direção a Flandres e, daí, para o norte da Europa, com garras ávidas em incursões no mundo árabe, distanciando-se da renda fundiária e da circulação das feiras internas, inaptas a sustentar a grande empresa marítima.”

(FAORO, R. Os donos do poder. v.1. Porto Alegre: Globo, 1979, p. 45.) A citação acima diz respeito:

a) ao início da expansão ultramarina portuguesa, fortemente associada ao fortalecimento do poder monárquico.

b) ao surgimento de uma burguesia comercial poderosa o suficiente para assumir o controle do Estado português.

c) à consolidação do Império colonial português, que somava possessões na Europa, América, África e Ásia.

d) ao declínio do colonialismo português, pressionado pelas novas potências industriais e pelo liberalismo.

e) às transformações que desencadearam a Revolução dos Cravos, em Portugal.

Sua específica é humanas e quer continuar estudando esse assunto?

Clique aqui para fazer uma lista de exercícios extras.

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Gabaritos

Exercícios de fixação

1. Dentro os fatores primordiais que possibilitaram a Expansão Marítima, podemos citar: centralização política e a formação de monarquias nacionais, o desenvolvimento de conhecimentos náuticos e geográficos, o movimento renascentista, que impulsionou o homem a sair em busca de novas descobertas, o fortalecimento da burguesia e o monopólio das cidades italianas sobre o comércio de especiarias.

2. ( 3 ) Expandir a fé cristã através da evangelização.

( 2 ) Busca por novos territórios e novas fontes de metais preciosos.

( 1 ) Abertura de novas rotas comerciais.

A expansão marítima ocorreu a partir da reunião dos diversos interesses de cada grupo social, enquanto a Igreja precisava expandir a fé porque havia perdido féis para o protestantismo, a nobreza buscava se apropriar de novas terras e a burguesia precisava encontrar novas rotas comerciais para o comércio de especiarias.

3. A superação das crenças medievais foi essencial para que os europeus conseguissem promover a Expansão Marítima, uma vez que se acreditou por muito tempo que a terra era plana e que se você navegasse até determinado local, cairia no centro da terra. Além disso, existia uma série de mitos acerca da existência de monstros e maldições nos mares que fazia com que esses homens ficassem receosos com a navegação em águas desconhecidas.

4. Unificação precoce / localização geográfica / necessidade de romper com o monopólio das cidades italianas / desenvolvimento de conhecimentos náuticos e geográficos / interesses diversos de cada grupo social.

5. A rota escolhida pelos portugueses rumo às Índias foi o périplo africano, ou seja, através do contorno do litoral africano. Os espanhóis escolheram a rota da circunavegação, porque Colombo queria comprovar que era possível chegar as Índias navegando em direção ao Ocidente, uma vez que a terra seria redonda.

Exercícios de vestibulares

1. B

Para muitos autores, a Expansão Marítima inaugurou o processo de globalização ao conectar diversas regiões e continentes em torno da atividade mercantil. A partir do século XVI, o Oceano Atlântico, principalmente, passou a ser um dos principais locais de trocas comerciais através do sistema colonial e do tráfico negreiro.

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2. E

Articulando vários interesses das diversas camadas sociais, como a burguesia, o clero e a nobreza, o principal interesse das Grandes Navegações era encontrar uma rota alternativa para chegar às especiarias nas Índias. Essa busca se justifica pelo fato de serem extremamente lucrativas, uma vez que eram produtos de luxo na Europa.

3. A

A centralização política foi fundamental para o processo das Grandes Navegações, já que o rei teve papel importante na organização do empreendimento, assim como a burguesia foi uma das principais financiadoras das expedições com o intuito de conseguir novas rotas comerciais.

4. C

A Expansão marítima possuía, além do caráter comercial, um aspecto religioso, uma vez que a expansão da fé era uma das principais ambições da Igreja Católica na empreitada. Logo, esses homens estavam em buscas de terras, especiarias e riquezas, mas também estavam em uma missão civilizatória e evangelizadora.

5. B

A teoria de que poderia chegar às Índias dando a volta ao mundo ficou conhecida como circunavegação.

O objetivo de Colombo era atingir o Oriente navegando em direção ao Ocidente, a partir da hipótese de que a terra era redonda.

6. D

O Tratado de Tordesilhas foi ratificado pela igreja e dividiu o mundo entre as duas potências marítimas, Espanha e Portugal, excluindo os outros Estados europeus das novas terras descobertas e estes, assim que fizeram a sua unificação, reivindicaram a participação na colonização da América.

7. C

Ao chegar na América renomeando os locais e chamar todos os nativos americanos de índios, os europeus promoveram a dominação sobre o Novo Mundo descoberto sem considerar a existência de grupos preexistentes, de seus conhecimentos e de suas culturas, impondo-lhes a cultura europeia.

8. B

Montaigne se refere aos nativos americanos como povos remanescentes da Idade do ouro, como pessoas ingênuas e inocentes que caíram na maldade do homem branco, sendo assim, o autor se remete a aspectos do passado para explicar as relações de dominação colonial.

9. B

Enquanto Portugal e Espanha dividiram “as terras do novo mundo” com o Tratado de Tordesilhas, as demais nações europeias encontraram caminhos para conquistar as riquezas dos territórios americanos.

No caso da Inglaterra, a pirataria foi o caminho encontrado, inclusive com o respaldo da coroa.

10. C

O trecho se refere as possessões territoriais que Portugal foi conquistando o longo do seu processo de expansão marítima, com territórios que iam desde a Europa, passando pela América e pela África, chegando até a Ásia, criando assim um império colonial.

Referências

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