PODER, POLÍTICA E
ESTADO
Poder significa a capacidade de agir ou de determinar o comportamento de
outra(s) pessoa(s).
Do ponto de vista sociológico, podemos entender o poder como a possibilidade de
exercer influência sobre a conduta de outrem em uma relação social.
Política é entendida como um meio para resolver conflitos na esfera pública, ou
seja, no âmbito do Estado.
Do ponto de vista sociológico, a política poder ser vista como os meios pelos quais
um sujeito ou grupo se organiza, exerce ou conquista o poder.
Os direitos ao estudo, ao trabalho, à habitação, à segurança e à saúde, são
regulados pelo Estado por meio de políticas públicas.
A sociedade se organiza e promove mudanças valendo-se da política.
PODER
Segundo Max Weber, o poder refere-se à probabilidade de impor a própria vontade
numa relação social, mesmo contra a resistência alheia. Nesse sentido, todas as relações sociais que estabelecemos com indivíduos, instituições e coletividades são também relações de poder, que podem se apresentar de maneira explícita ou não.
As relações familiares são relações sociais carregadas de poder (direto ou indireto).
São relações de poder reconhecida legalmente.
Poder com reconhecimento social sem norma legal.
O poder apresenta contornos ainda mais claros na esfera pública. As relações de
classe, o controle social, o exercício da autoridade, o poder dos governantes, as leis e normas sociais e a indústria cultural. (essas formas se caracterizam pela capacidade de influenciar simultaneamente a conduta coletiva de uma grande quantidade de pessoas).
Formas de exercício do poder
As relações de poder se disseminam por toda a sociedade, estão presentes nas
relações mais simples e nas mais complexas, tem em comum o fato de que são meios de influenciar a conduta alheia.
Podemos destacar três formas predominantes: econômico, ideológico e político.
O Poder Econômico consiste na utilização de bens materiais como forma de exercer
influência sobre a conduta de indivíduos, coletividades, instituições e sociedades. (capital financeiro).
O Poder Ideológico consiste na capacidade de influenciar a formação das ideias e
práticas sociais para construir padrões de comportamento que reproduzam determinadas maneira de perceber o mundo (poder exercido pelos meios de comunicação e pela educação).
O Poder Político se refere à possibilidade de uso da força como último recurso para a
imposição da vontade sobre determinada coletividade. Não se baseia somente na coação física, mas na produção de consenso acerca dos instrumentos que devem ser utilizados para impor essa vontade.
O poder legítimo e as formas de
dominação
As formas de exercício do poder podem ser legítima ou ilegítima.
Segundo Max Weber, o poder é legítimo quando a influência exercida é consentida por
parte daqueles que se submetem à vontade do outro.
O poder é ilegítimo quando pressupõem apenas o uso da força para imposição da
vontade, como no caso de ditaduras.
O exercício do poder é denominado por Weber de dominação. Para a Sociologia, o
que importa é a análise da dominação legítima e que existem três tipos: tradicional, carismático e racional legal.
O poder legítimo e as formas de
dominação
Tradicional consiste na crença em instituições e regras tradicionais de controle conduzidas
por um indivíduo ou grupo de pessoas que se baseiam na tradição para exercer a dominação.
Carismática estabelece a partir da crença por parte dos dominados na existência de
qualidade excepcionais em um determinado indivíduo, algo que o torna superior aos outros e permite que ele exerça sobre esses uma liderança ou controle.
A dominação carismática se contrapõe à dominação tradicional e propicia a
transformação social.
Racional-legal fundamentada em normas e regras aprovadas e aceitas por todos. As
relações entre cidadãos e Estado seriam marcadas pela impessoalidade, baseadas em regras e normas convencionadas e seguidas por todos os membros de uma coletividade sem nenhuma distinção.
POLÍTICA
Na Grécia Antiga, a palavra política referia-se às questões relativas à vida da cidade. Participar da política era uma atividade constitutiva do cidadão, o indivíduo não seria
um cidadão se não se interessasse por e não fizesse política.
Após o século XVIII, a palavra política passou a ser empregada para indicar as
atividades relativas ao controle do Estado.
Segundo Max Weber, a prática política significa exercer um papel de liderança no
Estado, ou na luta pelo poder, a fim de controlar a distribuição deste, seja entre Estados ou entre grupos dentro do Estado.
ESTADO
Uma característica relevante do modelo de organização do Estado é a
racionalização da gestão do poder, que se tornou possível com a separação entre as esferas política e religiosa.
O poder deveria ser amparado por uma máquina administrativa burocrática,
composta de um corpo qualificado de auxiliares técnicos, que operam com base em procedimentos preestabelecidos e impessoais, para evitar a pessoalidade nas relações entre o soberano e os súditos.
Formas de organização do Estado
moderno: monarquia e república
A autoridade que administra o Estado é o governo. A forma de governo é a maneira pela qual está instituída a relação entre
governantes e governados. (monarquia e república)
Monarquia significa o governo de um só, podendo ser definido como um Estado
dirigido segundo a vontade de um indivíduo. Atualmente são majoritariamente limitadas e constitucionais.
República é uma conquista democrática que se destaca pela rejeição aos
Presidencialismo e Parlamentarismo
O sistema de governo depende do relacionamento entre os poderes Executivo e
Legislativo.
Sistema Presidencialismo: o presidente é eleito, direta ou indiretamente, para um
mandato determinado, durante o qual exercerá a função executiva. Ele acumula a chefia do Estado e do governo.
No presidencialismo verifica-se independência entre os poderes Executivo e
Legislativo, pois a constituição desses poderes é independente na origem, isto é, a eleição dos representantes desses poderes é desvinculada.
Sistema Parlamentarismo: há forte interação entre o Executivo e Legislativo, fundada
na distinção entre chefe do Estado e chefe de governo.
No parlamentarismo, quem governa é o Parlamento, por meio do gabinete
formado pelo primeiro-ministro e demais ministros.
O primeiro-ministro é eleito para exercer a função de chefe do governo e depende
da maioria parlamentar para governar. A relação entre Executivo e Legislativo é marcada pelo princípio da responsabilidade ministerial e o direito de dissolução.
Formas de participação política:
partidos e sistemas eleitorais
Os partidos políticos são organizações baseadas em uniões voluntárias orientadas
para influenciar ou conquistar o poder do Estado.
Sociologicamente, são estruturas fundadas na ideologia da representação política Juridicamente, são organizações de direito privado que congregam cidadãos com
afinidades ideológicas e políticas.
O sistema dos partidos influi na conformação do poder, interferindo na fisionomia do
governo e agindo sobre o regime da separação dos poderes.
Monopartidário Bipartidário
A existência de partidos políticos requer o estabelecimento de regras pelas quais os
representantes são escolhidos (Sistema Eleitoral).
Legislação eleitoral é o conjunto de regras que disciplina as eleições,
estabelecendo normas, datas e horários para sua realização.
Para o Executivo a votação é sempre majoritária – elege-se o candidato mais
votado.
Para o Legislativo a votação é proporcional – o voto vai para o partido ou frente
partidária e mediante aplicação do coeficiente eleitoral (divisão do número de votos válidos pelo número de vagas).
Formas de participação política:
partidos e sistemas eleitorais
O sistema eleitoral também regula a forma como são escolhidos os candidatos que
concorrerão à eleição.
Regime de lista fechada, o partido seleciona e enumera a relação dos candidatos
à eleição. (o eleitor vota na lista e não o candidato individual, isso permite aos
dirigentes partidários um controle maior sobre os políticos)
Regime de lista aberta, o partido seleciona seus candidatos mas estes disputam
livremente o voto individual do eleitor. (esse sistema permite maior independência
ao político e à escolha do eleitor, mas limita o controle do partido sobre o comportamento do político).
Formas de participação política:
partidos e sistemas eleitorais
As relações de poder na
sociedade contemporânea
Estado Absolutista (séculos XV-XVIII) Estado Colonial / Semi-Colonial (séculos XVI-XX) Estado Liberal (séculos XVIII-XIX) Estado Nazista e Fascista (século XX) Estado Socialista (séculos XIX e XX) Estado de Bem Estar Social (séculos XX, XXI) Estado Neo-Liberal (séculos XX e XXI) Economia Mercantilismo; Controle absolutista da economia; Protecionismo; Metalismo (ouro e prata); Expansão colonial; Controle da economia pela Metrópole (colônia); Controle indireto pelo capital estrangeiro (semicolônia); Existência de latifúndios, monoculturas de exportação; Dependência tecnológica; Capitalismo concorrencial, pré-monopólios / oligopólios; Laissez-faire, Laissez-passer (economia “auto-regulada” pelo mercado); Defesa da propriedade privada dos meios de produção; Economia de mercado autoritariament e regulada pelo Estado; Manutenção da propriedade privada dos meios de produção; Instituição da propriedade coletiva dos meios de produção; Economia planificada e regulada democraticame nte (Comuna de Paris); Economia regulada autoritariament e pelo Partido (stalinismo); Economia de mercado regulada pelo Estado; Investimentos estatais (fortalecimento de empresas públicas); Economia de mercado com redução progressiva do Estado (Estado mínimo); Economia determina a política pelo poder das grandes corporações e pelo sistema financeiro (o “mercado”)
Estado Absolutista (séculos XV-XVIII) Estado Colonial / Semi-Colonial (séculos XVI-XX) Estado Liberal (séculos XVIII-XIX) Estado Nazista e Fascista (século XX) Estado Socialista (séculos XIX e XX) Estado de Bem Estar Social (séculos XX, XXI) Estado Neo-Liberal (séculos XX e XXI) POLÍTICA Centralização das estruturas de governo (forças armadas, judiciário, tributação); Indistinção entre Público e Privado; Controle direto da Metrópole (colônia); Classes dominantes nativas subordinadas ao capital internacional; Separação entre o público e o privado; Sufrágio universal progressivo; Direitos individuais; Separação Estado e Igrejas; Teoria da divisão de poderes; Projeto totalitário expansionista; Ideologia de direita (exaltação da tradição, do nacionalismo e do líder); Racismo e xenofobia; Projeto de participação política direta da classe trabalhadora; Ideologia de esquerda (serviços públicos gratuitos, direitos sociais ampliados); Desvio burocrático e autoritário (stalinismo); Conflitos entre stalinistas, trotskistas, anarquistas, sociais democratas; Projeto socialdemocrata: (investimentos e distribuição de renda e serviços públicos); Debates sobre ampliação de direitos sociais (trabalhistas); civis (diversidade sexual); políticos (sufrágio amplo); Ideologia de “centro”: tentativa de administração dos conflitos entre
capital e trabalho; Retorno das teorias liberais; Desregulament ação de direitos trabalhistas; Privatizações; Proclama o “fim das ideologias” (esquerda x direita); A política resume-se a uma “gestão eficiente dos recursos”;
Estado Absolutista (séculos XV-XVIII) Estado Colonial / Semi-Colonial (séculos XVI-XX) Estado Liberal (séculos XVIII-XIX) Estado Nazista e Fascista (século XX) Estado Socialista (séculos XIX e XX) Estado de Bem Estar Social (séculos XX, XXI) Estado Neo-Liberal (séculos XX e XXI) Sociedade Conflitos entre estamentos: burguesia nascente versus clero e nobreza; Eventos que marcam seu fim: Revolução Francesa e Revolução Industrial; Sociedade racista / escravocrata; Sociedade pós-colonial e escravista com alta concentração de renda e fundiária; Eventos que marcaram seu enfraqueciment o: Independência das colônias na América (século XIX) e na África e Ásia (século XX ); Conflito entre classes trabalhadoras e capitalistas; Evento que
marca seu fim:
1ª Guerra Mundial; Redução ou extinção dos direitos civis, sociais e políticos; Evento que marca seu fim: 2ª Guerra Mundial; Variantes fascistas nas ditaduras militares da América Latina; Propunha a inexistência de classes sociais; Evento que
marca seu fim: Queda do Muro de Berlim (1989) e fim da URSS (1991); Isolamento e atraso tecnológico na indústria e no campo em comparação com as sociedades capitalistas adiantadas (anos 1970); Ampliação de direitos sociais e acesso a bens de consumo; Evento que marca seu enfraquecimento: crise do petróleo, aumento do
poder dos bancos e desregulamentaç ão financeira e monetária nos anos 1970; Redução de direitos sociais e trabalhistas; Baixo investimento na área social; Ampliação do mercado consumidor (consumidor x cidadão); Eventos que marcam seu enfraqueciment o (crises sistêmicas globais em 1985, 1997-98, 2000, 2011-12-13-14);
Estado Absolutista (séculos XV-XVIII) Estado Colonial / Semi-Colonial (séculos XVI-XX) Estado Liberal (séculos XVIII-XIX) Estado Nazista e Fascista (século XX) Estado Socialista (séculos XIX e XX) Estado de Bem Estar Social (séculos XX, XXI) Estado Neo-Liberal (séculos XX e XXI) Teó ricos T. Hobbes; J. Bossuet; Monarquias Portuguesa, Espanhola, Inglesa, Francesa; Igreja Católica; (Século XVI-XIX); Imperialismos Britânico, Francês, Belga (século XX); Apartheid (África do Sul); A. Smith; J. Locke; B. Constant; Montesquieu; J. J. Rousseau; J. Stuart Mill; A. Hitler; B. Mussolini; F. Franco; Salazar; K. Marx; F. Engels; P. Proudhon*; M. Bakunin*; V. Lênin; Rosa Luxemburgo; A. Gramsci; L. Trotsky; J. Stálin; *defensores do fim do Estado (anarquismo) E. Bernstein;
K. Kautksy; F. Hayek; M. Friedman;