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Nilza Licia Xavier Silveira Braga *

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Academic year: 2021

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A nobilitação dos homens de negócio com vinda da Corte joanina para o Rio de Janeiro em 1808: O caso do Comendador da Ordem de Cristo Elias Antonio Lopes

(1808-1815).

Nilza Licia Xavier Silveira Braga* A transferência da Corte portuguesa para o Rio de Janeiro em 1808 representou um momento ímpar para os súditos coloniais e metropolitanos. Os primeiros, puderam ver algumas de suas demandas atendidas pelo regente por meio favores e gestos de vassalagem (SCHULTZ, 2008: 222). Os segundos, o séquito que o acompanhou, precisaram se adaptar as diferenças geográficas, históricas e culturais presentes no espaço ultramarino.

Como sede da monarquia portuguesa, a cidade passou a assumir o posto de capital do Império luso-brasileiro. Para tanto, houve a preocupação da Coroa em “adotar hábitos e políticas públicas que assemelhassem o Rio de Janeiro a Lisboa, pois esta, desde a reconstrução pombalina, após o terremoto de 1755, procurara adquirir características de uma cidade das luzes” (NEVES & MACHADO, 1999: 32). Por isso, foram realizadas obras nas principais ruas da cidade e a construção de novas habitações. Ademais, foram criadas na cidade instituições semelhantes às de Lisboa. Entre elas destacam-se: A Intendência Geral de Polícia, o Conselho Supremo Militar, a Mesa do Desembargo do Paço, a Mesa de Consciência e Ordens, a Casa de Suplicação do Brasil e a Real Junta de Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação.1 No âmbito cultural, houve a vinda de naturalistas, da missão artística francesa e a criação de instituições culturais e científicas (NEVES & MACHADO, 1999: 33-35). Essas obras e instituições comprovam, portanto, a importância que o Rio de Janeiro assumiu como sede da monarquia portuguesa nos trópicos.

* Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Histórica Social da Universidade Federal Fluminense (PPGH/UFF) em 2013 e Pós- Graduada em História do Brasil pela UFF em 2011.

1 Cf.: MATTOS, Walter de Mattos. A Real Junta do Comércio, Agricultura Fábricas e Navegação deste Estado do Brasil e seus Domínios Ultramarinos: uma Tribunal de Antigo Regime na Corte de Dom João (1808-1821). Dissertação de Mestrado em História, UFF/PPGH. Niterói, 2009.

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A transformação do Rio de Janeiro na nova capital do Império português exigiu grandes investimentos aplicados tanto nas obras de infraestrutura, como na criação das instituições citadas. Contudo, a Coroa estava com dificuldades econômicas e foi obrigada “(...) a apelar para o patrimônio particular dos cidadãos, no atendimento das ‘urgências’ do Estado” (GORENSTEIN, 1993: 148). Entre o que atenderam as urgências estavam os homens de negócio, isto é, seus cabedais. Assim, os negociantes foram favorecidos com as mudanças ocorridas na capital do império luso-brasileiro, pois, por meio de seus cabedais disponibilizados a Coroa, eles obtiveram as mercês fundamentais em sua mobilidade social ascendente.

Inúmeros são os exemplos de atuação dos setores privados suprindo com seus cabedais as necessidades do Estado. Em troca, eram agraciados com mercês, honrarias e títulos que não poderiam obter em outras circunstâncias. O vulto das mercês concedidas pelo monarca estava na proporção direta ao valor das contribuições financeiras e prestígio pessoal dos agraciados. A Coroa usualmente concedia postos militares no corpo de Milícias e hábitos das várias ordens religiosas, aos elementos que se ofereciam para doar ou angariar fundos destinados a obras públicas ou beneficentes (...)

(GORENSTEIN, 1993: 149).

Com os postos obtidos nas principais instituições da Corte, os homens de negócio obtiveram status social e destaque em seus empreendimentos mercantis. A atuação nestas instituições denotava reputação e credibilidade aos negociantes. Elias Antonio Lopes foi um entre tantos reinóis estabelecidos no Rio de Janeiro, a partir de 1770, e futuro homem de negócio que obteve participação na vida política e social na Corte joanina (GORENSTEIN, 1993:145). Ele foi deputado da Real Junta de Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação deste Estado do Brasil e Domínios Ultramarinos2,

2 Em decreto de 3 de Setembro de 1808, Dom João nomeia Lopes como deputado da Instituição. In: Decreto fazendo-lhe mercê de um lugar de Deputado na Real Junta de Comercio a Elias Antonio Lopes. Arquivo Nacional do Rio de Janeiro (ANRJ). Fundo: Ministério do Império. Código fundo: 53. Códice 15. Volume 1. fl 80 v.

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bteve ações no recém-criado Banco do Brasil3 e participou na arrecadação de impostos em diferentes regiões.4

Os cabedais dos negociantes foram fundamentais não apenas no florescer do século XIX, mas também em momentos decisivos da História de Portugal, por exemplo, no século XVII na época da Dinastia Brigantina. Eles investiram na criação da Companhia Geral de Comércio do Brasil, como meio de se evitar a perda de Pernambuco para os países baixos no reinado de Dom João IV (1640 -1656). No reinado de Dom José I (1750 – 1777), os homens de negócio foram reconhecidos a partir das medidas estabelecidas por Sebastião José de Carvalho e Melo – o Marquês de Pombal.5 Entre elas, houve à criação da Junta de Comércio em Lisboa, Instituição que reafirmava o papel dos negociantes nesta conjuntura do século XVIII. Até mesmo durante a Restauração portuguesa (1640), o capital dos negociantes cristãos novos foi requisitado em momentos de crise financeira.6

No que se referem às mercês remuneratórias no Reino português, Nuno Gonçalo Monteiro sinaliza que durante o período pombalino, em meados do século XVIII, a legislação da monarquia portuguesa “favoreceu o alargamento da nobreza, a definitiva compatibilização de muitas funções (designadamente as atividades mercantis de grosso trato) com esse estatuto, e a inserção de novos grupos no sistema remuneratório da monarquia” (MONTEIRO, 2005:6). Portanto, no caso deste último, os negociantes

3 Elias tinha “o importe de duas ações no Banco de hum conto cada huma constantes das appolices N° 439 e 440.” In: Arquivo Nacional. Inventário do Conselheiro Elias Antonio Lopes. 10 de Novembro de 1815. fl. 47.

4 Arrecadou impostos nas seguintes regiões: Rio Grande e São Pedro do Sul (1810 -1812), São João Marcos e freguesias anexas (1812 -1814), São Gonçalo (1812 - 1814), Ilha de Santa Catarina e vizinhanças (1811 - 1813). Também arrecadou: Subsídio literário e real da carne da corte (1812 - 1814), Contrato da Dízima da Chancelaria da corte (1810 -1812), Contrato do Equivalente do Tabaco e Subsídio Pequeno (1814 - 1816). In: Arquivo Nacional. Inventário do Conselheiro Elias Antonio Lopes. 10 de Novembro de 1815.

5 Segundo Catherine Lugar o Marques de Pombal através de suas medidas “contribuiu efetivamente para elevar o status da classe mercantil ao eliminar os obstáculos que impediam o enobrecimento dos indivíduos que tinham adquirido sua riqueza pelo comércio (1770) e ao acabar com as discriminações legais contra cristãos novos (1773).” In: (SILVA, 1994: 184).

6 Cf.: TORGAL, Luís Reis. Ideologia política e teoria do Estado na Restauração. Coimbra: Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, 1981, vol. 1. parte 1; CUNHA, Mafalda Soares da & COSTA, Leonor F. D. João IV. Lisboa: Círculo de Leitores, 2006.

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poderiam ser agraciados com mercês régias, principalmente com os hábitos de cavaleiros da Ordem de Cristo, o que acarretou na vulgarização desses hábitos no século XVIII (OLIVAL, 2001: 523).

Os reinóis estabelecidos no Rio de Janeiro, sobretudo a partir da segunda metade do século XVIII, muitos deles oriundos da região Entre o Douro e o Minho7, também estavam ávidos por distinções honoríficas. Lopes provinha de umas das comarcas da província do Minho, nasceu em 20 de Julho de 1756, na Freguesia da Vitória na cidade do Porto. Com a presença de Dom João no ultramar em 1808, Elias e outros tantos negociantes, tiveram maiores oportunidades de obterem os hábitos das ordens militares por estarem próximos do príncipe regente ao lhe prestar favores e demonstrações de lealdade. Os cabedais que os negociantes possuíam podiam lhes proporcionar um estilo de vida nobre, mas para obterem mercês dependiam das graças de Dom João. Portanto, no Rio de Janeiro do início do século XIX, observa-se que ainda estavam presentes vestígios da mobilidade social ascendente própria do Antigo Regime português.

Na Terra, atraídos pela corte, ficaram, em particular, os grandes comerciantes. Na estrutura social do Antigo Regime, eles ocupavam uma posição ambígua, já que, pelo nascimento, pertenciam ao povo, mas, à medida em que enriqueciam, adquiriam o símbolo de status e o modo de vida dos nobres, a cuja condição aspiravam. Dependiam para isso, porém, das boas graças do soberano. Assim, na proximidade da coroa, vislumbravam (...) a possibilidade daquela ascensão social com que sonhavam. Regra geral, eram de origem portuguesa, e muitos tinham-se estabelecido no Brasil ao longo do último terço do século XVIII, (...). Paradigmáticos em suas trajetórias foram Elias Antônio Lopes e Brás Carneiro Leão (NEVES & MACHADO, 1999: 42).

Os negociantes , portanto, restringiram seus esforços não apenas na mercancia, mas também se empenharam por nobilitação. Após o oferecimento que Lopes fez de sua chácara localizada em São Cristóvão para residência de Dom João, o regente decidiu recompensá-lo com a Comenda da Ordem de Cristo, a Administração da Quinta da Boa Vista e o tabelionato da Vila de Parati. A seguir, discutiremos brevemente as duas

7 Cf.: PEDREIRA, Jorge. “Brasil, Fronteira de Portugal. Negócio, Emigração e mobilidade social (séculos XVII E XVIII).” In: CUNHA, Mafalda soares da (coord.). Do Brasil à Metrópole: efeitos sociais

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primeiras condecorações angariadas pelo negociante devido ao seu gesto de vassalagem a favor de Sua Majestade Real.

Antes da corte portuguesa desembarcar no Rio de Janeiro em sete de março de 1808, “mandou Elias Lopes construir, no sítio de São Cristóvão, uma casa de campo que era por todos conhecida como a mais ampla e a mais bonita de toda esta cidade” (EDMUNDO, 1957: 571). O terreno e o casarão foram comprados em 1803 e em 1808, a chácara ainda estava em construção, por isso, não foi ordenado pelo Conde dos Arcos que o imóvel entrasse no regime de aposentadoria para os nobres. Importante ressaltar que “Elias, (...) já havia decidido guardá-lo para o Príncipe -Regente, que, se um Paço ia ter no centro da cidade, não tinha residência de verão. (...) Até as armas de Sua Alteza, em relevo, foram postas à frente do edifício” (EDMUNDO, 1957: 571).

Lopes recebeu uma quantia como gratificação pelas obras feitas no casarão, além de um valor mensal para a conservação da Quinta da Boa Vista, sendo também nomeado seu administrador. 8 No entanto, Elias, em 1808, já era considerado um negociante influente na praça mercantil do Rio de Janeiro9, o que nos leva a concluir que neste gesto de vassalagem, estava em jogo não apenas as remunerações financeiras, mas sim as mercês que o negociante poderia auferir. Tanto que no decreto de 13 de maio de 1808, dia do aniversário do príncipe regente, o negociante foi condecorado com uma Comenda da Ordem de Christo, com o tabelionato da câmara e Almotaceira da Vila de Parati e a administração da Quinta da Boa Vista conforme citado. A mercê de fidalgo cavaleiro da casa real foi concedida posteriormente a Lopes em 19 de Outubro de 1810. Na fonte, abaixo, observamos que D. João declara que a atitude de Lopes foi a favor da Coroa.

Attendendo ao notorio desinteresse, e demonstração de fiel vassalagem, que vem de tributar á Minha Real Pessoa Elias Antonio Lopes Negociante da Praça desta Capital no offerecimento que Me fez de hum prédio situado em

8 Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro (BNRJ). Sessão de Obras Raras. Relação das festas que se

fizeram no Rio de Janeiro, quando o Príncipe Regente N.S, e toda a Sua Real Família chegaram pela primeira vez aquella capital. Lisboa: Impressão Régia, 1810, localização: 36, 0,21. p.12-13.

9 Elias e outros negociantes foram citados pelo Conde de Resende como um dos 36 maiores negociantes da praça do Rio de Janeiro. Arquivo Nacional do Rio de Janeiro (ANRJ). Carta do Conde de Resende

para D. Rodrigo de Souza Coutinho – 30 de Setembro de 1799; Correspondência dos Vices-Reis.Doc n° 343. Códice 68.Volume: 15.fls. 323-324.

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São Christovão de distincto e reconhecido valor em beneficio da Minha Real Corôa, E dezejando fazer lhe honra e Mercê como elle merece por esta acção voluntaria de repartir com o Estado os lucros adquiridos pelo seu comercio: Hei por bem fazer lhe Mercê de Huâ Commenda da Ordem de Christo das de Africa, que vagar podendo usar logo da Insignia de Commendador, como tambem da Propriedade do Officio de Tabelião Escrivão da Comarca e Almotaceira da Villa de Parati, logo que finde a arrematação, e de Administrador do referido Predio (...)10

No decreto o regente menciona que estava “atendendo o notório desinteresse e demonstração de fiel vassalagem” de Lopes. Por isso, condecora-o com as mercês elencadas, pelo fato do negociante repartir os lucros de seu comércio com o Estado. Assim, observa-se que a relação estabelecida entre os vassalos e o príncipe regente, no que concerne aos serviços dos súditos e o recebimento das recompensas régias, insere-se na discussão realizada por Fernanda Olival, sobre a justiça distributiva no Antigo Regime (séculos XVII-XVIII). O decreto acima exemplificou que Dom João estava recompensando os serviços que Lopes fez à favor da Coroa, quando ofereceu um lugar para ser residência da família real.

Note-se que a justiça distributiva, (...) era objecto de grande atenção na sociedade portuguesa de Antigo Regime. (...). Com efeito, servir a coroa, com o objectivo de pedir em troca recompensas, tornara-se quase um modo de vida, para diferentes setores do espaço social português. Era uma estratégia de sobrevivência matérial, mas também honorífica e de promoção.(...). Nos grupos sociais mais baixos, a questão fundamental era muitas vezes encontrar a disponibilidade necessária, nomeadamente econômica para poder servir (OLIVAL, 2001: 21).

A mentalidade aristocrática própria do Antigo Regime português, portanto, apresentou seus resquícios no ultramar quando o regente condecorava com comendas das Ordens Militares, negociantes como Elias. Segundo Fernanda Olival a economia de mercê, concretizada nos hábitos das Ordens Militares, contribuiu para unir as diferentes paragens do Império colonial português. Isso porque quase todos, súditos e majestade viviam do sistema de mercês (OLIVAL, 2001: 525). Os hábitos de comendador da Ordem de Cristo eram importantes para Elias e os demais negociantes da Corte joanina

10 (ANRJ). Decreto fazendo-lhe mercê de uma Comenda da Ordem de Cristo das de África, que vagar

podendo usar logo a Insignia de Comendador como também da propriedade do ofício de Tabelião e Escrivão e Almotaceira da Vila de Parati. Data: 13/05/1808. Fundo: Ministério do Império (53). Códice 15. Volume 1.fl. 17.

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devido ao caráter nobilitante atrelado as mercês das Ordens Militares, tanto que os despachos relativos às concessões eram publicados na Gazeta do Rio de Janeiro e também na Gazeta de Lisboa (SILVA,1998: 135) . Isso acontecia, exatamente para tornar público aqueles vassalos agraciados pela monarquia portuguesa.

O Comendador Lopes também foi nomeado administrador da Real Quinta da Boa Vista no período de 23 de março de 1808 até 31 de Maio de 1813. Em informação circunstanciada de seu inventário encontramos a confirmação de que D. João concedeu-lhe o cargo de administrador do local e recebeu uma quantia mensal para a manutenção dele. Cinco anos depois, o negociante foi liberado da administração da Quinta da Boa Vista por um aviso régio em 28 de maio de 1813. No final da administração Lopes recebe uma quantia em dinheiro a seu favor de R$ 2: 056$ 350 (Dois contos, cinquenta e seis mil, trezentos e cinquenta réis), mas abriu mão desta quantia em benefício do Estado.11

Lopes faleceu em 7 de outubro de 1815. 12 O negociante deixou de herança um monte mor avaliado em 66: 084$581 (sessenta e seis contos, oitenta e quatro mil e quinhentos e oitenta e um réis), valor no qual foram descontados suas dívidas ativas e passivas.13 Por não ter deixado testamento, foi necessário que a Real Junta de Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação procedesse à abertura de inventário, sendo nomeado como seus inventariantes seu caixeiro Thomás Pereira de Castro Viana, conjuntamente com a firma de Francisco José Guimarães e Companhia. Ademais, existiu uma disputa entre seus herdeiros e a Coroa portuguesa pela ausência de seus testamento.

Em suma, neste artigo, discutimos as mercês angariadas pelo portuense após o oferecimento que fez de sua chácara em São Cristóvão ao príncipe regente Dom João, nobilitando-o com uma das honrarias mais almejadas e atribuídas aos homens de negócio na corte joanina, que foi a comenda da Ordem de Cristo (SILVA, 2005: 292).

11 (ANRJ). Inventário do Conselheiro Elias Antonio Lopes. 10 de Novembro de 1815. Fundo:Real Junta de Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação (7x). Códice 789. Volume 1-1815. fl.87.

12Idem fl. 1. 13 Idem. fl.81.

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Com a administração da Real Quinta da Boa Vista, ele pode prestar contas de sua gerência, que o levaria a estruturar uma relação de confiança com Dom João. A demonstração de fiel vassalagem de Lopes, lhe rendeu em anos posteriores o título de fidalgo cavaleiro da casa real (1810), conselheiro de Dom João (1811), Alcaide-mor e senhor da Vila de São José del Rei (1810). A mobilidade ascendente de Lopes exemplifica que a permanência dos valores aristocráticos de Antigo Regime faziam-se presentes no início do século XIX, quando os homens de negócio financiavam os projetos do principe regente e em troca eram recompensados com mercês.

Referências Bibliográficas

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EDMUNDO, Luiz. A Cortê de D.João no Rio de Janeiro. Rio de janeiro: Ed Conquista. 1957. 3º Volume. 2º Edição.

GORENSTEIN, RIVA. “Comércio e política: o enraizamento de interesses mercantis portugueses no Rio de Janeiro (1808-1830).” In: GORENSTEIN, Riva & MARTINHO, Lenira Menezes. Negociantes e Caixeiros na sociedade da Independência. Rio de Janeiro: Secretaria Municipal de Cultura Turismo e Esporte, 1993.

GUIMARÃES, Lucia Maria Paschoal. “A tranferencia da Corte Portuguesa para o Brasil: interpretações e linhagens historiográficas.” In: MARTINS, Ismênia & MOTTA, Márcia (orgs). 1808- A Corte no Brasil. Niterói: Editora da UFF, 2010.

MATTOS, Walter de Mattos. A Real Junta do Comércio, Agricultura Fábricas e Navegação deste Estado do Brasil e seus Domínios Ultramarinos: uma Tribunal de Antigo Regime na Corte de Dom João (1808-1821). Dissertação de Mestrado em História, UFF/PPGH. Niterói, 2009.

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TORGAL, Luís Reis. Ideologia política e teoria do Estado na Restauração. Coimbra: Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, 1981, vol 1.

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