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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS ESCOLA DE ENGENHARIA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM CONSTRUÇÃO CIVIL. Monografia

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS ESCOLA DE ENGENHARIA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM CONSTRUÇÃO CIVIL

Monografia

GESTÃO DO PROCESSO DE PROJETO: ESTUDO DE CASO DE EMPREENDIMENTOS RESIDENCIAIS MINHA CASA MINHA VIDA

Iris Roberta Rafael

Orientadora: Prof. Patrícia Elizabeth Gomes Ferreira Barbosa

Belo Horizonte 2017

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Iris Roberta Rafael

GESTÃO DO PROCESSO DE PROJETO: ESTUDO DE CASO DE EMPREENDIMENTOS RESIDENCIAIS MINHA CASA MINHA VIDA

Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Construção Civil - Produção e Gestão do Ambiente Construído da Escola de Engenharia da UFMG

Orientador: Prof. Patrícia Elizabeth Gomes Ferreira Barbosa

Belo Horizonte 2017

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DEDICATÓRIA

Às pessoas mais importantes da minha vida meus pais Sandra e Percílio.

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AGRADECIMENTOS

À Deus...

A professora, Patrícia Barbosa, pelos valiosos ensinamentos.

Aos excelentes professores da pós-graduação, pela dedicação e exemplo na prática da docência.

Aos amigos da pós-graduação, por todo o companheirismo.

A empresa construtora que trabalho há 3 anos, onde tenho adquirido muitos ensinamentos que possibilitaram a realização deste trabalho.

A minha irmã Camila, sou grata pelo imenso apoio.

Aos que contribuíram de maneira direta ou indireta para o desenvolvimento desta monografia.

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RESUMO

No atual cenário da construção civil, a reestruturação de processos nas empresas construtoras tem se tornado uma ação fundamental, principalmente nas que estão associando seus processos ao aumento da produtividade por meio da industrialização dos sistemas construtivos. Cabe evidenciar, no entanto, que essa reestruturação também deve ser direcionada para o processo de projeto, a fim de promover o aumento da construtibilidade nos empreendimentos.

Neste contexto, este trabalho busca contribuir para o estudo de gestão do processo de projetos de empreendimentos residenciais do Programa Minha Casa Minha Vida, que utilizam o sistema industrializado de paredes de concreto moldadas no local.

O objetivo da pesquisa está na identificação de possíveis falhas no processo de projeto que geram impacto no alcance da construtibilidade, através de um estudo de caso exploratório, realizado em dois empreendimentos de uma empresa de médio porte. O estudo de caso caracteriza o processo de projeto adotado na empresa e analisa problemas específicos em cada uma das obras estudadas.

Através da análise, verificou-se que os principais problemas estão associados a falhas de comunicação entre as equipes envolvidas, a necessidade de reestruturação do processo de projeto e ausência de registros de retroalimentação do processo.

Como resultado da pesquisa, são sugeridas diretrizes para melhoria do processo visando o aumento da construtibilidade dos empreendimentos.

Palavras-chave: Gestão do processo de projeto, Construtibilidade, Paredes de concreto moldadas no local.

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ABSTRACT

In the current scenario of civil construction, the restructuring of processes in construction companies has become a fundamental action, especially in those that are associating their processes with increasing productivity through the industrialization of construction systems. It should be noted, however, that this restructuring must also be directed to the design process, in order to promote the increase of constructability in the projects.

In this context, this research aims to contribute to the design management study of projects of residential projects of the “Minha Casa Minha Vida” Program, which use the industrialized system of concrete walls castes in the place.

The purpose of the research is on the identification of possible flaws in the design process that generate impact in the reach of the constructability, through an exploratory case study, carried out in two buildings of a medium size company. The case study characterizes the design process adopted in the company and analyzes specific problems in each of the buildings studied.

Through the analysis, it was verified that the main problems are associated to communication failures between the teams involved, the need to restructure the design process and absence of process feedback records.

As a result of the research, guidelines are suggested for improving the process aiming at increasing the constructability of the projects.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Capacidade de influenciar os custos do empreendimento ao longo de suas fases

... 18

Figura 2 - Processo tradicional de empreendimentos de construção ... 22

Figura 3 - Engenharia sequencial x Engenharia simultânea... 22

Figura 4 - O processo de projeto e suas duas interfaces ... 29

Figura 5 - Entendimento sobre project management e design management ... 32

Figura 6 - Fluxograma das etapas metodológicas ... 42

Figura 7 - Estrutura organizacional da empresa ... 45

Figura 8 - Equipe multidisciplinar de projeto ... 49

Figura 9 - Fluxo do processo de projeto adotado pela construtora ... 52

Figura 10 - Síntese do fluxo do processo de projeto ... 58

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LISTA DE QUADROS E TABELAS

Quadro 1 - Princípios da construtibilidade ... 19 Quadro 2– Etapas de projeto de acordo com autores nacionais ... 28 Quadro 3 - Equipe envolvida no processo ... 58

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas MCMV Minha Casa Minha Vida

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística CEF Caixa Econômica Federal

BNH Banco Nacional da Habitação

PBQP-H Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat

SIAC Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviços e Obras AVCB Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros

PNE Portadores de necessidades especiais BIM Building Information Modeling

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 12

1.1 CONTEXTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL 12

1.2 JUSTIFICATIVA 13 1.3 OBJETIVOS 14 1.3.1 Objetivo Geral 14 1.3.2 Objetivos Específicos 14 1.4 ESTRUTURA DA PESQUISA 14 2.REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 15

2.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE CONSTRUTIBILIDADE 15

2.3 GESTÃO DO PROCESSO DE PROJETO 25

2.3.1 Design Management: Coordenação de projetos 31

2.4 CONSTRUÇÃO INDUSTRIALIZADA 33

2.4.1 Paredes de concreto moldadas no local 37

3. METODOLOGIA DE PESQUISA 40

3.1 CONTEXTO E ESTRATÉGIA DE PESQUISA 40

3.2 ETAPAS DA PESQUISA 41 4. ESTUDOS DE CASO 43 4.1 INTRODUÇÃO 43 4.2 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA 43 4.2.1 Aspectos gerais 43 4.2.2 Departamento de projetos 46

4.3 CARACTERIZAÇÃO DO PROCESSO DE PROJETO 48

4.3.1 Introdução 48

4.3.2 Processo de projeto 48

4.4 DIAGNÓSTICO DAS OBRAS 58

4.4.1 Análise Obra A 59

4.4.2 Análise da Obra B 61

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 70

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1. INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Um dos setores de maior relevância para a economia brasileira, a construção civil, foi marcada por um grande crescimento no período de 2009 a 2013, em virtude do desenvolvimento econômico do país e investimentos do Governo Federal em infraestrutura e programas habitacionais. Contudo, a partir de 2014, observou-se uma mudança no cenário da economia brasileira, que afetou diretamente o setor da construção civil, que atualmente tem passado por adversidades que necessitam de ajustes, adequações e, ou adaptações.

Segundo Dias e Castelo, (2015) apud SOUZA, (2016) a situação da construção civil no Brasil, está caracterizada por um ambiente macroeconômico em decadência, desde 2014. Os autores afirmam que os resultados obtidos pelas empresas em 2015 foram piores que os resultados de 2009, período em que o setor atravessava a crise econômica do mesmo ano.

Neste contexto, as empresas do setor da construção civil são levadas a reestruturar seus processos, principalmente os que são associados a produtividade, que muitas vezes têm sido direcionadas para a industrialização dos sistemas construtivos e qualificação de mão de obra. (SOUZA, 2016)

A reestruturação de processos dentro das empresas é fundamental no cenário atual do setor. Uma gestão eficiente deve ser direcionada para o processo de projeto, isto é, tanto para a gestão do empreendimento como um todo (Project Management), quanto para a gestão dos projetos (Design management), uma vez que a introdução de uma gestão eficaz pode aumentar o potencial da produção, proporcionando construtibilidade para os empreendimentos e consequentemente uma maior chance de rentabilidade para a empresa.

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1.2 JUSTIFICATIVA

Visando assegurar moradias adequadas, a Caixa Econômica Federal, banco público orientado para o desenvolvimento econômico e social do Brasil, (Caixa Econômica Federal, 2016) e maior agente financiador do Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV), estabelece uma série de parâmetros específicos para projetos, documentações e planejamento, que devem ser cumpridos pela construtora ou incorporadora a fim de alcançar a contratação do empreendimento.

Nas obras de empreendimentos habitacionais de interesse social Faixa 2, 1 isto é, destinado a famílias com renda até R$ 3.600,00, os lucros estão diretamente relacionados aos prazos de execução e controle de custos.

Uma alternativa para redução de custos é a industrialização dos processos construtivos, e neste contexto, se enquadra o sistema de paredes de concreto moldadas no local, como um dos processos com maior eficiência para atendimento dos requisitos supracitados, sendo esse, o método construtivo utilizado nos estudos de caso a serem apresentados neste trabalho.

O alcance de resultados satisfatórios, tanto nos processos para admissão do empreendimento no Programa MCMV, uma iniciativa do governo que visa facilitar o acesso a casa própria para famílias de baixa renda, (Minha Casa Minha Vida, 2016), como na industrialização do processo construtivo utilizado, estão condicionados a uma gestão do processo de projeto que incorpore os princípios de engenharia simultânea, as interfaces de projeto x obra, com o propósito de se obter resultados mais expressivos na produção com relação a construtibilidade e como consequência disso tudo a redução de custo e prazo e a melhoria da qualidade final do produto.

Nesse contexto, este trabalho apresenta uma análise da gestão de projetos em empreendimentos residenciais financiados pelo MCMV, por meio de um estudo de caso exploratório, (GIL, 2002) realizado em dois empreendimentos de uma

1 Para participação no Programa MCMV, o interessado em adquirir o imóvel deve se enquadrar em

uma das 4 modalidades do Programa, divididas de acordo com a faixa de renda bruta familiar: Faixa 1, Faixa 1.5, Faixa 2 e Faixa 3. No caso específico da categoria Faixa 2, citado no texto, a renda bruta familiar é de até R$ 3.600,00.

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construtora de médio porte situada em Belo Horizonte, cujo foco é a identificação dos mecanismos que afetam a construtibilidade desses empreendimentos, contemplado das fases de concepção às etapas de retroalimentação no âmbito do Design Management.

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

O objetivo principal do trabalho é a proposição de um conjunto de diretrizes e ações para a gestão do processo de projeto, visando à identificação de possíveis processos/produtos que possam ser reestruturados e a definição dos procedimentos necessários para a condução dessas ações no departamento de projetos. Tais diretrizes serão definidas como um plano de ação cujo propósito é o alcance da construtibilidade dos empreendimentos.

1.3.2 Objetivos Específicos

● Analisar os conceitos de construtibilidade e aplicação dos mesmos no processo de projeto dos empreendimentos, objeto da pesquisa.

● Analisar e propor adequações ao fluxo do processo de projeto existente na construtora no âmbito do Design Management;

● Fazer um diagnóstico da realidade da empresa na interface projeto x obra. ● Proposição de possíveis diretrizes e ações para o processo de projeto com o objetivo de otimizar os procedimentos em prol da construtibilidade.

1.4 ESTRUTURA DA PESQUISA

A pesquisa é desenvolvida em 6 capítulos. O capítulo 1 compreende as considerações iniciais sobre a pesquisa, justificativa, objetivo geral e específicos, e a estruturação do trabalho.

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conceitos pertinentes a pesquisa no contexto do gerenciamento de projetos. Nesta seção serão apresentadas considerações sobre construtibilidade, engenharia simultânea, construção industrializada: parede de concreto moldada no local, além de ponderações gerais sobre a gestão do processo de projetos e com foco no Design Management.

A metodologia de pesquisa, citada no capítulo 3, faz uma breve introdução sobre o método utilizado e esclarece as etapas abordadas no estudo de caso.

Em prosseguimento, no Capítulo 4 são desenvolvidos os estudos de caso, no qual são apontados a caracterização da empresa e do processo de projeto recorrente, posteriormente é desenvolvido um diagnóstico das obras objeto de estudo e por fim são apontadas as diretrizes para melhoria da gestão do processo de projeto (design), com foco no alcance da construtibilidade.

Em conclusão, no capítulo 5, são feitas as considerações finais da pesquisa, e no capítulo 6, são citadas as referências bibliográficas que fundamentaram este trabalho.

2.REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Este capítulo tem como objetivo realizar uma breve apresentação dos referenciais teóricos que norteiam esta pesquisa abordando os conceitos, princípios e formas de implementação da construtibilidade, as diretrizes e métodos sobre a engenharia simultânea, considerações sobre o sistema construtivo industrializado e paredes de concreto moldadas no local e uma abordagem conceitual sobre a gestão do processo de projeto, assim como os conceitos de Design Management e suas aplicações.

2.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE CONSTRUTIBILIDADE

Nesta seção serão apresentados os conceitos de construtibilidade, assim como os princípios e implementação da construtibilidade encontrados na literatura.

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década de 80. Nos EUA, é conhecido pelo termo “constructability” e no Reino Unido como “buildability”. (STEHN e BJÖRNFOT, 2004 apud RODRIGUES, 2005).

Para o “Construction Industry Institute”, nos Estados Unidos, o termo “constructability” é definido como "o uso ótimo do conhecimento, das técnicas construtivas e da experiência nas áreas de planejamento, engenharia, contratação e operação em campo, para se atingir os objetivos globais do empreendimento" (CII 1987). Na Inglaterra, o termo “buildability” foi definido de acordo com o Construction Industry Research and Information Association (CIRIA, 1983 apud RODRIGUES, 2005), como “a extensão pela qual o projeto de uma edificação facilita as atividades de construção levando em conta os requisitos globais da edificação construída”.

Dessa forma, entende-se que enquanto o termo “constructability” considera que o alcance de melhorias da construtibilidade deve incluir as fases de planejamento, contratação e operação no canteiro, o termo “buildability” tem um maior foco no projeto da edificação para aumento da construtibilidade.

Este conceito é simplificado na definição de Oliveira (1995) apud Silva (2006), como a habilidade de facilitar a construção através do projeto, integração do conhecimento e experiência construtiva durante as fases de concepção, planejamento e execução da obra, visando a simplificação das operações construtivas através do domínio da tecnologia a ser adotada no empreendimento.

Melhado (1995) descreve a construtibilidade como o conjunto de elementos de projeto elaborados de forma simultânea, para utilização no contexto das atividades de produção em obra, contendo as definições de: disposição e sequência de atividades de obra e frentes de serviço; uso de equipamentos; arranjo e evolução do canteiro; dentre outros itens associados às características e recursos próprios da empresa construtora.

De acordo com Silva (2006), no âmbito da construtibilidade como conceito e ferramenta para a gestão de projetos, há uma vinculação a diversos procedimentos de acompanhamento como revisões dos aspectos construtivos, concepção de projeto, otimização dos processos e métodos construtivos e a utilização de processos de construção eficientes.

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Segundo Peralta (2002), os profissionais de projeto e produção, não dão a devida importância aos aspectos da construtibilidade, e pouco aproveitam a experiência de execução. Além disso, a falta de retroalimentação de informações entre equipe de projetos e produção, leva a uma repetição contínua de falhas, que são identificadas na execução.

Uma comunicação integrada entre equipe de obras e projetistas antes e durante a execução das obras é essencial. Essa afirmação pode ser observada em Oliveira (1995), no qual descreve que para a realização da construtibilidade, a comunicação entre a engenharia e a construção deve ser ampliada, com intenção de reduzir a possibilidade de atrasos.

Silva (2006), afirma que a construtibilidade procura fazer essa integração entre conhecimento e experiência das construções. Rodrigues (2005) define construtibilidade como a facilidade com que uma edificação pode ser construída a partir da consideração dos requisitos do processo produtivo ao longo de todas as etapas de desenvolvimento do produto.

Dessa forma, observa-se que as ações que tem como objetivo melhorar a construtibilidade não se restringem apenas às especificações do produto no projeto, mas devem ser incorporadas em todo o processo visando maior qualidade e rentabilidade para as empresas.

Implantar tais ações requer a identificação dos mecanismos que afetam a construtibilidade em todas as suas fases, ao longo do ciclo de vida do empreendimento. A Figura 1 ilustra a influência das decisões em cada fase do processo e seu impacto no custo do empreendimento.

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Figura 1 - Capacidade de influenciar os custos do empreendimento ao longo de suas fases Fonte: CII (1987)

Além da importância do reconhecimento das práticas que afetam a construtibilidade, devem ser considerados os princípios da construtibilidade a fim de que a partir da compreensão desses princípios, possam ser desenvolvidas diretrizes que sejam capazes de serem aplicadas em todo o ciclo de vida do empreendimento.

De acordo com CIIA (1993) apud Silva (2006) os princípios de construtibilidade podem ser resumidos de modo mais abrangente na tabela 1 abaixo:

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Quadro 1 - Princípios da construtibilidade

PRINCÍPIOS DA CONSTRUTIBILIDADE

PRINCÍPIO SIGNIFICADO

Integração A construtibilidade deve ser parte integral do planejamento do empreendimento.

Conhecimento de construção

O planejamento do projeto deve envolver ativamente o conhecimento e experiência de construção.

Habilidade de equipe A experiência, habilidade e composição da equipe do empreendimento devem ser apropriadas para o mesmo.

Objetivos corporativos

Construtibilidade é aumentada quando a equipe do empreendimento tem o entendimento dos objetivos do cliente e do empreendimento.

Recursos disponíveis A tecnologia da solução de projeto deve ser compatÌvel com a habilidade e recursos disponíveis.

Fatores externos Fatores externos podem afetar o custo e/ou o programa do empreendimento.

Programa

A totalidade do programa do empreendimento deve ser realista e adequado a construção, devendo ter a concordância da equipe do empreendimento.

Metodologia construtiva O projeto deve considerar a metodologia construtiva.

Acessibilidade

Se a acessibilidade da construção é considerada no projeto nos estágios de construção do empreendimento, a construtibilidade pode ser aumentada.

Especificações

A construtibilidade do empreendimento pode ser· aumentada quando a eficiência construtiva é considerada na elaboração de especificações.

Inovação na construção O emprego de técnicas inovadoras durante a construção vai aumentar a construtibilidade.

Retroalimentação

Construtibilidade pode ser aumentada em futuros empreendimentos similares se uma análise pós-construção é realizada pela equipe do empreendimento.

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Rodrigues (2005) traz uma síntese da bibliografia sobre os princípios de construtibilidade apontado por vários autores:

● Simplificação do processo;

● Padronização de projeto e processos construtivos;

● Promover acessibilidade para pessoas, materiais e equipamentos; ● Facilitar construção sob condições climáticas adversas;

● Otimização dos processos de construção; ● Promover a manutenibilidade;·.

● Minimizar o tempo de percepção, decisão e manipulação das operações de montagem manual.

A implementação da construtibilidade está relacionada com a aplicação dos princípios apontados. Segundo Griffith (1987) apud Silva (2006), podem ser obtidos os seguintes resultados através da aplicação da construtibilidade:

● Simplificação do projeto levando a uma execução mais fácil em canteiro; ● Comunicação mais precisa e eficaz das intenções contidas no projeto; Gerenciamento da execução em canteiro mais eficaz;

● Uso melhor dos recursos disponíveis para projetar e construir.

Silva (2006) indica que a implementação da construtibilidade em relação ao projeto considerando, no entanto projeto tanto como design como project, traz vantagens que variam em função de alguns fatores:

● Capacitação da equipe de gestão de projeto;

● Melhoria das relações entre os participantes no projeto;

● Os procedimentos organizacionais de registro e avaliação dos projetos; redução de retrabalhos, dúvidas e revisões no projeto (design);

● Redução do tempo de concepção; ● Redução do custo do projeto (project);

Rodrigues (2005) resume os métodos e práticas que possuem potencial para aumento da construtibilidade:

● Racionalização construtiva; ● Projeto para produção

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● Coordenação da dimensão dos componentes de uma construção

● Pré-Fabricação, Pré-Montagem, Modularização e Montagem Fora do Local Definitivo.

2.2 CONSIDERAÇÕES SOBRE ENGENHARIA SIMULTÂNEA

A recorrente estrutura administrativa das empresas originou processos sequenciais e hierarquizados, no qual as atribuições de cada área de competência são associadas a um fluxo linear, que impede uma visão integral do processo (ANDERY, et al 2008).

Esta divisão entre atividades de projeto e execução gerou um modelo de engenharia baseado em atividades sequenciais, que difere do modelo de Engenharia simultânea, onde há uma integração das partes envolvidas, e a qualidade é pensada da concepção ao desenvolvimento do projeto. (HARTLEY, 1998 apud ANDERY, et. al 2008).

Esse processo sequencial, habitual em empreendimentos de construção, é demonstrado na figura 2 e 3 abaixo, retirado de Gobin (1993) apud Fabrício (2002). De acordo com Barbosa (2013), muitas vezes o processo é realizado de forma simultânea dentro de contextos específicos de cada empreendimento, seja por falta de planejamento, pela necessidade de remanejo de mão de obra própria, ou também por dificuldades de encontrar terrenos com as características das construtoras.

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Figura 2 - Processo tradicional de empreendimentos de construção Fonte: Fabrício (2002) adaptado de Gobin (1993)

Figura 3 - Engenharia sequencial x Engenharia simultânea

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O modelo sequencial, no qual o projeto segue uma trajetória linear passando pelas diferentes áreas funcionais da empresa em que cada setor, após executar sua parte do projeto, transfere os documentos produzidos para o setor seguinte, é ineficiente, uma vez que exige retrabalho quando falhas ou incompatibilidades das etapas anteriores são detectadas (CASAROTTO FILHO et al. 1999; NAVEIRO et al., 2001 apud RODRIGUES 2005).

No âmbito conceitual, os estudos sobre engenharia simultânea foram iniciados na década de 80 pela Defense Advanced Research Project Agency (DARPA), com a finalidade de aumentar o grau de paralelismo entre as atividades, até então executadas de forma sequencial e dependente da conclusão de outras etapas. A partir deste contexto, outros estudos foram desenvolvidos e o conceito de engenharia simultânea tornou-se mais amplo.

O conceito de Engenharia Simultânea desenvolvido pelo Institute for Defense Analysis (IDA) do governo americano é descrito da seguinte forma:

“Engenharia Simultânea: uma abordagem sistêmica para integrar, simultaneamente projeto do produto e seus processos relacionados, incluindo manufatura e suporte. Essa abordagem é buscada para mobilizar os desenvolvedores (projetistas), no início, para considerar todos os elementos do ciclo de vida da concepção até a disposição, incluindo controle da qualidade, custos, prazos e necessidades dos clientes”. Institute for Defense Analyses – IDA, (1988) apud SCPD, (2002)”

Werner (1995) apud Peralta (2002) define a engenharia como “um modo sistemático para o projeto simultâneo e integrado de produtos e de seus processos relacionados, incluindo manufatura e suporte” (WERNER, 1995)

De acordo com o Fabrício (2002), a engenharia simultânea tem sido aplicada há mais tempo nos setores industriais, em seus estudos foi analisada a possibilidade de implantação da metodologia para o processo de construção de edifícios.

A Engenharia Simultânea é um conceito de gestão oriundo da indústria transformadora, e um método comprovado para atingir melhorias significativas no desempenho do produto e nos custos. Os processos de construção de construção devem ser realizados simultaneamente, considerando a aplicação dos aspectos no

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início do processo de concepção e construção, a eliminação do que não é valor, adicionados as atividades e a necessidade das equipes multidisciplinares. (BARBOSA, 2013).

Fabrício (2002) define projeto simultâneo como o desenvolvimento integrado das diferentes dimensões do empreendimento, da fase inicial de concepção, formulação do programa de necessidades e projeto de produção, até a fase final do desenvolvimento de produto, através de um processo colaborativo onde haja integração entre projetistas, construtora e demais agentes envolvidos, tendo em vista soluções integrais. Dessa forma, o autor, identifica os elementos fundamentais para implantação do conceito no processo da produção:

● Valorização do projeto, visando maior eficiência no processo de produção; ● Planejamento e desenvolvimento em paralelo das atividades de projeto; ● Equipes multidisciplinares integradas de projeto;

● Estrutura organizacional e interatividades nas equipes de projeto;

● Uso de tecnologia da informação na gestão do processo, como ferramenta para promover maior eficiência no fluxo;

● Coordenação eficiente de projetos para promover a integração e solucionar possíveis problemas;

● Satisfação dos clientes;

Fabricio e Melhado (2002) apontam que os principais objetivos e benefícios da Engenharia Simultânea são:

● Redução do tempo de projeto; ● Introdução de inovações;

● Ampliação da qualidade ao longo da vida útil de produtos e serviços; ● Ampliação da manufaturabilidade dos projetos;

● Aumento de eficiência dos processos produtivos de bens e serviços.

Os principais objetivos da Engenharia Simultânea apresentados por Andery et al (2008) são:

● O encurtamento do ciclo de desenvolvimento de produto; ● Diminuição de custos e aumento da qualidade;

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● Direcionamento do foco para as necessidades do cliente;

● Consideração sistemática de todo o ciclo de vida do produto, passando pelas fases de concepção, produção, operação e descarte e/ou readaptação.

Segundo Fabrício, et al (2002) apud Barbosa (2013), a engenharia simultânea aplicada à Construção Civil deve procurar garantir uma responsabilidade coletiva, dentro de um processo de coordenação forte para atuar com diferentes projetistas e especialistas desde o início de processo de concepção até o desenvolvimento do produto, visando soluções integradas e globais.

Barbosa (2013) aponta que os problemas originados da divisão em atividades sequenciais atribuídas a diferentes especialistas, somados a desperdício de tempo e aumento de retrabalho é uma questão que dificulta a implantação da engenharia simultânea, e a solução está na organização de um gerenciamento de projetos externos como modo de integrar os agentes e o cliente.

Andery et. al (2008), cita que a implantação da engenharia simultânea deve alcançar toda a organização, exigindo o rompimento de paradigmas relacionados à estrutura, cultura e gestão organizacional, o que não representa uma tarefa simples.

A aplicação da Engenharia Simultânea no processo do empreendimento pretende ampliar a qualidade do projeto e, portanto, do produto; aumentar a sua construtibilidade; reduzir os prazos de execução; envolvidos no processo e auxiliar na introdução de novas tecnologias e métodos no processo de produção de edifícios. (CRESPO, 2013).

A adoção da engenharia simultânea representa um avanço significativo no caminho com foco o desenvolvimento de produtos na construção civil, envolvendo o processo de projeto de todos os aspectos de um ciclo de vida do projeto e pode permitir melhorar o desempenho do processo de design, melhorando assim o edifício, qualidade de produto. (BARBOSA, 2013).

2.3 GESTÃO DO PROCESSO DE PROJETO

A complexidade dos processos que envolvem a construção de empreendimentos, aliados às tecnologias construtivas industrializadas e a aplicação

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de princípios que resultam no aumento da qualidade e produtividade, requerem cada vez mais conhecimentos especializados e uma gestão eficiente do processo que considere todo o ciclo de vida do empreendimento.

Nesta seção serão discutidos em termos gerais os conceitos de projeto, de processo de projeto, e no tópico posterior será abordada a gestão do processo de projetos com foco no Design Management.

Souza (1997) define o projeto como a concepção e desenvolvimento do produto, a partir da identificação das necessidades dos clientes finais, sendo que a qualidade da solução de projeto determina a qualidade do produto final, isto é, que o projeto influencia no grau de satisfação dos clientes finais.

A elaboração de projetos é definida para a NBR 13.351(1995) como a "determinação e representação prévias dos atributos funcionais, formais e técnicos de elementos de edificação a construir, a pré-fabricar, a montar, a ampliar, a reduzir, a modificar ou a recuperar, abrangendo os ambientes exteriores e interiores e os projetos de elementos da edificação e das instalações prediais."

A palavra projeto significa, genericamente, intento, desígnio, empreendimento e, em sua acepção técnica, um conjunto de ações caracterizadas e quantificadas, necessárias à concretização de um objetivo. (ASBEA, 1992)

Com uma abordagem voltada para o design, Melhado (1994) entende projeto como a atividade ou serviço integrante do processo de construção, responsável pelo desenvolvimento, organização, registro e transmissão das características físicas e tecnológicas especificadas para a obra, a serem consideradas na fase da execução.

Para Andery, et al, (2008), o projeto é uma antevisão abstrata de um produto que se deseja realizar, um meio para implementação e aperfeiçoamento de soluções competitivas para o produto ou para a tecnologia. Um processo de realização de ideias que deverá passar pelas etapas de idealização, análise / simulação, detalhamento e implantação.

Tzortzopoulos, (1999) delimita duas visões sobre o processo de projeto, o projeto como processo criativo ou como processo gerencial.

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de projeto no setor é caracterizado pela integração contratual dos agentes envolvidos (Cardoso et. al., 1998), pela especialização dos projetistas e pelo fluxo sequencial de projetos (Fabricio et. al. 1999). Os autores ainda ressaltam que, o desenvolvimento de novos produtos na construção, configura-se de forma fragmentada entre programa, projeto e produção, com diferentes equipes responsáveis por cada uma dessas áreas. A mobilização dos profissionais ocorre de forma sequencial, de acordo com a fase de desenvolvimento do produto configurando dessa forma equipes temporárias e variáveis ao longo do empreendimento.

Neste cenário, é evidente a importância da aplicação da engenharia simultânea no processo de projeto e em todo o ciclo de vida dos empreendimentos de construção com foco na melhoria do desempenho e qualidade final dos edifícios.

Fabrício (2002) apud Barbosa (2013) afirma que o processo do projeto é a etapa mais estratégica do empreendimento com relação aos gastos da produção e a agregação da qualidade do produto. O mesmo autor ainda alega que a participação da construtora na fase de projeto possibilita maior foco na construtibilidade, mas para não comprometer a intenção inicial do projeto, o cliente pode designar gerenciadores ou coordenadores para condução deste processo.

A fase de projeto (design) envolve a escolha tecnológica que definirá o processo de produção da edificação. As diretrizes para a seleção da tecnologia devem estar alinhadas à estratégia competitiva do empreendedor, ou seja, a diferenciação do produto em relação aos concorrentes ou custo do produto final (SILVA, 1996).

A divisão do processo de projeto em etapas permite que a equipe tenha uma visão sistêmica, e é considerada como umas das primeiras ações a serem efetuadas para organizar, controlar e desenvolver o processo. (RODRÍGUEZ, 2005)

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Quadro 2– Etapas de projeto de acordo com autores nacionais

Fonte: Rodríguez (2005)

Fontenelle (2002) aponta que o processo de projeto apresenta duas interfaces; a “produto-projeto”, interface mais estratégica relacionada com o atendimento de aspectos mercadológicos. E a “projeto-produção” relacionada com a solução dos aspectos técnicos-construtivos como normas técnicas, seleção da tecnologia construtiva, interface entre agentes envolvidos e disciplinas de projeto (design) conforme pode ser exemplificado na Figura 4.

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Figura 4 - O processo de projeto e suas duas interfaces Fonte: Fontenelle 2002

Rodríguez, (2005) de uma forma mais generalizada, define que a gestão do processo de projeto, assim como a gestão de um outro tipo de processo como a execução, é sistemicamente um somatório de ações, em diferentes áreas do conhecimento, que levam ao atendimento dos objetivos do processo.

Para Melhado et al.(2005) apud Souza (2016), a gestão do processo de projeto compreende uma série de ações envolvidas no planejamento, organização, direção e controle, tarefas de natureza estratégica, como estudos de mercado, prospecção de terrenos, captação de investimentos ou de fontes de financiamento, definição das características do produto, e formação das equipes de projeto em cada empreendimento.

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considerar aspectos técnicos e os fatores sociais. Os aspectos técnicos são referentes aos objetivos, metas, prazos, tecnologia, procedimentos, controle e atribuições e os fatores sociais se referem a relações interpessoais, liderança, cultura, motivação e fatores ambientais.

.Fontenelle (2002) ressalta que a fase de projeto tem sido considerada como uma etapa de extrema importância no setor da construção, em razão de estar diretamente ligada a concepção inicial do produto, com reflexos em todas as etapas do processo de produção. O autor cita que essa importância do projeto, pode ser também constatada pelo fato das deficiências nessa fase serem apontadas como as maiores responsáveis por patologias nas construções (PICCHI, 1993).

Andery et. al (2008) afirma que as deficiências nos projetos se manifestam no produto final, como é o caso da baixa durabilidade, falhas estruturais e funcionais, ou no processo executivo quando emergem interferências físicas, incompatibilidade de processos e ausência de informações.

Para Fabrício (2002), a desarticulação entre os agentes envolvidos do processo de projeto é a origem de muitos dos problemas que interferem diretamente na fase de execução e operação dos edifícios.

No processo tradicional de design, o tempo improdutivo é criado para todos os períodos de espera entre tarefas. A eliminação desses períodos é possível alterando a forma como é organizado, levando a um processo de desenvolvimento mais unificado, que incentive a tomada de decisão colaborativa, a coordenação de equipes, compartilhamento de informações, incentivando os agentes a atingir metas e objetivos (BARBOSA, 2013).

Segundo Fabrício e Melhado (2011) apud Souza (2015), a qualidade dos projetos está vinculada a capacidade técnica dos agentes envolvidos, quanto a organização e eficácia do processo de projeto. Os autores ressaltam a necessidade de desenvolvimento de novos modelos organizacionais que priorize o caráter multidisciplinar das soluções, e organizado de processo de projeto de forma democrática.

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ferramentas de gestão são aplicadas de forma mais frequente, como a compatibilização de projetos e gerenciamento eletrônico de documentos, no entanto, ainda não desenvolvem todo o potencial das mesmas. Alguns elementos de gestão como planejamento do processo, coordenação, análises de construtibilidade e seleção tecnológica, ainda não são considerados com a devida importância. (RODRIGUEZ, 2005)

2.3.1 Design Management: Coordenação de projetos

O termo coordenação de projetos relacionado a construção civil vem sendo amplamente discutido na bibliografia.

Na literatura inglesa, são encontrados os termos project management e design management, eventualmente confundidos, no entanto cada termo tem um significado diferente no âmbito da construção civil no Brasil.

De uma forma abrangente, o Project Management Institute, PMI (2000) destaca que a gestão de projetos ou project management, é a aplicação de conhecimentos, habilidades e técnicas para a execução de projetos de forma efetiva e eficaz. E ainda ressalta que as atividades de gerenciamento são divididas em nove áreas do conhecimento: integração, escopo, prazos, custos, recursos humanos, aquisições, qualidade, riscos e comunicação do empreendimento.

A gestão de projetos evidenciada pelo PMI é um conceito amplo, que pode ser aplicado a vários setores e não apenas no setor da construção civil. O termo project management, se refere a abrangência do negócio, isto é do empreendimento como um todo.

Diferentemente, Prins et. al (2001) apud Nóbrega (2012), afirma que o fluxo de trabalho do design management pode ser definido com a coordenação do “design process”, isto é, corresponde a responsabilidade de coordenação dos desenhos. Dessa forma a coordenação do projeto (design management) pode ser entendida por englobar as atividades de coordenação na fase do projeto de um edifício.·.

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Figura 5 - Entendimento sobre project management e design management Fonte: Adaptado de Nóbrega (2012)

Deste modo entende-se que no contexto da construção civil no Brasil, project management é a gestão de todo o ciclo de vida do empreendimento, enquanto design management, ênfase desta pesquisa, é caracterizada por uma gestão voltada para o processo de projeto. De um modo geral design management é entendido como coordenação de projetos.

No entanto, Emmitt (2007 apud Nóbrega (2012) afirma que a ênfase do design não está apenas na coordenação do desenho mas no ciclo de vida completo dos projetos, englobando a interface entre projeto e envolvidos.

A coordenação de projetos é descrita por Melhado, (2005) apud Nóbrega (2012) como “uma atividade de suporte ao desenvolvimento do processo de projeto voltada à integração dos requisitos e das decisões de projeto. A coordenação deve ser exercida durante todo o processo de projeto e tem como objetivo fomentar a interatividade na equipe de projeto e melhorar a qualidade dos projetos assim desenvolvidos”.

Segundo Rodriguez e Heineck (2002), a coordenação de projetos pode ser definida como: um processo que compreende a organização das etapas do projeto, a análise, controle e compatibilização das soluções técnicas, a elaboração de projetos executivos e o acompanhamento do desempenho desses. Dessa forma entende-se que o objetivo do coordenador de projetos é otimizar os recursos e

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melhorar o desempenho do empreendimento.

Nóbrega, (2012) afirma que a coordenação de projeto de edificações é caracterizada basicamente pela responsabilidade em duas grandes áreas: a gestão do processo de projeto e a coordenação técnica do projeto, onde são realizadas tarefas como reuniões de coordenação, análise da compatibilização, análise crítica do projeto e proposição de soluções técnicas de projeto.

Sendo o projeto considerado um elemento significativo e estratégico no ciclo de vida dos empreendimentos, a coordenação de projetos é uma ferramenta fundamental para se atingir construtibilidade.

2.4 CONSTRUÇÃO INDUSTRIALIZADA

Nos últimos anos, é fato que no cenário da construção civil, o setor de habitações residenciais populares atraiu o interesse das empresas construtoras, pelos investimentos e facilidades proporcionadas pelo Governo Federal, como o Programa Minha Casa Minha Vida.

No entanto, para atuar neste segmento com sucesso, onde é relevante a construção de um grande número de unidades habitacionais em um curto período de tempo, a um custo baixo e controlado, é evidente que os sistemas construtivos tradicionais não atendem a estas premissas e, por isso, muitas empresas têm buscado “sistemas construtivos industrializados”.

A busca por sistemas construtivos industrializados, também aconteceu em outros momentos da história do país. Na década de 70, o Banco Nacional da Habitação (BNH), disponibilizou recursos para produção de condomínios habitacionais populares, e nesta ocasião, muitas construtoras, atuantes no segmento, passaram a optar por utilizar tecnologias inovadoras com o objetivo de reduzir os custos e aumentar a produtividade (BARROS,1996)

Neste contexto, o sistema de paredes de concreto moldadas in loco, tecnologia construtiva utilizada nas obras estudadas neste trabalho, tem se revelado um método construtivo eficiente, e muitas construtoras do segmento estão aderindo. Além de proporcionar uma maior economia na obra, rentabilidade para a empresa e

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uma redução dos prazos de construção, é considerado um sistema racionalizado e se apresenta como uma estratégia promissora, no sentido de proporcionar melhoria na produtividade e qualidade do produto.

“A industrialização da construção é o emprego de forma racional e mecanizada de materiais, meios de transporte e técnicas construtivas para conseguir uma maior produtividade” (ORDONEZ et al, 1974 apud MOURA 2013).

Moura (2013) aponta os principais benefícios da industrialização, como: facilidades de controle e segurança; aumento no nível de qualidade na produção; baixo índice de desperdício; redução do número de operários; modulação, uniformidade e padronização; velocidade de execução; e redução na geração de resíduos. Tais benefícios são descritos como os resultados de um sistema caracterizado por uma eliminação das perdas e aumento da produtividade e qualidade final do produto.

Na literatura, os conceitos abordados estão mais frequentemente associados a racionalização em um contexto geral do que com foco nos sistemas industrializados. Para Barros (1996) “racionalização na construção, consiste no esforço para tornar mais eficiente a atividade de construir, na busca da melhor solução para os diversos problemas da edificação”.

Com uma abordagem sobre eliminação de desperdícios, Sabattini (1989) define a racionalização construtiva como: “um processo composto por um conjunto de ações que tenham como objetivo otimizar o uso dos recursos materiais, humanos, organizacionais, energéticos, temporais e financeiros disponíveis na construção em todas suas fases”. O autor ainda ressalta que evoluir no sentido de aperfeiçoar-se como indústria é o caminho natural da construção civil.

De acordo com Silva (2006), a implementação de princípios de racionalização construtiva, aliada também a construtibilidade, proporcionam uma melhoria na qualidade e produtividade do produto, neste caso o edifício, e consequentemente auxilia na rentabilidade do investimento.

Melhado (1994) destaca a importância da racionalização como um princípio que pode ser utilizado em qualquer processo construtivo, no qual se proporciona

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considerável redução de custos, a partir da implantação de padronização, de simplificação de operações, aumento da produtividade, porém enfatiza que essas medidas devem ser admitidas ainda na etapa de projeto.

A racionalização construtiva implica no desenvolvimento de um projeto analisado sob a ótica da economicidade, eficiência e otimização, aspectos estes também defendidos na teoria da construtibilidade. No entanto, a importância tanto da construtibilidade como da racionalização construtiva deve ser incorporada no desenvolvimento do processo de projeto. (PERALTA, 2002)

Dessa forma, fica evidente que a implementação de uma tecnologia construtiva industrializada que incorpore os princípios de construtibilidade e racionalização nas fase de projetos, pode ser considerada umas das diretrizes para obtenção de qualidade no produto e maior potencial de rentabilidade.

A racionalização construtiva implica no desenvolvimento de um projeto analisado sob a ótica da economicidade, eficiência e otimização, aspectos estes também defendidos na teoria da construtibilidade. (RODRIGUES 2005)

Para Griffith (1987) apud Rodrigues (2005), o principal objetivo da racionalização é o de se obter maior produtividade, eficiência no trabalho e qualidade do produto com o melhor aproveitamento de recursos considerando-se os procedimentos de execução durante as fases de projeto. Os princípios dessa racionalização são:

● Construção de acordo com uma determinada sequência; ● Redução do número de operações;

● Simplificação de projeto;

● Padronização de componentes;

● Coordenação dimensional de componentes da construção

Há um consenso entre os autores (MELHADO 1994; SABATTINI, 1989; PERALTA, 2002) no sentido de que a racionalização construtiva deve ser implantada na fase de projeto, por ser nesta etapa quando as são tomadas as decisões norteadoras de todo o processo construtivo. ainda afirmam que é nesta fase que há o planejamento antecipado de todos os momentos da execução, através

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da identificação de técnicas, detalhamentos e objetivos desta estratégia. (SILVA et al 2006).

No âmbito de projetos na construção de edifícios, observa-se uma recorrente falta de padronização e racionalização resultantes de ausência de projetos voltados a produção, ausência de processo definido de coordenação, que dessa forma constitui um impedimento a inovação de tecnologias e racionalização do processo de produção.

Pigozzo (2005) afirma que na maioria das práticas de desenvolvimento de projetos na construção de edifícios ocorre a falta de sistematização e racionalização decorrentes de problemas amplamente conhecidos e comuns: falta de um projeto voltado à produção, normas e critérios desajustados da realidade, ausência de critérios de coordenação, entre outros. Como conseqüência, a desorganização da atividade de projeto constitui uma forma de bloqueio à inovação tecnológica e à racionalização progressiva do processo de produção como um todo.

Silva, et. al (2006) acredita que o desenvolvimento do projeto com base na racionalização construtiva e construtibilidade precisa de uma estrutura organizacional de projeto que proporcione:

● Integrar as fases de projeto e execução, através da comunicação eficiente entre os profissionais das diversas especialidades com formação de uma equipe multidisciplinar;

● Instituir reuniões regulares compostas por esta equipe; criar a função específica do "coordenador de projeto" responsável por gerenciar· todo o processo;

● Formalizar o processo de projeto, através do desenvolvimento de parâmetros e indicadores de projeto, do registro das alterações de projeto em obra, da criação de padrões, da atenção quanto a seleção dos projetistas;

● Descentralizar a tomada de decisão, de modo que as decisões de projeto sejam tomadas pelos membros da equipe multidisciplinar, de forma conjunta, consensual e respaldada em informações técnicas e especializadas.

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2.4.1 Paredes de concreto moldadas no local

Com o crescimento do mercado imobiliário brasileiro e as contínuas medidas públicas para ampliar a oferta de moradias, como o Programa Minha Casa Minha Vida, o sistema parede de concreto moldadas no local tem representado uma solução viável para produção em escala. Esse sistema construtivo se enquadra no contexto dos estudos de caso apresentados nesta pesquisa.

O sistema construtivo de paredes de concreto moldadas no local é um método de construção racionalizado que oferece produtividade, qualidade e economia de escala quando o desafio é a redução do déficit habitacional (MASSUDA, 2009).

Em 2012 a norma para paredes de concreto moldadas in loco, publicada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), entrou em vigor. A NBR 16.055:2012 ("Parede de Concreto Moldada no Local para a Construção de Edificações - Requisitos e Procedimentos") regulamenta o dimensionamento e a execução do sistema, que ainda não era normatizado, apesar de ser usado há cerca de trinta anos no Brasil. (CORSINI, 2012).

A NBR 16.055:2012 define paredes de concreto moldadas no local como um elemento autoportante, com comprimento maior que dez vezes sua espessura, capaz de suportar carga no mesmo plano da parede.

O sistema é basicamente constituído de um jogo de fôrmas, telas de aço, armações complementares e o concreto, normalmente do tipo autoadensável. Apesar de ser um sistema econômico para produção em grande escala, o custo inicial é bastante elevado devido a aquisição das fôrmas de alumínio. No entanto, as fôrmas podem ser reutilizadas até duas mil vezes, o que possibilita um bom tempo de duração.

A metodologia é baseada em processos industrializados, onde a rapidez e a qualidade devem ser monitoradas constantemente para garantir os prazos e custos projetados. A produtividade da mão-de-obra é potencializada pelo treinamento direcionado ao sistema. Os operários, após treinamento específico, passam a atuar como montadores, executando todas as tarefas necessárias como armação,

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instalações, montagem, concretagem e desenforma. (MASSUDA, 2009)

As paredes são concretadas simultaneamente, em uma única etapa de concretagem, de modo que após a desforma, as paredes já possuem todos os elementos de instalações embutidos, além dos elementos de fixação, caixilhos de portas e janelas.

Basicamente, a forma de execução é constituída das seguintes etapas apresentadas a seguir de acordo com Massuda (2009):

Etapa 1 – Fundação

A escolha do tipo de fundação varia conforme as condições do solo, da topografia. No entanto, independente do tipo de fundação escolhida, o alinhamento deve estar bem preciso, a fim de garantir qualidade na produção das paredes.

Etapa 2 - Montagem das fôrmas

As fôrmas são estruturas provisórias cujo objetivo é moldar o concreto fresco. A geometria deve ser rigorosamente precisa, e a estanqueidade deve ser garantida. O projeto estrutural será a base para desenvolvimento do projeto de fôrmas e por isso deverá ser bem especificado. O projeto de fôrmas deverá conter o detalhe do posicionamento dos painéis, os equipamentos auxiliares, peças de travamento e prumos, escoramento e a sequência de montagem e desmontagem.

A montagem do sistema de fôrmas segue as seguintes etapas: nivelamento da laje de piso, marcação de linhas e paredes no piso, montagem das armaduras, montagem dos elementos elétricos e hidráulicos, posicionamento e montagem das fôrmas, colocação dos caixilhos, posicionamento das escoras dos prumos e fechamento da fôrma com a colocação das ancoragens.

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Etapa 3 – Armação

A armação adotada no sistema é a tela de aço posicionada verticalmente no eixo central das paredes. Além disso, os vãos das janelas e portas recebem uma armação complementar, e de um piso para o outro são previstos arranques. No projeto estrutural, a armação é especificada e detalhada de acordo com as medidas determinadas e a quantidade de aço utilizado é calculada e demonstrada no projeto.

Etapa 4- Concretagem

A concretagem, assim como as ações precedentes, devem seguir rigorosamente as especificações do projeto para garantir a qualidade do sistema. O concreto é fornecido em caminhões betoneira e passa por um controle de qualidade no laboratório que pode estar localizado na própria obra ou externo. O teste de slump flow é aplicado e são retirados os corpos de prova para controle da resistência.

O sistema de paredes de concreto moldadas no local se revela um excelente sistema para produção em grande escala, no entanto segundo Corsini (2012), para que a produtividade do sistema seja obtida, toda a execução deve ser concebida com base em conceitos de industrialização.

Dessa forma os conceitos de industrialização, a aplicação do sistema de modo eficiente, associado aos princípios de engenharia simultânea, são grandes fomentadores da melhoria na produtividade e consequentemente da construtibilidade.

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3. METODOLOGIA DE PESQUISA

3.1 CONTEXTO E ESTRATÉGIA DE PESQUISA

Esta pesquisa está situada no contexto da área de gestão de projetos e tem como propósito introduzir diretrizes de gestão de processo de projetos para melhoria da construtibilidade dos empreendimentos de construção em paredes de concreto moldadas no local.

Yin (2001) descreve que as estratégias de pesquisas são: levantamento, experimento, estudo de caso, análise de arquivos e pesquisa histórica.

O contexto que direcionou esta pesquisa foi baseado no seguinte questionamento: “O que pode ser aplicado ou modificado na gestão do processo de projetos para que haja um aumento da construtibilidade nos empreendimentos? ”

Dessa forma a estratégia de pesquisa adotada neste trabalho foi a de estudo de caso, que por meio de descrições de ocorrências reais visa compreender o processo de projeto (design) adotado, a fim de promover um diagnóstico, levando em consideração o referencial teórico estudado e propor medidas com foco na melhoria da construtibilidade.

Para Yin, (2001) apud Gil (2002) o estudo de caso é encarado como o delineamento mais adequado para a investigação de um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto real, onde os limites entre o fenômeno e o contexto não são claramente percebidos.

Segundo Gil, (2002) o propósito do estudo de caso é proporcionar uma visão global do problema ou de identificar possíveis fatores que o influenciam ou são por ele influenciados.

De acordo com estudos de Benbasat (1987) apud BARBOSA (2013), o referido estudo de caso possuirá as seguintes características:

● Dados recolhidos por observações diretas e indiretas no ambiente da empresa, através de reuniões, procedimentos padrão, rotinas dos envolvidos e acompanhamento do desenvolvimento das obras;

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processo de projeto adotado, e a interface entre projeto x obra.

Em relação aos objetivos definidos, a pesquisa tem um caráter exploratório, que visa possibilitar um maior conhecimento sobre o processo, e que segundo Gil (2002) tem a finalidade de proporcionar maior familiaridade com o problema proposto, a fim de torná-lo mais explícito e a constituir hipóteses, tendo como objetivo principal o aprimoramento de ideias.

O estudo de caso neste trabalho consiste na análise dos problemas que afetam a construtibilidade de duas obras de uma empresa construtora, sob o ângulo da gestão do processo de projetos. Apesar de não ser possível afirmar que os resultados possam ser aplicados a realidade de outras empresas, é relevante ressaltar que por meio da pesquisa do referencial teórico, existe a possibilidade de que os resultados possam ser aplicados a empresas que possuem um perfil semelhante e/ou utilizem o mesmo método construtivo.

3.2 ETAPAS DA PESQUISA

Em síntese, esta pesquisa visa compreender possíveis gargalos, falhas e, ou retrabalhos na gestão do processo de projeto, que de alguma forma prejudiquem a construtibilidade dos empreendimentos. Tal análise tem o intuito de contribuir para proposição de melhorias nas ações do processo de projeto em benefício da construtibilidade.

Os resultados deste trabalho são fundamentados na análise do referencial teórico apresentado no capítulo anterior, na experiência da autora, e no estudo de duas obras supracitado.

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Figura 6 - Fluxograma das etapas metodológicas Fonte: Autor

Etapa 1 - Estudo do referencial teórico

Esta etapa é baseada na análise dos conceitos estudados através dos referenciais teóricos existentes na literatura sobre construtibilidade, engenharia simultânea e sua aplicação no processo de projeto, conceitos sobre construção racionalizada e gestão de projetos.

Etapa 2 - Análise do fluxo do processo de projeto x obra

Nesta etapa desenvolveu-se:

● A definição das obras objeto do estudo de caso;

● O planejamento do estudo de caso, definição da estrutura, observação, coleta e análise dos dados;

● A pesquisa documental e de registros, a observação do processo de projeto e seus fluxos, observação direta nos canteiros da construtora, acompanhamento de reuniões e planejamento do processo projeto x obra.

Etapa 3- Análise dos problemas do processo projeto x obra

Diagnóstico de situações no processo dos empreendimentos, que de alguma forma são obstáculo para alcance da construtibilidade. Nesta etapa, foi desenvolvida uma

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Etapa 4 - Proposta das diretrizes de melhoria

Proposição de diretrizes de melhorias para o processo de projeto, associando as informações observadas no referencial teórico na Etapa 1, com o diagnóstico apresentado na Etapa 3.

4. ESTUDOS DE CASO

4.1 INTRODUÇÃO

Este capítulo é composto por 3 partes. Na primeira parte, é apresentada uma caracterização da empresa, com o intuito de situar melhor o contexto das obras estudadas. Na segunda seção será descrito o processo de projeto adotado na empresa, indicando as etapas do processo assim como os agentes envolvidos. Na terceira seção serão apresentadas as obras estudadas, Obra A e Obra B, onde serão apontados os problemas na gestão do processo de projeto (design) que afetam a construtibilidade. Na última parte serão apontadas as diretrizes fundamentadas nos problemas identificados na gestão do processo de projeto como nas obras.

4.2 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA 4.2.1 Aspectos gerais

A construtora e incorporadora X está localizada em Belo Horizonte, é considerada de médio porte, e seu produto é definido por empreendimentos multifamiliares residenciais populares, cujas unidades são comercializadas através do Programa MCMV. As obras da construtora estão localizadas em Minas Gerais e Rio de Janeiro.

A empresa foi fundada há mais de 25 anos, possui mais de 5000 unidades entregues e conta com cerca de 300 colaboradores entre funcionários e

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empreiteiros. Nos primeiros 18 anos de sua fundação, sua atividade era construção de edifícios padrão popular para empresas parceiras, passando a incorporar e construir seus próprios edifícios a partir de 2009, com o surgimento do Programa Minha Casa Minha Vida.

A construtora é certificada na ISO 9001 e Nível A do SiAC do PBQP-h desde 2008, um dos pré-requisitos para a participação da empresa no Programa Minha Casa Minha Vida.

Inicialmente, os edifícios eram construídos em alvenaria estrutural, porém em 2012 a empresa inovou seu método construtivo e passou a utilizar o sistema de paredes de concreto moldadas no local, um sistema industrializado que permite a construção de unidades em um período de tempo relativamente curto em relação a tecnologias tradicionais. No entanto, juntamente com a implantação da nova tecnologia construtiva, houve uma necessidade de melhoria geral dos processos da empresa.

Em novembro de 2014, a empresa contava com 4 obras em andamento, totalizando 1600 unidades. Atualmente, na fase de anteprojeto, a empresa desenvolve 3 empreendimentos simultâneos, e 2 em fase de projeto executivo, somando um total de 2150 unidades a serem construídas. Em fase de prospecção existem 2 estudos que somam uma área de aproximadamente 30.000 m² de área de terrenos.

A atual estrutura organizacional da empresa, é definida por um sistema vertical com decisões centralizadas na coordenação. O modelo pode ser representado através da figura 5 abaixo:

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Figura 7 - Estrutura organizacional da empresa Fonte: Autor

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4.2.2 Departamento de projetos

A construtora dispõe de um departamento de projetos, onde são realizados os projetos arquitetônicos: estudos de viabilidade, anteprojetos, projetos legais, e projetos executivos, além da análise dos projetos de engenharia. A estrutura do departamento é formada por um profissional responsável pela coordenação do setor, que exerce a função de design management e parcialmente de project management, auxiliando a diretoria em algumas decisões. Um profissional responsável pela elaboração dos projetos de arquitetura, análise dos projetos de engenharia, interface com os projetistas terceirizados e auxílio a coordenação. A composição da equipe ainda conta com dois estagiários, um deles auxilia nos processos do setor e outro que auxilia no desenvolvimento dos projetos.

Os projetos arquitetônicos são centralizados na construtora, e os projetos de engenharia são terceirizados para empresas parceiras, que em sua maioria, trabalha há alguns anos e por isso existe uma relação de cooperação entre as partes. Um ponto positivo no que se trata da construtibilidade.

No departamento, os documentos padronizados para controle do processo de projeto e ações da equipe são elaborados no software Excel, da Microsoft. Para arquivamento e acesso geral dos colaboradores e projetistas terceirizados aos projetos é utilizado a plataforma Autodoc Projetos2. Há um ano aproximadamente, vem sendo implantada outra plataforma digital de gestão, o Fluig3, que integra todos os processos de todos os setores da empresa e garante uma maior otimização dos resultados.

Atualmente, a empresa está implementando a tecnologia BIM (Building Information Modeling), cujo conceito significa Modelagem da Informação da Construção, isto é, uma modelagem que busca integrar todos os processos relacionados à construção do produto edificação e mantém as informações geradas durante todo o ciclo de vida do produto. (SOUZA, et al, 2009).

2 Autodoc projetos - plataforma online comercializada pela Autodesk, para coordenação integrada dos

projetos de edificações.

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Para implementação da plataforma BIM na construtora, em julho de 2016, foi contratada uma empresa de consultoria especializada, que ofereceu treinamentos do software Revit e Navisworks para a equipe do setor de projetos, e posteriormente, o treinamento de Revit será estendido também para o setor de planejamento e orçamentos. A ideia é que o primeiro empreendimento, no qual todo o processo seja realizado em BIM seja lançado no fim de 2017.

A Integração do BIM no planejamento, pode trazer muitos benefícios e ganhos consideráveis, principalmente em empresas cujas obras utilizam sistema construtivo industrializado, e trabalham com prazos de execução muito curtos.

4.2.2 Empreendimentos Residenciais

Os empreendimentos residenciais da empresa são caracterizados por edifícios de 4 a 5 pavimentos com blocos geminados ou isolados, com apartamentos de 2 quartos ou casas térreas geminadas de 2 quartos.

Para ambas as tipologias é utilizado o sistema de parede de concreto moldadas no local, logo se exige uma maior padronização da tipologia, pelo fato desse sistema requisitar a utilização de fôrmas, e permitir a reutilização das mesmas em outros empreendimentos.

Os empreendimentos são constituídos normalmente por guarita, depósito para lixo, e na área de lazer, salão de festas, quadra de esportes e quiosque gourmet e variavelmente, piscina.

Para a contratação pela Caixa Econômica Federal, os empreendimentos estão sujeitos ao atendimento de condicionantes técnicas e documentais exigidas. O valor máximo de venda dos apartamentos é definido pela Caixa Econômica Federal, e variam em torno de R$115.000 a R$200.000 de acordo com o Estado onde a obra está localizada.

As duas obras da construtora, escolhidas para estudo de caso utilizam a mesma tipologia de apartamento, no entanto, há diferença quanto ao número de pavimentos e as áreas comuns, que serão detalhadas posteriormente nesta pesquisa na seção 4.4.

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