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Academic year: 2021

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O cinema independente brasileiro vive uma crise que pode levar ao seu fim. A crise não é apenas do cinema “autoral”, mas de um vasto leque de filmes, desde os mais experimentais, passando pelos documentários de longa metragem, até filmes de médio porte de arte e de gênero; ou seja tudo que não seja o cinema comercial de grande porte (os blockbusters nacionais).

Sabemos que no mundo todo esse tipo de filme passa por um momento difícil, mas também sabemos que diversos países adotaram medidas eficazes para sua preservação, reconhecendo a importância de se ter um audiovisual diversificado.

O público e número de salas de cinema no Brasil continuam aumentando num ritmo maior que a economia mas a participação do nosso cinema tem diminuído, apesar de resultados expressivos concentrados em algumas comédias. Bons filmes médios com sucesso em festivais têm resultados ruins e uma grande parte deles não chega sequer a mil

espectadores nas salas de cinema. Filmes de interesse segmentado nem chegam ao mercado, ou passam desapercebidos. Não há segunda e terceira janelas expressivas. Claro que há alguns casos esporádicos de relativo sucesso de filmes menores, afinal toda regra tem sua excessão, mas num outro contexto mesmo esses resultados poderiam ser bem melhores.

Esta é a crise de um modelo que relega o cinema independente a segundo plano, que não regula o mercado e não investe na formação de público.

Algumas distribuidoras acumulam vários sucessos seguidos e dão a

impressão inicial de fortalecimento do setor, mas esta vertente não tem se mostrado regular nem consistente e não está promovendo diversificação, nem mudança.

O caráter e a política do financiamento público atual toma o retorno econômico imediatista como parâmetro predominante na decisão de financiamento, mesmo nas linhas não voltadas para filmes comerciais.

Ainda que existam critérios como qualidade artística na seleção dos projetos, o que se vê na prática é um privilégio ao retorno comercial até mesmo na linha de "Inovação de Linguagem"(!), o Prodecine 5 do FSA.

Não somos contra o modelo de Fundo Retornável ou o próprio FSA.

Saudamos sua criação e defendemos seu fortalecimento e permanência,

mas com uma reformulação da sua burocracia, tramitação formal,

critérios de avaliação, de retorno financeiro e com novas prioridades.

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É também fundamental nos voltarmos à exibição e passar a regular de fato esta atividade. O que se vê num mercado dominado por grandes grupos, majoritariamente estrangeiros, é que o cavalo do mercado pegou o freio nos dentes e disparou solto. E quando, no ano passado, a Ancine resolveu patrocinar um “acordo de cavalheiros”, visando limitar os mega lançamentos, ele não durou seis meses. Medidas contra a concorrência predatória precisam ser implementadas, e são muitas as possibilidades neste terreno.

Paralelamente ao “laissez faire” adotado para o mercado exibidor, a Ancine tomou diversas atitudes nos últimos anos para controlar e limitar o retorno dos resultados da produção, seja nas rendas dos filmes ou nos próprios orçamentos de produção, com a criação e a reformulação de várias regras através das Instruções Normativas, diligências punitivas e a publicação do confuso Regulamento Geral do FSA, onde os próprios gestores não conhecem ou conseguem explicar diversas regras. Hoje até quando um filme vai bem e "dá dinheiro", o produtor continua

descapitalizado, pois sua participação na renda é ínfima. Cada vez que um representante da Ancine fala em "buscar a sustentabilidade" do mercado cinematográfico, há que se perguntar: “De quem”? Queremos discutir de forma real como isso é possível para a produção como um todo, pois nada nos interessa mais do que a sustentabilidade.

As salas de cinema são valorizadas por abrir espaços para as outras janelas de veiculação, que costumam reproduzir seu sucesso ou fracasso.

Mas com a ampliação dos meios de reprodução audiovisual os meios eletrônicos tendem a se expandir e criar força própria. É necessário que o Cinema Brasileiro caminhe junto com esta transformação, pois estamos atrasados e precisamos recuperar o terreno perdido até aqui.

Como exemplo de possibilidade de atuação em outros segmentos, basta olhar para a conquista fundamental que foi a Lei da produção audiovisual brasileira nas TVs por assinatura. Esta iniciativa pioneira tem agora pela frente o desafio da implementação e consolidação de programação

brasileira que, esperamos, se fortaleça e traga um sopro de independência e novidade cultural. Que vá além do financiamento concentrador de produção e recursos nos mesmos e repetidos agentes. Que sirva para o despertar do entretenimento cultural e artístico original, e vá além do conceito simplista de volume de participação de mercado em moldes já pré-estabelecidos e repetitivos.

Nesse sentido, precisamos dirigir um olhar para as iniciativas que

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possibilitem a presença da produção brasileira nos mercados de acesso ao audiovisual sob demanda. É fundamental a universalização do Cinema Brasileiro nestas plataformas que podem representar uma vertente de democratização e diversificação da nossa produção.

A nova diretoria da APACI está focada em garantir a sobrevivência do cinema realmente independente no Brasil. Nesse sentido atuaremos em duas frentes principais:

PRODUÇÃO

Lutar para aprimorar e transformar o financiamento da produção de cinema no Brasil, tanto estruturalmente como pontualmente,

diversificando as fontes de financiamento, valorizando o produtor independente, desburocratizando e revendo as condições.

Fortalecer a participação na SPCine, reforçar sua independência e a criação de critérios próprios e adequados ao cinema de São Paulo.

Junto à Ancine, fazer gestões visando a necessidade de transformar o FSA: júri e regras específicas com mais recursos para cinema

independente e criação de linhas para documentários de longa metragem.

Voltar esforços para fazer valer a necessidade de aumentar os recursos e estimular alternativas de distribuição para filmes pequenos e médios, valorizando a possibilidade de formação de novas distribuidoras, e estímulo às iniciativa dos produtores que empreenderem neste setor.

Atuar para impulsionar as ações para formação de público. Insistir na importância da volta da recuperação prioritária com cálculo baseado na rentabilidade real do mercado, para valorizar o produtor como

empreendedor dos filmes.

EXIBIÇÃO / DISTRIBUIÇÃO

Defender a criação e a manutenção de espaço nas salas de cinema para

nossos filmes e trailers, lutar para abrir novas janelas e possibilidades de

exibição, inclusive novas salas.

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Cobrar a regulamentação e fiscalização do mercado de exibição, promover ações de formação de público e promover uma melhor interface dos cineastas paulistas com os distribuidores e as TVs.

Vamos lutar pela criação de ações de formação de público (a exemplo do extinto programa Vá ao Cinema), de mais espaço em cinema para nossos filmes (aumento da cota de tela, criação de cota de trailer de filmes

nacionais, abertura de circuitos alternativos), novas tecnologias (portal de filmes paulistas no sistema VOD), promover uma maior inserção na TV a Cabo, incentivar a criação da cota obrigatória de filmes nacionais na TV aberta, promoção de rodadas de negócios com distribuidores e TVs, regulamentação para os abusos do mercado (acordo blockbusters, por exemplo), estabelecimento dos critérios de compra do MEC para filmes brasileiros em cumprimento à Lei 13.006/2014, que determina a exibição de filmes nacionais em escolas públicas.

Pretendemos atuar de forma democrática e em constante diálogo com as entidades do setor, a começar pela própria ANCINE e FSA, SAV/Minc, CSC, SPCine, Governo do Estado, Abraci, SIAESP, ABPITV, ABD, entre outras, afinal acreditamos que todos têm a ganhar com a

diversificação de nosso mercado.

Claro que não vamos abrir mão de pontos e bandeiras históricos da luta no Cinema Brasileiro e ações emergenciais como a luta pela preservação do Fomento do Estado, a preservação do acervo e da memória de filmes (principalmente a Cinemateca Brasileira), fortalecimento do

documentário de longa-metragem (com a continuidade do trabalho do GTDoc e a luta por calhas específicas ou cotas nos editais), a

regulamentação do direito autoral do realizador e dos roteiristas, o

fortalecimento da SAV e do Conselho Superior de Cinema, entre outros.

Para isso tudo, precisaremos contar com a ajuda dos associados em nossa luta, afinal assim como a maioria de vocês, somos todos cineastas

extremamente atarefados, mas apaixonados pelo cinema.

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CHAPA:

Presidente: Flavio Frederico Vice: Gustavo Steinberg Secretario Geral: Ricardo Elias Tesoureiro: Alain Fresnot

Diretoria Federal: Ícaro Martins “Kiko"

Diretoria Federal: André Klotzel Diretoria do Estado: Roberto Gervitz

Diretoria do Estado/Outras mídias: Marcelo Masagão Diretoria Municipal: Rubens Rewald

Diretoria TV/ Documentário: Sergio Roizemblit Diretoria TV/ Documentário: Marcelo Machado Conselheiros:

Beatriz Seigner Eric Boullier

Luiz Alberto Gal Pereira

Renata Druck

Referências

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