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Mapa Mental de Direito Processual Penal Inquérito Policial

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Mapa Mental de Direito Processual Penal – Inquérito Policial

Mapa Mental de Direito Processual Penal – Inquérito Policial

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Direito Processual Penal – Inquérito Policial

O inquérito policial é um procedimento administrativo pré-

processual, de caráter facultativo, destinado a apurar

infrações penais e sua respectiva autoria. Ainda é possível

conceituar inquérito policial como o conjunto de diligências

(atos investigatórios) realizadas pela polícia judiciária

(polícias civil e federal), com o objetivo de investigar as

infrações penais e colher elementos necessários para que possa

ser proposta a ação penal. Sua finalidade terá por fim a

apuração das infrações penais da sua autoria, consoante

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art. 4º do CPP.

Natureza Jurídica: O inquérito policial não é ato ou procedimento processual, mas meramente administrativo, pré- processual, daí porque não se rege pelos princípios norteadores da ação penal e do processo penal, como o contraditório e a ampla defesa.

Finalidade/Objetivo: É apurar as infrações penais (investigando-as e descobrindo-as) e a autoria de quem as cometeu, com o fito de levar ao conhecimento do titular da ação penal as informações colhidas.

O objetivo primordial do Inquérito Policial é reunir provas da materialidade e da autoria de determinado crime, que servirão de fundamento para o oferecimento da denúncia, sendo o mesmo, uma garantia contra apressados e errôneos juízos, formados quando ainda persiste a trepidação moral causada pelo crime, ou antes, para que seja possível uma exata visão do conjunto dos fatos, nas suas circunstâncias objetivas e subjetivas.

Destinatário: Imediato seria o titular e mediato seria o juiz.

Características do Inquérito Policial

Sigiloso (art. 20, CPP)

“Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.”

É um elemento necessário para se descobrir o crime, pois se as

atividades da polícia tornarem-se públicas, poderá fica

difícil a colheita de provas, facilitando a acultação ou

destruição das provas e até a influência do indiciado no

depoimento das testemunhas.

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Existe a exceção do advogado do acusado, onde ele terá acesso ao inquérito policial, mas somente se não o caso de investigação de absoluto sigilo, como na interceptação telefônica. Outros que podem ter acesso ao inquérito são o Ministério Público e o Juiz.

Súmula Vinculante nº 14 – Acesso a Provas Documentadas em Procedimento Investigatório por Órgão com Competência de Polícia Judiciária – Direito de Defesa: “É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.”

Escrito (art. 9, CPP)

“Art. 9

o

Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.”

Todas as conclusões e informações a que chegou o inquérito policial devem ser deduzidos por escrito, e remetidos ao Judiciário (no caso de ação penal pública) ou ao ofendido ou seu representante legal (no caso de ação penal privada), tendo por finalidade prestar informação ao titular da ação penal, não se admite a existência de Inquérito Policial oral. O inquérito policial deve ser rubricado pela autoridade.

Obrigatório

O inquérito policial será obrigatório depois de chegar ao conhecimento da Autoridade Policial a prática de um delito (“notitia criminis”), mediante ação penal pública, deverá instaurar o Inquérito de Ofício.

Inquisitório/Inquisitivo

Não se admite o contraditório e a ampla defesa, porque durante

o inquérito o indiciado não passa de simples objeto de

investigação, ou seja, não são aplicados os princípios

constitucionais. Posição sustentada pelo STF, pois no IP ainda

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não existe acusação formal. O IP é mera colheita de provas.

Não há, no Inquérito, acusação nem defesa, cabendo à autoridade Policial proceder as pesquisas necessárias à propositura da ação penal. Não se admite o contraditório, a A u t o r i d a d e o d i r i g e s e c r e t a m e n t e , v a i c o n d u z i r a o esclarecimento do fato e à respectiva autoria, sem observar uma seqüência traçada em lei. O que faz com que a investigação se torne inquisitória é o não-permitir o contraditório, a imposição do sigilo e a não-intromissão de pessoas estranhas durante a feitura dos atos persecutórios.

Arbitrário

“Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.“

As atribuições concedidas à polícia possuem o caráter arbitrário, tendo o poder para fazer ou deixar de fazer dentro dos limites fixados pelo direito, podendo deferir ou não os pedidos de prova feitos pelo indiciado ou ofendido, estando de acordo com o artigo 14 do Código de Processo Penal, a autoridade policial não está sujeita à suspeição (artigo 107, Código de Processo Penal).

Auto-Executável

Pois sua instauração independe de autorização do Poder Judiciário para sua concretização jurídico-material.

Indisponível (Art. 17, CPP)

Instaurado o inquérito, a autoridade policial não poderá arquivá-lo de ofício, mas tão- somente quando assim requisitado pelo Ministério Público. Pode até se alegar que tal procedimento, o arquivamento de ofício do inquérito, é

“praxe” comum, mas isso constitui um atentado grave à lei, à justiça, e configura ilícito penal (prevaricação, corrupção passiva ou concussão, a depender do caso concreto).

Algumas observações devem ser levadas em conta quanto ao

(6)

inquérito policial. A Jurisprudência do STF admite o uso do Habeas Corpus para dar acesso aos autos do inquérito policial, no entanto, normalmente não admite. Dá preferência para o não cabimento do Habeas Corpus. O Mandato de Segurança e a Reclamação não são excludentes. Podem ser apresentados ambos conjuntamente.

Instauração do Inquérito Policial

O i n q u é r i t o s e i n s t a u r a a t r a v é s d a P O R T A R I A d a autoridade policial, o Delegado. Pode também ser instaurado nos crimes de ação penal pública pelo Juiz ou Promotor. Nos crimes de ação penal privada há a necessidade de requerimento do ofendido ou representante legal para a instauração do mesmo. Com isso, vemos que não é todo crime cabível de interposição de inquérito policial.

Denúncia anônima não permite a instauração do Inquérito Policial, mas o Delegado pode proceder a investigação. Caso seja confirmado o delito, o IP será instaurado.

Observação: Em infrações de menor potencial ofensivo é utilizado o Termo Circunstanciado. Cuidado, pois a Lei Maria da Penha (11.340/06).

INÍCIO Ação Pública Incondicionada

Ação Pública

Condicionada Privada

Ofício OK — —

A pedido da

vítima Requerimento Representação Requerimento Requisição

MP/Aut.

Judicial

OK OK +

Representação

OK +

Requerimento

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Flagrante OK OK +

Representação

OK + Requerimento Se a requisição for ilegal, a autoridade policial não deve instaurar IP. Ex.: Requisição versando sobre fato atípico ou crime prescrito.

Notitia Criminis

É o conhecimento espontâneo ou provocado de um fato delituoso pela autoridade policial. Ou seja, a comunicação feita à autoridade policial da existência de um crime. É a notícia do crime.

Notitia Criminis de Cognição Coercitiva – Ocorre da prisão em flagrante, em que a notícia do crime dá-se com a apresentação do autor do fato. Quando o delegado toma conhecimento do fato e o infrator já está sofrendo uma repressão. Ex: quando o delegado toma conhecimento o sujeito já está preso; é coercitiva em relação ao autor do fato.

Notitia Criminis de Cognição Imediata – É o conhecimento que o delegado toma a respeito de um crime através de seus próprios atos. Ex: o delegado ao participar de uma diligência acaba tomando conhecimento de um fato – ele adentra um bar para realizar uma batida e presencia um homicídio. É necessário que o delegado esteja no exercício do cargo.

Notitia Criminis de Cognição Mediata – É o conhecimento de fato delituoso chegado ao delegado por meio de requerimento do ofendido ou por seu representante legal. Pode-se dar também por meio do MP ou de JUIZ. É uma notitia criminis postulatória em relação à vítima.

Delatio Criminis

É o conhecimento do crime provocado por terceiro.

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Delatio Criminis Simples (Inqualificado) – Art. 5º, P.3º, CPP.

Denúncia anônima, ou seja, qualquer pessoa do povo pode delatar um crime.

Delatio Criminis Postulatória – Art. 5º, P.4º, CPP. É a representação do ofendido.

Desenvolvimento do Inquérito Policial

Art. 6. Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:

I – dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais;

II – apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais;

III – colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;

IV – ouvir o ofendido;

V – ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura;

VI – proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;

VII – determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias;

VIII – ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;

IX – averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de

vista individual, familiar e social, sua condição econômica,

sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e

durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem

(9)

para a apreciação do seu temperamento e caráter.

Prazos

NATUREZA INDICIADO PRESO INDICIADO SOLTO Regra Geral (art. 10, CPP) 10 dias 30 dias Justiça Federal (Art. 66 – L.

5010/66) 15 dias 30 dias

Tráfico de Drogas (Art. 51 –

L. 11343/06) 30 dias 90 dias

Se o indiciado estiver solto, sempre pode prorrogar o inquérito policial, mas se ele estiver preso não pode. Salvo:

Justiça Federal pode prorrogar por igual prazo;

Pode duplicar no caso de Tráfico de Drogas;

Indiciados

Graus de culpa no processo penal:

Suspeito – Existe quando a polícia não tem segurança sobre quem cometeu o crime.

Indiciado – Para a polícia é aquela pessoa que cometeu o crime.

Réu/acusado – Com o processo a pessoa se torna réu/acusado.

Atenção! Para o STF, não pode haver indiciamento após o recebimento da denúncia.

O CPP não prevê o momento em que o suspeito deva ser indiciado, ficando a critério do delegado este papel.

Conteúdo do indiciamento

Identificação do suspeito;

1.

(10)

Pregressamento – Coleta dos dados da vida do suspeito;

2.

Interrogatório;

3.

Reprodução simulada dos fatos / Reconstituição

“Art. 7, CPP – Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública.”

É possível, desde que não viole a moralidade ou a ordem pública. O indiciado não é obrigado a participar, por não ser obrigado a produzir prova contra si mesmo. Este direito não está previsto na Constituição Federal.

Fim do Inquérito Policial

O Ministério Público pode propor:

Denúncia;

Arquivamento;

Requerer diligências imprescindíveis ao oferecimento da denúncia;

Atenção! O JUIZ não pode indeferir as diligências requeridas pelo MP. Caso seja indeferido, o Promotor entra com um Mandado de Segurança.

Arquivamento

O procedimento comum é o Ministério Público propor o

arquivamento para o Juiz. Caso seja aceito, ele ficará

arquivado, caso contrário, se o Juiz discordar, será aplicado

o artigo 28 do CPP, mandando os autos para o Procurador Geral,

onde este poderá insistir no arquivamento ou pode designar

outro Promotor (não podendo ser o mesmo) para denunciar, sendo

(11)

este novo Promotor obrigado a fazer isto, ou ele próprio, o Procurador Geral, denunciar.

Na Justiça Federal, se o Juiz discordar, mandará os autos para a Câmara de Coordenação e Revisão do MPF. Este apresenta um parecer de forma opinativa e remete os autos para o Procurador Geral da República.

Segundo o Art. 17 do CPP: “A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.”

Art. 18 – “Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.”

Modalidades de Arquivamento

Em caso de agentes, se deixar de incluir um dos correus na denúncia, haverá arquivamento implícito em relação a ele. Isto não é admitido no sistema.

Arquivamento indireto – Ocorre na hipótese do Promotor declinar de sua atribuição e requerer a remessa dos autos para outro Promotor. Se o Juiz discordar, aplica-se o Art. 28 do CPP por analogia.

Recurso da decisão de arquivamento

Quando um Juiz concordar com o arquivamento, como regra é irrecorrível o arquivamento, com as seguintes exceções:

Crime contra a economia popular (L. 1.521/51) – Juiz 1.

pode entrar com Recurso de Ofício (chamado de Exame Necessário);

Contravenção de Jogo do Bicho;

2.

Contravenção de Aposta em Corrida de Cavalos fora do 3.

hipódromo – Recurso em sentido estrito;

Quando a decisão de arquivamento do IP for absurda,

4.

(12)

poderá o ofendido entrar com Mandado de Segurança (ver HC 123365/SP).

Desarquivamento do Inquérito Policial

A regra geral diz que enquanto não estiver extinta a punibilidade pode desarquivar e se houver novas provas. Mas as provas devem ser substancialmente novas.

“Art. 18 do CPP – Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.”

“Súmula 524 do STF – Arquivado o Inquérito Policial, por despacho do Juiz, a requerimento do Promotor de Justiça, não pode a ação penal ser iniciad, sem novas provas.”

A prova que permite o desarquivamento precisa trazer um lado novo, ou seja, ser substancialmente nova. Se uma nova testemunha não trás informação nova, esta prova será formalmente nova apenas e não trará a possibilidade de desarquivamento do inquérito policial.

Exceção: O Inquérito Policial faz coisa julgada material quando o fundamento do arquivamento for atipicidade da conduta. Ou seja, se o fundamento do arquivamento for a atipicidade do crime, o desarquivamento não será possível.

———————————————————–

Compilação feita através dos sites:

– http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848.htm – http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm –

http://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/105791/qual-o-conceito-a-

finalidade-e-as-caracteristicas-do-inquerito-policial-michele-

(13)

melo –

http://www.passeja.com.br/file/download/direitoprocessualpenal .pdf

– http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=157

– http://jus.com.br/revista/texto/1048/o-inquerito-policial –

http://www.advogado.adv.br/artigos/2001/emerson/inqpolicial.ht m

<tr>

<td><strong>Requisição MP/Aut. Judicial</strong></td>

<td>OK</td>

<td>OK + Representação</td>

<td>OK + Requerimento</td>

</tr>

Código Penal poderá incluir crimes de intrusão e sabotagem informática

A proposta de revisão do Código Penal, elaborada por uma comissão especial de juristas, inclui na lei penas específicas para casos de crimes cometidos com o uso da Internet.

Basicamente são tipificados os crimes de intrusão e sabotagem informática.

Em essência, o texto é similar a uma proposta de lei já em

tramitação no Congresso – o PL 2793/2011, apresentado

inicialmente como versão alternativa ao PL Azeredo. Este

último, em fase final de na Câmara, já foi bastante modificado

por conta de um acordo.

(14)

Apesar de muito semelhantes, a proposta dos juristas prevê penas um pouco mais severas. Por exemplo, no caso do crime de intrusão informática – em ambos os casos tratado como acesso sem autorização – a proposta de reforma do Código Penal estabelece pena de seis meses a um ano de prisão. No PL 2793, a pena é de três meses a um ano de detenção.

Os trabalhos da comissão de juristas foram concluídos na segunda-feira, 18/6, mas o texto só deve ser formalmente apresentado à presidência do Senado em cerimônia prevista para o próximo dia 27. Veja os tipos penais propostos na reforma legal:

Intrusão informática

Art. 150-B. Acessar, indevidamente ou sem autorização, por qualquer meio, sistema informático protegido, expondo os dados informáticos a risco de divulgação ou de utilização indevida.

Pena – prisão, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, ou multa.

Intrusão qualificada

§3o- Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de comunicações eletrônicas privadas, segredos comerciais e industriais, informações sigilosas assim definidas em lei, ou o controle remoto não autorizado do dispositivo invadido:

Pena: prisão de, 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.

Sabotagem informática

Art. 150-C. Interferir de qualquer forma, indevidamente ou sem autorização, contra a funcionalidade do sistema informático ou comunicação de dados informáticos, causando-lhe entrave, impedimento, interrupção ou perturbação grave, ainda que parcial.

Pena – prisão, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.

Fonte: Convergência Digital

(15)

Aprovada inclusão de crime cibernético no Código Penal

A comissão de juristas do Senado que discute um novo Código Penal aprovou hoje a inclusão de um capítulo para crimes cibernéticos. O relator da comissão, o procurador regional da República Luiz Carlos Gonçalves, disse que o texto é mais abrangente do que o aprovado na semana passada pelo plenário da Câmara dos Deputados, no calor do episódio do vazamento das fotos da atriz Carolina Dieckmann.

Não há previsão na lei atual para tipificar os crimes contra a inviolabilidade do sistema informático, ou seja, aqueles cometidos mediante uso de computadores ou redes de internet. A polícia, o Ministério Público e a Justiça enquadram tais crimes como delitos comuns.

Os juristas propuseram introduzir ao Código Penal conceitos legais que não existem no atual ordenamento jurídico, como dados de tráfico, provedor de serviços, sistema informativo.

A comissão decidiu considerar como crime o mero acesso não autorizado a um sistema informatizado, mesmo que não repasse os dados. Os juristas entenderam que não é necessário haver prejuízo pessoal ou para empresa para que o crime ocorra. O delito ficará caracterizado se alguém “acessar indevidamente ou sem autorização, por qualquer meio, sistema informático, especialmente protegido, expondo os dados a risco de divulgação ou de utilização indevida”.

O crime de acesso indevido é de seis meses a um ano de prisão

ou multa. A pena pode ser acrescida de um sexto a um terço

caso esse acesso resulte em prejuízo econômico.

(16)

O acesso não autorizado que resulte na obtenção de conteúdo de comunicações eletrônicas, segredos comerciais e industriais, informações sigilosas previstas em lei, ou controle remoto indevido do dispositivo invadido, fica configurado o crime de intrusão qualificada, com pena de um a dois anos de prisão e multa.

Perfis falsos

A comissão aprovou ainda um agravante para quem criar e usar um perfil falso de uma pessoa ou empresa na rede. O crime é enquadrado atualmente no delito de falsidade ideológica e, se for cometido em sistemas informatizados ou redes sociais, a pena poderia aumentar em um terço ou até a metade.

O anteprojeto da comissão para o Código Penal é considerado mais amplo do que o aprovado na semana passada pela Câmara porque trata de mais tipos penais do que a proposta apoiada pelos deputados – que veio para análise do Senado.

A comissão de juristas deve apresentar um texto final até junho ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Caberá a ele decidir se propõe um único projeto ou incorpora as sugestões a propostas que já tramitam na Casa.

Fonte: Agencia Estado

Código Penal: já é crime fraudar concurso público

Está em vigor desde o dia 16 de dezembro do ano passado,

quando foi publicada no Diário Oficial da União, sob o número

12.550/11, uma lei que altera o Código Penal Brasileiro e

(17)

torna crime fraudar concurso público, com penas que podem chegar a oito anos de reclusão e multa para os infratores.

Até então, não havia na legislação do país uma definição para esse tipo de crime, o que tornava mais fácil aos fraudadores escapar da Justiça, pois as autoridades tinham dificuldade para enquadrá-los em algum artigo do Código Penal e indiciá- los em inquéritos policiais.

Agora, a situação é outra. A Lei 12 550/11 acrescentou o Capitulo V ao Título X do Código Penal, que trata de crimes contra a fé pública. Trata-se do Artigo 311-A, que considera criminosa a conduta daquele que utiliza ou divulga, indevidamente, conteúdo sigiloso de concurso público, avaliação ou exame públicos, processo seletivo para ingresso no ensino superior ou exame ou processo seletivo previstos em lei.

A essa figura equipara-se a conduta de quem permite ou facilita, por qualquer meio, o acesso de pessoas não autorizadas àquelas informações. A pena para tal delito é de um a quatro anos e multa, mas será aumentada para dois a seis anos e multa, se da ação ou omissão resultar dano à administração pública; e em mais um terço se a fraude for cometida por funcionário público.

Outro artigo do Código Penal foi alterado pela Lei 12.550/11,

como resultado da introdução do crime tipificado no Artigo

311-A. Foi criada mais uma espécie de pena restritiva de

direitos, com a inclusão, no Artigo. 47 do código, da

proibição para o fraudador de inscrever-se em concurso,

avaliação ou exame públicos. A pena não é aplicada

cumulativamente e, sim, serve para abrandar a punição em

condenações até quatro anos, quando o condenado poderá ter sua

pena privativa de liberdade substituída pela de restrição de

direitos (proibição de inscrever-se em concurso público),

desde que observados os outros requisitos exigidos no Artigo

44 do código.

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Para fazer a mudança no Código Penal, o governo não enviou ao Congresso uma lei específica, apenas se utilizou de norma que trata de um assunto completamente diferente: a criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, na qual foram incluídos os artigos 18 e 19 que alteram o Decreto-Lei 2.848, de 7 de dezembro de 1940, quando o Código Penal ainda não tinha entrado em vigor no país..

O Artigo 18 altera o Artigo 47 do código e trata da restrição temporária de direitos, com o acréscimo do Inciso V, que institui a proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos.

Já o Artigo 19 da Lei 12.550/11 serve para introduzir no Título X da Parte Especial do Código Penal o Capítulo V, que contém o Artigo 311, sobre fraudes em certames de interesse público. Por ele, considera-se crime utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de concurso público; avaliação ou exame públicos; processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou exame ou processo seletivo previstos em lei. A pena é reclusão, de um a quatro anos, além de multa.

Incorre na mesma pena quem permite ou facilita o acesso de pessoas não autorizadas a tais informações. Se houver dano para a administração pública, a pena passa a ser de dois a seis anos e multa. Caso o autor seja funcionário público, aumenta-se a pena em um terço e a punição pode chegar a oito anos de reclusão.

Quanto à criação da Empresa Brasileira de Serviços

Hospitalares, por meio de lei que serviu para governo e o

Congresso alterarem o Código Penal Brasileiro e criminalizando

a fraude em concurso público sem fazer alarde da mudança, seu

(19)

capital social pertencerá integralmente à União, será vinculada ao Ministério da Educação e terá sede em Brasília. A empresa deverá prestar serviços gratuitos de assistência médico-hospitalar, ambulatorial e de apoio diagnóstico e terapêutico à comunidade, assim como serviços de apoio a instituições públicas federais de ensino destinadas à formação de pessoal no campo da saúde pública.

Fonte: Agência Brasil

Referências

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