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O telensino – percursos e polêmicas

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Academic year: 2018

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(1)

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o

TH fN SIN O

- PERCU RSO S f PO LÊM ICA S

(fdições

Ilem ôcrilo

Rocha/U f(f,

2001)

HACHING ON TV: TRAJECTORIES AND POLEM ICS

srqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Ana Maria lória Dias

1

Organizado por Isabel Maria Sabino de Farias,

leão Batista Carvalho Nunes e Maria Marina Dias

Cavalcante, o livro O

TELENS/NO - percursos

epo-lêmicas

trata de uma Questão ainda não resolvida no

âmbito da esfera pública da educação cearense: o

ensino pela TV (ou telensino, como é mais

conheci-do). Implantado em 1974 no Estado do Ceará, em

caráter experimental em algumas escolas de algumas

cidades do interior, o telensino surgiu como uma

pro-posta para resolver um problema: uma Quantidade

insuficiente de professores para atender a demanda,

notadamente no interior do Estado. Posteriormente,

no início dos anos 90, foi "unlversallzado" - o Que

significa dizer Que todas as escolas da rede pública

estadual passaram a oferecer o sistema de ensino pela

TV, indistintamente (ou seja, Quer a escola tivesse

carência de professores ou não). Entretanto, muito

pouco se fez em relação à formação dos professores,

pois as universidades continuaram à margem do

pro-cesso de desenvolvimento do sistema (como o foram

desde o início)!

Assim,

alvo

de críticas, desde a sua

implan-tação, e muito mais por ocasião dessa

uníver-salízação. o sistema prossegue até os nossos dias,

passando por sucessivas reforrnulações - até, Quem

sabe, a sua extinção nos moldes propostos. Hoje, a

discussão em torno do assunto torna-se cada

vez

mais necessária, intensificada pelo surgimento de

outras "novas" tecnologias Que se inserem no

espa-ço educacional.

IDoutora em Educação pela UFC e professora do Departamento de Teoria e Prática do Ensino da UFC.

Discutir sobre o tema, levantando polêmicas,

a partir de diferentes olhares: exatamente esse o

ob-jetivo desse livro, expresso em sete artigos - seus

autores são professores da UECE (Universidade

Es-tadual do Ceará) e da UFC (Universidade Federal do

Ceará) e alunos do Programa de Pós-Graduação

(mestrado e doutorado) da FACED (Faculdade de

Educação) da UFC:

• no 1

°

artigo, Mônica Façanha Farias discute

"O telensino no cenário nacional e local das

políticas de educação a distância",

apresen-tando parte de uma pesouisa na Qual

reali-za avaliação do sistema a partir do ponto

de vista de professores e dos alunos

envol-vidos,

Q!.Jeapontam as vantagens e

desvan-tagens do telensino;

• no 2°, "Telensino: a ouern

serve?",

Kátia

Regina Rodrigues Lima analisa

principal-mente a unlversalízação ocorrida em 1994,

procurando investigar como se deu essa

universallzação e como essa universalização

se articula com o processo de

democrati-zação (haveria, de fato?) do saber e do

aces-so ao ensino e com a política educacional

mais ampla, no país, discutindo acerca dos

possíveis efeitos dessa política no trabalho

do profissional e nas condições estruturais,

técnicas e pedagógicas das escolas ... ;

• no 3° artigo, é a

vez

de Idevaldo da Silva

Bodião indagar: "Telensíno. um dos pilares

da escola do terceiro milênio?". Cotejando

as observações das salas de aula e as

refle-xões dos professores, Bodião nos conta

so-bre o Que

viu

e ouviu acerca dos "tempos",

das dinâmicas do telensino (e da televisão

e seu uso escolar), acerca dos conteúdos

escolares (ou da falta de domínio desses

conteúdos), das avaliações (aprovações e

aprendizagens) ;

• já no 4° artigo, intitulado "Um professor

chamado orientador de aprendizagem",

Maria Marina Dias Cavalcante realiza um

estudo comparativo com orientadores de

(2)

aprendizagem do sistema, em uma escola

situada no interior do Estado do Ceará, e

nos explicita a percepção desses

orien-tadores de aprendizagem em relação às suas

práticas, confrontando-as com os

princípi-os norteadores e as concepções existentes

na proposta oficial do sistema de telensino;

• Elzanir dos Santos, no 5° artigo, intitulado

"Crise de identidade e o mal-estar docente

no telensíno". discute os processos de

iden-tificação profissional (e a crise de mal-estar

no trabalho) dos professores de um

telensino "redtmensíonado'< , com ênfase

nas mudanças e/ou permanências nas

prá-ticas desses docentes;

• no 6° artigo, Isabel Maria Sabino de Farias

indaga: "Existe decência no telensino?"

Parte da afirmação corrente, Que circulava

nos discursos oficiais, de Que o orientador

de aprendizagem não seria um professor.

Gradativamente vai nos mostrando Que a

ação pedagógica do orientador de

apren-dizagem deve ser caracterizada como uma

ação docente (com todas as letras) pautada

no seu saber de experiência.

• no 7° artigo, .ntitulado "O material

didáti-co do telensino e o desenvolvimento de

conceitos

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m a te m á tic o s". Marcília Chagas

2o "re d irn e n slo n a D e n tre a s p rin c ip a is -rr;J d a s d isc ip lin a s p o r á re a s - ~ ~ e M a te m á tic a e C u ltu ra e S o ó e C Id c

g e m , a p a rtir d a í c h a m a d o s d e ? f iÍ ~ oria'DOOrtS

z a g e m , n ã o m a is se ria

á re a s p a ra tra b a lh a r c o m o s

~ currkular

a lu ra is re n d íz a

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i-~ o ~ :x x -= .a d e s s a s

-

--Barreto analisa os instrumentos

pedagógi-cos disponíveis numa tele-sala: as emissões

(pela TV) e os impressos (manual do aluno

e caderno de atividades). No manual do

aluno, a autora analisa a construção dos

conceitos referentes às estruturas ad ítlv as

e das estruturas algébricas. Os resultados

apontaram para alguns problemas: falhas na

apresentação de conceitos, rigidez em

afir-mações, ênfase na explicitação de regras e

na utilização de algoritmos.

Além desses artigos, o livro traz um

prefá-cio-resenha de Walter Garcia. no Qual ele explícita

seu interesse pelo telensino como objeto de

estu-do, e discute o sentido de inovação pedagógica,

de tecnologia educacional nos nossos dias e aponta

o telensino como resultado de uma continuidade

da política educativa. Também identifica aspectos

Que considera fundamentais a serem considerados

Quando da refo rrn u lação do sistema - ou por sua

substituição: a Questão docente (sua formação

ini-cial e continuada, ingresso na carreira e política

salarial, valorização social da profissional e

supor-te ao trabalho docente); avaliação (docente,

dis-cente, do sistema).

É . de fato, um livro de muitas Questões - e de

muitas polêmicas! Merece, pois, ser lido e debatido.

Referências

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