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Einstein (São Paulo) vol.10 número4 pt v10n4a23

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Academic year: 2018

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einstein. 2012;10(4):524-5

APRENDENDO POR IMAGENS

Uso de lente de contato com hemorragia intraestromal

secundária à neovascularização corneana

Contact lens use with intraestromal hemorrhage secondary to corneal neovascularization

Thiago Gonçalves dos Santos Martins¹, Ana Luiza Fontes de Azevedo Costa², Milton Ruiz Alves3, Maristella Mendes Gonçalves4

¹ Departamento de Oftalmologia, Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP, São Paulo (SP), Brasil.

² Hospital Federal dos Servidores do Estado – Rio de Janeiro (RJ), Brasil.

3 Serviço de Córnea, Universidade de São Paulo – USP, São Paulo (SP), Brasil. 4 Clinica oftalmológica Rosai, Rio de Janeiro (RJ), Brasil.

Autor correspondente: Thiago Gonçalves dos Santos Martins – Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP – Departamento de Oftalmologia – Rua Botucatu, 821 – CEP: 04023-062 – São Paulo (SP), Brasil – Tel.: (11) 96456-2182 – Email: thiagogsmartins@yahoo.com.br

Data de submissão: 15/7/12 – Data de aceite: 26/9/2012

Paciente do gênero masculino, 35 anos, usuário de lente de contato gelatinosa há 5 anos, apresentando neovasculari-zação estromal superficial de córnea a menos de 2mm do limbo, desde o primeiro atendimento, há 3 meses. Apre-sentou, em consulta de rotina, hemorragia intraestromal assintomática devido à ruptura de neovaso corneano.

Grande parte do oxigênio para o metabolismo cor-neano é suprido pela atmosfera e difunde-se a partir do filme lacrimal, sendo o endotélio suprido pelo aquoso. Uma lente de contato repousa no filme lacrimal e re-presenta uma barreira à difusão de oxigênio para a cór-nea. O movimento da lente e a circulação de lágrimas oxigenadas por trás da lente são mecanismos importan-tes para o aporte de oxigênio para a córnea. Uma lente de contato pode modificar a circulação normal das lá-grimas, causar dano mecânico e hipóxico aos tecidos, e

ligar-se a proteínas e resíduos, que são mantidos, então, em contato com a superfície ocular. Lentes de contato de uso prolongado, má higiene das lentes e adaptação incorreta são fatores de risco importantes para a ocor-rência de complicações(1).

Se o suprimento de oxigênio para a córnea for su-ficientemente reduzido, a atividade metabólica normal é adversamente afetada, causando edema de córnea. Edema importante e prolongado leva a sérias complica-ções, como perda da transparência e neovascularização de córnea(2).

O aparecimento de vasos de córnea pode ocorrer por hipóxia crônica (lente de contato de baixo conteúdo aquoso, espessa, apertada ou de uso contínuo), trauma crônico pela lente de contato, inflamação crônica e de-feito epitelial. Geralmente, é assintomático(3).

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Uso de lente de contato com hemorragia intraestromal

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Em resposta à hipóxia, o tecido libera fatores de cres cimento pró-angiogênicos e citocinas que difun-dem até as células endoteliais próximas. Os receptores estimulados nas células endoteliais inicia uma cascata de produção de proteases, que resulta em degradação da matriz extracelular. Uma vez ativadas, as células en-doteliais proliferam e migram em direção aos fatores de crescimento. Finalmente, as células detêm sua pro-liferação e começam sua organização em túbulos. Pe-ricitos e células musculares lisas começam a envolver os neovasos, objetivando estabilizá-los e tornando-os vasos maduros(4).

Neovascularização periférica superficial <1,5mm é comum em usuários míopes de lente de contato e pode ser monitorada(4). Vasos do limbo que invadem a córnea

além de 1,5mm são considerados anormais. Pode ha-ver envolvimento do estroma superficial e profundo, com risco de hemorragia intraestromal e formação de

cicatrizes. Quando os vasos forem profundos e >2mm, deve-se suspender o uso de lentes de contato, ou adap-tar lente rígida gás-permeável de alto Dk se não for possível suspender, contraindicando uso prolongado ou contínuo. Se vascularização <2mm, adaptar lente mais fina, com maior conteúdo aquoso ou de silicone hidro-gel ou, ainda, rígida gás-permeável(3).

REFERÊNCIAS

1. Kanski JJ. Oftalmologia clínica: uma abordagem sistemática. 6a ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2008. p. 310-2.

2. Zakaria N, Van Grasdorff S, Wouters K, Rozema J, Koppen C, Lion E, et al. Human tears reveal insights into corneal neovascularization. PLoS One. 2012;7(5):e36451.

3. Netto AL, Coral-Ghanem C, Oliveira PR. Série oftalmologia brasileira. 2a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2011. Lentes de Contato. p. 386. 4. Holden BA, Mertz GW, McNally JJ. Corneal swelling response to contact

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