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O processo da adaptação escolar da criança de um a dois anos e as consequências para o seu desenvolvimento

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Academic year: 2022

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CLARO

PEDAGOGIA

LETICIA ANTUNES GONÇALVES PEDROSA

O PROCESSO DA ADAPTAÇÃO ESCOLAR DA CRIANÇA DE UM A DOIS ANOS E AS

CONSEQUÊNCIAS PARA O SEU DESENVOLVIMENTO.

Rio Claro - SP 2022

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LETICIA ANTUNES GONÇALVES PEDROSA

O PROCESSO DA ADAPTAÇÃO ESCOLAR DA CRIANÇA DE UM A DOIS ANOS E AS CONSEQUÊNCIAS PARA O SEU

DESENVOLVIMENTO.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - Campus de Rio Claro, para obtenção do grau de Licenciatura Plena em Pedagogia.

Orientadora: Profa. Dra. Regiane Helena Bertagna Coorientador: Prof. Dr. Abel Gustavo Garay Gonzalez

Rio Claro - SP 2022

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Pedrosa. -- Rio Claro, 2022 47 f.

Trabalho de conclusão de curso (Licenciatura - Pedagogia) - Universidade Estadual Paulista (Unesp), Instituto de Biociências, Rio Claro

Orientadora: Regiane Helena Bertagna Coorientador: Abel Gustavo Garay Gonzalez

1. Adaptação na educação infantil. 2. Educação infantil. 3. Criança de um a dois anos. I. Título.

Sistema de geração automática de fichas catalográficas da Unesp. Biblioteca do Instituto de Biociências, Rio Claro. Dados fornecidos pelo autor(a).

Essa ficha não pode ser modificada.

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O PROCESSO DA ADAPTAÇÃO ESCOLAR DA CRIANÇA DE UM A DOIS ANOS E AS CONSEQUÊNCIAS PARA O SEU

DESENVOLVIMENTO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - Campus de Rio Claro, para obtenção do grau de Licenciatura Plena em Pedagogia.

BANCA EXAMINADORA:

Profa. Dra. Regiane Helena Bertagna Prof. Dr. Abel Gustavo Garay Gonzalez Prof. Dra.Laura Noemi Chaluh

Prof. Dra. Débora Cristina Fonseca Aprovado em: 9 de dezembro de 2022

Assinatura do discente Assinatura da orientadora

Assinatura do coorientador

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Dedico este trabalho a minha mãe, que me deu suporte para seguir meus sonhos e nunca deixou de me apoiar nas minhas decisões e nessa trajetória, ao meu pai que sempre me incentivou, as minhas irmãs e ao meu irmão que cuidaram de mim, aos meus amigos que me ajudaram e não me deixaram desistir e a Deus que me deu forças para conseguir chegar até aqui.

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A minha mãe, que foi a primeira a me incentivar e a acreditar em mim, me deu todo o suporte necessário para que corresse atrás dos meus sonhos, sendo sempre o meu exemplo de mulher e profissional.

A minhas irmãs que estiveram sempre comigo em todos os momentos, por todo o apoio, ajuda e compreensão.

Aos meus amigos e amigas, que sempre estiveram ao meu lado, pela amizade, apoio e força que me deram ao longo de todo o período de tempo em que me dediquei a este trabalho.

A minha orientadora, professora Regiane, pela confiança e incentivo. E ao meu co-orientador professor Abel por aceitar me acompanhar nesta pesquisa e ter dado todo o auxílio para que conseguíssemos concluir este trabalho.

A turma do curso de Pedagogia do ano de 2019, por todos os momentos vividos e aprendizados construídos durante esses anos.

A Deus pela vida e pela força para seguir sempre em direção aos meus sonhos e objetivos.

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O presente trabalho tem como tema “O processo de adaptação escolar da criança de um a dois anos e suas consequências para o seu desenvolvimento”, que através de uma pesquisa bibliográfica procurou compreender e analisar o processo de adaptação na Educação Infantil e quais são suas consequências para o desenvolvimento da criança de um a dois anos de idade. A abordagem da pesquisa é qualitativa porque permite elaborar uma crítica reflexiva sobre o objeto de pesquisa. Os dados foram coletados em biblioteca física e virtual. O trabalho procura apresentar o papel fundamental que os docentes da educação infantil têm no processo de adaptação das crianças de um a dois anos, sendo considerado um momento complexo e delicado, que impacta o desenvolvimento individual e social da criança.

PALAVRAS-CHAVE: Adaptação na Educação Infantil; Educação Infantil;

Criança de um a dois anos.

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The presente work has as it’s theme “The process of school adaptation of the child from one to two years and it’s consequences for their development”, which through a bibliographic research sought to understend and analyze the adaptation process in Early Childhood Education and what are it’s consequences for the development of children aged one to two years. The research approach is qualitative because it allows the elaboration of a reflexive critique of the researche object. Data were collected in physical and virtual library. The ser to present the fundamental role that early childhood education teachers have in the adaptation process for children aged one to two years, being considered a complex and delicate moment, which impact individual and social development of the child.

KEYWORDS: Adaptation in early childhood eduacation; Child Education; Child aged one to two years.

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1 INTRODUÇÃO………...………....……… 07

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...…...………...……… 10

2.1 O desenvolvimento da criança segundo Valéria Mukhina.………...…… 10

2.2 O que é a adaptação escolar? ... 14

2.3 Como os documentos de referência falam sobre a adaptação escolar?... 18

3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO... 21

4 A ADAPTAÇÃO E SUAS IMPLICAÇÕES NAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL... 23

4.1 Como ocorre o processo de adaptação escolar para o profissional da educação infantil envolvido, para a criança e para a família... 23

4.2 Qual a importância do processo de adaptação escolar para o processo educacional? ... 32

4.3 Quais são as implicações na prática pedagógica? ... 34

4.4 Consequências do processo de adaptação escolar... 40

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS... 42

REFERÊNCIAS... 44

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1. INTRODUÇÃO

O período chamado de adaptação das crianças de um a dois anos em instituições de educação infantil merece atenção de todos os integrantes do processo educativo, considerado um momento complexo e delicado, mediado pelos educadores e pelos familiares das crianças, sendo um processo de separação gradual das crianças dos seus responsáveis de vínculo afetivo, portanto os profissionais devem transmitir confiança e segurança, para que assim elas possam enfrentar a nova rotina dentro da escola.

Com isso, o estudo acerca do processo de adaptação escolar da criança de 1 e 2 anos e as consequências para o seu desenvolvimento é de extrema importância para a sua análise e para a compreensão de como este processo ocorre para as crianças, para os responsáveis e também para os educadores. O entendimento sobre o tema disponibiliza ao educador meios e recursos para que a adaptação da criança ao novo ambiente seja feita de maneira natural e significativa. O processo de adaptação escolar deve ser estudado, pensado e planejado pelos profissionais da educação envolvidos no mesmo.

Além de ser uma adaptação para as crianças, muitas vezes, também é uma adaptação para os responsáveis, onde um misto de sentimentos podem envolver os familiares e ser repassado para as crianças. Com isso, também é necessário refletir sobre as formas com que é feita a realização da adaptação dos pais ao dividir as responsabilidades das crianças com os educadores.

Moreno (2018) diz que:

É importante considerar que essa criança ao entrar no ambiente escolar já tem uma história de vida, passou por inúmeras experiências e que faz parte de um determinado grupo social, ou seja, está habituada a conviver em um determinado grupo de pessoas.

(MORENO, 2018, p.12)

Com isso, é necessário levar em consideração que cada criança passa por um processo diferente de adaptação, devido às suas características de personalidade e particularidades. Dessa forma, não deve ser imposto um tempo real para que haja a adaptação, esse tempo pode ser prolongado de acordo com cada criança, ressaltando

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que o processo de adaptação não acontece de forma linear e pode encontrar diversas dificuldades, onde a criança pode regredir depois de um tempo, isso pode acontecer por diversos fatores.

Segundo Oliveira (2003):

O que se observa, no entanto, é que quando se considera a adaptação escolar, ela acaba por enfatizar só a adaptação dos alunos. Não se leva em conta as inúmeras variáveis implícitas neste processo, muito menos, a sua repercussão no clima psicológico da escola e nos comportamentos dos professores e pais. Sequer são discutidas situações contextuais inerentes à facilitação da interação social, como por exemplo: o melhor espaço para receber o aluno, as estratégias e o planejamento do professor nos primeiros dias de aula. (OLIVEIRA, 2003, p.36)

Dessa forma, deve ser levado em consideração as inúmeras variáveis que estão implícitas no processo de adaptação e como isso repercute em todos os ambientes da escola, no psicológico e nos comportamentos das pessoas envolvidas, não enfatizando somente as crianças, mas exercitando reflexões e discussões sobre as estratégias e o planejamento do professor e da escola para os primeiros dias de aula.

O processo de adaptação escolar é de extrema importância para o desenvolvimento infantil, não sendo um processo que tenha um padrão a ser seguido, mas sim que requer atenção, cuidados, planejamento e acompanhamento. Vale destacar que não é somente a criança que se adapta à escola, mas a escola e os professores também precisam se adaptar às necessidades, onde a criança seja protagonista do seu desenvolvimento e aprendizado.

Dessa forma, este trabalho tem como objetivo geral analisar e compreender o processo de adaptação escolar da criança de um e dois anos de idade e as consequências para sua formação e desenvolvimento, a partir de uma pesquisa bibliográfica com uma abordagem qualitativa. A partir disso, os objetivos específicos desta pesquisa são analisar o processo de adaptação da criança na perspectiva da Teoria Histórico-Cultural, compreender a importância desse processo na Educação Infantil e descrever práticas pedagógicas qualitativas para o processo de adaptação.

Em um primeiro momento, o trabalho falará sobre o desenvolvimento da criança segundo a perspectiva de Valéria Mukhina (1996), procurando evidenciar e compreender as etapas do desenvolvimento da criança. Diante do exposto, o trabalho busca entender o que é a adaptação escolar e como os documentos de referência

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para a educação infantil falam sobre esse processo. Na segunda seção é falado sobre os procedimentos metodológicos que foram utilizados para a elaboração deste trabalho.

Na terceira seção, a pesquisa falará sobre a adaptação escolar e suas implicações nas práticas pedagógicas na educação infantil. Procurando evidenciar e compreender como ocorre o processo de adaptação escolar para o profissional da educação infantil envolvido, para a criança e para a família, visto que esse momento é feito de transições e situações desafiadoras. A partir disso, é exposto a importância deste momento para o processo educacional da criança, sendo este um processo de socialização tendo grande influência na vida dela. Dessa forma, as implicações na prática pedagógica do professor são de extrema relevância, devido a importância do papel do professor durante o processo de adaptação escolar.

Com isso, a presente pesquisa procura evidenciar a importância de um processo de adaptação pensado e planejado, possibilitando para que a criança um ambiente que transmita segurança e acolhimento para que ela consiga se desenvolver significativamente. A temática sobre o processo de adaptação escolar da criança é de grande relevância, pois a problemática permeia as instituições escolares, bem como o trabalho dos profissionais da educação envolvidos no mesmo, procurando trazer contribuições para o avanço de informações sobre o tema.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 O desenvolvimento da criança segundo Valéria Mukhina.

O estudo da psicologia infantil se faz necessário para a pedagogia e ao educador para entender as leis do desenvolvimento da criança, suas particularidades emocionais, intelectuais e como elas afetam a sua prática pedagógica. Segundo Valéria Mukhina, “o conhecimento da psicologia infantil facilita para o educador o contato com a criança, ajuda-o a dirigir seu desenvolvimento e a evitar muitos erros na educação” (MUKHINA, 1996 p.12).

Ao estudar a psicologia o educador se apropria de instrumentos e ferramentas para exercer uma prática pedagógica de qualidade, disposto a entender a criança e a fomentar o desenvolvimento de suas qualidades máximas. Com isso é possível ter uma melhor compreensão do processo de adaptação, compreendendo como a criança se adapta a uma nova realidade e ao ambiente escolar, assim como ela se desenvolve.

Para Valéria Mukhina:

As crianças assimilam esse mundo, a cultura humana, assimilam pouco a pouco as experiências sociais que essa cultura contém, os conhecimentos, as aptidões e as qualidades psíquicas do homem. É essa a herança social. Sem dúvida, a criança não pode se integrar na cultura humana de forma espontânea. Consegue-o com a ajuda contínua e a orientação do adulto - no processo de educação e de ensino. (MUKHINA, 1996, p.40)

O desenvolvimento da criança é influenciado e afetado diretamente pelos adultos que convivem com ela, assimilando desde o seu primeiro contato com o mundo as experiências, os conhecimentos, a cultura e toda a herança social que a sociedade possui e é repassada através das interações sociais. Dessa forma, segundo Mukhina (1996, p.74) “[...] A criança nasce com um sistema nervoso formado de maneira a adaptar o organismo às novas condições externas.[...]” (MUKHINA, 1996 p.74). Portanto, desde o seu nascimento, a criança está em um constante processo de desenvolvimento, passando por novas experimentações sociais, corporais e psíquicas, adquirindo novos conhecimentos sobre o mundo em que está aprendendo a viver.

A relação da criança com o adulto é de extrema importância, pois possibilita meios de atividades significativas para que ela aprenda a se desenvolver, adquirindo

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conhecimentos necessários para a sua vivência e criando sua própria autonomia.

Mesmo após os doze primeiros meses de vida, a criança ainda depende inteiramente do adulto para satisfazer suas necessidades orgânicas, criando também uma necessidade emocional da criança para com o adulto. Para Mukhina (1996, p.83), “[...]

a relação emocional com o adulto influi muito positivamente no estado de ânimo da criança [...]” (MUKHINA, 1996 p.83).

Ao se desenvolver a criança vai assimilando novos conhecimentos e comportamentos a partir das suas experimentações e das suas relações sociais com os adultos e com outras crianças. Ela começa a seguir e imitar os exemplos dos comportamentos das pessoas que estão em sua convivência diariamente, além de precisar do adulto para a realização de diferentes atividades em seu dia a dia. Assim, a criança cria suas vivências juntamente com as realizações em conjunto com o adulto.

De acordo com Mukhina (1996):

A atividade conjunta do adulto e da criança se manifesta no fato de que o adulto dirige as ações da criança e de que a criança, quando não consegue realizar ação, recorre à ajuda do adulto.

(MUKHINA, 1996, p.83)

Na atividade que a criança realiza, o adulto cria e dirige as ações das crianças, para que assim ela possa se desenvolver a partir das atividades em conjunto com o adulto, se apropriando da cultura humana. A criança também cria um contato emocional com o adulto, podendo afetar o seu próprio desenvolvimento. Portanto, o adulto tem uma grande influência e responsabilidade no desenvolvimento da criança, onde ela é uma observadora atenta do comportamento do adulto, se tornando uma grande imitadora do mesmo.

Dessa maneira:

A dependência do adulto determina que a criança veja a realidade (e a si mesma) sempre através do prisma das relações com outra pessoa. Isso é, a atitude da criança para com a realidade desde o começo tem um caráter social. O adulto, além de satisfazer as crescentes necessidades da criança e ensiná-la a manejar os objetos, de certo modo avalia o comportamento da criança, anima-a com um sorriso ou, quando não se comporta devidamente, franze a testa ou ameaça com o dedo. Assim a criança vai assimilando pouco a pouco os costumes positivos e a forma de se comportar. (MUKHINA, 1996, p.84)

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Com isso, é importante que a relação do adulto com a criança seja baseada na confiança, sendo construída uma relação de qualidade para ambos. Onde é necessário que a criança se sinta segura para seu desenvolvimento e que o adulto tenha consciência de que essa relação impacta diretamente no desenvolvimento da criança. O adulto é responsável pela criação de diversas e diferentes ações de atividades para que a criança tenha suas próprias vivências e experiências, assimilando novas aprendizagens necessárias para o seu crescimento.

Os vinte e quatro meses iniciais de vida da criança são cruciais para o seu desenvolvimento motor, como aprender a rolar, engatinhar e andar; comunicativo, aprendendo a falar e a se expressar através da linguagem; e psíquico e afetivo, aprendendo a lidar com os sentimentos e emoções. No qual, para que a criança tenha um desenvolvimento pleno, ela necessita do auxílio e do exemplo dos adultos ao seu redor. Como a criança é tratada e ensinada durante a sua primeira infância interfere diretamente no seu desenvolvimento.

Ao completar seu primeiro ano de vida, a criança terá começado a se desenvolver em diferentes aspectos da sua vida, sendo ativa no seu comportamento de exploração e de assimilação de novos conhecimentos essenciais para o seu crescimento. Ela também vê uma necessidade de convívio social, seguindo os exemplos que lhe são apresentados, tentando imitar gestos e falas dos adultos ao seu redor.

Neste primeiro ano, a criança complementa o desenvolvimento e a assimilação da linguagem e de sua comunicação a partir da linguagem que lhe é apresentada em seu convívio social. O desenvolvimento da linguagem do bebê começa pela imitação dos sons e pelo balbuciar, até a criança estabelecer e compreender uma comunicação com o adulto.

A linguagem da criança se desenvolve a partir da necessidade que ela tem de se comunicar para expressar suas vontades. O adulto tem grande influência no desenvolvimento da linguagem, criando condições que permitem que isso aconteça.

A criança começa a compreender a linguagem através de perguntas que provocam nele uma reação de orientação. A partir do momento que a criança tem uma melhor compreensão da linguagem do adulto, a sua relação com ele tende a ser maior, onde a assimilação de novas palavras e da linguagem começam a melhorar.

Durante o primeiro ano de vida, a criança também se desenvolve no sensório- motor, onde primeiramente ela aprende a sustentar seu corpo até conseguir se

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deslocar de forma ereta. Ao se adaptar ao equilíbrio de dominar o próprio corpo, a criança começa a ampliar a sua percepção sobre as coisas que não estavam ao seu alcance, o andar começa a ser satisfatório para ela, até se tornar algo automático. De acordo Mukhina (1996):

caminhar ereto, forma autenticamente humana de se deslocar, é precedido de um período relativamente longo de aprendizagem, no qual a criança fica em pé, mantém-se ereta com auxílio de um apoio, dá um passo sem se apoiar até que, por fim, anda se apoiando. Para deslocar-se de um lugar para outro a criança já sabe se arrastar, por isso, não sente necessidade de andar de pé. O adulto desempenha um papel decisivo como incentivador da criança, para que ande e assimile os movimentos preparatórios necessários. (MUKHINA, 1996, p.89)

Para aprender a caminhar a criança passa por diferentes fases, onde primeiro ela aprende a se arrastar apoiando a barriga no chão, depois começa engatinhar, até começar a tentar ficar de pé segurando em um apoio. Aos poucos, a criança começa a se arriscar, vai se equilibrando até conseguir dar os primeiros passos. O apoio e incentivo do adulto neste momento torna-se essencial, para que a criança passe por todas as fases, assimilando os movimentos necessários para se equilibrar e andar.

Dessa forma:

À medida que a criança assimila e aperfeiçoa as novas formas sensório-motoras, vai percebendo as propriedades e relações dos objetos no espaço que a rodeia. A orientação da criança ainda tem um caráter indiscriminado, ou seja, torna-se difícil destacar determinados aspectos que possam ser definidos, como atenção, percepção, reflexão, memória etc. (MUKHINA, 1996, p.94)

O desenvolvimento sensório-motor possibilita que a criança assimile novos conhecimentos, percebendo as propriedades e relações de objetos que estão dentro do seu alcance diariamente. Assim ela vai adquirindo novos conhecimentos sobre o mundo que a rodeia. A partir desse desenvolvimento a criança começa a se regular e se orientar no movimento espacial, além de manipular os objetos de acordo com as propriedades que ele possui.

O desenvolvimento do sensório-motor permite que a atividade objetal seja desenvolvida no primeiro ano de vida da criança, onde ela realiza manipulações com diversos objetos, e a partir dessas manipulações, ela vai descobrindo as diferentes

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funcionalidades dos objetos. A criança vai interagindo com os objetos, onde nem todas as suas ações que assimila terão o mesmo valor para o seu desenvolvimento.

Conforme Mukhina (1996, p.111), “[...] para que a criança perceba os objetos de forma mais completa e multilateral deverão surgir novas ações de percepção.

Essas surgem ao assimilar a atividade objetal [...]”. Dessa forma, com o seu crescimento a criança vai se apoderando das coisas e de seus conhecimentos e aprendizados. Onde “[...] a criança realiza as ações correlativas da maneira que lhe ensina.[...]” (MUKHINA, 1996, p.111). Com isso, é responsabilidade do adulto ensinar as crianças e possibilitar meios para que elas criem suas próprias ações.

Para Mukhina (1996, p.111), “[...] a criança, desde seus primeiros anos de vida, incorporava-se às atividades do adulto, assimilando na prática a forma de obter o sustento ao manejar os instrumentos primitivos[...]”. Com isso, os primeiros anos de desenvolvimento da criança, são baseados na imitação do adulto e na assimilação de novas aprendizagens a partir da sua necessidade.

Dessa forma, não existe um desenvolvimento correto para a criança seguir, cada criança segue de maneira individual e única, devendo ser respeitado as singularidades de cada uma e entendendo as relações que cada criança estabelece com o conhecimento. O adulto seja responsável em promover e influenciar diretamente no crescimento e no desenvolvimento da criança. Onde os primeiros anos de vida da criança são fundamentais para todo o seu desenvolvimento no futuro.

2.2 O que é a adaptação escolar?

O processo de adaptação escolar vem “[...] com a necessidade de se adaptar a um novo espaço e se relacionar com pessoas diferentes ocorre mudanças no comportamento dos seres humanos, ocorrendo a partir de estímulos presentes nestes novos ambientes.[...]” (MENON e CORSO, 2012, p.3).

O período de adaptação escolar é o início do processo educativo da criança, dessa forma “[...] educar é possibilitar que a criança possa construir e transformar seu próprio modo de pensar, cabe ao professor a responsabilidade de guiá-los por esse caminho fascinante de descobertas e aprendizados[...]” (DIAS; OLIVEIRA; SIRINO;

FERRAZ, 2018 p. 3).

A expressão adaptação “[...] consolidou-se nas discussões que tratam das primeiras experiências escolares das crianças pequenas, no sentido de que elas

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precisam estar adaptadas a um novo ambiente: a escola.” (MARQUES; PISONI;

LENZ, 2018, p.57). Dessa forma, a criança é considerada adaptada, a partir do momento em que ela vive em harmonia com o seu novo espaço de vivência, procurando uma maneira de se desenvolver.

Para Renata Verçosa:

Historicamente, a educação infantil considerou o processo de adaptação à escola como um “período” em que a criança chora e adaptação entendida de forma estrita como definida nos dicionários e com uma forte conotação biológica, ou seja, adaptação como ato de se adaptar, acomodar-se e ajustar-se e não como um processo que é construído nas relações estabelecidas em função da inserção da criança a um novo ambiente ou situação e mediado por vários atores.

Nesse sentido, o principal objetivo é fazer as crianças pararem de chorar, sem a preocupação com um planejamento pedagógico sistemático e significativo. (VERÇOSA, 2016, p. 8)

Atualmente, o período considerado de adaptação pelas instituições escolares, começou a levar em consideração a importância deste momento para o desenvolvimento da criança, tendo um planejamento pedagógico para o recebimento dessas crianças, considerando o fato dela ter que se adaptar a um novo ambiente, quebrando a ideia de que ela só está adaptada quando para de chorar. Ou seja, tendo um processo de adaptação que seja significativo para a criança, levando em conta todas as variáveis que estão atreladas neste momento.

Segundo Léila de Cássia Faleiros:

Grosso modo, podemos dizer que a adaptação é uma operação resultante do conflito entre as exigências internas e externas. Num sentido mais amplo, poderíamos ir mais além e definir adaptação como: o processo unitário, individual e total das funções psíquicas de um sujeito, que se evidencia pelo esforço significativamente coerente da sua personalidade na determinação de uma conduta que este estabelece com o meio. (FALEIROS, 2002, p.2)

Dessa maneira, a adaptação vai além de fatores biológicos, onde a criança se modifica para se adaptar em um novo meio de convivência. O processo de adaptação envolve também as funções psicológicas, exigindo das crianças um esforço gerado por conflitos internos e externos que estão ocorrendo ao mesmo tempo. Com isso, o processo de adaptação é único e vivenciado de formas diferentes, sendo influenciado por diversos fatores que envolvem cada criança e sua história.

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O processo de adaptação escolar também se remete aos familiares, sendo uma mistura de sentimentos conflituosos para os responsáveis compartilharem a educação das crianças com outras pessoas, para que assim consigam cumprir outras responsabilidades. Com isso, este processo também envolve uma adaptação das famílias à rotina da instituição escolar, no qual os pais procuram atender às suas necessidades e também as das crianças, procurando contribuir e participar do seu desenvolvimento.

Segundo Sartori (2018, p.11) “o processo de adaptação é pertinente tanto às crianças, quanto aos pais, como também aos professores [...]”. Onde a criança é a principal neste processo que traz diversas mudanças em sua vida; a família que é a responsável pela decisão de colocar a criança em uma instituição educacional; e a escola que deve estar preparada para receber a criança e orientar a família durante esse momento.

Dessa maneira, a escola deve procurar se planejar para o recebimento das crianças que irão se adaptar ao novo meio e nova rotina que irá viver, e a família que irá possibilitar essa nova vivência a criança. Dessa forma, este período é uma adaptação para todos os envolvidos neste processo, sendo um momento de compartilhamento de conhecimentos e confiança entre a escola e a família, pensando e trabalhando em conjunto para o melhor desenvolvimento da criança.

Segundo Ortiz e Carvalho:

O período de adaptação pode ser entendido como o momento de inserção dos bebês e crianças bem pequenas em uma instituição escolar e constitui o tempo necessário para a adaptação dos pequenos ao novo ambiente, aos adultos que pertencem à comunidade escolar e às demais crianças com quem irá conviver, estando diretamente ligado à aquisição de confiança na nova rotina, até que se sinta pertencente ao local e ao grupo dos quais fará parte.

(ORTIZ; CARVALHO, 2012, p.12)

A partir disso, a adaptação escolar é um processo individual e dinâmico, pelo qual a criança passa, podendo causar conflitos internos e externos, sendo uma mudança em seu modo de vida, onde ela é modificada pelo novo meio em que vive, mas simultaneamente, também, produz modificações nesse meio. Sendo também

“[...]o período no qual a criança e seus familiares passam a criar relações afetivas e sociais com a escola, conhecem o novo espaço e tornam-se familiarizadas e

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pertencentes a ele[...]” (OLIVEIRA, 2021, p.22). Dessa forma é um momento de trocas de conhecimentos entre a escola, a família e a criança envolvidas nesse processo.

Nesse sentido, compreendemos que o processo de adaptação tem seu tempo determinado por inúmeros fatores, podendo variar de caso para caso. Muitas vezes, depois de adaptado, mesmo que por um longo período, fatores externos ou do próprio desenvolvimento infantil, podem levar o processo a recomeçar. Dessa forma, o termo período de adaptação, com data e prazo para acabar, não abrange a realidade dos envolvidos nesse processo, um feriado, o período férias, doenças são apenas alguns exemplos mais comuns que, em muitos casos, favorecem a retomada desse processo. (VERÇOSA, 2016, p.10)

Sendo assim, cada criança, família, instituição escolar e educador vivenciam o período do processo de adaptação de uma maneira única e diferente. Esse período acaba provocando umas grandes expectativas, não somente, nas crianças, mas também para os responsáveis e para a equipe escolar. Deste modo, este momento pode causar diversos sentimentos, como ansiedades, inseguranças, medos e outros, para todos os envolvidos.

Este tema causa diferentes repercussões no ambiente escolar, sendo um período que traz reflexões sobre a prática pedagógica, devendo-se levar em conta as inúmeras variáveis que estão implícitas nesse processo, necessitando da atenção por parte de todos os envolvidos. Este processo, por muitas vezes, é um momento de trabalho intenso dos educadores, voltado a possibilitar uma adaptação afetiva e efetiva para as crianças e de confiança para as famílias.

2.3 O que os documentos de referência falam sobre a adaptação escolar?

O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) é um documento que foi elaborado pelo Ministério da Educação em 1998, com o objetivo de auxiliar o professor de educação infantil no trabalho educativo diário junto às crianças pequenas, servindo como base para as discussões entre profissionais da área em todo o país, mas não sendo de uso obrigatório. Dessa forma:

O Referencial foi concebido de maneira a servir como um guia de reflexão de cunho educacional sobre objetivos, conteúdos e orientações didáticas para os profissionais que atuam diretamente

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com crianças de zero a seis anos, respeitando seus estilos pedagógicos e a diversidade cultural brasileira. (BRASIL, 1998, p.7)

No volume um do Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil é tratado sobre a entrada da criança na instituição escolar, como um momento que pode causar ansiedade para todos os envolvidos. Dessa forma, o documento diz que não é somente a criança que passa pelo processo de adaptação, mas também a mãe, e outros membros das famílias que podem estar envolvidos nesse processo. Com isso,

“[...] A maneira como a família vê a entrada da criança na instituição de educação infantil tem uma influência marcante nas reações e emoções da criança durante o processo inicial [...]” (BRASIL, 1998, p.81).

Por isso, é necessário que exista um acolhimento para que os responsáveis das crianças possam tirar suas dúvidas e angústias, se sentido seguros e confiantes da sua decisão de colocar a criança na escola, compreendendo a importância desse momento para a criança. A partir disso, o documento traz algumas orientações para os primeiros dias da criança na escola, causando reflexões sobre a importância do trabalho docente no período de adaptação.

Segundo o Referencial Curricular (RCNEI), “[...] Este período exige muita habilidade, por isso, o professor necessita de apoio e acompanhamento, especialmente do diretor e membros da equipe técnica, uma vez que ele também está sofrendo um processo de adaptação[...]” (BRASIL, 1998, p.82). Dito isso, é essencial que o professor de educação infantil que irá participar do processo de adaptação esteja preparado para esse momento, entendendo todas as variantes que estão implícitas nesse período.

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento que foi elaborado para a regulamentação das aprendizagens essenciais a serem trabalhadas nas escolas brasileiras públicas e particulares de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, procurando garantir o direito à aprendizagem e o desenvolvimento pleno de todos os estudantes brasileiros.

Posto isto, “[...] a Base é um documento completo e contemporâneo, que corresponde às demandas do estudante desta época, preparando-o para o futuro. [...]”

(BRASIL, 2018, p.7). Dessa forma, este documento é de extrema importância para a educação de modo geral, onde são definidas competências para a educação básica,

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estabelecendo objetivos e um compromisso com o desenvolvimento das crianças e dos adolescentes.

Sendo assim:

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica, de modo a que tenham assegurados seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em conformidade com o que preceitua o Plano Nacional de Educação (PNE). (BRASIL, 2018, p.7)

O documento é dividido de acordo com as etapas do ensino básico, na etapa da Educação Infantil, sendo a primeira no contexto da educação básica, é o início do processo educacional e da formação do estudante. Segundo a Base, “[...] vem se consolidando, na Educação Infantil, a concepção que vincula educar e cuidar, entendendo o cuidado como algo indissociável do processo educativo[...]” (BRASIL, 2018, p.36).

Dessa maneira, desde o processo de adaptação o cuidado já está incluído na Educação Infantil, onde as instituições escolares devem estar preparadas para acolher as crianças dentro dos contextos que estão inseridas, “[...] especialmente quando se trata da educação dos bebês e das crianças bem pequenas, que envolve aprendizagens muito próximas aos dois contextos (familiar e escolar), como a socialização, a autonomia e a comunicação[...]”. (BRASIL, 2018, p.36)

A Base Nacional Comum Curricular (2018) não aborda especificamente o processo de adaptação escolar das crianças. Mas, procura definir os eixos estruturantes das práticas pedagógicas da etapa da Educação Infantil, sendo os principais as interações e brincadeiras, experiências nas quais as crianças podem construir e apropriar-se de conhecimentos. Com isso, “[...] a interação durante o brincar caracteriza o cotidiano da infância, trazendo consigo muitas aprendizagens e potenciais para o desenvolvimento integral das crianças[...]” (BRASIL, 2018, p.37)

A partir disso, o documento procura assegurar seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento na Educação Infantil, sendo eles: conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer-se. Fazendo com que as instituições escolares tenham condições para que as crianças aprendam desempenhando um papel ativo no seu desenvolvimento, procurando construir seus conhecimentos sobre si e sobre o mundo.

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Com isso, o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil e a Base Nacional Comum Curricular são documentos que procuram orientar os profissionais da educação infantil para que o processo de adaptação escolar seja realizado da melhor forma possível, assegurando o direito da criança de frequentar a escola e ter acesso a uma educação de qualidade.

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3. PROCEDIMENTO METODOLÓGICO

O presente trabalho se trata de uma pesquisa bibliográfica, que permite um maior conhecimento sobre a temática do processo de adaptação de crianças de um a dois anos. Segundo Sousa et.al (2021):

A pesquisa bibliográfica é o levantamento ou revisão de obras publicadas sobre a teoria que irá direcionar o trabalho científico o que necessita uma dedicação, estudo e análise pelo pesquisador que irá executar o trabalho científico e tem como objetivo reunir e analisar textos publicados, para apoiar o trabalho científico. (SOUSA, OLIVEIRA E HILÁRIO, 2021, p.65)

Com isso, a pesquisa bibliográfica permite ao pesquisador procurar referências teóricas publicadas com o objetivo de recolher informações e conhecimentos, dando um embasamento teórico sobre o tema que será desenvolvido em seu trabalho. “[...]

Na realização da pesquisa bibliográfica o pesquisador tem que ler, refletir e escrever sobre o que estudou, se dedicar ao estudo para reconstruir a teoria e aprimorar os fundamentos teóricos [...]” (SOUSA, OLIVEIRA E HILÁRIO, 2021, p.66). Com a “[...]

finalidade de aprimoramento e atualização do conhecimento, através de uma investigação científica de obras já publicadas. [...]” (SOUSA, OLIVEIRA E HILÁRIO, 2021, p.65).

Dessa forma, foi realizada uma pesquisa bibliográfica nos meses de abril e maio, pois isso permitiu a realização de uma busca por meio de livros, teses e artigos.

Os trabalhos foram coletados em sites de pesquisa, como o Google Acadêmico e o Repositório Online da Universidade Estadual Paulista (UNESP), de acordo com a prática histórico-cultural, seguindo as referências de Valeria Mukhina (1996). A partir da coleta dos trabalhos, foi realizada a leitura reflexiva e crítica, o que permitiu a construção de uma pesquisa que abordasse a importância do processo de adaptação escolar para as crianças de um a dois anos.

A pesquisa utilizou de uma abordagem qualitativa, que nos permitiu a realização de um estudo aprofundado sobre um determinado tema que podem incluir fatos simples do cotidiano. Segundo Robert Yin:

A pesquisa qualitativa diferente de outros métodos de pesquisa das ciências sociais, pode usar praticamente todo acontecimento da vida real como objeto de estudo qualitativo. (YIN, 2010, p.7)

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A partir desta abordagem o trabalho procurou compreender a importância do processo de adaptação escolar para as crianças e as suas consequências para o seu desenvolvimento. Sendo articulado a partir da leitura das diferentes obras que estejam relacionadas ao processo de adaptação escolar e as suas consequências, com a estruturação de fichamentos para a interpretação com análises críticas e reflexivas das diversas obras que são relevantes e contribuem com informações e conhecimentos para o desenvolvimento do tema e da problemática proposta na pesquisa realizada.

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4. A ADAPTAÇÃO E SUAS IMPLICAÇÕES NAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NAEDUCAÇÃOINFANTIL

4.1 Como ocorre o processo de adaptação escolar para o profissional da educação infantil, para a criança e para a família.

O processo de adaptação escolar é um momento delicado para todos os envolvidos, sendo um momento profundamente sensível e que demanda atenção, paciência e cuidados específicos, pois é uma fase regada de transições com diversas situações que envolvem o desafio de enfrentamento e amadurecimento do novo, tanto para as crianças quanto para os familiares e educadores.

Dessa forma:

Uma nova concepção sobre adaptação escolar nos remete a compreendê-la de um modo mais complexo, como um momento de mudanças não só na vida da criança, mas também na vida dos pais, dos professores e gestores e de toda a turma na qual a nova criança está se inserindo. (MARQUES; UNGER; ZIEDE; 2018, p.58)

A adaptação escolar é um processo de separação gradual das crianças dos seus responsáveis de vínculo afetivo, que também afeta e traz mudanças na vida dos pais e dos professores. Com isso os profissionais da educação infantil envolvidos e preparados para esse processo devem transmitir confiança e segurança, para que assim as crianças possam enfrentar a nova rotina dentro da escola.

Desse modo:

Quando nos referimos ao processo de adaptação que ocorre na creche, estamos considerando diferentes pessoas, com diferentes papéis sociais. Todos os envolvidos nesse processo, além da criança, a mãe em particular e o(a) educador (a), vivenciam-no com intensidades e características variáveis frente a mesma situação, e os esforços de adaptação realizados influenciam as reações das crianças e são por estas influenciados. (VITÓRIA; ROSSETTI-FERREIRA, 1993, p.56).

Para refletir sobre o processo de adaptação escolar é necessário considerar todos os envolvidos e suas características particulares, visto que, para cada um deles, esse momento ocorre de uma maneira diferente. O processo de adaptação escolar é vivenciado de formas diferentes para as crianças, para os responsáveis e para os profissionais da educação, onde as relações entre os envolvidos podem influenciar durante o processo.

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Durante esse período a criança passa pela transição de um ambiente familiar para um ambiente novo e coletivo, onde a escola deve buscar estratégias, a partir de atividades que chamem sua atenção, como pinturas com diferentes materiais, leitura de histórias que falem sobre o início da vida escolar e os sentimentos que envolvem esse momento, brincadeiras que envolvam a criança e tenha a participação do adulto para que assim ela tenha confiança nele e se divirta. Dessa maneira, ela pode se adaptar, de uma forma que se sinta confiante e confortável nesse novo ambiente, buscando o seu próprio desenvolvimento. A partir disso, a instituição de Educação Infantil, sendo um ambiente diferente do que a criança está habituada a viver, precisa oferecer ajuda e auxílio, com interferências de um adulto que esteja preparado para esse processo.

Com isso:

Sabemos que a inserção das crianças na Escola Infantil é um processo bastante importante, pois marca a sua primeira relação com o mundo escolar. Além da questão do distanciamento da família, a criança se depara com um mundo até então desconhecido para ela, onde ela irá se relacionar com outras crianças e com outros adultos - que não somente os seus pais – interagindo, socializando e trocando.

Também irá aos poucos internalizando a rotina da instituição, ao vivenciar os diferentes momentos (FERNANDES, 2011, p.24)

Pensando nisso, percebemos que em um primeiro momento algumas crianças podem chorar ao se ver um ambiente desconhecido e com pessoas desconhecidas, onde ela tem que dividir a atenção e os brinquedos com outras crianças. Com o passar dos dias, ela começa a perceber a necessidade de interagir com as outras crianças e adultos em sua volta, compreendendo o ambiente como um local seguro para sua exploração e desenvolvimento, dando sua confiança a professora que está o acompanhando, e que em um determinado momento o seu porto seguro (mãe/pai ou responsável) irá retornar para buscá-lo.

A importância da adaptação para a criança é que ela começa a desenvolver sua própria autonomia em relação ao seu ambiente familiar. A conquista da autonomia por parte da criança dentro de um novo ambiente, neste caso a educação infantil, lhe proporciona o momento de internalizar os dados da cultura que lhe são externos, no primeiro momento da sua existência. A conquista dessa autonomia é um processo fundamental para que a criança entenda a cultura humana e possa exercitar seu direito de escolha da vida.

Segundo Menon e Corso (2012):

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Este período da adaptação pode durar alguns dias, ou até meses, dependendo das características das crianças e da forma que esta adaptação será realizada. Algumas crianças podem chegar à instituição e ficar calma e tranquila e essa ser uma reação de medo, outras crianças pode ficar retraída, outras podem se adaptar bem no começo, sem apresentar nenhuma reação e após algum tempo ficam sem comer, ou dormir mal e não querer mais frequentar a instituição, regredindo no processo adaptativo. Essas reações precisam ser avaliadas frequentemente pela instituição infantil. (MENON E CORSO, 2012, p.5)

Com isso, é retratado que as crianças possuem diferentes reações ao serem separadas dos seus pais, tendo olhares de cautela, inibições, temores, choros, podendo se esconder ou ficar apenas com uma pessoa como forma de se sentir protegida. Também tem algumas crianças que demonstram se adaptar de maneira rápida e fácil, mas que depois de algum tempo podem acabar regredindo apresentando algumas dificuldades.

Dessa forma, cada criança passa por um processo único de adaptação escolar, pode acontecer de em um primeiro momento a criança se sinta segura e confie somente em um adulto no ambiente escolar, podendo ser esse adulto a professora ou a auxiliar da sala. Outra criança, em um primeiro momento, pode se sentir mais confiante em um único ambiente da escola, ficando bem somente ali. Com isso, é necessário que o adulto que irá acompanhar a criança durante esse período identifique as necessidades dela, entendendo o que é melhor para que a criança, para que esse processo seja realizado de maneira significativa.

De acordo com Verçosa (2016):

Assim como há crianças com dificuldades para se adaptar, existem aquelas com facilidades na adaptação, são crianças que possivelmente já tenham passado por várias situações de separações como, por exemplo, ter que ficar com os avós ou com babás enquanto os pais ou responsáveis trabalhavam, dentre outras. Diante disso, a maioria das crianças que passaram por situações de separação, tem mais facilidade de se relacionar com outras crianças, com novos brinquedos e espaços por iniciativas próprias e de realizar com mais tranquilidade as atividades dirigidas. (VERÇOSA, 2016, p.15)

Assim, os primeiros dias em um ambiente escolar podem variar de acordo com a criança, sendo um momento único e incomparável, também deve se levar em consideração a história que cada criança já viveu. Algumas crianças podem sentir confiança logo no primeiro contato, se encantando com o ambiente e com os outros

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colegas, outras podem se sentir ansiosas e assustadas pelas muitas novidades ao seu redor. Na escola, a criança passa a conviver com pessoas e situações diferentes das quais já estavam acostumadas, os diversos sentimentos são comuns entre elas, podendo também ser sentimentos novos a serem desenvolvidos pela criança.

Durante o período de adaptação, é comum que a criança carregue consigo um objeto de apego emocional, os quais fazem as crianças se sentirem mais confiantes e seguras, principalmente, quando se separaram ou ficam distantes da sua figura afetiva. Esse objeto pode ser um brinquedo, uma chupeta, um cobertor, são objetos que fazem parte da rotina da criança, ficando disponíveis para ela nos momentos em que ela precise.

Segundo Vercelli e Negrâo (2019):

Esses objetos normalmente ficam disponíveis para a criança, fazem parte do seu cotidiano e podem ter sido oferecidos pelos pais ou eleitos pela própria criança. Costumam acompanhá-la durante a infância e apresentam certos traços particulares: textura que pode ser fofinha ou dura; olhar meigo no caso de um bicho de pelúcia ou de uma boneca; cheiro particular, que varia de acordo com a maneira como a criança o utiliza, por exemplo, ela pode segurá-lo, cheirá-lo ou colocá-lo na boca. Existem muitas variações quanto ao tipo, formato e escolha do objeto, a saber: chupetas, paninhos, ursinhos, fraldinhas, bonecas e bonecos, carrinhos, cobertores, pedaços de tecidos, travesseiros. A criança que conta com um objeto transicional costuma nomeá-lo a fim de facilitar a comunicação com o adulto. (VERCELLI;

NEGRÃO, 2019, p.5)

Dessa maneira, este objeto pode ser uma ferramenta no processo de adaptação escolar da criança, onde ela pode ficar com ele durante o período escolar, fazendo com que a criança se sinta mais confiante. Estes objetos possuem as particularidades, podendo ser uma maneira da professora conhecê-la melhor, uma estratégia para minimizar os efeitos da separação das crianças dos seus pais.

Para as crianças, este é um momento delicado, onde por muitas vezes é o primeiro momento em que ela é separada da sua família por um período de tempo longo, ficando em um ambiente até então desconhecido por ela, o que pode acabar gerando diversas inseguranças. Vale ressaltar que a criança é a protagonista do processo de adaptação, onde ela está passando por um momento de descobertas, e precisa criar confiança e afeto por um adulto que irá acompanhá-la nesse período de separação dos pais e de novas descobertas.

Dessa forma:

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A criança firma afetividade com as pessoas da creche as quais transmitem segurança para que ela possa explorar coisas novas, em casa, geralmente os pais são essas pessoas de segurança, principalmente a mãe. O processo de adaptação ao ambiente da creche deve ser mediado pelas outras pessoas, no caso, familiares e os educadores da creche onde a criança está inserida. (VITÓRIA, ROSSETTI-FERREIRA, 1993, p. 57).

A afetividade desenvolvida na criança, estimula a formação e desenvolvimento da capacidade de aprendizagem e a força interior para a conquista da sua autonomia.

Uma afetividade bem desenvolvida ajuda no processo de aprender da criança, da sua interação positiva com os adultos e outras crianças.

O período de adaptação para as crianças é um momento em que ela conhece outros adultos além dos seus parentes, dessa forma, é importante que o educador que irá participar desse momento transmita segurança para a criança, e ela se sinta confiante para as novas explorações e descobertas que terá na escola. A criança é levada a confiar em novas pessoas, com isso, é comum que no início do processo escolar ela fique mais próxima daquele adulto que tenha recebido primeiro, até criar a confiança para explorar os ambientes sem a necessidade de ter aquele adulto específico por perto.

A participação da família durante o período de adaptação escolar da criança é importante para transmitir segurança, o que pode influenciar as reações delas nesse primeiro contato com um novo ambiente, onde a criança possa explorar, aprender, se desenvolver e ter novos relacionamentos com outras crianças e adultos. Durante esse período, é comum que os pais e responsáveis se sintam culpados ao deixar seus filhos na instituição escolar, se remetendo ao pensamento de insuficiência ou irresponsabilidade ao de estar dividindo os cuidados, responsabilidades e a educação da criança com outra pessoa.

Segundo Oliveira (2018):

Essa experiência de colocar os filhos, netos, sobrinhos, irmãos mais novos pela primeira vez, na instituição de Educação Infantil, é conflituosa, por despertar preconceitos com relação sobretudo às creches, tristeza por deixar os filhos, crianças abandonadas na instituição, medo de o filho ficar sujeito ao cuidado e educação de pessoas desconhecidas e também do cuidado coletivo das crianças, ao invés do individualizado de casa. As famílias temem que as crianças não se adaptem e sofrem, ao serem forçadas a seguir a rotina e costumes das instituições, os quais podem ser antagônicos aos de casa; ao mesmo tempo, as famílias sentem alívio por terem

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conseguido a difícil vaga para suas crianças, que lhes permitirá cumprir com as outras funções sociais que lhes cabem. (OLIVEIRA, 2018, p.63)

Sendo assim, o processo de adaptação escolar remete aos familiares uma mistura de sentimentos conflituosos para os responsáveis compartilharem a educação e os cuidados das crianças com outras pessoas, para que assim consigam cumprir outras responsabilidades, podendo ser a primeira grande separação da família e da criança. Com isso, este processo também envolve uma adaptação das famílias à rotina da instituição escolar, no qual os pais procuram atender às suas necessidades e, as das crianças, procurando contribuir e participar do seu desenvolvimento.

Para os pais, pode ser a primeira vez de separação de seus filhos por um longo período de tempo, isso pode gerar muitos sentimentos conflituosos e atitudes que podem ser contraditórias. É um momento no qual eles podem se sentir felizes e orgulhosos com a criança iniciando o seu processo educacional, mas por outro lado, pode gerar sentimento de insegurança e diversos questionamentos. É necessário que nesse momento o adulto entenda que ele está sendo um mediador dos sentimentos da criança, onde seus sentimentos podem ser sentidos pela criança, deixando-a mais nervosa e apreensiva para esse momento.

A família é o berço de atitudes, comportamentos e valores. Um espaço sociocultural no qual os pequenos são inseridos e acabam absorvendo toda a bagagem de valores sociais, éticos e culturais, influenciando consideravelmente a aprendizagem escolar e socialização dos pequenos. Ao colocar a criança na escola, a família divide o espaço sociocultural no qual os seus filhos são inseridos, dando abertura para que eles tenham outras bagagens para o seu desenvolvimento. Dessa forma, o processo de adaptação escolar começa quando os responsáveis tomam a decisão de iniciar o processo educacional da criança.

Sendo assim:

Para muitas famílias, a entrada da criança na escola é tida como a primeira situação de separação. Esse momento pode ser de expectativa e euforia para alguns, enquanto para outros pode significar insegurança ou sofrimento. Embora seja comum que as famílias lidem de forma mais controlada com suas tensões, dúvidas e sentimento de culpa, por sua vez, a criança expressa seu sofrimento de forma mais intensa, a exemplo do choro, perda de apetite, tristeza etc.

(MARQUES, UNGER, ZIEDE, 2017, p.58)

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Desse modo, é importante entender que os pais também passam por esse período de adaptação, necessitando habituarem-se ao afastamento dos filhos e à atual rotina imposta pela instituição escolar. Segundo Verçosa (2016, p.16) “[...] Os familiares também passam por uma fase de adaptação tendo que se acostumar com a ausência da criança em casa e a nova rotina estabelecida[...]”.

Os familiares têm que compreender que a separação é importante na vida da criança, pois configura-se como o primeiro passo para a adaptação, a socialização e a autonomia do educando. Assim como em outras fases do processo educacional da criança, é compreendido que durante o processo de adaptação é necessário o trabalho dos pais em conjunto à escola, pensando no crescimento pessoal e no desenvolvimento de cada criança.

Segundo Sartori (2016):

A função da mãe é a de introduzir a criança na escola. A função da escola, aí representada pelo professor, é a de recebê- la. Isso compromete diretamente tanto uma quanto a outra e, como uma primeira consequência, desloca da criança a responsabilidade de uma escolha que verdadeiramente não está em jogo, dado que quem decide pela criança é a mãe.

(SARTORI, 2016, p.12)

A entrada da criança na instituição escolar é algo decidido pelo seu responsável, muitas vezes, representado pela mãe. Dessa forma, ao decidir colocar a criança na escola, o responsável inicia uma relação direta com a escola, que pode ser representada pelo professor. Esta relação entre pais e professores deve ser baseada na confiança e no diálogo, sendo um momento em que o professor pode ter um maior conhecimento sobre a criança. Além de que essa relação pode afetar diretamente o processo de adaptação da criança, visto que os sentimentos dos responsáveis podem ser repassados para a criança.

Dessa maneira:

À escola, aqui representada pelo professor, cabe receber a criança. Portanto, devem-se criar condições para que o espaço escolar seja reconhecido pela criança. Para o professor, é um momento de ação voltada para o aluno com a intenção de conhecê-lo e permitir que ele o conheça, ou seja, que entre ambos se estabeleça um laço, uma relação de confiança. (SARTORI, 2016 p.14)

A partir disso, é fundamental que o professor transpareça confiança para as famílias, para que esse sentimento seja repassado para a criança. O período de adaptação escolar é também um momento de construção de uma relação de

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confiança que deve ser estabelecida entre a escola e a família. Com isso, através de ações voltadas para o aluno, o professor consegue estabelecer um laço de relacionamento com a criança e a família.

Deve ser levado em consideração que:

Ao ingressar na Educação Infantil as crianças e suas famílias precisam de ajuda para enfrentar esse momento, tornando-o o menos difícil possível e para isso contará com os profissionais e a instituição escolar que devem planejar e se preparar bem para a situação. Nesse sentido, o apoio pedagógico e psicológico escolar, devem cumprir o seu papel de acompanhar os pais que estão com seus filhos tendo acesso à Educação Infantil e se sentem inseguros quanto às carências e necessidades dos seus filhos. (ANDRADE, 2016, p.15)

Os profissionais da educação infantil devem estar preparados para o acolhimento das famílias e das crianças durante o processo de adaptação escolar, o apoio dos profissionais da equipe pedagógica é essencial nesses momentos. A partir do planejamento do processo de adaptação escolar, as situações de desconfortos para as crianças e familiares são minimizadas, trazendo confiança e tranquilidade para os pais confiarem seus filhos à instituição escolar.

A escola por muitas vezes é o primeiro lugar onde a criança terá contato com outras pessoas fora de seu vínculo familiar, encontrando um mundo de possibilidades para ser descoberto. Dessa forma, a escola representa uma instituição social, que além de promover a assimilação de conhecimentos e informações, também promove o desenvolvimento das relações humanas. A instituição educativa deve ser um espaço acolhedor, onde a criança possa se sentir segura, no qual o professor tem um papel fundamental, estabelecendo vínculos afetivos e de confiança com a criança, para que assim ela se desenvolva através de novas experiências.

Os professores possuem uma função significativa no processo de adaptação escolar, na qual eles devem estar qualificados para o período. No qual “[...] Os professores, por sua vez, podem ajudar as crianças e seus pais a se separarem de uma forma mais tranquila, transmitindo-lhes um sentimento de compreensão nas suas capacidades individuais de lidar com o processo de separação [...]” (FERNANDES, 2011, p.40)

Para os professores, o período de adaptação escolar também é uma situação de adaptação, pois mesmo que já conheçam o processo, toda criança ao se adaptar sempre traz novas experiências e histórias, vivenciando um momento único com cada

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turma nova de criança. Este momento também pode ser muito delicado aos profissionais da educação envolvidos, tendo uma grande pressão para que as crianças se adaptem o mais rápido possível, gerando sentimentos de ansiedade e medo.

Os profissionais da educação infantil envolvidos no processo de adaptação escolar têm a responsabilidade de mediar e conduzir esse processo. Dessa forma, é necessário que o professor tenha um preparo para atuar nesse momento tão importante para as crianças e para as suas respectivas famílias, entendendo que a adaptação escolar é um processo complexo e único para cada criança.

Com isso:

O professor precisa ser um constante pesquisador para compreender como se dá o processo de adaptação e poder cada vez mais colaborar no bem estar da criança por estar disposto a procurar entender cada uma como um sujeito único que tem a sua história com seus medos, angústias, emoções gostos e aos poucos vai constituindo laços de confiança e afetividade para que no trabalho coletivo na escola tenha êxito. (LADWIG E SILVA, 2018, p.7)

Dessa maneira, o professor deve pesquisar, procurando compreender como acontece o processo de adaptação escolar, colaborando mais com esse período, entendendo a criança como um ser humano único e fazendo com que o trabalho da educação seja efetivo. A formação e o conhecimento do professor são de suma importância, visto que assim, ele passa a ter um olhar mais crítico dos acontecimentos, procurando sempre o melhor para o seu trabalho e para a criança.

Fica explícito a importância do papel do professor durante o processo de adaptação, onde o adulto é o principal mediador nesse processo de interação e desenvolvimento. O professor exercita um papel de possibilitador das interações entre as crianças e os objetos de conhecimento, no processo de adaptação, o professor deve arrumar estratégias para que ele ocorra da melhor maneira possível para as crianças e para as famílias.

Vale ressaltar que:

Nenhuma criança é igual à outra, assim como as famílias e os professores também não o são. Então, cada processo de inserção é único e exige mediações singulares por parte de professores e gestores. (MARQUES, UNGER, ZIEDE, 2017, p.58)

Com isso, o processo de adaptação escolar é constituído nesses três pilares:

a criança, a família e o professor. A criança é a protagonista desse momento,

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vivenciando um momento único de transição e de novas experiências; a família é a responsável pela tomada de decisão de colocar a criança na escola, compartilhando a responsabilidade da educação e dos cuidados dela com outras pessoas; o professor é o mediador deste processo, sendo responsável por promover um processo de adaptação para ambas as partes.

4.2 Qual a importância da adaptação escolar para o processo educacional?

A adaptação escolar é o começo do processo educacional, nesta fase a criança juntamente com a sua família iniciam um novo ciclo em suas vidas. A partir disso, “[...]

A adaptação é um processo contínuo de mudança, crescimento, desenvolvimento e amadurecimento; marcado por encontros e desencontros é o momento em que a criança e seus pais passam a criar novas relações afetivas com um novo grupo que se encontra na sociedade [...]” (ECKE, 2010, p.6).

Dessa forma, o processo de adaptação escolar é importante e pode influenciar no desenvolvimento e na aprendizagem da criança. Este período é crucial para que a criança estabeleça um vínculo com os educadores e a escola, ficando confortável e confiante, para se desenvolver e aprender. Com isso, o início da vida escolar da criança é um momento singular e delicado, é necessário que a família e a criança tenham um apoio e auxílio, tornando essa etapa um momento positivo, sendo fundamental a colaboração dos profissionais da educação e de toda a instituição escolar.

A entrada das crianças na educação infantil não é um processo simples, onde

“[...] A Educação Infantil, primeira etapa da educação básica, deve ser concebida como um período que envolve tanto a dimensão do cuidado quanto os aspectos do desenvolvimento (físico, motor, social, cognitivo, linguístico e afetivo) [...]” (SOUZA;

GUIMARÃES; FILHO; 2011, p.44). Sendo uma das etapas mais importantes da vida da criança, o início da vida escolar, por vezes, pode ser uma situação difícil, sendo um momento de mudanças na rotina e de separações de vínculos afetivos. Na escola, as relações, regras e limites são diferentes daqueles do espaço doméstico e familiar que a criança está habituada a viver.

A reação das crianças durante o processo de adaptação pode acontecer de diferentes maneiras para expressarem o que estão sentindo em relação à separação de seus pais por um momento. Há casos em que a criança vivencia esse período de

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