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A Casa Resiliente: Lidando com o fatalismo climático.

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Academic year: 2022

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A C A S A

R E S I L I E N T E

L I D A N D O C O M O

F A T A L I S M O C L I M Á T I C O

I M A G E M P R O D U Z I D A P E L O A U T O R

(2)

A C A S A

R E S I L I E N T E

L I D A N D O C O M O

F A T A L I S M O C L I M Á T I C O

R E S I L I Ê N C I A

T R A B A L H O F I N A L D E G R A D U A Ç Ã O I - A R Q U I T E T U R A E U R B A N I S M O

A U T O R A : A N A C A R O L I N A F E R N A N D E S L O P E S

O R I E N T A D O R : A N D R É M A R Q U E S

S Ã O P A U L O - S P

(3)

“ A C A S A D O N O S S O T E M P O A I N D A N Ã O

E X I S T E ”

M I E S V A N D E R R O H E , 1 9 3 1

R E S I L I Ê N C I A

(4)

A Deus, pois sem Ele nada seria possível e não teria chego até aqui.

Aos meus pais, que me formaram e me orientaram a ser quem sou hoje.

Ao meu avô Armando e tia Natalina que todos os dias me incentivaram, me mostraram que eu sou capaz e pela oportunidade que me deram.

Ao meu melhor amigo, amor e companheiro da vida, Lucas Munhoz, que esteve ao meu lado durante todo o percurso acadêmico e que é sempre uma dose de motivação diária para mim.

A Rosemary Fernandes, que é um exemplo de pessoa, profissional e inteligência para minha vida.

A amiga que a faculdade me proporcionou, dupla inseparável de trabalho, e quem sabe de carreira. Que me ouviu, apoiou, me ajudou e encorajou a chegar até a última etapa, Maria Fernanda Gregorio.

Ao meu orientador, André Marques, que me auxiliou a compreender o real sentido deste estudo e quais os caminhos passíveis de serem seguidos.

Às arquitetas, Erica Maeda, Marina Temple e Ana Paula Mendes que me deram a oportunidade do primeiro estágio, fundamental para me auxiliar a encontrar o rumo profissional que desejo seguir.

Aos meus familiares, amigos e colegas que de alguma forma contribuíram nesta fase da minha vida:

Deixo a vocês o meu muito obrigada!

Dedicatória

(5)

Analisando a partir do AR6, emitido pelo IPCC em meados de 2022 foi possível verificar os danos e resultados futuros e atuais do aquecimento global ao redor do mundo e seus impactos para a vida no planeta Terra. Pensando no quanto a construção civil e a vida posterior dos edifícios corroboram para o aumento do aquecimento do planeta, o presente trabalho propõe o desenvolvimento de uma habitação resiliente visando amenizar a quase zero os impactos e a pegada ecológica de sua existência no planeta Terra.

Resumo

03

(6)

Lista de figuras

Contracapa - Resiliência - Fonte: PÓS, E. B. P. Resiliência:

a importância no ambiente corporativo, 19 de março de

2021. Disponível em:

<https://blog.portalpos.com.br/resiliencia-qual-a-

importancia-no-ambiente-corporativo/>, acessado em 22 de Abril de 2022.

Figura 01 - Aquecimento Global - Fonte: TAMANINI, M.

Aquecimento global: 2019 foi o 2o ano mais quente já registrado, Tecmundo , 17 Jan. 2020. Disponível em:

<https://www.tecmundo.com.br/ciencia/149401-

aquecimento-global-2019-2-ano-quente-registrado.htm>, Acessado em 22 de Abril de 2022.

Figura 02 - Logo ONU - Fonte: RIBEIRO, B. Logotipo da Organização das Nações Unidas (ONU), Criança livre de trabalho infantil, 23 Sep. 2016. Disponível em:

<https://livredetrabalhoinfantil.org.br/conteudos-

formativos/glossario/onu/onu-2/>, Acessado em 22 de Abril de 2022.

Figura 03 - Logo IPCC - Fonte: DE GENEVE, R. E. C.

INTERGOVERNMENTAL PANEL ON CLIMATE CHANGE - IPCC, Genève Internationale , [s.d.]. Disponível em:

<https://www.geneve-int.ch/intergovernmental-panel-

climate-change-ipcc-0>, Acessado em 22 de Abril de 2022.

Figura 04 - Podemos Limitar o Aquecimento Global? - Fonte: LEVIN, K.; WASKOW, D.; GERHOLDT, R. Mudanças climáticas alarmantes: veja 5 grandes resultados do relatório do IPCC, WRI Brasil, 8 Sep. 2021. Disponível em:

<https://wribrasil.org.br/pt/blog/clima/ipcc-relatorio- mudancas-climaticas-

2021#:~:text=Em%20um%20cen%C3%A1rio%20de%20alta s%20emiss%C3%B5es%2C%20o%20mundo%20atinge%2 0o,industriais%20no%20final%20do%20s%C3%A9culo>, Acessado em 03 de Março de 2022.

Figura 05 - Quando os limites de temperatura serão alcançados? - Fonte: LEVIN, K.; WASKOW, D.; GERHOLDT, R. Mudanças climáticas alarmantes: veja 5 grandes resultados do relatório do IPCC, WRI Brasil, 8 Sep. 2021. Disponível em:

<https://wribrasil.org.br/pt/blog/clima/ipcc-relatorio-mudancas- climaticas-

2021#:~:text=Em%20um%20cen%C3%A1rio%20de%20altas%

20emiss%C3%B5es%2C%20o%20mundo%20atinge%20o,indu striais%20no%20final%20do%20s%C3%A9culo>, Acessado em 03 de Março de 2022.

Figura 06 - Evidências do Aquecimento Global - Fonte: LEVIN, K.; WASKOW, D.; GERHOLDT, R. Mudanças climáticas alarmantes: veja 5 grandes resultados do relatório do IPCC, WRI Brasil, 8 Sep. 2021. Disponível em:

<https://wribrasil.org.br/pt/blog/clima/ipcc-relatorio-mudancas- climaticas-

2021#:~:text=Em%20um%20cen%C3%A1rio%20de%20altas%

20emiss%C3%B5es%2C%20o%20mundo%20atinge%20o,indu striais%20no%20final%20do%20s%C3%A9culo>, Acessado em 03 de Março de 2022.

Figura 07 - Desenvolvimento Sustentável - Fonte: UNIPRIME.

ECONOMIA, SUSTENTABILIDADE E COMUNIDADE, outubro

de 2016. Disponível em:

<https://www.uniprimebr.com.br/artigo/edicao01/economia-- sustentabilidade-e-comunidade>, Acessado em 22 de Abril de 2022.

Figura 08 - Casa Resiliente - Fonte: PÁGINA Inicial | Casa Resiliente. Disponível em: https://www.casaresiliente.com/.

Acesso em: 10 jun. 2022.

04

(7)

Lista de figuras

Figura 09 - Modulação - Fonte: ALMEIDA, J. N.

CONSTRUÇÃO MODULAR, O ÚNICO CONCORRENTE DAS NOVAS IMPRESSORAS DE CASAS 3D?, Engenho &

Arte, 9 de nov de 2020. Disponível em:

<https://www.engenhoearte.info/post/constru%C3%A7%C3

%A3o-modular-o-%C3%BAnico-concorrente-das-novas- impressoras-de-casas-3d>, Acessado em 22 de Abril de 2022

Figura 10 - Lã de Vidro - Fonte: MERLIM, L. Rolo Lã de Vidro WF 4+ 1,20x12,50mx50mm Isover, [s.d.]. Disponível em: <https://www.leroymerlin.com.br/rolo-la-de-vidro-wf-4- -1,20x12,50mx50mm-isover_89334924#descricao-do-

produto>, Acessado em 22 de Abril de 2022.

Figura 11 - Lã de Rocha - Fonte: MERLIM, L. Manta Lã De Rocha Densidade 32kgs Esp. 25mm C/ 12m2 Rockfibras,

[s.d.]. Disponível em:

<https://www.leroymerlin.com.br/manta-la-de-rocha- densidade-32kgs-esp--25mm-c--12m2-

rockfibras_1566948659>, Acessado em 22 de Abril de 2022.

Figura 12 - Fachadas pelo exterior (ETIC’S) – Fibrosom - Fonte: FIBROSOM. Catálogo geral de produtos, isolamentos, lã de rocha. Disponível em:

<http://www.fibrosom.com/ficheiros/pdfs/laderocha.pdf>.

Acesso em: 4 de Abril de 2022..

Figura 13 - Argila Expandida - Fonte: ACÚSTICA, Portal da, Argila Expandida Tipo 2215 - 50 Lt, Disponível em:

<https://www.portaldaacustica.com.br/produto/327>.

Acessado em 22 de Abril de 2022.

Figura 14 - Lã de Coco - Fonte: UNISUL, Tipos de Materiais de Isolamento Modernos usado em Residências (Fibra de Coco),

Disponível em:

<https://fenomenosdetransporte2unisul.wordpress.com/2017/09/07/tipo s-de-materiais-de-isolamento-modernos-usado-em-residencias-fibra- de-coco/>. Acessado em 22 de Abril de 2022.

Figura 15 - Instalação Lã de Coco - Fonte: VERDE, Projeto coco.

Projeto Coco Verde: tratamento térmico com placas de fibra de coco, Disponível em: <http://www.projetococoverde.com.br/tratamento- termico.htm>. Acessado em 04 de Abril de 2022.

Figura 16 - Sistema de Compostagem - Fonte: JCFLORES, Você sabe o que é um minhocário ???, Disponível em:

<https://www.taiadaweb.com.br/voce-sabe-o-que-e-um-minhocario/>.

Acessado em 04 de Abril de 2022.

Figura 17 - Circulo de Bananeiras - Ambiental DATERRA :: Centro

Ambiental. Disponível em:

<http://www.ambientaldaterra.com.br/circulo-de-bananeiras/>.Acesso em 09 de junho de 2022

Figura 18 - Eliodomestico - Eliodomestico : gabriele diamanti |

designer. Disponível em:

<http://www.gabrielediamanti.com/projects/eliodomestico>. Acesso em 08 de junho de 2022

Figura 19 - WaterAir - WWW.WATEAIR.COM.BR. Wateair - Máquinas que fazem água potável, máquina de fazer água potável. Disponível em: <https://wateair.com.br/ver_produtos3bad.html?codigo=126>.

Acesso em: 10 jun. 2022.

Figura 20 - Peneira de Grafeno - GALILEU, R. “Peneira” de grafeno é capaz de transformar água do mar em água potável. Disponível em:

<https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2017/04/peneira-de- grafeno-e-capaz-de-transformar-agua-do-mar-em-agua-potavel.html>.

Acesso em: 10 jun. 2022.

05

(8)

Lista de figuras

Figura 21 - Sistema de Biodigestor Instalado - Como funciona o biodigestor: entenda melhor o equipamento. Disponível em:

<https://www.fortlev.com.br/institucional/como-funciona-o- biodigestor/>. Acesso em: 10 jun. 2022.

Figura 22 - Sistema de Sustentação com Macacos Hidráulicos -

Macaqueamento. Disponível em:

<https://carleti.com.br/macaqueamento/>. Acesso em 08 de junho de 2022

Figura 23 - Zip Up House com Escoras Metálicas - Richard

Rogers + Yuri Suzuki. Disponível em:

<https://www.mscty.space/expo/richard-rogers-yuri-suzuki>.

Acesso em: 10 jun. 2022.

Figura 24 - Topografia com declividade - Fonte: De autoria própria.

Figura 25 - Topografia Plana - Fonte: De autoria própria.

Figura 26 - Vista Lateral - RSH - Disponível em: <https://www.rsh- p.com/projects/residential/zipup-house/>. Acessado em 22 de Abril de 2022.

Figura 27 - Modulação - RSH - Disponível em: <https://www.rsh- p.com/projects/residential/zipup-house/>. Acessado em 22 de Abril de 2022.

Figura 28 - Perspectiva - RSH - Disponível em: <https://www.rsh- p.com/projects/residential/zipup-house/>. Acessado em 22 de Abril de 2022.

Figura 29 - Maquete - RSH - Disponível em: <https://www.rsh- p.com/projects/residential/zipup-house/>. Acessado em 22 de Abril de 2022.

06

Figura 30 - LoftCube - Living - Imagine a place... Disponível em:

<https://loftcube.net/living>. Acesso em: 10 jun. 2022.

Figura 31 - LoftCube 34m² - Living - Imagine a place... Disponível em:

<https://loftcube.net/living>. Acesso em: 10 jun. 2022.

Figura 32 - Fachada - Casa das Birutas - bioconstrução premiada - SustentArqui. Disponível em: <https://sustentarqui.com.br/casa-das- birutas-bioconstrucao-premiada/>.Acesso em 07 de junho de 2022

Figura 33 - Eficiência Energética - Casa das Birutas - bioconstrução

premiada - SustentArqui. Disponível em:

<https://sustentarqui.com.br/casa-das-birutas-bioconstrucao- premiada/>.Acesso em 07 de junho de 2022

Figura 34 - Gestão de Águas - Casa das Birutas - bioconstrução

premiada - SustentArqui. Disponível em:

<https://sustentarqui.com.br/casa-das-birutas-bioconstrucao- premiada/>.Acesso em 07 de junho de 2022

Figura 35 - Detalhes Construtivos - Casa das Birutas - bioconstrução

premiada - SustentArqui. Disponível em:

<https://sustentarqui.com.br/casa-das-birutas-bioconstrucao- premiada/>.Acesso em 07 de junho de 2022

Figura 36 - Planta Inferior - Casa das Birutas - bioconstrução premiada - SustentArqui. Disponível em: <https://sustentarqui.com.br/casa-das- birutas-bioconstrucao-premiada/>.Acesso em 07 de junho de 2022

Figura 37 - Corte Esquemático - - Casa das Birutas - bioconstrução

premiada - SustentArqui. Disponível em:

<https://sustentarqui.com.br/casa-das-birutas-bioconstrucao- premiada/>.Acesso em 07 de junho de 2022

Figura 38 - Planta Térreo - Casa das Birutas - bioconstrução premiada - SustentArqui. Disponível em: <https://sustentarqui.com.br/casa-das- birutas-bioconstrucao-premiada/>.Acesso em 07 de junho de 2022

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Lista de figuras

07

Figura 39 - Casa Desmontável - Adaptada - Richard Rogers updates Prouvé’s 6x6 Demountable House. Disponível em:

<https://www.dezeen.com/2015/06/11/richard-rogers-updates- jean-prouve-6x6-demountable-house-design-miami-basel-2015- galerie-patrick-seguin/>. Acesso em 08 de junho de 2022

Figura 40 - Planta - - Richard Rogers updates Prouvé’s 6x6

Demountable House. Disponível em:

<https://www.dezeen.com/2015/06/11/richard-rogers-updates- jean-prouve-6x6-demountable-house-design-miami-basel-2015- galerie-patrick-seguin/>. Acesso em 08 de junho de 2022

Figura 41 - Elevação - - Richard Rogers updates Prouvé’s 6x6

Demountable House. Disponível em:

<https://www.dezeen.com/2015/06/11/richard-rogers-updates- jean-prouve-6x6-demountable-house-design-miami-basel-2015- galerie-patrick-seguin/>. Acesso em 08 de junho de 2022

Figura 42 - Planta Térreo - Fonte: De autoria própria.

Figura 43 - Planta Cobertura - Fonte: De autoria própria.

Figura 44 - Elevação Frontal - Fonte: De autoria própria.

Figura 45 - Elevação Lateral - Fonte: De autoria própria.

Figura 46 - Perspectiva Posterior - Fonte: De autoria própria.

Figura 47 - Perspectiva Lateral Direita - Fonte: De autoria própria.

Figura 48 - Perspectiva Lateral Esquerda - Fonte: De autoria própria.

Figura 49 - Posição Ideal no Terreno - Fonte: De autoria própria.

Figura 50 - Diagrama de Sistemas - Fonte: De autoria própria.

Figura 51 - Planta Térreo - Fonte: De autoria própria.

Figura 52 - Planta Cobertura - Fonte: De autoria própria.

Figura 53 - Planta Telhado - Fonte: De autoria própria.

Figura 54 - Elevação Frontal - Fonte: De autoria própria.

Figura 55 - Elevação Lateral Direita - Fonte: De autoria própria.

Figura 56 - Elevação Posterior - Fonte: De autoria própria.

Figura 57 - Elevação Lateral Esquerda - Fonte: De autoria própria.

Figura 58 - Planta Térreo - Fonte: De autoria própria.

Figura 59 - Planta Cobertura - Fonte: De autoria própria.

Figura 60 - Planta Telhado - Fonte: De autoria própria.

Figura 61 - Perspectiva Posterior - Fonte: De autoria própria.

Figura 62 - Perspectiva Frontal - Fonte: De autoria própria.

Figura 63 - Planta Térreo - Fonte: De autoria própria.

Figura 64 - Planta Cobertura - Fonte: De autoria própria.

Figura 65 - Planta Telhado - Fonte: De autoria própria.

Figura 66 - Perspectiva Posterior - Fonte: De autoria própria.

Figura 67 - Perspectiva Lateral Direita - Fonte: De autoria própria.

Figura 68 - Perspectiva Lateral Esquerda - Fonte: De autoria própria.

Figura 69 - Posição Ideal no Terreno - Fonte: De autoria própria.

Figura 70 - Diagrama de Sistemas - Fonte: De autoria própria.

Guarda - Resiliência - Fonte: PÓS, E. B. P. Resiliência: a importância no ambiente corporativo, 19 de março de 2021. Disponível em:

<https://blog.portalpos.com.br/resiliencia-qual-a-importancia-no- ambiente-corporativo/>, acessado em 22 de Abril de 2022.

(10)

Lista de tabelas e gráficos

Tabela 01 - População mundial, de 1750 a 2015, em bilhões - Fonte:

Cipolla, 64, p.99 e Divisão populacional da ONU. Tabela 01 - População mundial, de 1750 a 2015, em bilhões - Fonte: Cipolla, 64, p.99 e Divisão populacional da ONU.

Tabela 02 - Wallfet Pop4+ Isover 2014 - Fonte: SAINT-GOBAIN. WALLFELT

4+ Lã de vidro para paredes. Disponível em:

<https://www.isover.com.br/wallfelt-4-la-de-vidro-para-paredes>. Acesso em:

4 de Abril de 2022.

Tabela 03 - ROCTerm - Fonte: FIBROSOM. Catálogo geral de produtos,

isolamentos, lã de rocha. Disponível em:

<http://www.fibrosom.com/ficheiros/pdfs/laderocha.pdf>. Acesso em: 4 de Abril de 2022.

Tabela 04 - Comparação da condutividade térmica da Argila Expandida com seu substituto usual - Fonte: FARIA, LCS. Argila expandida na construção civil- uma inovação sustentável, Disponível em: <https://www.unifal- mg.edu.br/fisica/wp-content/uploads/sites/110/2021/07/TCCApres-Leticia- Carolaine-Silva-Faria.pdf>. Acessado em 04 de Abril de 2022.

Tabela 05 - Resultados ensaio condutividade térmica - Fonte: VERDE, Projeto coco. Projeto Coco Verde: tratamento térmico com placas de fibra de coco, Disponível em: <http://www.projetococoverde.com.br/tratamento- termico.htm>. Acessado em 04 de Abril de 2022.

Tabela 06 - Compostagem - Fonte: PEREIRA, AP, Foschier, IP, Meireles, PF, Bernd, Torres, VS, Compostagem doméstica com utilização de minhocas: aspectos ambientais e econômicos, Disponível em:

<https://astecpmpa.com.br/wp-

content/uploads/2019/10/Compostagem_arq.pdf>. Acessado em 04 de Abril de 2022.

08

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Lista de Abreviaturas e siglas

CO2 - Dióxido de Carbono;

EUA - Estados Unidos das Américas;

GT - Giga Tonelada

ONU - Organização das Nações Unidas;

COP26 - 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática;

UNESCO - Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura;

PNUMA - Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente;

E.A. - Educação Ambiental;

IPCC - Painel Intergovernamental para a Mudança de Clima;

OMM - Organização Meteorológica Mundial;

AR6 - 6° Relatório de Avaliação;

09

(12)

sumário

Resumo...03

Lista de Figuras...04

Lista de Tabelas e Gráficos ...08

Lista de Abreviaturas e Siglas ...09

Sumário...10

Introdução/ Justificativa e Objetivos...11

Capítulo I: A Problemática...12

O Aquecimento Global...13

Onu...15

Relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC)...18

Fatores Impactantes na Mudança Climática - Construção Civil...21

Soluções para a Problemática...22

Arquitetura Sustentável...23

Casa Resiliente...25

Construção Modular...26

Isolamento Térmico...27

Sistema de Compostagem...31

Captação de Água e Reciclagem de Águas Cinzas...33

Sistema de Transformação de Água Potável...34

Sistema de Estufa...35

Produção de Energia Renovável...36

Biodigestor...37

Sistema de Apoio Estrutural...38

Capítulo II: Contextualização do Território...39

Capítulo III: Estudo de Caso...40

Capítulo IV: Estudo Preliminar - TFG 1...47

Capítulo V: Estudo Preliminar - TFG 2...58

Bibliografia...76

10

(13)

Apresentação do Tema, Justificativa, Objetivos e Conceito

Introdução

O termo aquecimento global surgiu em meados de 1950 e começou a ganhar maior visibilidade na década de 90 quando os estudos sobre o assunto já estavam mais avançados e passou-se a ter dados comprovando que sim, a terra estava passando por um processo de sobreaquecimento e que as ações humanas interferiam diretamente neste aquecimento.

Desde então o tema é debatido e veiculado com bastante frequência, organizações e instituições governamentais e não governamentais surgiram, além de ter se tornado pauta ao redor do mundo e principalmente na ONU, importante organização da atualidade. Resultante das discussões da ONU, surge em 1988 o IPCC que reúne cientistas e estudiosos ao redor do mundo para analisar e avaliar estudos referentes às mudanças climáticas e produzir relatórios gerais contendo dados de todos os estudos analisados. O último relatório publicado pelo IPCC em 2022, o AR6, ascende um alerta para a humanidade da urgência em controlar, retardar e evitar o aquecimento global acima do 1,5°C, que caso aconteça irá gerar impactos para a vida no planeta Terra como jamais foi visto pela humanidade, muito embora algumas das mudanças climáticas já não sejam mais reversíveis a curto prazo. Aliado a isto, temos que a construção civil e as edificações são grandes influenciadores na evolução do aquecimento global do planeta, sendo responsáveis em aproximadamente 38% da emissão de carbono do mundo.

iNTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como justificativa de ser e objetivo auxiliar no retardo do aquecimento global do planeta, visto que, se a construção civil e a forma como moramos é responsável por aproximadamente 38% das emissões de carbono, é necessário que a forma de viver da humanidade seja repensada de forma e com soluções mais sustentáveis. Para tanto, será proposto um protótipo de módulo habitacional transportável, sustentável e autossuficiente visando criar uma moradia que permita uma forma de viver resiliente, para suportar os impactos das mudanças climáticas já irreversíveis e sustentável, de forma que a pegada de ecológica a partir de então seja mínima.

jUSTIFICATIVA E OBJETIVOS

11

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o aquecimento global

Capítulo I

Conceito

Segundo Lacerda, Francis e Nobre, Paulo (2010, p. 14 )explicam em seu artigo

“Aquecimento Global: conceituação e repercussões sobre o Brasil” publicado na Revista Brasileira de Geografia Física 03, “O Aquecimento Global é o aumento da temperatura terrestre, causado pela intensificação do efeito estufa, i.e., a retenção parcial da radiação infravermelha termal emitida pela Terra por constituintes da atmosfera.”, ou seja, o aquecimento global nada mais é do que o aumento das concentrações dos gases de efeito estufa na atmosfera terrestre, sendo o CO2 o mais impactante e abundante decorrente das ações humanas na terra.

O aumento das concentrações dos gases de efeito estufa gera grandes impactos e tornam cada vez mais frequentes episódios de catástrofes naturais, fazendo com que as precipitações se tornem mais intensas, frequentes e em forma de granizo.

"Estamos perdendo a

corrida para as mudanças

climáticas. Esse é o desafio de nossa geração:

ganhar a batalha contra o tempo."

MACRON, Emmanuel, 12 de Dezembro de 2017, durante cúpula

em Paris.

A PROBLEMÁTICA

F I G U R A 0 1 - A Q U E C I M E N T O G L O B A L

12

(15)

A PROBLEMÁTICA

Capítulo I

Por muito tempo a humanidade acreditou que planeta Terra seria a fonte ilimitada de matéria-prima e recursos naturais e que, dentro deste grande ecossistema todos os seres vivos poderiam viver desfrutando da forma que bem entendessem destes recursos¹. Entretanto conforme a humanidade foi se desenvolvendo e crescendo em número, a demanda de fontes de alimento de recursos naturais aumentou em conjunto, desta forma, mais recursos foram necessários para a produção de energia e captação de água, o que fez com que a ideia de recursos ilimitados fosse posta em discussão por estudiosos dos séculos XIX e XX.

A Revolução Industrial é considerada um marco no aquecimento global do planeta, já que, neste período, a utilização do carvão mineral como fonte de energia se intensificou com a criação de máquinas a vapor para uso industrial. A revolução industrial teve início entre os anos de 1760 a 1840 onde grandes mudanças na Europa foram registradas. Neste novo cenário, a Inglaterra toma frente como líder da evolução Moderna e amparada pelo seu desenvolvimento científico deu início a fabricação de bens em escala industrial. Aliado ao desenvolvimento de novas tecnologias industriais, temos a urbanização da região devido a migração da mão de obra de cunho primário (voltada a agricultura e pecuária) para a Secundária e Terciária (Industrial e de prestação de serviços).

F I G U R A 0 1 - A Q U E C I M E N T O G L O B A L

Em meados do século XVII, a Inglaterra que antes se via totalmente dependente da madeira proveniente de outros países para sua produção industrial, passou a utilizar o carvão mineral próprio ao invés do vegetal como fonte de energia. Posteriormente, por volta do século XX, quando a Revolução Industrial já havia alcançado a maioria dos países europeus e os EUA, e as principais fontes de energia conhecidas eram o carvão vegetal, mineral e a eletricidade (descoberta no final do século XIX), foi descoberto o petróleo, que desde então passou a ser utilizado em larga escala e se tornou o combustível fóssil mais multifuncional do momento. Enquanto isto, os centros urbanos mundiais acompanharam a evolução das fontes energéticas e a sua aglomeração segue um ritmo cada vez mais frenético, que passa de aproximadamente 1 bilhão de pessoas em 1800 para 5,3 bilhões de pessoas em meados de 1990.

o aquecimento global

Emissão do Dióxido de Carbono a partir da Revolução Industrial

A T A B E L A 0 1 - P O P U L A Ç Ã O M U N D I A L , D E 1 7 5 0 A 2 0 1 5 , E M B I L H Õ E S

¹SOARES. Guido Fernando Silva. As responsabilidades no direito internacional do meio ambiente. 1. ed. São Paulo: Atlas, 1995. 13

(16)

A PROBLEMÁTICA

Capítulo I

Com o crescimento populacional, os recursos naturais passaram a ser cada vez mais exigidos, somado a isto, as ações humanas como o desmatamento e o crescimento nas concentrações de emissão de CO2 nos últimos anos criou um grande desequilíbrio no fluxo natural de absorção dos gases de efeito estufa que, segundo Francis Lacerda e Paulo Nobre deveria seguir a seguinte lógica:

F I G U R A 0 1 - A Q U E C I M E N T O G L O B A L

O químico Svante Arrhenius (1859-1927) foi um dos pioneiros no assunto, defendia a ideia de que a atmosfera da terra seria equivalente a um sistema de estufa e produziu estudos sobre as consequências do aumento da emissão dos gases de efeito estufa no planeta terra e na atmosfera terrestre. Seguindo a mesma linha de raciocínio, cerca de 60 anos depois, no ano de 1957 Revelle e Suees publicaram pelo Instituto Scripps de Oceanografia dos Estados Unidos um trabalho que transformou a forma como o assunto era tratado e visto mundialmente pois foi o primeiro estudo que conseguiu apresentar evidências dos resultados da produção de CO2 pelas ações humanas no meio ambiente. Neste estudo ficou claro que, embora os oceanos tenham uma capacidade de estocar e dissolver o dióxido de carbono maior que a atmosfera terrestre, esta capacidade não é o suficiente para a demanda produzida anualmente pelas ações humanas e somado a isto, esta capacidade vem diminuindo drasticamente nos últimos 50 anos (Canadell et al.,2007). Desta forma, começou-se a criar mundialmente uma consciência coletiva da necessidade da proteção ambiental e do desenvolvimento sustentável para que as necessidades atuais da humanidade fossem supridas sem que a capacidade das gerações futuras não seja comprometida devido às ações atuais.

o aquecimento global

Emissão do Dióxido de Carbono a partir da Revolução Industrial

"A biota da terra absorve, anualmente, aproximadamente 102 Gt*

de carbono da atmosfera sob a forma de CO2, devolvendo 50 Gt via respiração e outras 50Gt sob a forma de decomposição. Entre os oceanos e a atmosfera ocorrem trocas com saldo líquido a favor dos oceanos. A contabilidade global estaria próximo do equilíbrio se não houvesse mais incremento, pois a absorção líquida de carbono pela biosfera e pelos oceanos é compensada ao longo do tempo pela entrada de dióxido de carbono, na atmosfera, oriundo de atividades vulcânicas." (NOBRE, F. L. P.

Aquecimento global: conceituação e repercussões sobre o Brasil.

Revista Brasileira de Geografia Física, p. 17, 22 jun. 2010.)

Com o aumento das produções de CO2 começaram a surgir em meados do século XX alguns estudiosos que discutiam sobre o quanto as atividades humanas tinham a capacidade de interferir no equilíbrio terrestre e nas

mudanças climáticas do planeta. 14

(17)

A partir da década de 90 o aquecimento do planeta começou a ganhar maior visibilidade como sendo um problema de cunho mundial e que para ser solucionado necessita da colaboração de todos. Com o desenvolvimento dos estudos em 1950, a elevação da temperatura global passou a ser denominada como

“Aquecimento Global” e passou a fazer parte das manchetes dos veículos de mídia ao redor do mundo, se tornando tema principal de várias organizações mundiais, como a ONU, organizações não governamentais,

F I G U R A 0 2 - L O G O O N U

o aquecimento global

onu - História, avanços e atualidade como do Greenpeace, se tornou também

objeto de discussão pelas universidades ao redor do mundo, e então passou a possuir maior relevância por setores governamentais, integrando a pauta dos ministérios e secretarias do meio-ambiente no Brasil. As principais reuniões mundiais onde se começou a discutir sobre o aquecimento da terra foram dirigidas pela ONU e ganharam visibilidade e agregaram peso ao assunto que a cada dia se torna mais importante.

A Onu foi fundada no final da Segunda Guerra Mundial, em 1945 quando 50 representantes de diferentes países se reuniram em conferência na Califórnia, San Francisco nos dias 25 de abril e 26 de Junho com o objetivo de auxiliar na reconstrução dos países que estavam em ruínas e de trazer paz entre as nações, impedindo outra possível guerra mundial, como resultado desta conferência, foi produzida a carta das Nações Unidas com os propósitos e princípios da mesma. Desde então a ONU exerce um papel importante no cenário mundial e atualmente se destaca por seus trabalhos de assistência humanitária e principalmente pelo seu papel em auxiliar no controle das mudanças climáticas devido ao aquecimento global.

O tema das mudanças climáticas foi pautado em nível mundial pela primeira vez na conferência da Onu no ano de 1972 em Estocolmo, Suécia, onde a importância da preservação ambiental e o uso racional dos recursos naturais foi discutida, bem como a necessidade de criar uma conscientização mundial sobre o tema.

A conferência em Estocolmo é até hoje reconhecida como um importante marco quando se fala na proteção e preservação do meio ambiente, já que, a partir dela políticas ambientais foram desenvolvidas e o assunto ganhou enfoque de diversos países².

Outros importantes encontros fazem parte da trajetória de pautas sobre sustentabilidade realizados pela ONU até chegarmos à COP26, sendo elas o encontro em Belgrado, Iugoslávia em 1975 que gerou a Carta de Belgrado onde é definida a Educação Ambiental Multidisciplinar (consciência ambiental em sociedade) aplicada a diferentes regiões e a necessidade de se criar cidadãos conscientes dos problemas ambientais e capacitados para buscar soluções e prevenções para eles. Em 1977 como extensão da Conferência de Estocolmo, aconteceu a Conferência de Tbilisi, considerado o primeiro evento voltado para a educação ambiental (TOZONI-REIS, 2002).

²PASSOS, Priscilla Nogueira Calmon de. A conferência de Estocolmo como ponto de partida para a

proteção internacional do meio ambiente. Revista Direitos Fundamentais e Democracia. Curitiba, PR, Brasil,

v. 6, 2009. Disponível em:

<https://revistaeletronicardfd.unibrasil.com.br/index.php/

rdfd/article/view/18/17>. Acesso em: 31 de março de 2022.

15

(18)

Este evento resultou em uma declaração onde foram definidos os objetivos da educação ambiental, sendo eles consciência, conhecimentos, comportamento, aptidão e participação, ou seja, diferente da Carta de Belgrado, a declaração de Tbilisi possui aplicabilidade para todas as faixas etárias e propõe diretrizes pedagógicas para que a reorientação do sistema educacional aconteça e que a criação de uma consciência ambiental seja mais efetiva. Posteriormente, também em decorrência da conferência de Estocolmo,

F I G U R A 0 2 - L O G O O N U

o aquecimento global

onu - História, avanços e atualidade foi criada pela ONU no ano de 1983 a

Comissão Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento e em consequência de suas pautas e discussões foi publicado em 1987 o Relatório de Brundtland onde foram estabelecidos preceitos para o desenvolvimento sustentável (PEREIRA JR, 2002). Dez anos após a Conferência de Tbilisi, em 1987 aconteceu a Conferência Internacional da UNESCO-PNUMA em Moscou, onde foram pautados os resultados da aplicação ambiental ao redor do mundo e as dificuldades e importância de se aplicar a consciência ambiental no sistema educacional de diversos países que ainda não haviam alcançado efetividade na aplicabilidade.

Algumas novas considerações também foram feitas sobre a E.A. como por exemplo que ela deveria modificar não somente o comportamento cognitivo das pessoas mas também o comportamento afetivo. Cinco anos mais tarde aconteceu a no Rio de Janeiro a conferência da Rio 92 onde foi examinada a evolução ambiental desde a conferência de Estocolmo em 1972 e qual a relação do cenário da época com o estilo de desenvolvimento adotado mundialmente, foram transferidas tecnologias “não-poluentes”

para países subdesenvolvidos, analisadas estratégias de desenvolvimento sustentável de diversos países para que fossem definidas as formas mais efetivas até então para servir de exemplo e base para os demais países com estratégias menos efetivas ou ainda em desenvolvimento, além de estabelecer um sistema de cooperação

contra ameaças ambientais e de socorro em casos de emergência. A Rio92 gerou cinco importantes documentos que servem de base até os dias atuais, sendo eles a Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Carta com 27 passos para se criar um novo estilo de vida e mudar os impactos da presença do homem no planeta Terra); a Agenda 21/Eco 92 (plano de ação de cunho global, nacional e local a ser adotado por organizações internacionais, governos e pela sociedade civil em todas as regiões e áreas em que a presença humana gera impactos no meio ambiente); os Princípios para Administração Sustentável das Florestas (foi criado um senso global sobre o manejo, conservação e desenvolvimento sustentável das florestas ao redor do mundo.É considerado o primeiro tratado sobre o tema florestal); a Convenção da Biodiversidade (assinada por 156 estados, pauta temas como a con da biodiversidade, o uso sustentável da mesma e a divisão justa de seus benefícios) e a Convenção sobre as Mudanças Climáticas (assinada por 154 estados e que pauta na concentração dos gases de efeito estufa antropogênicos na atmosfera, o que resulta no aquecimento terrestre e que causará impactos irreversíveis em ecossistemas e na humanidade).

16

(19)

Após a Rio 92, vários congressos e conferências foram realizados com base na Agenda 21. Em 2002 em Johannesburgo, na África do Sul aconteceu a Rio+10 com o objetivo de ajustar, atualizar e reavaliar as diretrizes implementadas pela Rio 92 e avançar nas discussões sobre o aquecimento global.

F I G U R A 0 2 - L O G O O N U

o aquecimento global

onu - História, avanços e atualidade A Rio+10 resultou em metas mais ousadas e melhor definidas com base na evolução do cenário e impactos globais do aquecimento global, muito embora tenha resultado em poucos avanços nas tratativas não foram estabelecidas formas de implementar as metas definidas. Em 2015 foi estabelecido o Acordo de Paris onde todos os países do mundo estabeleceram que os esforços para limitar o aquecimento terrestre em 1,5°C seriam reforçados. Recentemente aconteceu a mais relevante conferência realizada pela ONU foi a COP26 (em Glasgow, entre Outubro e Novembro de 2021), que falou sobre o clima do planeta e propôs a finalização do Regulamento de Paris que se trata de diretrizes para que o acordo firmado em 2015 seja finalmente implementado, desta vez com prazos firmados e com o comprometimento de todos no cumprimentos das metas previstas e acordadas. Ou seja, a COP26 é considerada a última oportunidade de limitar e controlar o aquecimento global e seus efeitos, visto as previsões emitidas nos últimos Relatórios do IPCC.

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o aquecimento global

Relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC)

F I G U R A 0 3 - L O G O I P C C

forma eficaz e equitativa 30 a 50% da terra, água doce e habitats oceânicos da Terra, a IPCC/AR6 - Impactos, Adaptação e Vulnerabilidade sociedade pode se beneficiar da capacidade da natureza de absorver e armazenar carbono, e podemos acelerar o progresso em direção ao desenvolvimento sustentável, mas o financiamento e o apoio político adequados são essenciais". (PÖRTNER, H.-O. IPCC/AR6 - Impactos, Adaptação e Vulnerabilidade, [s.d.]. Disponível em:

<https://eesp.fgv.br/sites/eesp.fgv.br/files/i pcc_-_ar6_-

_impactos_adaptacao_e_vulnerabilidade.p df>. Acesso em: 4 de abril de 2022)

científicos produzidos ao redor do mundo e sintetiza as principais evidências da mudança climática. O AR6 alerta que conhecer quais são os riscos previsíveis das mudanças climáticas nos dá a possibilidade de criar sistemas mais adaptados a estas mudanças e possibilita que ações presentes sejam tomadas para que a mitigação dos riscos seja possível, como por exemplo ações governamentais contra o desmatamento de florestas, construções com sistemas sustentáveis e menos prejudiciais ao meio ambiente, restauração e reflorestamento de áreas desmatadas, investimento em infraestruturas verdes nas cidades,

Seguindo as pautas da conferência de Estocolmo, em 1988 foi criado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) que possui o objetivo de estudar e fornecer dados científicos que auxiliem mundialmente no desenvolvimento de políticas climáticas e que norteiam as negociações e acordos pautados durante os encontros da ONU.

O IPCC é uma organização de governos que são membros das Nações Unidas ou da OMM. O IPCC conta atualmente com 195 membros. Milhares de pessoas de todo o mundo contribuem para o trabalho do IPCC. Para os relatórios de avaliação, os especialistas oferecem seu tempo como autores do IPCC para avaliar os milhares de artigos científicos publicados a cada ano para fornecer um resumo abrangente do que se sabe sobre os impulsionadores das mudanças climáticas, seus impactos e riscos futuros e como a adaptação e a mitigação podem reduzir esses riscos. Uma revisão aberta e transparente por especialistas e governos de todo o mundo é uma parte essencial do processo do IPCC, para garantir uma avaliação objetiva e completa e refletir uma gama diversificada de pontos de vista e conhecimentos. Por meio de suas avaliações, o IPCC identifica a força do acordo científico em diferentes áreas e indica onde mais pesquisas são necessárias. O IPCC não realiza sua própria pesquisa. (About IPCC. Disponível em:

<https://www.ipcc.ch/about/>. Acesso em: 15 abr. 2022.) O mais recente relatório publicado pelo IPCC é o

AR6 (Sexto Relatório de Avaliação), publicado em Agosto de 2021. Ele foi produzido com base nas principais conclusões pelos Grupos de Trabalho 1 e 2 do IPCC referente a pesquisas e estudos

dentre outros.

Conforme palavras do co-Presidente do segundo grupo de trabalho do AR6, Hans-Otto Pörtner, para enfrentarmos de forma resiliente o que está por vir é necessário

protegermos os ecossistemas

existentes e

devolvermos

estabilidade aos que foram degradados por ações humanas.

"Ecossistemas saudáveis são mais resistentes às mudanças climáticas e fornecem serviços críticos à vida, como alimentos e água limpa. Ao restaurar ecossistemas degradados e conservar de

Pensando nisso, os dados levantados pelo AR6 são preocupantes pois, segundo ele, aproximadamente 3,6 bilhõesde pessoas ao redor do mundo vivem em lugares com níveis altos de vulnerabilidade às mudanças climáticas,

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Relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC)

o aquecimento global

F I G U R A 0 4 - P O D E M O S L I M I T A R O A Q U E C I M E N T O G L O B A L ?

ou seja, vivem em ecossistemas problemáticos e que não funcionam de forma saudável, o que ressalta a importância de um desenvolvimento sustentável e da proteção dos ecossistemas naturais e sociais, além da biodiversidade de cada região. Pórem, segundo relatório do IPCC AR6, muito embora a manutenção dos ecossistemas, o investimento e planejamento seja primordial para que as comunidades se preparem para as jdanças climaticas, “a humanidade logo atingirá limites duros para a sua capacidade de adaptação se as temperaturas continuarem a subir'' (IPCC/AR6 - Impactos, Adaptação e Vulnerabilidade - Um breve resumo sobre o lançamento do AR6 - WGII pelo

IPCC - Disponível em:

<https://eesp.fgv.br/sites/eesp.fgv.br/files/ipcc_- _ar6_-

_impactos_adaptacao_e_vulnerabilidade.pdf>.

Acesso em: 17 apr. 2022.), e se não conseguirmos que a temperatura global se estabilize e que não suba mais de 1,5 °C acima dos níveis pré- industriais, os efeitos do aumento da temperatura nos ecossistemas podem se tornar inconversíveis e, para que este cenário seja evitado isto é imprescindível que as emissões de carbono sejam reduzidas drasticamente e que o modo de vida da humanidade seja repensado de forma mais sustentável e menos prejudicial ao planeta. Alguns dos efeitos colaterais do aquecimento global já são notáveis, como por exemplo o problema da escassez e segurança da água potável e na produção de alimentos que vem sendo prejudicada pelos excessos ou escassez de chuvas.

“O sexto relatório do Grupo de Trabalho I do IPCC mostra que o mundo provavelmente atingirá ou excederá 1,5 °C de aquecimento nas próximas duas décadas – mais cedo do que em avaliações anteriores. Limitar o aquecimento a este nível e evitar os impactos climáticos mais severos depende de ações nesta década.” (KELLY LEVIN, D.

W. E. R. G. Mudanças climáticas alarmantes: veja 5 grandes resultados do relatório do IPCCWRI Brasil, [s.d.]. Disponível em: <https://wribrasil.org.br/pt/blog/clima/ipcc- relatorio-mudancas-climaticas-

2021#:~:text=Em%20um%20cen%C3%A1rio%20de%20altas%20emiss%C3%B5es%2 C%20o%20mundo%20atinge%20o,industriais%20no%20final%20do%20s%C3%A9cul o>. Acesso em: 17 de março de 2022)

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Relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC)

o aquecimento global

F I G U R A 0 5 - Q U A N D O O S L I M I T E S D E T E M P E R A T U R A S E R Ã O A L C A N Ç A D O S ?

Segundo o IPCC a previsão é que em menos de 8 anos o planeta atinja 1,5° C de aquecimento na temperatura do planeta o que deve gerar impactos jamais vistos antes. De acordo com o relatório, a média é que, se não mudarmos o cenário de alta emissão de carbono, até o final do século enfrentaremos um aquecimento global de até 5,7°C, acima dos limites pré-industriais que conhecemos. Para termos uma noção, o planeta não enfrentou um aquecimento global de 2,5°C nos últimos 3 milhões de anos, e os impactos tendem a ser irreversíveis, desde a degradação de ecossistemas até perda da biodiversidade.

Embora a redução drástica na emissão de Carbono e do estilo de vida da humanidade possam auxiliar a reduzir os impactos do aquecimento global, a humanidade irá presenciar eventos climáticos mais extremos do que os conhecidos hoje, o que trará impactos alarmantes e ressalta a importância de que cada vez mais os sistemas e forma de viver e morar se tornem resilientes³, e impactos como a elevação do nível do mar não serão reversíveis mesmo com ações para evitar o super aquecimento da terra. O relatório ainda ressalta que, se drásticas mudanças ocorrerem o quanto antes, é possível limitar o aquecimento terrestre em 1,5°C embora estudos apontem que o cenário prevê um pico de 1,6°C antes de a temperatura começar a reduzir para 1,5°C. Para alcançarmos este cenário é imprescindível mudarmos os sistemas de produção e consumo de energia (eliminar os combustíveis fósseis), mudar a visão consumista da sociedade e a relação humana com a terra e seu manejo.

Além disto, é necessário que a humanidade alcance a meta de emissão zero de CO2 antropogênico e dos demais gases de efeito estufa, incorporando o plantio de árvores e sistemas tecnológicos de compensação destes gases, o que, embora pareça difícil a princípio, trará enormes benefícios para a saúde do planeta Terra e para a vida presente nela.

Um novo grande aliado para que a humanidade alcance este desafio são os avanços tecnológicos da humanidade até o momento, foi devido a estes avanços que o AR6 se tornou o mais completo e realista relatório referente às previsões climáticas e foi possível mapear e concluir que embora as forças naturais também corroboram para o aquecimento global de forma mínima, as ações humanas e a forma com que evoluímos até aqui são os principais responsáveis por este cenário catastrófico.

Com estes avanços, foi possível que estudos científicos utilizados pelo AR6 fossem publicados, como por exemplo a comprovação de que as atividades humanas contribuem em até 90% das ondas de calor marinhas e que

estas atividades também são a principal causa do derretimento das geleiras glaciais no mar do Ártico. O IPCC também constatou que não existe nenhuma região da Terra que já não tenha sido impactada pelas mudanças climáticas, que essas mudanças jamais foram presenciadas pelo mundo em que vivemos e que, regiões como

“O sul da África, o Mediterrâneo, a Amazônia, o oeste dos Estados Unidos e a Austrália verão um aumento de secas e incêndios, que continuarão a afetar os meios de subsistência, a agricultura, os sistemas hídricos e os ecossistemas. As mudanças na neve, gelo e inundações de rios são projetadas para impactar a infraestrutura, transporte, produção de energia e turismo na América do Norte, Ártico, Europa, Andes e diversas outras regiões. As tempestades provavelmente se tornarão mais intensas na maior parte da América do Norte, Europa e Mediterrâneo.” (IPCC. AR6. Jul. 2022.

Tradução livre pela autora)

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Relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC)

Consideradas como fundamental para o desenvolvimento da economia de qualquer região e nação, as indústrias da construção civil, junto ao ambiente construído, exercem forte pressão sobre os recursos naturais (MUNARO;

TAVARES; BRAGANÇA, 2020).

Segundo relatório de Situação Global 2020 para Edifícios e Construção, da Aliança Global para Edifícios e Construção (em inglês, Global Alliance for Buildings and Construction - GlobalABC), a construção civil é responsável por 38% das emissões de carbono do mundo (11% relativo às atividades de aço, vidro e cimento), não somente pela etapa de construção, mas também no pós obra, já que os sistemas incorporados nas edificações impactam posteriormente na forma em que os recursos são produzidos e consumidos.

o aquecimento global

"O aumento das emissões no setor da construção civil enfatiza a necessidade urgente de uma estratégia tripla para reduzir agressivamente a demanda de energia no ambiente construído, descarbonizar o setor energético e implementar estratégias de materiais que reduzam as emissões de carbono do ciclo de vida", (Inger Andersen, Diretora Executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).)

Evidências do Aquecimento Global já em Andamento Segundo o AR6 emitido pelo IPCC:

F I G U R A 0 6 - E V I D Ê N C I A S D O A Q U E C I M E N T O G L O B A L

Fatores Impactantes na Mudança Climática - Construção Civil

o aquecimento global

Além das emissões de CO2, a construção civil também é responsável por cerca de 70% dos resíduos sólidos dos centros urbanos, segundo dados do Ministério do Meio Ambiente (Brasil, 2005), índice alarmante quando pensamos que, se estes resíduos não forem descartados da forma correta, geram grandes impactos ao meio ambiente e sobretudo quando pensamos que grande parte destes resíduos não podem ser reciclados, como o cimento que é responsável por 19% das emissões de carbono da área.

Pensando nisto, é de extrema importância que sistemas sustentáveis e com uma menor pegada de carbono sejam empregados na construção civil mundial e principalmente brasileira, visto o sistema construtivo convencional e artesanal ser o mais comum utilizado.

4

“pegada de carbono” - um índice para medir o impacto das atividades do homem sobre a natureza, a partir da quantidade de dióxido de carbono que elas emitem. Ou seja: quanto maior for sua pegada de carbono, mais você está mudando o planeta – para pior.

(ADGEDAM, T. S. /. O que afinal significa

“pegada de carbono”? União | ano 31 | N° 123, 7 Autumn 2016.)

4

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Arquitetura Sustentável

Primeiramente, para compreender o termo Arquitetura Sustentável é preciso compreender o significado do tema de forma conceitual. A primeira definição de desenvolvimento sustentável conhecida é a dada pelo relatório de Brundtland publicado em 1987, conforme citado anteriormente, nele, temos que “desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente, sem comprometer o atendimento às necessidades das gerações futuras”, ou seja, o termo sustentabilidade além de tratar das faces ambientais e socioeconômicas, tem a missão de pensar no desenvolvimento e qualidade de vida das gerações futuras.

Após inúmeras Convenções e Reuniões da Onu, no início da década de 90 a sustentabilidade na Arquitetura e Urbanismo entrou em pauta e trouxe novas discussões para o cenário vivido na época.

"A

sustentabilidade consiste em

construir pensando no

futuro."

Piano, Renzo.

F I G U R A 0 7 - D E S E N V O L V I M E N T O S U S T E N T Á V E L

Soluções para a problemática

O aumento das concentrações dos gases de efeito estufa gera grandes impactos e tornam cada vez mais frequentes episódios de catástrofes naturais, fazendo com que as precipitações se tornem mais intensas, frequentes e em forma de granizo. Além da problemática da crise energética, do impacto ambiental consequente do uso de combustíveis fósseis, o crescimento em larga escala da população mundial e do consequente aumento das cidades e demanda de ainda mais recursos naturais entrou em pauta nas novas discussões das reuniões.

Com o passar do tempo e a evolução dos estudos, novos conceitos foram surgindo, como por exemplo a Arquitetura Bioclimática e o estudo do conforto ambiental do projeto (área que consiste no equilíbrio entre a construção e o meio ambiente, ou seja,

Entendendo a problemática do aquecimento global, é possível encontrar soluções arquitetônicas sustentáveis que atuam como amenizadores e que em conjunto resultam no projeto de uma edificação resiliente. Sendo as

seguintes: 22

Capítulo II

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Arquitetura Sustentável

F I G U R A 0 7 - D E S E N V O L V I M E N T O S U S T E N T Á V E L

Soluções para a problemática

Capítulo II

os projetos e edifícios são pensados com base na otimização dos recursos naturais, sejam eles renováveis como a luz natural e o uso dos ventos predominantes para ventilação interior, como os não renováveis, desta forma, a edificação conta com uma maior eficiência em vários âmbitos) e conforme diz Oscar Corbella e Simos Yannas (2003, página 17), este tema veio ganhando maior peso na área da Arquitetura internacional:

“A Arquitetura sustentável é a continuidade mais natural da Bioclimática, considerando também a integração do edifício à totalidade do meio ambiente, de forma a torná-lo parte de um conjunto maior. É a arquitetura que quer criar prédios objetivando o aumento da qualidade de vida do ser humano no ambiente construído e no seu entorno, integrando as características da vida e do clima locais, consumindo a menor quantidade de energia compatível com o conforto ambiental, para legar um mundo menos poluído para as próximas gerações.” (CORBELLA, Oscar; YANNAS, Simos. Em busca de uma arquitetura sustentável para os trópicos: conforto ambiental. Rio de Janeiro:

Revan, 2003.)

Atualmente na área da construção civil, o tema da sustentabilidade não vem sendo aplicado somente na área de Arquitetura e edificações (visando temas como climatização e iluminação de ambientes, estudo dos impactos da industrialização dos materiais e técnicas/sistemas construtivos sustentáveis mais eficientes, dentre outros que vêm sendo desenvolvidos),

mas também na escala urbana e ambiental com estudos que vão desde morfologias mais compactas para as cidades, transportes e meios de locomoção, eficiência energética, saneamento básico, até temas culturais e econômicos no âmbito social.

Segundo GONÇALVES, J. C. S.; DUARTE, D.

H. S. em Arquitetura sustentável: uma integração entre ambiente, projeto e tecnologia em experiências de pesquisa, prática e ensino., o projeto de um edifício para possuir eficiência energética e alcançar um desempenho ambiental adequado deve estudar, analisar e seguir os seguintes conceitos arquitetônicos:

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Arquitetura Sustentável

F I G U R A 0 7 - D E S E N V O L V I M E N T O

S U S T E N T Á V E L

Soluções para a problemática

Capítulo II

“(a) orientação solar e aos ventos;

(b) forma arquitetônica, arranjos espaciais, zoneamento dos usos internos do edifício e geometria dos espaços internos;

(c) características, condicionantes ambientais (vegetação, corpos d'água, ruído, etc.) e tratamento do entorno imediato;

(d) materiais da estrutura, das vedações internas e externas, considerando desempenho térmico e cores;

(e) tratamento das fachadas e coberturas, de acordo com a necessidade de proteção solar;

(f) áreas envidraçadas e de abertura, considerando a proporção quanto à área de envoltória, o posicionamento na fachada e o tipo do fechamento, seja ele vazado, transparente ou translúcido;

(g) detalhamento das proteções solares considerando tipo e dimensionamento; e

(h) detalhamento das esquadrias.” (GONÇALVES, J. C. S.;

DUARTE, D. H. S. Arquitetura sustentável: uma integração entre ambiente, projeto e tecnologia em experiências de pesquisa, prática e ensino. Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 6, n. 4, out./dez. 2006., p. 51–81, 8 Summer 2006.)

O uso destas estratégias arquitetônicas de acordo com as necessidades de cada localidade impacta diretamente no desempenho térmico, energético e ambiental de uma edificação, além disto, o uso de acordo com as necessidades dos usuários da edificação acompanhado pelas possibilidades e estratégias construtivas de cada situação e região tem um grande peso no quanto uma edificação pode ser independente, suficiente e sustentável, ou seja, a sustentabilidade de um projeto começa com o estudo da região e entendimento do cenário em que uma edificação será inserida, a partir disto é possível definir quais estratégias e sobretudo quais materiais são ideais e funcionais para o projeto. Vale ainda ressaltar que a Arquitetura Sustentável não está ligada somente a uma vertente arquitetônica como por exemplo a arquitetura modernista ou então a arquitetura conceituada como 0km (prioriza uso e estudos de materiais da região para construção, visando alcançar desempenho em diferente âmbitos, além de manter o equilíbrio ecológico da região),

mas também as arquiteturas tidas como High-Tech que usam tecnologia de ponta tanto na fase projetual, quanto na construtiva e no pós obra.

Atualmente, num contexto mundial, a sustentabilidade na construção civil se tornou um tema de tanta importância que hoje existem certificações com selos reconhecidos mundialmente que exigem padrões construtivos e estudos energéticos, de consumo de água e energia, economia e uso consciente de materiais construtivos que impactem menos no meio ambiente para as incorporações e construtoras. Estas certificações normalmente são exigidas por bancos financiadores para as construtoras conseguirem taxas melhores de financiamento e, além de gerar valor a construção auxiliam na aplicabilidade em massa de edificações um pouco mais sustentáveis. Algumas das certificações mais aplicadas no Brasil são o Selo Aqua e selo Edge e dois dos grandes nomes brasileiros da arquitetura sustentável são Lúcio Costa e João Filgueiras Lima, mais conhecido como Lelé.

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CASA RESILIENTE

F I G U R A 0 8 - C A S A R E S I L E N T E

A palavra resiliência, tem origem no latim Resilire, com o significado de “voltar atrás”. Associada a capacidade de lidar com os próprios problemas, de sobreviver e superar momento difíceis, diante de situação adversas e não ceder a pressões externas, tendo a capacidade de absorver o impacto e retornar à sua forma original. Sendo suas principais características:

persistência, criatividade, flexibilidade e resistência as situações.

A casa resiliente é aquela que de alguma maneira, consegue resistir, adaptar-se e se autotransformar ao longo do tempo diante de diversos impactos e ameaças impostas, sendo planejadas para se adaptarem a mudanças.

A resiliência é definida como uma força motriz no combate ao estado de vulnerabilidade, devido ao alto crescimento da população urbana e diversos problemas causados pela urbanização inadequada. Portanto resiliência é o ambiente construído com capacidade de responder, absorver e adaptar- se a diferentes impactos e demandas ao longo do tempo.

Soluções para a problemática

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construção modular A modulação na Arquitetura é definida pela NBR-5706 (ABNT

de 1977) como sendo a “Técnica que permite relacionar as medidas de projeto com as medidas modulares por meio de um retículo espacial de referência.”, ou seja, a arquitetura modular é uma abordagem de projeto que utiliza uma medida padrão para dimensionar elementos construtivos para que eles se tornem adaptáveis a diferentes necessidades da edificação. O conceito de modulação pode ser percebido desde a antiguidade clássica, passando pela arquitetura Grega onde o diâmetro da coluna se tornou uma unidade básica com a intenção de proporcionar harmonia e proporcionalidade a todas as partes das edificações,

F I G U R A 0 9 - M O D U L A Ç Ã O

Soluções para a problemática

e dela derivam os demais elementos arquitetônicos da arquitetura grega como o fuste, o capitel e a base. Posteriormente, já na arquitetura romana temos Marcus Vitruvius Pollio que trouxe novos conceitos modulares (muito semelhantes ao que aplicamos atualmente), que ele denomina como Ordinatio (ordem), Dispositio (disposição), Eurytmia (euritmia), Symmetria (simetria), Decor (propriedade) e Distributi (economia) (Vitrúvio, Livro I, cap. 2, 1999, p. 24). Segundo Vitruvius a simetria é a derivação da proporção que “na relação modular de uma determinada parte dos membros tomados em cada seção ou na totalidade da obra.” (Vitrúvio, 2007, p. 168). Entretanto, muito embora os conceitos básicos da coordenação modular já existissem desde a antiguidade, o tema passou a ganhar maior relevância após a Revolução Industrial, onde o sonho de se industrializar processos em diferentes setores da economia impulsionou estudos sobre a Casa Modular. A necessidade da modulação das habitações surgiu com a necessidade da economia de de peças e materiais durante todo o processo de produção e de montagem da edificação, desta forma, dois grandes Arquitetos estudiosos sobre o assunto surgiram, sendo eles em ordem cronológica W. Groupios, que segundo Rosso (1976), é o responsável por antecipar os processos e fases da coordenação modular. Groupios é o responsável pelo projeto e construção de duas casas

“isoladas” no bairro de Weissenhof em 1927 (com planta modular) e posteriormente pela conhecida Casa Ampliável em 1932 (a modulação contava com a possibilidade de crescimento ou redução através da adição ou remoção de alguns volumes), sendo que nas três casas foram aplicados o uso de materiais pré-fabricados como o uso de estrutura metálica, vedação com painel de cortiça e cimento. Mais tarde surge Le Corbusier com a publicação de Modulor, publicada em 1948 e que entrega uma série de dimensões padronizadas para módulos

Conforme nos explica o professor Teodoro Rosso (1908), o termo módulo pode ser definido de diferentes formas de acordo com a origem de sua criação, sendo que, os gregos criaram o módulo-forma visando o invólucro, Le Corbusier criou o módulo- função, ou “modulor”, com unidades de medidas específicas para que as resultantes fossem espaços organizados e harmônicos, e a resultante da cultura japonesa, o módulo-objeto originário do tatami, que é precursor do conceito de produção em larga escala e da repetitividade que este tipo de produção exige.

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Referências

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