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ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DE EXTRATOS VEGETAIS SOBRE O DESENVOLVIMENTO DE FITOPATÓGENOS EM SEMENTES DE FEIJÃO CAUPI IN VITRO

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ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DE EXTRATOS VEGETAIS SOBRE O

DESENVOLVIMENTO DE FITOPATÓGENOS EM SEMENTES DE FEIJÃO CAUPI IN VITRO

ANTIFUNGAL ACTIVITY OF VEGETABLE EXTRACTS ON THE DEVELOPMENT OF PHYTOPATHOGENS IN SEEDS COWPEA IN VITRO Cássia Cristina Chaves Pinheiro1; Ana Karoliny Alves Santos2; Fernanda Sarmento Oliveira

Louzano3; Caroline Silva Ferreira 4; Francisco Carlos de Oliveira5 Apresentação: Pôster

DOI https://doi.org/10.31692/2526-7701.IIICOINTERPDVAGRO.2018.00291

Introdução

O feijão-caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp.), é uma das leguminosas mais consumidas nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, representando importante fonte de proteína, energia, fibras e minerais, além de ser um gerador de emprego e renda (DUTRA et al., 2012). Entretanto, doenças que podem resultar na redução da produtividade causando grandes prejuízos econômicos (NECHET et al., 2009).

O controle dessas doenças tem se intensificado, sendo realizado basicamente através do emprego de defensivos químicos (VENTUROSO et al., 2010). Estes produtos auxiliam de maneira eficaz o agricultor no alcance de altas produtividades. Porém, eles podem causar o surgimento de fitopatógenos resistentes às substâncias químicas utilizadas, além de se tornarem prejudiciais para o meio ambiente devido à poluição causada pelos resíduos (SCHWAN-ESTRADA et al., 2000).

Atualmente, cresce o interesse pela busca de substitutos para estes produtos encontra nas plantas uma alternativa de interesse econômico e ecológico bastante promissor (SOUZA et al., 2007). A obtenção dos metabólitos secundários de plantas, bem como, a determinação

1 Acadêmica de Agronomia, Universidade Federal Rural da Amazônia, cassiapinheiro002@gmail.com;

2 Acadêmica de Agronomia, Universidade Federal Rural da Amazônia, karol.ine20@hotmail.com;

3 Acadêmica de Agronomia, Universidade Federal Rural da Amazônia, feehsarmento@gmail.com;

4 Acadêmica de Agronomia, Universidade Federal Rural da Amazônia, carolinesferreiras@gmail.com;

5 Msc em biologia de fungos, Téc. do Laboratório de Fitopatologia na Universidade Federal Rural da Amazônia, franc_cl@hotmail.com.

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da atividade biológica de suas moléculas, poderá contribuir para a aquisição de maiores conhecimentos que reforçam a possível utilização como um método alternativo de controle de doenças de plantas (SCHWAN-ESTRADA et al., 2000).

As plantas medicinais representam uma importante fonte de substâncias fungitóxicas, as quais, quando comparadas com fungicidas de origem sintética, caracterizam uma proposta ecológica praticamente inofensiva ao meio ambiente (STANGARLIN et al., 1999). Estas substâncias são compostas do metabolismo secundário das plantas medicinais e podem ter ação antimicrobiana direta sobre o fitopatógeno ou ação indutora de mecanismos de resistência na planta (SCHWAN-ESTRADA et al., 2000). Em vista da propriedade inibitória de extratos vegetais sobre o desenvolvimento de fungos patogênicos, o presente trabalho tem por objetivo avaliar in vitro o efeito do extrato de alho, cravo-da-índia e canela sobre o crescimento de fitopatógenos em sementes de feijão caupi.

Fundamentação Teórica

Para a obtenção de uma boa planta é necessário o controle de sanidade e de qualidade da semente utilizada, pois, esta poderá servir como veículo de disseminação de diversos fitopatógenos, sendo assim, a obtenção de sementes isenta desses microrganismos é necessária para o aumento da produtividade (MENDES, 2005). De modo geral, vários danos podem ser provocados por patógenos, associados às sementes. Dentre eles, podemos citar a morte em pré-emergência, podridão radicular, tombamento de mudas, infecções latentes, etc.

(NEERGAARD, 1979; MENDES, 2005) assim, a qualidade sanitária das sementes é um fator importante na germinação, podendo ocasionar perdas através da deterioração, anormalidades e lesões em plântulas (LAZAROTTO; MUNIZ, 2010)

Extratos vegetais têm sido utilizados como métodos alternativos para inibir o desenvolvimento de fungos. Silva et al. (2010) observaram que a combinação de extratos vegetais de alho e nim mostrou-se eficiente no controle de fitopatógenos em sementes de chorão.

Metodologia

Localização do experimento

O ensaio foi conduzido no Laboratório Fitopatologia da Universidade Federal Rural da Amazônia-UFRA, B é , P á (1° 27’ 31” S 48° 26’ 04.5” O), durante o período de setembro de 2018.

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Preparo e manutenção dos extratos

A preparação do extrato foi de acordo com metodologia adaptada de Rodrigues et al.

(2006). Foram utilizados 100 g do material vegetal bulbos de alho (Allium sativum L.); cravo- da-índia (Syzygium aromaticum) e folhas de canela (Cinnamomum verum) triturados em liquidificador contendo 250 mL de água destilada esterilizada (ADE) e 250 mL de álcool etanólico P.A., colocados em um recipiente de vidro e submetidos, por um período 96 horas, ao processo de extração por infusão. Posteriormente, os extratos foram filtrados através de papel de filtro esterilizado e mantidos em recipiente aberto, durante 72 horas, para favorecer a evaporação do álcool. Após esse período o material foi submetido à radiação ultravioleta por 30 minutos (UV).

Obtenção das sementes

As sementes do feijão caupi cultivar BRS Tracuateua utilizadas no estudo são provenientes do plantio comercial no município de Bragança/Pa. As mesmas foram submetidas za desinfestação com álcool 70%, hipoclorito a 100 ppm e lavadas com água destilada, após foram secas sobre papel filtro estéril.

Teste de atividade antifúngica in vitro dos extratos vegetais

As sementes foram colocadas de placas de Petri contendo BDA (Batata-Dextrose- Ágar), e o extrato vegetal na concentração de 20%. Os tratamentos foram compostos de extrato de canela (T1), cravo-da-índia (T2), alho (T3) e o controle- com ausência de extrato vegetal- (T4) cada um contendo cinco repetições. As placas foram incubadas em BOD (Demanda Biológica de Oxigênio), com fotoperíodo de 12 h (claro/ escuro) à temperatura de 25 ± 2ºC.

Avaliação

A avaliação foi iniciada a partir de 24 horas da instalação do experimento. A da incidência de fungos nas sementes foi feita a partir da visualização dos fungos sobre as mesmas. O exame morfológico dos fungos foi feito ao microscópio, quando necessário, para a observação de detalhes morfológicos, comparando-os com informações disponíveis na literatura (BARNETT; HUNTER, 1972).

Análise estatística

Os resultados foram expressos em porcentagem de incidência de fungos (HENNING,

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1994; GOULART, 1997). Os resultados obtidos foram submetidos à Análise de Variância e as médias foram comparadas pelo teste de Scott- Knott (p- ≤0.05), z n -se o programa SISVAR, versão 5.6 (FERREIRA, 2011).

Resultados e Discussões

Os tratamentos T1, T2 E T2 tiveram efeito antagônico significativo estatisticamente sobre o crescimento de fungos fitopatogênicos, quando comparados com ao T4 (Figura 1).

Figura 1- Percentagem de inibição de fungos na presença de extratos vegetais. Médias com letras iguais não diferem estatisticamente pelo teste de Scott-Kn ( ≤ 0,05). Fonte: própria.

Conforme a avaliação morfológica em microscópio ótico (marca Olympus, modelo:

CX21FS1) realizada nas sementes de feijão caupi, verificou-se que no tratamento T4, houve a presença de fungos do gênero Aspergillus sp., Curvularia sp., Rhizoctonia sp,. Rhizopus sp., e Fusarium sp com incidência de 98%. Enquanto que nos tratamentos T1, T2 e T3 houve apenas a presença dos fungos Rhizoctonia sp e Aspergillus sp com incidência de 13%, 11% e 10%, respectivamente. Podemos observar a incidências dos fungos na figura 2.

a a a

b

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

T1 T2 T3 T4

Porcentagem de incidência

Tratamentos

Incidência de fitopatogenos

T1 T2

T3 T4

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Figura 2- Sementes de feijão caupi na presença dos extratos vegetais e o tratamento controle. Fonte: própria.

Resultados semelhantes ao que está sendo relatado no presente estudo foram descritos por Silva (2009), utilizando extrato de alho (Allium sativum L.) no controle de A. niger em sementes de Caesalpinia ferrea, obtiveram resultados satisfatórios, reduzindo a incidência desse fungo em até 70%. O efeito fungitóxico do alho tem sido atribuído a compostos a base de enxofre sendo abalicina (dialiltiosulfinato), um composto instável formado pela ação enzimática da alinase sobre a aliina quando o dente de alho é triturado ou cortado, representante de 70% dos diferentes compostos existentes no alho. Quando este composto é produzido tem a capacidade de eliminar fungos e inibir o a colonização, devido sua ação antioxidante, que provoca uma reação instantânea com os grupos livres de tiol que penetram facilmente nas células biológicas e desativa suas enzimas (BUSINELLI et al., 2014).

Venturoso et al. (2011) verificaram que meios de cultura contendo os extratos de cravo-da-índia, alho e canela, concentração de 20%, foram os mais promissores sobre a redução do crescimento micelial dos fitopatógenos Aspergillus sp., Penicillium sp., Cercospora kikuchii, Colletotrichum sp., Fusarium solani e Phomopsis sp., destacando o extrato de cravo-da-índia, que inibiu completamente o desenvolvimento de todos os fitopatógenos testados.

Conclusões

Os extratos alcoólicos de alho, folha de canela e cravo-da-índia na dose de 20% foram eficientes no controle de fitopatógenos em sementes de feijão caupi. Contribuindo assim, para estudos futuros e para o desenvolvimento de pesquisas envolvendo compostos bioativos obtidos de plantas medicinais.

Referências

BARNETT, H. L.; HUNTER, B. B. Illustrated genera of imperfect fungi. 3. ed.

Minneapolis, Minnesota: Burgess Publishing, 1972.

BILGRAMI, K.S.; SINHA, K.K.; SINHA, A.K. Inhibition of aflatoxin production and growth of Aspergillus flavus by eugenol and onion and garlic extracts. Indian Journal of Medical Research, New Delhi, v.96, p.171-175, 1992.

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extratos aquosos de plantas medicinais. Rev. Bras. Pl. Med., Botucatu, v.12, n.4, p.499-505, 2010.

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