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O Centro Nacional Pompidou de Cultura e de Arte, de Paris :: Brapci ::

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o

CENTRO NACIONAL POMPIDOU DE

CULTURA E DE ARTE, DE PARISponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

por Natália Nunes

Penso ser do m aior interesse divulgar entre todos quantos trabalham no cam po da Inform ação e Docum entação, da Pedagogia, da Ciência e da Técnica, da Cultura e da Arte, a existência e as atividades do Centro Nacional de Cultura e de Arte de Paris, realização do M inistério dos Assuntos Culturais e do M inistério da Educação Nacional da França.

Trata-se de qualquer coisa de vasto, tanto no que se refere às dim ensões do edifício, com o pela am plitude, diversidade e possibilidade de difusão das num erosas atividades pedagógico-culturais program adas.

Visitei esse Centro em fevereiro de 1975 - era então provisoriam ente designado por Centro Beaubourg - num a altura em que a sua construção ia já adiantada, pois o seu acabam ento estava precisam ente m arcado para os fins desse ano.(*)

Dos prospectos que então m e foram fornecidos, recolho em tradução os ele-m entos descritivos desse notável eele-m preendiele-m ento da nação francesa:

A criação, no Planalto Beaubourg, no ponto das Halles e do M arais, de um centro cultural dedicado à leitura pública e às grandes form as de criação contem po-rânea, foi decidida pelos Poderes Públicos no m ês de dezem bro de 1969, e o seu acabam ento previstó para o fim do ano de 1975.

o

Centro Beaubourg está destinado a tornar-se um lugar de encontro, de inform ação e de criação, lugar constante de anim ação e de vida.

Para a sua realização lançou-se um concurso internacional de arquitetura.

No m ês de julho de 1971, um júri internacional, sob a presidência do Sr. Jean Prouvé, exam inou 681 projetos vindos de todo o m undo.

o

projeto escolhido pela sua audácía arquitetural e tecnologia foi concebido por dois arquitetos italianos, Renzo Piano e Giano Franco Franchini, e por um arquiteto inglês, Richard Rogers.

(*) Só agora, neste princípio de 1977 teve lugar a sua inauguração.

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o

edifício ocupa m etade do Planalto Beaubourg. As estruturas visíveis, de aço, as paredes de vidro, os terraços, os elevadores e as escadas rolantes dispostas no exterior da fachada, dão-lhe um a im pressão de força, de leveza e de esplendor.

o

edifício foi construído de tal m odo que pode transform ar-se em função das necessidades. Estão previstas vigas de 48 m etros de com prim ento, com lajes de

48 x 166 m etros, sem um único apoio, com o que se conseguem um a grande flexibi-lidade e disponibiflexibi-lidade nos espaços interiores.

As dim ensões deste edifício, de grande envergadura, são as seguintes: 42 m e-, tros de alturae-, 166 m etros de com prim ento, 60 m etros de fundo.

Na sua frente espraia-se um a vasta praça, que ficará a um nível levem ente infe-rior, relativam ente às ruas vizinhas, em três m etros e m eio. Servirá notadam ente, para m anifestações ao ar livre.

A realização deste Centro Cultural foi confiada à Função Pública do Centro Beaubourg que, de acordo com os futuros responsáveis do Centro, assegura a

efetí-vação do program a, a orientação dos estudos e a concepção dos equipam entos espe-cjalizados (inform ática, m eios audiovisuais, etc.).

Entrem os agora na descrição das atividades do Centro, conform e a sua distri-buição pelos níveis do edifício, e do espaço e o da praça.

NIVEL DO ESPAÇO - 105.750 m etros quadrados

1. Biblioteca Pública de Inform ação - 16.000 m etros quadrados.

Esta Biblioteca, de acesso totalm ente livre e reservada à consulta e leitura de presença, estará aberta das 10 horàs da m anhã às 10 horas da noite.

O critério de seleção do seu acervo será o da m aior atualidade e abrangerá todos os cam pos do conhecim ento. Apresentará textos sob as form as m ateriais m ais variadas e docum entos iconográficos.

As suas obras, frequentem ente apresentadas em livre acesso, ao leitor, m anter-se-ão regularm ente em dia.

A inform ação será assim colocada ao serviço dos leitores, a fim de

facili-tar as suas pesquisas, segundo técnicas de m om ento, novas e únicas na França.

A Biblioteca disporá de salas de exposição e de reunião, adaptadas de tal m odo que lhe dêem o aspecto de um a espécie de universidade livre.

178 R. Bras. Bibliotecon. Doe. 9 (4/6): 177-182, abr./jun. 1977

:

2. Galeria Perm anente de Criação Industrial - Centro de Criação Industrial com 2.310 m etros quadrados.

O Centro de Criação Industrial inform a sobretudo quanto, desde os objetos até ao urbanism o, participa na criação do nosso am biente.

Lugar de encontro para o grande público, para os industriais, os criadores

e os responsáveis das coletividades públicas, organiza em sua intenção os serviços ou m anifestações seguintes:

a) Um a Galeria Perm anente, que com preende um fichário dos produtos

e um a seleção dos m elhores entre eles.

b) Um Serviço de Docum entação Especializada, que com porta um a

díateca-fílm oteca do am biente e das diferentes edições.

c) Exposições tem porárias, ilustrativas da criação industrial sob todos

os seus aspectos: urbanism o, arquitetura, "design" de produtos, grafism o ...

d) Um a Galeria Retrospectiva da criação industrial, consagrada à produ-ção desde a revoluprodu-ção industrial.

e) Finalm ente, pelo seu Serviço de Análise do valor dos produtos

exis-tentes e de program ação de produtos não existentes, o C.C.I.

inform ará os industriais das necessidades reais dos utilizadores e da

natureza das necessidades ou serviços novos.

liil

3. Exposições Tem porárias - 6.650 m etros quadrados - Um a grande

parte do quinto andar será reservada a exposições tem porárias do Centro (artes grá-ficas, pinturas, esculturas, criação industrial, fotografia, livros).

4. Acesso e Recepção - 3.900 m etros quadrados - Um a plataform a de

inform ação oferecerá aos visitantes o program a das atividades do Centro, assim

com o certo núm ero de serviços públicos (Banco, Correio, etc.).

5. Quadros e Projeções Visuais - Anim arão a fachada, criando um elo entre as atividades da Praça e as do Centrn

6. Cinem ateca - Apresentará as obras m ais im portantes do cinem a, desde as origens aos nossos dias.

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7. Artes Plásticas:

a) Docum entação sobre a arte m oderna e contem porânea, com 1.655

m etros quadrados. Um serviço de docum entação sobre a arte m

oder-na e contem porânea nacional e internacional, do século :XX, é tam bém criado no Centro, o qual porá à disposição dos

pesquisado-res um grande acervo de livros, de catálogos, de jornais, de m

anuscri-tos, de cartazes, de docum entos audiovisuais, reunidos ou

concebi-dos pelo Centro. A classificação autom atizada destes docum entos

facilitará o seu estudo e difusão.

b) Galeria experim ental de arte contem porânea - Centro Nacional de

Arte Contem pr ea, com 2.930 m etros quadrados. O Centro

Nacional de Arte Contem porânea destina-se a dar a conhecer ao

público, sob os seus diferentes aspectos, a criação artística nacional e

internacional no dom ínio das artes plásticas, apresentando nom

eada-m ente obras de artistas pouco conhecidos, criações experim entais

individuais ou coletivas. Organizará ainda exposições itinerantes na

França e no estrangeiro.

c) M useu de Arte Contem porânea, com 13.450 m etros quadrados.

Ocupará a totalidade do quarto andar do edifício, em relação direta

com as salas do últim o andar, onde se efetuarão as exposições tem

-porárias, e, em parte, com o segundo e o terceiro andares. As salas

abrir-se-ão para espaços exteriores em terraço, onde serão expostas as

esculturas. Um circuito perm itirá m ostrar ciclicam ente as obras

-pinturas, esculturas, desenhos, docum entos, objetos - atualm ente

nas salas ou nas reservas do M useu Nacional de Arte M oderna. Em

redor de prestigiosos conjuntos, das coleções nacionais - por exem

-plo, 46 telas de Picasso, 28 de M atisse, 26 de Delaunais, 51

escultu-ras de Brancusi, 18 pinturas e aquarelas de Klee, etc. - utilizar-se-ão

ao m áxim o todos os recursos técnicos m odernos que o edifício

per-m ite, para apresentar de um a m aneira m ais am pla, viva e renovada

tanto quanto possível, um panoram a da evolução e das diversas ten-dências, desde a "abstração do com eço do século XX até aos exem -plos m ais significativos da arte atual".

It

180 R. Bras. Bibliotecon. Doc. 9 (4/6): 177-182, abr./jun. 1977

NIVEL DA PRAÇA E DO SUBSOLO

1,1

1.

Reservas-Depósito, com 8.651 m etros quadrados. No subsolo, servidas

por vários m onta-cargas e por elevador, serão concentradas as reservas e os arm azenam entos do Centro.

2. Parque de Estacionam ento, com 19.467 m etros quadrados.

3. Sala de Atualidades, com 1.300 m etros quadrados. Num a sala de

atuali-dades, dependente da Biblioteca Pública de Inform ação, o visitante

consultará livrem ente um a seleção de livros, de periódicos, jornais e

docu-m entos, dentre os m ais variados e recentes de todo o m undo, escutará as

últim as gravações e participará em atividades audiovisuais. Um a parte

desta sala será especialm ente dedicada a um a seção infantil.

4. Laboratórios-Im prensa, com 1.309 m etros quadrados. Neste espaço o

Centro produzirá certas edições relativas às suas atividades. Vários

labora-tórios perm itirão preparar as realizações audiovisuais concebidas pelo Centro.

5. Inform ática, com 869 m etros quadrados. Um Centro de Inform ática

asse-gurará a gestão do Centro Beaubourg e a program ação das suas atividades.

6. Espaço polivalente. Um anfiteatro perm itirá apresentar espetáculos

expe-rim entais dos gêneros m ais diversos - teatro, m úsica, coreografia, variedades, etc.

7.

Estúdio de Televisão.

8. Recepção às crianças, com 674 m etros quadrados.

9. M anifestações e Encontros, com 4.095 m etros quadrados. O Centro

incluirá salas para reuniões e conferências, colocadas à disposição das

diferentes seções, e onde poderão ser organizados sem inários e discussões sobre os tem as m ais variados.

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10. Instituto de Pesquisa e de Coordenação Acústica/M úsica, com 5.423

m etros quadrados.

O IPCAM associará m úsicos e cientistas num a pesquisa interdisciplinar

duplam ente nova. Em dom ínios de investigação, habitualm ente

separa-dos, pela prim eira vez - ordenadores, eletro-acústica, pesquisa sobre os

instrum entos e a voz estarão reunidos sob o m esm o teto com um a total

abertura de espírito. Pela prim eira vez tam bém os teóricos e os práticos,

com positores, instrum entalistas, técnicos da acústica e cientistas,

perten-centes a várias disciplinas, colaborarão num a investigação ao m esm o

tem po teórica e prática. Investigação que deverá conduzir a um m elhor

conhecim ento dos fenôm enos m usicais e orientar a criação m usical para

vias ainda inexploradas.

Aqui tem os, com o se acaba de ver, um a realização portentosa, m aterialm ente

apoiada em instalações de dim ensões faraônicas, e que exige espírito de inventiva e

inovação, de organização e coordenação, capacidades tecnológicas, investim entos

financeiros, e cuja finalidade será a de aliar o útil ao agradável: hoje, m ais do que

nunca, a inform ação serve indissociadam ente um tipo de com unicação sim

ultanea-m ente pragm ático e cultural, pois cada vez m ais o cam po da pesquisa, tanto nas

Ciências com o nas Artes, na Tecnologia com o na Indústria, se interpenetram e

entram em osm ose interdisciplinar.

O Centro Nacional Pom pidou de Arte e de Cultura, por outro lado, surge-nos

com o um a cum ulação expansiva e aprofundada das "M aisons de Ia Culture"

difun-didas em toda a França.

O público que acorrer a este colossal Centro Cultural, terá prim eiram ente de

aprender a orientar-se neste cosm os docum ental, e de orientar-se para além de todos

os itinerários, guias, esquem as e repertórios que para o fim lhe sejam fornecidos. No

m eio da exuberância inform ativa da atualidade, individualizados e definidos, para

não correrm os o risco de nos perderm os ou até de nos asfixiarm os.

Certam ente, será preciso aprender a não perder a cabeça neste gigantesco

"Luna Park" - o "Pornpidólio" - com o já lhe cham am , de tão num erosas,

variadas e m utantes solicitações e distrações.

NUNES, Natália. O Centro Nacional Pom pidou de Cultura e de Arte de Paris BAD

BoI. inf. int.,'Lisboa, 1 (10): 287-291, m ar. 1977.

Referências

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