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Contratação do desenvolvimento ágil de software na Administração Pública Federal : riscos e ações mitigadoras

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Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa

Programa Stricto Sensu em Gestão do Conhecimento e da

Tecnologia da Informação

CONTRATAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO ÁGIL DE

SOFTWARE NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL:

RISCOS E AÇÕES MITIGADORAS

Brasília – DF

2014

(2)

RENI ELISA DA SILVA PONTES

CONTRATAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO ÁGIL DE SOFTWARE NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL: RISCOS E AÇÕES MITIGADORAS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Gestão do Conhecimento e da Tecnologia da Informação da Universidade Católica de Brasília, como requisito para obtenção do Título de Mestre em Gestão do Conhecimento e da Tecnologia da Informação.

Orientador: Prof. Dr. João Souza Neto

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Ficha elaborada pela Biblioteca Pós-Graduação da UCB

P814c Pontes, Reni Elisa da Silva.

Contratação do desenvolvimento ágil de software na Administração Pública Federal: riscos e ações mitigadoras. / Reni Elisa da Silva Pontes – 2014.

110 f.; il : 30 cm

Dissertação (mestrado) – Universidade Católica de Brasília, 2014. Orientação: Prof. Dr. João Souza Neto

1. Tecnologia da informação. 2. Software – desenvolvimento. 3. Administração pública. 4. Avaliação. I. Souza Neto, João, orient. II. Título.

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Dissertação de autoria de Reni Elisa da Silva Pontes, intitulada “CONTRATAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO ÁGIL DE SOFTWARE NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL: RISCOS E AÇÕES MITIGADORAS”, apresentada como requisito para obtenção do grau de Mestre em Gestão do Conhecimento e da Tecnologia da Informação da Universidade Católica de Brasília, em 10 de março de 2014, defendida e aprovada pela banca examinadora constituída por:

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(6)

AGRADECIMENTO

A DEUS, fonte de minha fortaleza nos momentos quando me faltaram inspirações.

Ao meu amado esposo Fabiano Pontes, pela compreensão das minhas ausências, pelo sacríficio da distância ao longo de um ano em que estive em outro Estado, pela paciência infalível, pela atenção nos momentos difíceis, e por proporcionar a realização de mais este objetivo pessoal e profissional.

A toda minha família, pela compreensão, meus sinceros agradecimentos, especialmente a minha mãe pela calma e amor inabalável, que a faz ter capacidade de enfrentar desafios. Além de, morar em nosso lar e dar atenção ao meu esposo em minhas ausências.

Aos meus colegas de trabalho, especialmente aos professores Dr. Ghilson Ramalho, e ao Dr. José Masson, pela motivação e incentivo.

Ao professor Dr. João Souza Neto, pela sua vasta experiência, por sua orient(ação), suas críticas construtivas e sugestões valiosas que germinaram para a construção desta dissertação. Dedico a ti esta pequena frase: “tua graça como professor, não está somente em ter os melhores alunos, mas fazer de seus alunos os melhores”.

A todos os professores do programa do mestrado, em especial ao Dr. Renato Guadagnin, ao Dr. Rosalvo Streit, ao Dr. Luís Kalb e a Drª. Luiza Alonso, minha sincera gratidão.

Aos meus colegas do programa do mestrado, especialmente a Diana Santos e sua família, minha admiração, respeito e reconhecimento pela imensa colaboração e atenção.

Aos funcionários da Universidade Católica de Brasília pela dedicação e atenção, em especial ao Alisson Alves, Josiano Ferreira e a Maria de Fátima Medeiros pela dedicação e presteza ao trabalho.

A todos, dedico essa canção:

Resolvi pedir a Deus pra que eu possa te guardar Ser teu anjo protetor te velar e te cuidar Quando eu precisei pôs tua vida em mim

Deus permita-me ser teu anjo aqui

Eu pedi pra Deus gravar o teu nome em minha mão Deus foi muito mais além te gravou em meu coração

Já não posso mais esquecer de ti Tua vida Deus transplantou em mim Há um anjo aqui que intercede por ti Trago um pedaço do céu num olhar pra te dar

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A vida é aquilo que acontece enquanto você está planejando o futuro.

(8)

RESUMO

PONTES, Reni Elisa da Silva. Contratação do desenvolvimento ágil de software na Administração Pública Federal: riscos e ações mitigadoras. 109 f. Dissertação (Mestrado em Gestão do Conhecimento e da Tecnologia da Informação) - Universidade Católica de Brasília, Brasília, 2014.

Esta pesquisa teve como objetivo identificar ações de mitigação de riscos para a APF na contratação de soluções de desenvolvimento ágil de software com a metodologia Scrum. Para isso, foi elaborada uma pesquisa bibliométrica sobre métodos ágeis e desenvolvimento de software, fábrica de software e terceirização de TI. Em seguida, foram criados mapas mentais para explicitar a IN 04/2010, e descreveu-se a metodologia Scrum e o Acórdão 2314/2013 TCU/Plenário. A aplicação de questionário permitiu identificar os cinco riscos de maior importância na contratação de desenvolvimento de software com métodos ágeis pela APF. Em seguida, foi realizado um grupo de foco para discutir a mitigação dos riscos apresentados, e que contextualizou as informações apresentadas no questionário. A contribuição principal é a lista de ações de mitigação que contribuirão para minimizar os desafios enfrentados por profissionais vinculados à área de TI frente a uma contratação de desenvolvimento ágil de software com a metodologia Scrum. Mesmo havendo poucos instrumentos legais específicos para apoio, é possível uma contratação de desenvolvimento ágil de software com a metodologia Scrum, desde que sejam considerados aspectos como: a IN 04/2010, o Acórdão 2314/2013 TCU/Plenário, os demais instrumentos legais disponíveis e ainda as ações de mitigação apresentadas neste estudo.

(9)

ABSTRACT

This research aimed to identify actions to mitigate risks to the Brazilian Federal Administration (BFA) in hiring agile software development solutions with the Scrum methodology. For this, a bibliometric research on agile methods, software development and IT outsourcing was created. Then, mind maps were created to explain the IN 04/2010 Normative Instruction. Also, the Scrum methodology and the 2314/2013 Judgement of the Court of Accounts were described. A questionnaire was applied to identify the five most important risks in hiring software development with agile methods in the BFA. After, a focus group was held to discuss the mitigation of the presented risks, and contextualized information presented in the questionnaire. The main contribution is the list of mitigation actions that will help to minimize the challenges faced by the professionals involved in the IT field before hiring agile software development with Scrum. Even with few specific legal instruments to support, it is possible to hire agile software development with Scrum, as long as some aspects are considered: the IN 04/2010 Normative Instruction, the 2314/2013 Judgement of the Court of Accounts, other legal instruments available and mitigation actions presented in this study.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Visão geral do Scrum...42

Figura 2 - Contratações de soluções de TI...47

Figura 3 - Processo de contratação...48

Figura 4 - Fase de planejamento da contratação...49

Figura 5 - Análise de riscos...50

Figura 6 - Aditamento contratual...51

Figura 7 - Disposições finais...51

(11)

LISTA DE GRÁFICOS

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Publicações relevantes...19

Quadro 2 - Evolução da engenharia de software desde a década de 50...24

Quadro 3 - Valores do manifesto ágil...38

Quadro 4 - Principais eventos do Scrum...44

Quadro 5 - Resumo das contratações identificadas pela equipe de fiscalização...53

Quadro 6 - Riscos apresentados pelo Acórdão (BRASIL, 2013a)...55

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LISTA DE SIGLAS

APF Administração Pública Federal

BDTD Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações CF Constituição Federal

CIO Chief Executive Officer

COBIT Control Objectives for Information and Related Technology DoD Departamento de Defesa Americano

DSDM Dynamic Systems Development Method EGTI Estratégia Geral de Tecnologia de Informação FDD Feature Driven Development

IEEE Institute of Electrical and Eletronics Engineers

IN 04/2010 Instrução Normativa MP/SLTI Nº 4 de 12 de novembro de 2010 IEC International Engineering Consortium

ISO International Standartization Organization MEC Ministério da Educação

MGCTI Mestrado em Gestão do Conhecimento e Tecnologia da Informação MPOG Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão

NBR Norma Brasileira

PDTI Plano Diretor de Tecnologia da Informação

PETI Planejamento de Estratégia de Tecnologia da Informação PMBoK Project Management Body of Knowledge

QRN Quadro Referencial Normativo

SISP Sistema de Administração de Recursos de Informação e Informática SLA Service Level Agreement

SLTI Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação TCU Tribunal de Contas da União

TI Tecnologia da Informação UCB Universidade Católica de Brasília UML Unified Modeling Language

XP Extreme Programming

(14)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 17

1.1 REVISÃO DA LITERATURA ... 19

1.1.1 Publicações Relevantes ... 19

1.1.1.1 Principais contribuições dos artigos selecionados ... 20

1.1.1.1.1 Métodos ágeis e desenvolvimento de software ... 21

1.1.1.1.2 Engenharia de software ... 24

1.1.1.1.3 Contratação em Instituição Pública Brasileira ... 26

1.1.1.1.4 Terceirização de TI na Administração Pública Federal ... 28

1.2 PROBLEMA E QUESTÃO DA PESQUISA ... 30

1.3 OBJETIVOS ... 33

1.3.1 Objetivo Geral ... 33

1.3.2 Objetivos Específicos ... 34

1.4 JUSTIFICATIVA ... 34

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO ... 35

2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 37

2.1 MÉTODOS ÁGEIS ... 37

2.1.1 Principais metodologias ágeis ... 38

2.1.1.1 Metodologias Crystal ... 39

2.1.1.2 Método de desenvolvimento de software dinâmico (DSDM) ... 39

2.1.1.3 Desenvolvimento Guiado por Funcionalidades (FDD) ... 40

2.1.1.4 Desenvolvimento de software Lean ... 40

2.1.1.5 Extreme Programming (XP e XP2) ... 40

2.1.1.6 Scrum ... 41

2.1.1.6.1 Teoria do Scrum ... 43

2.1.1.6.2 Time Scrum ... 43

2.1.1.6.3 Eventos Scrum ... 44

2.1.1.6.4 Artefatos do Scrum ... 45

2.2 IN 04/2010 ... 46

2.3 ACÓRDÃO Nº 2314/2013 TCU/PLENÁRIO ... 52

2.3.1 Modelo da Pesquisa ... 55

(15)

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ... 58

3.1.1 Quanto à natureza ... 58

3.1.2 Quanto à forma de abordagem ... 59

3.1.3 Quanto aos objetivos ... 59

3.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos ... 59

3.2 ANÁLISE BIBLIOMÉTRICA ... 60

3.2.1 Pesquisa com o primeiro conjunto de termos - Capes ... 63

3.2.2 Pesquisa com o primeiro conjunto de termos - Google Acadêmico ... 64

3.2.3 Pesquisa com o segundo conjunto de termos - Capes ... 65

3.2.4 Pesquisa com o terceiro conjunto de termos - Capes ... 66

3.3 ENTREVISTAS COM GRUPO DE FOCO ... 67

3.3.1 Características ... 67

3.3.2 Planejamento e administração de grupo de foco ... 68

3.3.3 Vantagens dos grupos de foco ... 69

3.3.4 Desvantagens dos grupos de foco ... 70

3.3.5 Outras variações nos grupos de foco ... 70

4 RESULTADOS ... 72

4.1 QUESTIONÁRIO ... 72

4.2 GRUPO DE FOCO ... 73

5 ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 80

6 CONCLUSÕES ... 82

6.1 CONTRIBUIÇÕES DA PESQUISA ... 83

6.2 LIMITAÇÕES DA PESQUISA ... 84

6.3 TRABALHOS FUTUROS ... 84

REFERÊNCIAS ... 85

APÊNDICE A – PDTI ... 92

APÊNDICE B – CONTRATAÇÕES PRECEDIDAS DE PLANEJAMENTO ... 93

APÊNDICE C – PLANEJAMENTO DA CONTRATAÇÃO ... 94

APÊNDICE D – PORTAL DO SOFTWARE PÚBLICO BRASILEIRO ... 95

APÊNDICE E – NECESSIDADE DE NEGÓCIO ... 96

APÊNDICE F – EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL DA EQUIPE ... 97

APÊNDICE G – ANÁLISE DE VIABILIDADE E PLANO DE SUSTENTAÇÃO ... 98

(16)

APÊNDICE I – FASE DE PLANEJAMENTO DA CONTRATAÇÃO ... 100

APÊNDICE J – SELEÇÃO DO FORNECEDOR ... 101

APÊNDICE K – GERENCIAMENTO DO CONTRATO ... 102

APÊNDICE L – ACOMPANHAMENTO E GARANTIA DOS SERVIÇOS ... 103

APÊNDICE M – ROTEIRO DO QUESTIONÁRIO... 104

APÊNDICE N – COMENTÁRIOS ACÓRDÃO 2314 (BRASIL, 2013A) ... 106

APÊNDICE O – RESULTADO DO QUESTIONÁRIO ... 108

(17)

1 INTRODUÇÃO

A Administração Pública Federal (APF) é regida por princípios legais, conforme o artigo 37 da Constituição Federal Brasileira (CF), de 5 de outubro 1988 (BRASIL, 1988), que estabelece que a administração pública direta e indireta de qualquer um dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios deve obedecer aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Assim, esses princípios regulam o modo de agir da administração pública, ou seja, eles “são necessários para nortear o direito, embasando como deve ser”. (Garcia; Araújo, 2012, p. 1-2).

Enquanto os princípios legais são os norteadores da administração pública, o Decreto-Lei nº 200/1967 (BRASIL, 1967) dispõe sobre a organização da Administração Federal. O seu artigo 6º estabelece que as atividades da Administração Federal atendam aos princípios fundamentais de planejamento, coordenação, descentralização, delegação de competência e controle. De acordo com Santos (2013), a partir desse decreto:

a APF deve se concentrar nas tarefas de planejamento, coordenação, descentralização, delegação de competência e controle, e que os serviços como transporte, informática e copeiragem devem ser feitos por terceiros. A Tecnologia da Informação, por sua vez, vem sendo terceirizada sem critérios. (SANTOS, 2013, p. 17-18).

A terceirização de serviços deve seguir esses princípios, levando em consideração, também, a Lei nº 8.666/1993 (BRASIL, 1993), que institui normas para licitações e contratos na administração pública. No âmbito da Tecnologia da Informação (TI), foi criada a Instrução Normativa MP/SLTI n° 04/2008 (BRASIL, 2008a), pela Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação (SLTI), que tem, entre suas atribuições, a competência de planejar, coordenar, supervisionar e orientar, normativamente, as atividades do Sistema de Administração de Recursos de Tecnologia da Informação (SISP), propondo políticas e diretrizes de Tecnologia da Informação, no âmbito da Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional. A referida Instrução Normativa (IN), que objetiva estabelecer o processo de contratação de soluções de TI pelos órgãos integrantes do SISP, no âmbito do Poder Executivo Federal (BRASIL, 2008a), foi atualizada pela IN MP/SLTI nº 04/2010 (BRASIL, 2010), neste estudo identificada por IN 04/2010.

(18)

no planejamento de contratações de bens e serviços de TI nos órgãos e entidades da APF, para o aprimoramento de suas operações e entrega dos resultados desejados pela sociedade.

O 4º artigo da IN 04/2010 estabelece, por exemplo, que as contratações de TI devem ser precedidas de planejamento, elaboradas em harmonia com o Plano Diretor de Tecnologia da Informação (PDTI) do órgão, que deve estar alinhado com o planejamento estratégico institucional. De acordo com o Guia de Boas Práticas em Contratação de Soluções de Tecnologia da Informação (BRASIL, 2012a), o planejamento da contratação é fundamental para que: (i) a contratação agregue valor ao órgão; (ii) os riscos envolvidos sejam gerenciados; (iii) a contratação esteja alinhada com o planejamento do órgão governante superior, ao qual esteja vinculado o órgão contratante e de TI desse órgão; (iv) os recursos envolvidos sejam bem utilizados, não só os recursos financeiros, mas também os recursos humanos. Cabe destacar que o planejamento do processo de contratação de soluções de TI, conforme a IN 04/2010, deve seguir três fases: (i) planejamento da contratação; (ii) seleção do fornecedor; e (iii) gerenciamento do contrato.

No contexto normativo de planejamento, adquire relevância a contratação do desenvolvimento de software com a adoção de métodos ágeis, cada vez mais consideradas como uma proposta alternativa aos métodos tradicionais que, possuindo características próprias e atraindo cada vez mais seguidores pelos resultados satisfatórios. Porém, a sua implantação requer cuidados. No Brasil, por exemplo, um estudo apresentado por Melo e Ferreira (2010) permitiu observar que as principais dificuldades enfrentadas na implantação de métodos ágeis não estão relacionadas ao aprendizado de suas práticas, mas, sim, com a necessidade de mudança da cultura organizacional. Ressalta, também, que enquanto apenas o projeto de desenvolvimento de software for gerenciado de forma ágil e o restante da organização mantiver os vícios e hábitos culturais derivados dos processos tradicionais, não será possível usufruir plenamente dos seus benefícios. Declaram, ainda, que para os métodos ágeis serem adotados em uma organização, são necessários diversos passos de planejamento e uma execução cuidadosa.

(19)

a possibilidade de se preterir um planejamento adequado e de se adotar forma de pagamento não baseada em resultados" (ACÓRDÃO 2314, BRASIL, 2013a, p. 40).

Esse aspecto é tema de interesse deste estudo, no âmbito da APF, ao buscar evidenciar os possíveis riscos que devem ser levados em conta na contratação de desenvolvimento ágil de software com a metodologia Scrum, visando à identificação de respectivas ações mitigadoras.

1.1 REVISÃO DA LITERATURA

A revisão da literatura se baseia numa análise bibliométrica, conforme descrita na metodologia, a partir da qual vários artigos de interesse ao tema deste estudo foram identificados e catalogados, conforme segue.

1.1.1 Publicações Relevantes

Após a realização de todas as buscas, foram selecionadas algumas publicações identificadas como importantes para este trabalho, levando em consideração as palavras-chave, o resumo e os objetivos. Elas tratam de assuntos referentes aos métodos ágeis e desenvolvimento de software, assim como sobre engenharia de software, contratação em instituição pública brasileira, e, por fim, terceirização de TI na APF. No Quadro 1, apresenta-se a relação dessas publicações com a indicação dos temas, referência, autores, de interesapresenta-se deste estudo, ano e aspectos principais.

Quadro 1 - Publicações relevantes

Temas Referências Aspectos principais

Métodos ágeis e desenvolvimento de

software

• Lindvall et al.

(2004);

• Silva (2007); • Bassi Filho (2008);

• Greer e Hamon

(2011);

• Díngsøyr et al.

(2012).

(20)

Temas Referências Aspectos principais

Engenharia de software

• Boehm (2006);

• Dyba e Díngsøyr

(2008);

• Tsun e Dc-Buu

(2008).

Os documentos classificados nesta categoria identificam algumas das principais fontes de mudança que afetam as práticas de engenharia de software e as estratégias de avaliação e de adaptação a essas fontes de mudança. Destacam também, que desenvolvimento ágil de software representa uma ruptura com as abordagens de engenharia de software tradicionais. Descrevem com base na literatura existente, uma lista de potenciais fatores críticos de sucesso de projetos ágeis. Tratam, ainda, sobre análise de confiabilidade para a consolidação dos fatores críticos de sucesso nas categorias qualidade, escopo, tempo e custo.

Contratação em instituição pública

brasileira

• Cruz (2008); • Melo e Ferreira

(2010);

• Silva et al. (2012).

O primeiro autor aborda a contratação, serviços de TI, governança de TI e a conformidade legal, onde o objetivo foi criar um quadro referencial normativo para a contratação de serviços de TI. As autoras seguintes descrevem um estudo de caso de uma instituição pública brasileira de grande porte que optou por adotar métodos ágeis após anos de experiência com métodos tradicionais de desenvolvimento. Relatam ainda que a busca crescente por qualidade de software e a pressão por entregas rápidas são os principais motivos que levam as empresas a adotarem métodos ágeis de desenvolvimento de software. Por fim, os últimos autores descrevem a IN 04/2010 voltada para organizações públicas para o desenvolvimento de planos estratégicos de TI, de modo que possam melhorar as compras de produtos e serviços.

Terceirização de TI na Administração

Pública Federal

• Sanglard e Monteiro

(2004);

• khan et al. (2011); • Guarda (2011); • Calazans et al.

(2012).

Estes trabalhos destacam a terceirização de serviços de TI, que tem apresentado um crescimento significativo ao longo dos últimos anos. Apresentam, também, uma proposta de modelo de avaliação e testes de software, com foco na gestão de serviços terceirizados por organizações governamentais. Analisam contratos de Terceirização de TI na APF sob a ótica da IN 04/2010. Fonte: A autora.

A seguir apresentam-se as principais contribuições dos artigos selecionados, classificados por tema.

1.1.1.1 Principais contribuições dos artigos selecionados

(21)

1.1.1.1.1 Métodos ágeis e desenvolvimento de software

O artigo de Lindvall et al. (2004) descreve a experiência de empresas que avaliam os métodos ágeis e suas práticas de desenvolvimento de software. A avaliação foi realizada de acordo com cada organização e suas necessidades específicas. Os autores procuraram: (i) identificar a área de negócio que levou à avaliação de métodos ágeis; (ii) verificar se os projetos pilotos alcançaram seus objetivos; (iii) e quais as lições aprendidas sobre incompatibilidades com o ambiente do projeto. Ainda, argumentam que uma organização deve considerar vários aspectos importantes quando da introdução de métodos ágeis, como, por exemplo, do ponto de vista do negócio a estimativa da qualidade de software em tempo e custo, satisfação do cliente, qualidade e produtividade. Outros aspectos a considerar incluem a dificuldade em introduzir e sustentar as práticas, seus efeitos, que podem ser desejáveis e indesejáveis, e a satisfação dos funcionários com o uso dos métodos. Consideram que a maior agilidade se refletiu na velocidade com que os desenvolvedores implementaram solicitações de mudança. Diante disso, os membros da equipe encontraram menos surpresas desagradáveis no final do ciclo de desenvolvimento e compartilharam uma visão comum do projeto. O processo tornou-se mais ágil. Além disso, a programação em pares ajudou a difundir informação e conhecimento por toda a equipe, sendo que as reuniões diárias melhoraram a disciplina de trabalho. Desenvolvedores observaram que poderiam facilmente aprender Programação eXtrema (XP) sem fazer grandes investimentos em ferramentas ou treinamento. Argumentam que o maior desafio para a adoção de práticas ágeis envolve a integração de cada piloto com os processos existentes no ambiente do projeto. Os desafios não residem no projeto ágil em si e nas novas práticas que coloca, mas na interface entre as práticas novas e as existentes. Finalizam que na organização um projeto não pode ser verdadeiramente independente, mas deve interagir e seguir as regras da organização em geral.

Para Silva (2007), as metodologias ágeis, em especial a XP, surgem como um contraponto às metodologias tradicionais de desenvolvimento de software. O trabalho desse autor pesquisa o ensino de XP em contextos acadêmicos, governamentais e industriais. Foram realizados três estudos de caso para sugerir padrões que auxiliem o ensino da metodologia.

(22)

sobre a adoção de XP. Isso acontece porque as instituições governamentais delegam trabalhos de desenvolvimento de software para empresas contratadas por concorrência pública. Ou então, adotam práticas guiadas por planejamento. Porém, observam que a adoção de metodologias ágeis pode trazer benefícios. Algumas iniciativas surgem através de alguns indivíduos dentro da equipe de TI e podem ocorrer sem apoio institucional. A indústria, por sua vez, investe em consultorias, onde um treinador é contratado para trabalhar junto com a equipe que adotará a metodologia. Segundo Silva (2007), a adoção de XP sempre varia de acordo com a realidade. O autor afirma que “melhorar o ensino de técnicas para que equipes possam colaborar no desenvolvimento de software de qualidade, é essencial para que esta área do conhecimento alcance a maturidade que esperamos”. Conclui que, a melhor maneira de implantar XP é de forma incremental, em pequenos passos, adaptando a teoria ao contexto local.

Segundo Bassi Filho (2008), métodos ágeis de desenvolvimento de software propõem uma abordagem mais humanística, com foco na entrega rápida e constante de software, com agregação de valor aos negócios, mas é preciso escolher um conjunto de práticas de desenvolvimento adequado às características do projeto e da equipe. O autor estudou os principais modelos de desenvolvimento de software usados na indústria, com enfoque especial nas metodologias ágeis, identificando práticas que pudessem ser combinadas a essas metodologias para tornar a equipe de desenvolvimento mais eficiente e produtiva. Realizou experimentos com metodologias ágeis e novas práticas em quatro projetos realizados em universidade, com softwares de código aberto, e, na indústria, em projetos com fins comerciais. Entretanto teve a oportunidade de usar diferentes combinações de metodologias e práticas de desenvolvimento ágil com o objetivo de identificar quais se mostravam mais adequadas a cada contexto. A partir dessas experimentações e da convivência diária com as equipes de desenvolvimento, observou similaridades e compilou um conjunto de práticas e percepções relevantes às equipes de desenvolvimento de software. Destaca que cada projeto precisa constantemente renovar suas práticas, pois, para cada momento, haverá um conjunto delas que será mais adequado. Dentre as conclusões há fatores atrelados ao lado humano da produção de software, pois esses aspectos possuem alta relevância nas atividades em equipe.

(23)

maioria das pesquisas inspira-se nas práticas emergentes da indústria. Embora a maioria dos artigos originários seja dos EUA, Canadá e Europa Ocidental, o desenvolvimento ágil de software tem sido um tema de pesquisa em todos os continentes, em um total de 63 países. Os autores identificaram também que nas conferências populares e revistas, as publicações sobre a investigação ágil apresentam evolução. Declara que isto pode ser verificado pela atenção que o desenvolvimento ágil recebeu em diversas comunidades científicas. De acordo com os autores, uma visão geral de publicações em revistas revela que o IEEE tem o maior número de artigos, seguido pelo Journal of Systems and Software, Informationand Software Technology, and Empirical Software Engineering. De acordo com eles, existe uma grande quantidade de trabalhos específicos sobre a adoção de um ou outro método, com uma porcentagem maior para o XP (Extreme Programming), seguido pelo Scrum, além de vários trabalhos relacionados a perspectivas teóricas como a gestão do conhecimento, aprendizagem organizacional e teoria dos jogos. Descrevem que a revisão mostrou a necessidade urgente de mais estudos envolvendo equipes maduras de desenvolvimentos ágeis, e que a maioria dos estudos, até então focados em projetos, estavam apenas começando a usar métodos ágeis. O aumento do número de artigos em revistas, não apenas o número crescente de trabalhos em conferência é um sinal de aumento na qualidade também. Sendo assim, algumas subáreas de desenvolvimento ágil parecem ser mais maduras do que outras, por exemplo, há estudos de experiências sobre a programação em pares, com foco na eficácia, Dyba et al., (2007), e em uso no ensino universitário, Salleh et al., (2011).

(24)

experiências da aplicação de métodos ágeis em um projeto de software de código aberto, que oferece um produto de software de segurança crítica. Já no segundo artigo, Ferreira et al. (2011) descrevem observações de duas equipes distintas, uma para desenvolvimento de software e outra para o projeto da experiência do usuário. No terceiro artigo, Petersen et al. (2011) trabalham em um estudo de caso, onde o método Lean software Development foi usado. Esse artigo descreve o uso de fluxogramas para modelar e detectar gargalos no processo de engenharia de software. E, por fim, conclui que o papel dos métodos ágeis continua a ter uma avaliação positiva na indústria em termos de apoio à decisão e melhoria de processos. Finaliza que devem ser levadas em consideração as diferenças de culturas de trabalho dentro da organização, e que o desenvolvimento ágil baseia-se na auto-organização de equipes para lidar com os desafios de desenvolvimento de projetos de software e que esse tipo de trabalho deve ser apoiado e valorizado.

1.1.1.1.2 Engenharia de software

O artigo escrito por Boehm (2006) descreve a evolução das práticas de engenharia de software, as experiências de software do passado que valem repetir, além de identificar algumas das principais fontes de mudança que irão afetar as práticas de engenharia de software nas próximas décadas; visualiza algumas estratégias para avaliar e adaptar as fontes de mudança e que resumem algumas implicações para o futuro do software, de interesse dos pesquisadores de engenharia, profissionais de outras áreas e educadores. Para cada década, o autor identifica princípios que considera atemporal, eternos, e uma prática que ele descreve como envelhecida para a década. No Quadro 2 explica a evolução da engenharia de software desde a década de 1950, e nesse enfoque também são apresentadas as principais tendências de desenvolvimento de software, dentre elas o surgimento dos métodos ágeis de desenvolvimento de software.

Quadro 2 - Evolução da engenharia de software desde a década de 50

Década Principais tendências de desenvolvimento de software

1950 Tese1: engenharia de

software é como engenharia de

hardware

Modelos de cascata do tipo sequenciais têm sido usados no desenvolvimento de software por um longo tempo.

1960 Infraestrutura melhor, ênfase crescente em software; intervalos maiores

Segundo o filósofo Hegel (1995):

(25)

Década Principais tendências de desenvolvimento de software

Antítese2: arte de

software entre as necessidades de sistemas e os recursos para realizá-los. 1970

Síntese e antítese3: processos de formalidades e cascata

O sucesso da programação estruturada levou a muitas outras abordagens aplicadas ao projeto de software.

1980

Síntese: produtividade e escalabilidade

O aumento em métodos quantitativos no final dos anos 1970 ajudou a identificar os principais pontos para melhorar a produtividade de software;

reutilização de software.

1990

Antítese: simultâneos contra processos sequenciais

Métodos orientados a objeto foram fortalecidos através de avanços como padrões de projeto; arquiteturas de software e linguagens de descrição de arquitetura, desenvolvimento de Linguagem de Modelagem Unificada (UML); desenvolvimento de código fonte; usabilidade e interação homem

computador. 2000

Antítese e síntese parcial: agilidade e valor

Continuação da tendência para o desenvolvimento rápido de aplicativos; surgimento de métodos ágeis de desenvolvimento de software; em 2001

publicou o manifesto ágil. 2010

Antíteses e sínteses parciais: globalização e sistemas de

sistemas

Rápida mudança e necessidade de agilidade; maior ênfase no valor e usabilidade; criticidade de software e a necessidade de segurança; necessidades de reutilização e integração de software legado; crescente

integração de software e engenharia de sistemas. Fonte: Boehm (2006), adaptado pela autora.

Boehm (2006), conclui que o ritmo da mudança continuará por muitas décadas, assim como a complexidade dos sistemas de softwareque necessitam de uma engenharia perceptiva. Observa ainda que, novas abordagens têm caracterizado a área de engenharia de software, que busca sempre a melhoria dos processos e produtos de software.

Por outro lado:

embora diversas normas e modelos já tenham contribuído significativamente para a melhoria de processos de contratação de serviços de TI, especialmente os relativos a software, a sua aplicação ao contexto das organizações públicas brasileiras encontra um grave obstáculo: a necessidade de alinhamento à legislação brasileira (BRASIL, 2011a, p. 19).

Dybå e Díngsøyr (2008) apresentam uma revisão sistemática com foco em estudos empíricos sobre o desenvolvimento ágil de software, cujo resultado pode ser considerado enfático quanto à necessidade de mais estudos empíricos sobre o desenvolvimento ágil. Eles levantaram uma visão detalhada sobre os fatores humanos e sociais, cultura organizacional, características das equipes, percepções dos clientes, desenvolvedores e estudantes com identificação de limitações como a dificuldade de manter o cliente junto ao desenvolvedor por longos períodos e a utilização em projetos complexos e grandes. A revisão sugere também algumas vantagens percebidas, a saber: satisfação no emprego, produtividade e maior satisfação do cliente.

2 a tese falha em alguns aspectos importantes;

(26)

Segundo Tsun e Cao (2008), o software é importante em todas as fases do projeto, mas o desenvolvimento de software em si não é um processo perfeito. Eles realizaram uma pesquisa sobre os fatores críticos de sucesso de projetos de desenvolvimento ágil de software, utilizando abordagem quantitativa. A pesquisa foi realizada entre os profissionais ágeis, reunindo dados de pesquisa a partir de 109 projetos ágeis de 25 países em todo o mundo. O estudo propôs usar os dados dessa pesquisa para explorar os fatores críticos de sucesso de projetos de desenvolvimento ágil de software. Então, as falhas/problemas foram classificadas em quatro categorias: organizacional, pessoas, processos e técnicas. Já os fatores de sucesso de projetos ágeis foram classificados em cinco categorias: organizacional, pessoas, processos, técnicas e projeto. Os dados foram coletados de 109 projetos ágeis de um grupo diversificado em relação ao tamanho das organizações, setores e localizações geográficas, fornecendo assim informações empíricas suficientes para a análise estatística. Os autores concluíram que projetos que envolvam adoção de métodos ágeis no desenvolvimento de software, tenham equipe de grande conhecimento, com rigorosas técnicas ágeis de engenharia de software e, se executar uma estratégia de entrega correta, o projeto poderá ser bem sucedido. Enfatizam ainda o foco em gestão quando da adoção de métodos ágeis em seus projetos de desenvolvimento de software.

1.1.1.1.3 Contratação em Instituição Pública Brasileira

Para que a contratação em solução de TI seja bem sucedida, é necessário diversas leis, decretos, normativas, e muitas outras legalidades para que se faça cumprir as necessidades em contratações.

(27)

caracterizou os impactos percebidos e as lacunas e oportunidades de melhoria. A pesquisa foi caracterizada como pesquisa aplicada, com abordagem qualitativa e finalidade descritiva. As respostas foram analisadas segundo as técnicas da Grounded Theory que, segundo o autor, abrangem técnicas de análise de informações contidas em fontes não estruturadas, mas adotam a base empírica para a identificação das categorias relevantes identificáveis na amostra. Cruz (2008), concluiu na pesquisa que não existia um catálogo de requisitos para o processo de contratação de serviços de TI do setor público; segundo o autor, isso é afetado por uma legislação extensa e complexa, sendo percebido nesse contexto que a legislação brasileira de licitações e contratos é, de fato, dispersa e complexa e, em alguns casos, chega a ser inconsistente.

O artigo de Melo et al. (2010), traz um estudo de caso de uma Instituição Pública Brasileira de grande porte que optou pela adoção de métodos ágeis após anos de experiência com métodos tradicionais de desenvolvimento. No primeiro momento houve a contratação de um treinamento externo, e de acordo com a maturidade do time, o desenvolvimento de métodos ágeis foi sendo realizado internamente dentro da instituição. Detalha ainda o contexto organizacional que motivou e apoiou o processo de adoção. Descreve então dois projetos pilotos sob perspectivas técnicas e gerenciais, e discute os resultados observados. No artigo foi analisado empiricamente a adoção de métodos ágeis e seu impacto no aprendizado, na qualidade do código-fonte, na produtividade e na satisfação do cliente. Relata que, os métodos ágeis para desenvolvimento de software podem ser considerados uma alternativa ao método tradicional. Finaliza que a adoção de métodos ágeis teve um efeito positivo na prática de novas tecnologias e na satisfação dos clientes, e um aumento na qualidade do código e na produtividade dos times estudados.

(28)

desafios. Finaliza que a EGTI deve ser revisada, a fim de que as estratégias estejam alinhadas com a missão organizacional, considerando a atuação do órgão, bem como questões relacionadas com a evolução da tecnologia.

Por outro lado, Tsukumo et. al. (2011), descrevem que nos Estados Unidos (EUA), a contratação no setor público apresenta maturidade avançada. O Congresso dos EUA aprovou em 1996 a “Lei da Reforma da Gestão da Tecnologia da Informação” que define: (i) em cada órgão do governo, deve haver um Chief Executive Officer (CIO), ligado diretamente à autoridade máxima do órgão, responsável por gerir a TI do órgão; (ii) aquisição, planejamento e gestão da tecnologia devem ser tratados como investimento de capital; (iii) as compras de TI devem ser tratadas eficientemente como na iniciativa privada; (iv) deve ser usado o Federal Enterprise Architecture e seus Modelos de Referência, que é a estrutura de base empresarial para a melhoria de todo o governo, e descreve a relação entre as funções do negócio e as tecnologias e informações onde deverão apoiar-se.

1.1.1.1.4 Terceirização de TI na Administração Pública Federal

No artigo de Sanglard et al. (2004), eles descrevem um estudo de caso de natureza exploratória no qual se aplica um método de apoio multicritério à decisão a um problema de desenvolvimento de software com equipe interna ou terceirizada em uma empresa de telecomunicações. O estudo mostra a importância, facilidade e rapidez da aplicação de um método para a decisão de desenvolvimento de software por equipe ou terceirizada. Segundo os autores a terceirização no Brasil é uma realidade e algumas empresas já nascem com terceirização total de suas tecnologias. A pesquisa concluiu que nenhum método é aplicado no apoio à decisão. Considera, no entanto, que é fundamental o entendimento de um problema para uma melhor tomada de decisão.

(29)

projetos e garantir o sucesso do mesmo. Os resultados mostraram que o recurso humano qualificado é um fator importante para a seleção de organizações competentes. Observam que metade das empresas que tentaram a terceirização não conseguiram obter os resultados esperados. O estudo identificou que os fatores de sucesso podem influenciar os clientes na escolha de fornecedores de terceirização de software. Alguns dos principais fatores que limitam o sucesso apresentam necessidade da gestão de centrar a sua atenção, a fim de melhorar as iniciativas da TI quando da terceirização de software. Os resultados indicam ainda que a redução de custos não deve ser considerada, pelos fornecedores, como o único fator primordial na obtenção dos projetos terceirizados, e que fornecedores precisam tratar adequadamente os fatores tais como recursos humanos qualificados, infraestrutura adequada, a qualidade de produtos e serviços, e gerenciamento eficiente no que tange a relacionamentos.

(30)

Para Guarda (2012), vários problemas são identificados nas contratações públicas, quando se trata de serviços de TI; dentre esses a ausência de planejamento estratégico institucional, deficiência na estrutura de pessoal, confidencialidade das informações, também da integridade e disponibilidade. Em seu trabalho, ela analisa diversos contratos de prestação de serviços terceirizados de TI em dois órgãos da Administração Pública Federal, objetivando propor recomendações que possam auxiliar no processo de contratação de serviços de TI, utilizando como instrumento a IN 04/2010. O estudo foi realizado através de análise comparativa de gastos que os dois órgãos obtiveram nos últimos dez anos, a partir do ano de 2001. Verificou ainda a possibilidade de redução de gastos com a modalidade de licitação denominada pregão eletrônico. Revisou diversas normas federais nas contratações de TI a partir do ano de 1991, verificando sua evolução. Descreveu as vantagens e desvantagens da terceirização, bem como os riscos no processo de terceirização de TI. Considera, no entanto, que os órgãos estão no processo de alinhamento com as regras, citando os elementos para a gestão de contratos, motivados pela necessidade de gestão, controle, monitoramento e fiscalização. De maneira geral, a autora observa que é preciso rever se a terceirização de serviços de TI é a melhor alternativa, pois há de se preocupar em relação ao não cumprimento, da prestadora, com suas obrigações junto ao contratado. Sugere, então, que seja analisada a viabilidade de cada contratação, pois os servidores de carreira poderão ser fortalecidos pela gestão, através da qualificação e do alinhamento dos processos; sendo assim, assumindo tais atribuições. Acrescenta ainda que a terceirização foi adotada numa época em que os recursos eram limitados, bem como o treinamento de pessoal e o acesso a tecnologia.

Nesta revisão de literatura, observa-se que ainda existe necessidade de mais estudos que abordem a temática referente à contratação do desenvolvimento ágil de software na APF, descrevendo os riscos e possíveis ações mitigadoras, tema deste estudo. Frente ao exposto, algumas lacunas ainda precisam ser sanadas.

1.2 PROBLEMA E QUESTÃO DA PESQUISA

(31)

aprovado para realizar as contratações de TI pode aumentar significativamente os riscos desse processo. A organização se expõe a riscos desnecessários, que podem ser mitigados com a adoção de processos de trabalho aderentes às normas que regulam as contratações na APF.

Nesse aspecto, o levantamento do TCU descreve ainda que:

devido à complexidade da legislação de licitações vigente, o primeiro risco é de que não sejam observados todos os dispositivos legais e normativos. Nem todos os responsáveis pelas contratações de TI são especialistas no assunto e, caso não haja um processo formal de trabalho, dispositivos legais podem deixar de ser observados. Além disso, é improvável que todos os responsáveis acompanhem as alterações normativas e estejam atualizados sobre as mudanças na interpretação da legislação e jurisprudência da área. O mais seguro para a organização é que o processo de contratação esteja padronizado e disponível para todos os responsáveis para evitar a ocorrência de dúvidas e falhas nas aquisições de TI. Deve-se reforçar que muitas falhas no processo de aquisição têm sérias repercussões no processo de gestão dos contratos durante sua vigência e, em alguns casos, mesmo após seu encerramento devido a pendências judiciais. (BRASIL, 2007, p. 25).

Cruz (2008) destaca a complexidade da conformidade legal nos processos de contratação de serviços de TI, em função dos diversos fatores contextuais que se relacionam e se influenciam mutuamente, tais como: conhecimento; comunicação; cultura organizacional; governança corporativa e de TI; maturidade das equipes; maturidade de processos; disponibilidade de especialistas na legislação aplicável; consolidação da legislação aplicável; atuação das instâncias do controle; e outros. Guarda (2011), também reporta alguns fatores que merecem atenção numa contratação de solução de TI, como: problemas de desempenho em decorrência da falta de formalização do processo de contratação; falta de conhecimento sobre o mesmo; e deficiências em sua execução.

(32)

garantia da qualidade dos resultados esperados, aos critérios de aceitação, à gestão de mudanças, às transferências de conhecimentos, à legislação pertinente, entre outros.

Em função disso, o TCU estabelece a obrigatoriedade da alta administração implantar uma estrutura de acompanhamentos internos mediante a definição de atividades de controle em todos os níveis da organização, para mitigar os riscos de suas atividades, dentre essas a contratação e gestão de soluções de TI, bem como o processo de desenvolvimento de software (BRASIL, 2012a). O cenário de mitigação de riscos ainda está distante do desejável (BRASIL, 2012b), principalmente quando envolve novas tecnologias.

Nas contratações de desenvolvimento de software com a utilização de métodos ágeis, cuja abordagem ainda é tratada como novidade no mercado especializado nacional, sobretudo no âmbito da APF, há riscos inerente que necessitam ser investigados. O TCU, atento aos investimentos para adoção de serviços de desenvolvimento de software utilizando métodos ágeis, verificou as experiências práticas de contratação realizadas pelas instituições públicas (BRASIL, 2013a). Esse trabalho, além de descrever as principais metodologias ágeis utilizadas pela APF, relaciona alguns riscos passíveis de materialização, suas possíveis causas e consequências, que foram classificados nas seguintes categorias: processos; produtos; e pessoas. Dentre os riscos identificados têm destaque a possibilidade de se preterir um planejamento adequado e de se adotar forma de pagamento não baseada em resultados. O estudo é recente e trata-se de uma visão geral e primeira sobre o assunto: “...este trabalho não tem o intuito de esgotar as discussões sobre as características e os riscos da utilização de metodologias ágeis mediante o arcabouço normativo brasileiro” (BRASIL, 2013, p. 2).

Os ministros do TCU entenderam importantes que a Secretaria de Fiscalização de Tecnologia da Informação (Sefti):

aprofunde os estudos, inclusive com realização de fiscalizações, se forem necessárias, visando a identificar, com maior precisão, os riscos envolvidos na utilização dos “métodos ágeis” na contratação de desenvolvimento de software pela Administração Pública Federal, segundo o modelo atual de contratação, de maneira a orientar adequadamente os jurisdicionados deste Tribunal. (BRASIL, 2013, p. 41).

Cabe ressaltar a afirmação sobre “a viabilidade da adoção de metodologias ágeis em contratações destinadas ao desenvolvimento de software pela Administração Pública Federal (APF)” (BRASIL, 2013a, p. 39). Contudo, a gestão de riscos para essa abordagem merece atenção especial, em função da sua novidade no mercado nacional, para evitar que os órgãos do setor público descumpram os normativos vigentes.

(33)

há riscos que precisam ser considerados e mitigados. Com o conhecimento adquirido sobre métodos ágeis, seja decorrente da análise teórica ou das visitas realizadas pela equipe de fiscalização a algumas instituições públicas federais, seja decorrente do exame dos contratos dessas instituições, é possível vislumbrar alguns riscos nas contratações públicas para desenvolvimento de software por meio de métodos ágeis. O cenário de mitigação de riscos ainda está distante do desejável (BRASIL, 2012b), principalmente quando envolve novas tecnologias.

Conforme apresentado na IN 04/2010, a fase de planejamento da contratação dispõe dentre suas etapas a análise de riscos que é o documento que contém a descrição, a análise e o tratamento dos riscos e ameaças que possam vir a comprometer o sucesso em todas as fases da contratação. Permeia todas as etapas do planejamento da contratação, destacando assim como mecanismo que merece atenção frente a sua complexidade para mitigação de riscos em contratação de desenvolvimento ágil de software.

Já em relação às metodologias ágeis mais utilizadas para o desenvolvimento de software, observa-se na literatura a preferência pelo Scrum. Também, conforme o estudo do TCU, uma das metodologias ágeis mais adotadas atualmente em projetos de desenvolvimento de software na APF é o Scrum (BRASIL, 2013a). Essa contratação também é indicada pela empresa Versionone (2012), que realiza levantamento anual sobre métodos ágeis. Segundo Versionone (2012), o Scrum é a metodologia utilizada por 72% das organizações pesquisadas. Nesse contexto, esta pesquisa utiliza o levantamento do TCU (BRASIL, 2013a) para referência dos riscos elencados, visando análise das ações de mitigação junto aos profissionais vinculados às áreas de TI ou de contratação de soluções de TI com a metodologia Scrum na APF.

Diante disso, o problema da presente pesquisa constitui-se da seguinte pergunta: que ações de mitigação de riscos podem ser empregadas pelos órgãos da APF na contratação de desenvolvimento ágil de software com a metodologia Scrum?

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

(34)

1.3.2 Objetivos Específicos

• verificar práticas relevantes nos projetos de desenvolvimento ágil de software com o

uso de metodologia Scrum;

• identificar os principais riscos na contratação de desenvolvimento ágil de software

com metodologia Scrum.

1.4 JUSTIFICATIVA

Este estudo visa pesquisar sobre quais ações de mitigação de riscos podem ser empregadas na contratação de desenvolvimento ágil de software, com a utilização de metodologia Scrum na Administração Pública Federal.

A pesquisa bibliométrica mostrou que há carência de estudos em torno da temática de contratação de soluções de desenvolvimento ágil de software com metodologia Scrum na APF. Por sua vez, a APF opera em um ambiente acelerado, em uma sociedade com mudanças rápidas e de demandas constantes. Assim, precisa responder a novas oportunidades, adaptar-se a novas atividades, a mudanças nas condições econômicas e ao surgimento de produtos e serviços. Softwares fazem parte das operações de negócio da APF.

O TCU (Brasil, 2013a) elaborou recentemente estudos e um levantamento acerca da utilização de métodos ágeis nas contratações para desenvolvimento de software pela APF. Esses estudos salientam que os métodos ágeis constituem um novo paradigma para a construção de sistemas informatizados, ainda pouco difundidos nacionalmente, principalmente no âmbito das instituições públicas. No entanto, sua adoção tem se mostrado crescente. Dessa forma, a Sefti entendeu necessário aprofundar seu conhecimento teórico acerca do tema, analisando de que forma estão ocorrendo as contratações públicas para desenvolvimento de software com base nesses métodos, bem como identificando alguns riscos associados a essas contratações.

(35)

Nesse cenário, as instituições públicas iniciaram investimentos nessa área, capacitando seus servidores e instituindo internamente em suas equipes de TI, quando possível, métodos ágeis para o desenvolvimento de suas soluções. Ainda, afirma que algumas dessas instituições começaram a realizar contratações para desenvolvimento de software, seja para projetos específicos, seja para fábricas de software, fundamentada em métodos ágeis (BRASIL, 2013a).

Para o TCU (BRASIL, 2013a), com o conhecimento adquirido sobre métodos ágeis, e pelo resultado decorrente da análise teórica ou das visitas realizadas pela equipe de fiscalização a algumas instituições públicas federais, e em exame dos contratos dessas instituições, é possível vislumbrar alguns riscos nas contratações públicas para o desenvolvimento de software por meio de métodos ágeis. O estudo aponta que algumas das consequências possíveis, quando da materialização do risco ora exposto, são atrasos constantes na entrega dos produtos e geração de produtos de baixa qualidade, resultando, em última análise, no não atendimento da necessidade da contratação.

Deste modo, percebe-se, pela complexidade inerente à contratação de soluções de TI para a APF, maturidade em evolução no processo de desenvolvimento ágil de software e poucos estudos publicados sobre esse tema, oportunidade para a contribuição acadêmica nessa área. Em função dos diversos riscos possíveis de materialização na contratação de desenvolvimento ágil de software com metodologia Srcum, este estudo torna-se importante por investigar formas para a sua mitigação.

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO

Esta dissertação encontra-se estruturada em 6 capítulos, da seguinte forma:

O Capítulo 1 apresenta a Introdução, contextualiza a revisão da literatura, identificada através da realização da análise bibliométrica, apresenta o problema e a questão da pesquisa, e, por fim, apresenta os objetivos e a justificativa.

O Capítulo 2, Referencial teórico, apresenta os conceitos dos métodos ágeis, as principais metodologias ágeis, a IN 04/2010, o Acórdão 2314 (BRASIL, 2013a) e o modelo da pesquisa.

(36)

O Capítulo 4, Resultados, divide-se em resultados do questionário e considerações do grupo de foco referente ao Acórdão 2314 (BRASIL, 2013a).

O Capítulo 5, Análise dos resultados, compõe as possíveis ações de mitigação para os cinco riscos identificados como os mais importantes.

(37)

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Este capítulo tem o propósito de descrever os métodos ágeis, com ênfase na metodologia Scrum, apresentar os conceitos e as aplicações da IN 04/2010, e do Acórdão 2314 (BRASIL, 2013a).

2.1 MÉTODOS ÁGEIS

Os métodos ágeis surgiram a partir do manifesto ágil, em 2001, e seus princípios estão focados na satisfação do cliente, através de resultados rápidos e entregas constantes. As suas principais características estão relacionadas à entrega rápida e objetiva, iterações curtas e documentação leve, permitindo alterações imediatas. Enfatiza, ainda, a prioridade dos projetos e a documentação mínima e eficiente. Surgiram em contrapartida aos processos de desenvolvimento tradicional de software.

De acordo com Lobo (2008), desenvolver um software sem nenhuma sistematização é um verdadeiro caos, entretanto, utilizar processos pesados também se torna oneroso em relação aos custos e ao tempo dispendido no projeto. Assim, a metodologia ágil de desenvolvimento de software representa uma solução, pois define regras e rotinas que não “pesam” no desenvolvimento, mas tornam o ambiente mais controlado e mais rápido. O autor argumenta, também, que a maioria das metodologias ágeis possui uma característica em comum: iterações em curto período de tempo, por exemplo, uma semana ou um mês. Segundo Gabardo e Gomes (2009), os métodos ágeis têm sido adotados para aumentar a efetividade das equipes de desenvolvimento de produto, criando sistemas que agregam valor ao negócio do cliente.

(38)

Para o manifesto ágil, alguns valores devem ser considerados para o desenvolvimento ágil de software, conforme Quadro 3, onde mesmo havendo valor nos itens à direita, valoriza-se mais os itens à esquerda.

Quadro 3 - Valores do manifesto ágil

VALORES DO MANIFESTO ÁGIL

Indivíduos e interação entre eles Mais que processos e ferramentas

Software em funcionamento Mais que documentação abrangente

Colaboração com o cliente Mais que negociação de contratos

Responder a mudanças Mais que seguir um plano

Fonte: Manifesto ágil. Disponível em: <http://manifestoagil.com.br/index.html>, adaptado pela autora.

2.1.1 Principais metodologias ágeis

Misra et al. (2011) descrevem que as metodologias de desenvolvimento de software ágil são atualmente uma abordagem de engenharia de software emergente, que se constituiu de um conjunto de princípios defendidos inicialmente por um grupo de dezessete profissionais de software, e agora é praticada por muitos profissionais da área.

Ainda de acordo com Misra et al. (2011), as metodologias ágeis são baseadas em um conjunto de princípios que orientam a natureza genérica de todas as diferentes metodologias ágeis. Os doze princípios enunciados no manifesto ágil são descritos por Misra et al. (2011, p. 975):

(1) A maior prioridade é dada para à satisfação do cliente através da entrega adiantada e contínua de software valioso.

(2) Mudanças de requisitos são bem-vindas, mesmo tardiamente, durante o desenvolvimento. Mudanças ágeis nos processos são o cerne da vantagem competitiva do negócio do cliente.

(3) Software de trabalho é entregue com frequência, a partir de um par de semanas ou de um par de meses, com preferência para a escala de tempo mais curta.

(4) Pessoas de negócios e desenvolvedores trabalham juntas diariamente, durante o projeto.

(5) Os projetos são construídos em torno de indivíduos motivados. Eles recebem o ambiente e o apoio de que precisam.

(6) O método mais eficiente e eficaz de transmitir informações para uma equipe de desenvolvimento é a conversa face-a-face.

(7) O software de trabalho é a principal medida de progresso.

(8) Processos ágeis promovem o desenvolvimento sustentável. Os patrocinadores, desenvolvedores e usuários devem ser capazes de manter um ritmo constante, indefinidamente.

(39)

(11) As melhores arquiteturas, requisitos e projetos emergem de equipes auto-organizadas.

(12) O sucesso é alcançado quando, em intervalos regulares, a equipe reflete sobre como se tornar mais eficaz, e então ajusta seu comportamento de acordo.

Segundo Salo e Abrahamsson (2008, p. 58), as metodologias ágeis mais conhecidas são XP e Scrum, sendo que a Scrum está mais relacionada a uma boa gestão do projeto, aumentando a possibilidade de sucesso no desenvolvimento do software. Por outro lado, o XP tem por foco nas atividades relacionadas à implantação do software. Dyba e Dingsøyr (2008), por sua vez, consideram metodologias ágeis as seguintes:

2.1.1.1 Metodologias Crystal

Para Dyba e Dingsøyr (2008), esse método é executado para equipes de diferentes tamanhos e criticidade, utilizando as cores laranja claro, amarelo, vermelho e azul. É o método mais ágil, pois concentra-se na comunicação em pequenas equipes de desenvolvimento de software. Contém sete características: entrega frequente, melhoria reflexiva, comunicação osmótica, segurança pessoal, foco, fácil acesso a usuários experientes, e os requisitos para o ambiente técnico.

2.1.1.2 Método de desenvolvimento de software dinâmico (DSDM)

Nesse método, Dyba e Dingsøyr (2008, p. 835) descrevem que o projeto é divido em três fases: pré-projeto, projeto do ciclo de vida e pós-projeto. A DSDM possui nove princípios subjacentes:

envolvimento do usuário;

capacitação da equipe do projeto; entrega frequente;

atender às necessidades de negócios atuais; desenvolvimento iterativo e incremental; permitir alteração de escopo;

escopo de alto nível a ser fixado antes do início do projeto; testes ao longo do ciclo de vida e

(40)

2.1.1.3 Desenvolvimento Guiado por Funcionalidades (FDD)

Conforme, Dyba e Dingsøyr (2008), o FDD combina desenvolvimento orientado por modelo, é ágil, tem ênfase no modelo inicial de objeto, há divisão do trabalho em funções e design iterativo para cada recurso. Afirma ser adequado para o desenvolvimento de sistemas críticos. Uma iteração de um recurso consiste em duas fases: concepção e desenvolvimento.

2.1.1.4 Desenvolvimento de software Lean

O método Lean, de acordo com Dyba e Dingsøyr (2008, p. 835), é uma adaptação de princípios de produção magra e, em particular, relacionada com o sistema de produção Toyota aplicado ao desenvolvimento do software. Baseia-se em sete princípios: (i) eliminar perdas; (ii) ampliar a aprendizagem; (iii) decidir o mais tarde possível; (iv) entregar o mais rápido possível; (v) capacitar a equipe; (vi) construir, integridade; (vii) ver o todo.

2.1.1.5 Extreme Programming (XP e XP2)

No XP, Dyba e Dingsøyr (2008, p. 835) argumentam que essa metodologia concentra-se em melhores práticas para o deconcentra-senvolvimento de software, dentre essas:

o jogo de planejamento; lançamentos de pequeno porte; metáfora;

design simples; testes;

refatoração;

programação em pares; propriedade coletiva;

integração contínua, de 40 h por semana, no local; clientes e padrões de codificação.

(41)

ciclo semanal, ciclo trimestral, folga de 10 minutos de criação, integração contínua, teste de primeira programação e design incremental.

2.1.1.6 Scrum

Para Deemer et al. (2010) os métodos ágeis surgiram a partir de uma abordagem mais fundamentada na realidade humana, onde o desenvolvimento de produtos de aprendizagem, inovação e mudança renderia melhores resultados. O desenvolvimento ágil se concentra em equipes multifuncionais com poderes para tomadas de decisões. Centra-se em iteração rápida, e com atendimento contínuo ao cliente. Segundo os autores, a metodologia mais popular é o Scrum, pois foi fortemente influenciado pelo artigo The New New Product Development Game (1986). Nesse documento o termo “Rugby4” foi introduzido, e que mais tarde se transformou em “Scrum”. Segundo Deemer et al. (2010), Scrum é hoje utilizado por grandes e pequenas empresas, incluindo: Yahoo!, Microsoft, Google, Lockheed Martin, Motorola, SAP, Cisco, GE, CapitalOne e a US Federal Reserve. De acordo com os autores, Scrum é um framework iterativo e incremental para projetos e produtos ou desenvolvimento de aplicação. A Figura 1 detalha a visão geral do Scrum, segundo Deemer et al. (2010):

4 Trata-se de um esporte coletivo, onde há um tipo de formação para disputa pela bola. Em caso de penalidades

(42)

Figura 1 - Visão geral do Scrum

Fonte: Deemer et al. (2010).

Em seguida, esse assunto foi formalizado por Ken Schwaber e Jeff Sutherland.

Segundo Schwaber e Sutherland (2011), o Scrum é um framework estrutural que está sendo usado para gerenciar o desenvolvimento de produtos complexos desde o início de 1990. Centra-se na gestão de projetos em situações onde é difícil planejar com antecedência e se utiliza de mecanismos de controle de processos empíricos, onde laços de feedback constituem o elemento central. O software é desenvolvido por uma equipe auto-organizada, em incrementos chamados sprints, começando com o planejamento e terminando com um comentário ou revisão.

(43)

2.1.1.6.1 Teoria do Scrum

De acordo com Schwaber e Sutherland (2011, p. 4), o Scrum é fundamentado nas teorias empíricas de controle de processo. Eles afirmam que o conhecimento vem da experiência e de tomada de decisões baseadas no que é conhecido. Declaram, também, que o Scrum emprega uma abordagem iterativa e incremental para aperfeiçoar a previsibilidade e o controle de riscos. Esse método se apoia em três pilares para a implementação de controle de processo, sendo eles: transparência, inspeção e adaptação.

Transparência determina que os processos devem estar visíveis aos responsáveis pelos resultados, requerendo aspectos definidos por um padrão comum para que os envolvidos compartilhem um mesmo entendimento do que está sendo visto. Na inspeção, os usuários devem, frequentemente, inspecionar os artefatos do Scrum e o progresso em direção ao objetivo, para detectar indesejáveis variações. Nas adaptações, caso necessitem de ajustes, estes devem ser realizados o mais breve possível para minimizar mais desvios e para que o resultado do produto seja aceitável.

Schwaber e Sutherland (2011, p. 4) descrevem que o Scrum apresenta quatro oportunidades formais para inspeção e adaptação, que são: reunião de planejamento da sprint; reunião diária (Daily Scrum); reunião de revisão da sprint; retrospectiva da sprint. Para eles, “o coração do Scrum é a sprint, que é uma iteração de um mês ou menos, de duração consistente com o esforço de desenvolvimento. Todas as sprints utilizam o mesmo modelo de Scrum e todas as sprints têm como resultado um incremento do produto final que é potencialmente “entregável”. Cada sprint começa imediatamente após a anterior (Ibid., p. 8).

2.1.1.6.2 Time Scrum

Imagem

Figura 1 - Visão geral do  Scrum
Figura 2 - Contratações de soluções de TI
Figura 3 - Processo de contratação
Figura 4 - Fase de planejamento da contratação
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Referências

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