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Validação das escalas de bem-estar subjetivo e autoestima para idosos : adaptação de uma medida e verificação de um modelo teórico

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Academic year: 2017

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Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Gerontologia

VALIDAÇÃO DAS ESCALAS DE BEM-ESTAR SUBJETIVO E

AUTOESTIMA PARA IDOSOS: ADAPTAÇÃO DE UMA MEDIDA

E VERIFICAÇÃO DE UM MODELO TEÓRICO.

Brasília - DF

2014

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MARIA CHRISTINA SOARES GOMES

VALIDAÇÃO DAS ESCALAS DE BEM-ESTAR SUBJETIVO E AUTOESTIMA PARA IDOSOS: ADAPTAÇÃO DE UMA MEDIDA E VERIFICAÇÃO DE UM

MODELO TEÓRICO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Gerontologia da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção do Título de Mestre em Gerontologia.

Orientadora: Profa. Dra. Gislane Ferreira de Melo

Co-orientador: Prof. Dr. Nilton Soares Formiga

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7,5cm

Ficha elaborada pela Biblioteca Pós-Graduação da UCB

G633v Gomes, Maria Christina Soares.

Validação das escalas de bem-estar subjetivo e autoestima para idosos: adaptação de uma medida e verificação de um modelo teórico. / Maria Christina Soares Gomes – 2014.

48 f.; il : 30 cm

Dissertação (mestrado) – Universidade Católica de Brasília, 2014. Orientação: Profa. Dra. Gislane Ferreira de Melo

Coorientação: Prof. Dr. Nilton Soares Formiga

1. Idosos. 2. Autoestima. 3. Amor-próprio – idoso. 4. Qualidade de vida. I. Melo, Gislane Ferreira de, orient. II. Formiga, Nilton Soares, coorient. III. Título.

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Dissertação de autoria de Maria Christina Soares Gomes, intitulada “VALIDAÇÃO DAS ESCALAS DE BEM-ESTAR SUBJETIVO E AUTOESTIMA PARA IDOSOS: ADAPTAÇÃO DE UMA MEDIDA E VERIFICAÇÃO DE UM MODELO TEÓRICO”, apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Gerontologia da Universidade Católica de Brasília, em 24/03/2014, defendida e aprovada pela banca examinadora abaixo assinada:

______________________________________________________ Profa. Dra. Gislane Ferreira de Melo

Orientadora

Mestrado em Gerontologia - UCB

______________________________________________________ Prof. Dr. Nilton Soares Formiga

Co-orientador

Faculdade Maurício de Nassau - João Pessoa/PB

______________________________________________________ Profa. Dra. Karla Helena Coelho Vilaça

Mestrado em Gerontologia - UCB

______________________________________________________ Profa. Dra. Maria de Fatima de Matos Maia

Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES

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AGRADECIMENTO

“Buscamos, no outro, não a sabedoria do conselho, mas o silêncio da escuta; não a solidez do músculo, mas o colo que acolhe.” (Rubem Alves)

Agradeço primeiramente a Deus por me dar forças e discernimento para chegar ao meu objetivo final. Minha gratidão em especial aos meus pais e irmãos que me apoiaram desde o início, cada um no seu jeito de ser e agir. Na certeza que isto um dia chegaria ao fim me proporcionando crescimento tanto na minha vida pessoal quanto profissional.

Agradeço ainda a minha orientadora, professora, doutora e amiga, Gislane Ferreira de Melo que soube me compreender nos momentos difíceis, mas sempre me estimulando ao crescimento em todos os aspectos da vida: acadêmico, científico, pessoal e profissional. Com muito carinho, respeito e consideração, gostaria de dizer que sou grata pelo seu profissionalismo e que muito te admiro.

Não posso deixar de agradecer aos professores, doutores e amigos, Maria de Fatima de Matos Maia e Jaime Tolentino Miranda Neto, que muito me ajudaram para que eu pudesse estar neste momento me capacitando e crescendo acadêmica e profissionalmente.

Ao professor Dr. Nilton Soares Formiga por apresentar sempre disponível, ajudando-me a construir este estudo. Obrigado pelo carinho e dedicação dispensada!

Aos meus amigos de Montes Claros e Brasília meu muito obrigado! Em especial minha amiga Osana Messias que a todo instante esteve ao meu lado me incentivando, a Teresinha Leal com toda sua dedicação e disponibilidade em ajudar-me desde os primeiros dias em Brasília e a professora doutora Karla Helena Coelho Vilaça que além de grande profissional, tornou-se amiga.

Ao grupo de colegas e amigas do mestrado obrigado por me receber e me fazer bem numa cidade que pouco conhecia. Saibam que vocês não somente fizeram parte deste momento comigo, mas ficarão presentes a todos os momentos e lembranças de minha vida.

Obrigado a todos os professores do programa pelos ensinamentos, diálogos, e, principalmente, por me capacitar profissionalmente.

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RESUMO

Referência: GOMES, Maria Christina Soares. Validação das escalas de bem-estar subjetivo

e autoestima para idosos: adaptação de uma medida e verificação de um modelo teórico. 2014. 68p. Mestrado em Gerontologia - Universidade Católica de Brasília, Brasília/DF, 2014.

O aumento da população idosa fez com que pesquisadores aumentassem seus estudos no intuito de favorecer um envelhecimento saudável à sociedade. O objetivo desse estudo foi verificar a relação entre Bem-estar Subjetivo e Autoestima em idosos no intuito de adaptar e verificar um modelo teórico em indivíduos brasileiros bem como relacioná-los com os aspectos sócio-demográficos. A amostra foi composta por 219 idosos de 60 a 82 anos de idade (68.03 ± 6.20) residentes no norte de Minas Gerais - Brasil. A análise fatorial confirmatória corroborou a estrutura psicométrica das dimensões propostas por Kozma e Stones (1980) para a escala de bem-estar (MUNSH) e por Rosenberg (1989) para a autoestima. Observaram-se indicadores estatísticos que garantiram o modelo explicativo entre as variáveis: após análise fatorial confirmatória e modelagem de equação estrutural hipotetizando a existência dos fatores propostos por Kozma e Stones (1980) para o bem-estar (MUNSH) e por Rosenberg (1989) para a autoestima através do pacote estatístico AMOS 21.0, observou-se no primeiro modelo que a relação do bem-estar positivo associou-se, positivamente, com a autoestima positiva e, negativamente, com autoestima negativa sendo realizado modificações nos ajustes de erro obtendo a razão 2/gl = 1.24; GFI = 0.97; AGFI =

0.95; CFI = 0.98, RMSEA = 0.03 (0.00 - 0.06). Em um segundo modelo, observou-se resultados que se inverteram em suas associações comparadas ao primeiro modelo: observou-se uma associação positiva do bem-estar negativo, com a autoestima negativa e, negativamente, com a autoestima positiva sendo necessário ajustes para apresentar indicadores psicométricos que garantiram o modelo em questão: 2/gl = 1.08; GFI = 0.96;

AGFI = 0.94; CFI = 0.99, RMSEA = 0.02 (0.00 - 0.05). No que se refere aos aspectos sócio-demográficos, obteve as seguintes análises quando relacionados à autoestima – sexo (p = 0.26); idade (p = 0.93); religiosidade (p = 0.47); estado civil (p= 0.15); quantidade de filhos (p=0.94); escolaridade (p= 0.49). Quando relacionados ao bem-estar subjetivo: sexo (p=0.23); idade (p = 0.04); religiosidade (p = 0.62); estado civil (p= 0.01); quantidade de filhos (p=0.08); escolaridade (p= 0.29). Conclui-se que é de suma importância refletir sobre questões ligadas à saúde dos idosos principalmente em relação ao melhor desenvolvimento e foco no bem-estar com objetivos que favoreçam uma construção melhor da autoestima, percebido que a melhoria do BES positivo inibe a possibilidade de uma autoestima negativa, ou seja, dissolve a imagem negativa sobre si. Foi possível verificar por meio de um modelo sistêmico a relação do bem-estar subjetivo com a autoestima que visa identificar a satisfação que o indivíduo tem sobre a vida, social e individual na perspectiva de contribuir para um desenvolvimento de uma autoestima positiva. Não foi possível observar interferências de nenhuma das variáveis sócio-demográficas quando relacionados à autoestima. Em relação ao bem-estar subjetivo não foi possível identificar dados significantes quando relacionados ao sexo, religiosidade, escolaridade e quantidade de filhos. Entretanto, algumas variáveis mostraram-se importantes, pois, dos 60 aos 80 anos estar casado e o avançar da idade, evidenciaram associação estatisticamente significante com o bem-estar subjetivo.

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ABSTRACT

The increase in the elderly population has caused researchers to increase their education in order to promote healthy aging society. The aim of this study was to investigate the relationship between Subjective Welfare and Self-esteem in the elderly in order to adapt and to verify a theoretical model of Brazilians and relate them to the socio-demographic aspects. The sample consisted of 219 aged 60 to 82 years old (68.03 ± 6.20), residents in the north of Minas Gerais - Brazil. Confirmatory factor analysis confirmed the psychometric structure of the dimensions proposed by Kozma and Stones (1980) for a range of welfare (MUNSH) and Rosenberg (1989) for self-esteem. It was observed statistical indicators that have assured the explanatory model of variables: after confirmatory factor analysis and structural equation modeling hypothesizing the existence of the factors proposed by Kozma and Stones (1980) for the welfare (MUNSH) and Rosenberg (1989) for self-esteem through the statistical package AMOS 21.0 , it was observed at the first model that the ratio of positive welfare was associated positively with positive esteem and negatively associated with negative self-esteem being performed modifications in adjustments of error, obtaining the reason 2/gl =

1.24; GFI = 0.97; AGFI = 0.95; CFI = 0.98, RMSEA = 0.03 (0.00 - 0.06). At the second model, we observed results that were reversed in their organizations compared to the first model. Then we observed a positive association of negative welfare with negative self-esteem and negatively with positive self-esteem with need for adjustments in order to display indicators psychometric ensured that this model: 2/gl = 1.08; GFI = 0.96; AGFI = 0.94; CFI

= 0.99, RMSEA = 0.02 (0.00 - 0.05). Regarding socio-demographic features, it was obtained the following analysis: when related to self-esteem - sex (p = 0.26), age (p = 0.93), religiosity (p = 0.47), marital status (p = 0.15), number of children (p = 0.94), education (p = 0.49). When related to subjective welfare: sex (p = 0.23), age (p = 0.04), religiosity (p = 0.62), marital status (p = 0.01), number of children (p = 0.08), education (p = 0.29). Then, we conclude that it is very important to reflect on health issues of the elderly, mainly, in relation to the best development and focus on welfare with goals that foster a better self-esteem. We also could perceive that an improvement of the positive BES inhibits the possibility of a negative one, in other words, self-esteem dissolves the negative image about yourself. It was verified through a systemic model the relationship of subjective welfare with the self-esteem that aims to identify the individual’s satisfaction about social and individual life by perspective to contribute to development a positive self-esteem. There was no evidence of any interference of socio-demographic variables when they were related to self-esteem. In relation to subjective welfare, it was not possible to identify significant data when related to sex, religion, education and number of children. However, some variables were important because, from 60 to 80 years, variables like being married and advancing age showed a association statistically significant with subjective welfare.

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LISTA DE TABELAS

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LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS

AE – Autoestima

AGFI – Adjusted-of-Fit Index AN – Afetos negativos AP – Afetos positivos BES – Bem-estar subjetivo

CAIC – Consistent Akaike Information Criterion CFI – Comparative Fit Index

EAR – Escala de autoestima “Rosenberg Self-esteem” ECVI – Expected Cross Validation Index

EN – Experiências negativas EP – Experiências positivas GFI – Goodness-of-Fit-Index

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IC – Intervalo de confiança

ML – Maximum Likelihood

MUNSH – Escala de bem-estar subjetivo “Development of the Memorial University of Newfoundland”

PNAD - Pesquisa Nacional de Amostra por domicílio RMR – Root Mean Residual Square

RMSEA – Root Mean Square Error of Aproximation TLI – Tucker-Lewis Index

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 11

2 OBJETIVOS ... 14

2.1 OBJETIVO GERAL ... 14

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 14

3 REFERENCIAL TEÓRICO ... 15

3.1 ENVELHECIMENTO ... 15

3.2 BEM-ESTAR SUBJETIVO ... 17

3.3 AUTOESTIMA ... 19

3.4 VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTO ... 21

4 MATERIAIS E MÉTODOS ... 23

4.1 TIPO DE PESQUISA ... 23

4.2 AMOSTRA ... 23

4.2.1 Critérios de inclusão ... 23

4.3 INSTRUMENTOS ... 23

4.4 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS ... 24

4.5 ANÁLISES DOS DADOS ... 25

5 RESULTADOS ... 27

6 DISCUSSÃO ... 34

7 CONCLUSÃO ... 37

REFERÊNCIAS ... 39

APÊNDICES ... 44

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1 INTRODUÇÃO

Em todo o mundo, inclusive nos países em desenvolvimento, como o Brasil, é percebido um aumento progressivo da população de idosos (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2010). Isto se deve, principalmente, à combinação de fatores ambientais, genéticos, pessoais e socioculturais (MORAES; SOUZA, 2005).

O processo de envelhecer é dinâmico e progressivo com interferências funcionais, sociais e psicológicas o qual é determinado pelas experiências e pelo meio em que o indivíduo está inserido (CARVALHO FILHO; ALENCAR, 1994; PERLADO, 1995; BRÊTAS; OLIVEIRA, 1999; SCHIMIDT; SILVA, 2012).

Dentre as várias transformações que o indivíduo idoso vivencia, vale ressaltar aquelas da esfera psicológica, que podem alterar o comportamento e as atitudes frente a determinadas circunstâncias. Características como a autoestima (AE), o bem-estar psicológico (BEP) e subjetivo (BES) podem determinar a qualidade de vida e um processo de envelhecimento satisfatório ou não (COSTA, 2006; FALCÃO; ARAÚJO, 2011). De acordo com Diener et al. (1999), ao envelhecer, há uma diminuição da intensidade emocional na qual é sentida por meio das experiências vividas. Os autores afirmam que a satisfação com a vida aumenta com a idade, enquanto que a intensidade das experiências afetivas diminui no decorrer dos anos.

Assim, com o aumento considerável da população idosa, gerou-se um interesse cada vez mais crescente de estudos os quais visam verificarem a relação existente entre estes construtos: qualidade de vida, bem-estar subjetivo, autoestima, saúde e o quanto estas relações interferem positiva ou negativamente na longevidade dos indivíduos (FIQUER; OTTA, 2004; GIACOMONI, 2004; JOIA; RUIZ; DONALÍSIO, 2007; FERNANDES; VASCONCELOS-RAPOSO; FERNANDES, 2012).

Quando há uma vivência de experiências desagradáveis na velhice, estas podem propiciar percepções de diversos níveis na satisfação com a vida, que podem ser modificadas com o passar do tempo e das experiências. Ao considerar que o bem-estar subjetivo está diretamente associado à condição de vida do indivíduo, refletido no passar dos anos, pode-se dizer então que o julgamento do bem-estar subjetivo é uma reflexão sobre as condições de vida de um indivíduo. Por sua vez, estas condições se deterioram, podendo interferir no nível de satisfação com a vida, o que reflete então em alterações no estilo de vida do idoso (FALCÃO; ARAÚJO, 2011).

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satisfação, afetos positivos ou negativos e até mesmo sobre o estado de espírito, fatores estes que interferem diretamente na qualidade de vida, que é determinada pelo estilo de vida, bem como pela relação que o indivíduo estabelece com o mundo e com o seu próprio corpo.

Siqueira e Padovam (2008) acreditam que a idade pode interferir no BES, sendo um fator dependente e se difere conforme a fase de desenvolvimento em que o indivíduo se encontra, tendo resultados mais visíveis em indivíduos idosos cuja satisfação com a vida muitas vezes é aumentada e influenciada também por outros fatores como os aspectos sócio-demográficos.

Pelo fato do ser humano estar propenso a sofrer influências diversas, as quais estão diretamente interligadas ao estilo e qualidade de vida, nota-se que as características impostas pela sociedade, bem como a percepção que o próprio indivíduo obtém durante o transcorrer dos anos sobre seu estado de vida, podem interferir diretamente no jeito de ser e viver dos mesmos, favorecendo em alterações na autoestima e, por conseguinte, no bem-estar (MAIA; VASCONCELOS RAPOSO, 2009).

Mosquera e Stobäus (2006) consideram a autoestima (AE) como o juízo de valor que o indivíduo aplica a si mesmo como também em relação aos outros, sendo expresso por meio das atitudes. Acrescenta ainda que é de grande importância para as pessoas terem mais segurança e confiança em relação a própria vida (viver a vida), pois isto se faz necessário para que haja uma autestima elevada.

Silva et al. (2011) corrobora ao afirmar que a autoestima dos indivíduos ao envelhecer é determinada pela vivência que obteve durante os ciclos vitais anteriores. Ainda amplia o descrito ao afirmar que indivíduos com idade mais avançada buscam viver a última fase de vida (idoso) com maior qualidade, segurança e confiança no intuito de proporcionar uma maior longevidade (SILVA et al., 2011).

Nesta perspectiva, é importante avaliar a relação existente entre o bem-estar subjetivo e a autoestima, no intuito de verificar qual a relação que exercem para a população idosa, uma vez que estes fatores são fundamentais para uma melhor qualidade de vida.

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estudo avaliar a escala de bem-estar subjetivo de Kozma e Stones (1980) Development of the

Memorial University of Newfoundland Scale of Happiness (MUNSH) e o inquérito de

autoestima de Rosenberg (1989) - Rosenberg Self-Esteen Scale na população idosa brasileira.

Nesse entendimento, propõe-se avaliar a estrutura psicométrica dessas escalas a população idosa brasileira bem como relacioná-las com os aspectos sócio-demográficos.

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2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Validar as escalas de bem-estar subjetivo “Development of the Memorial University of

Newfoundland Scale of Happiness – MUNSH” e autoestima “Rosenberg Self-Esteem – EAR”

para idosos por meio da adaptação da medida e verificação do modelo teórico.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Validar a escala de bem-estar subjetivo de Kozma e Stones (1980) para idosos.  Validar a escala de autoestima de Rosenberg (1989) para a população idosa.  Verificar a relação existente entre bem-estar subjetivo e a autoestima.

 Analisar se as variáveis da autoestima são influenciadas pelos aspectos sócio-demográficos como: sexo, idade, estado civil, religiosidade, quantidade de filhos e escolaridade para idosos ativos.

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3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 ENVELHECIMENTO

Nas últimas décadas tem-se observado um aumento considerável da população idosa, principalmente nos países em processo de desenvolvimento. O prolongamento do tempo de vida das pessoas no Brasil e diminuição da natalidade, inúmeros questionamentos estão sendo realizados acerca de como está sendo compreendido o envelhecimento humano dentro das sociedades atuais (LEAL; ANDRADE; QUEIROZ, 2007). O Brasil faz parte deste contexto, cujo envelhecimento populacional tem demonstrado este crescimento expressivo com projeções futuras mostrando que o número de indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos será cada vez mais aumentado (FERREIRA et al., 2010).

Com o aumento do perfil etário, inúmeras reflexões tem sido realizadas sobre estas modificações populacionais. Pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) reafirma este avanço quando contabiliza o aumento considerável da sociedade que encontra-se na faixa etária com mais de 60 anos (IBGE, 2011). O envelhecimento populacional acontece em decorrência das mudanças de alguns indicadores de saúde, como a diminuição da fecundidade, da mortalidade e do aumento da esperança de vida (FARIAS; SANTOS, 2012). Corroborando, a pesquisa realizada pela Pesquisa Nacional de Amostra por domicílio - PNAD (2011) no Brasil, ao comparar o grupo da terceira idade de 2009 e 2011, foi possível identificar um aumento de aproximadamente 1,8 milhões de pessoas (7,6%); ao mesmo tempo em que relata que o número de crianças até 4 anos diminuiu entre 2000 e 2011 de 16,3 milhões para 13,3 milhões de pessoas.

Na sociedade atual, o envelhecer e ser idoso estão ligados a uma denominação depreciativa, gerando o aparecimento de preconceito. Nesta percepção tanto da sociedade quanto de cada indivíduo influenciará como e quando os velhos se representarão, pois as atitudes da sociedade, com relação ao idoso, interferem na sua percepção, e determinam como se relacionam com o processo de envelhecimento. A atitude representa um esquema mental (relação entre o pensamento e o comportamento), dotada de uma carga afetiva sendo ela favorável ou não a um dado objeto social (LEAL; ANDRADE; QUEIROZ, 2007).

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progressiva da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente, sendo este processo dinâmico e progressivo.

O envelhecimento faz parte de um processo bio-psico-sócio-cultural que exige cuidados diferenciados tanto por parte do indivíduo quanto pela sociedade. Envelhecer não é uma doença, mas apenas uma etapa de vida que possui características específicas e que por sua vez é passível de mudanças tanto na estrutura orgânica (metabolismo) quanto funcionais (limitações e perdas físicas) que modificam as condições emocionais, intelectuais e sociais (SCHIMIDT; SILVA, 2012).

Na percepção da sociedade, o envelhecimento é caracterizado pelas perdas e, geralmente, são tratadas, principalmente, como problemas de saúde e por meio da aparência corporal (GUERRA; CALDAS, 2010). Durante este processo de envelhecimento, o indivíduo sofre influências sendo, muitas vezes, determinado pelo meio em que vive e que influenciam diretamente no desenvolvimento do mesmo (BRASIL, 2006).

Guerra e Caldas (2010) postulam que a visão preconceituosa sobre o envelhecimento muitas vezes decorre da insuficiente informação a respeito do processo, gerando significados e imagens negativas, comprometendo a vivência e a interação entre as pessoas. Esses significados compõem estereótipos que podem ou não levar à exclusão ou valorização dos idosos na comunidade.

É extremamente importante conhecer os fatores que podem interferir no bem-estar das pessoas idosas, pois envelhecer é um fator natural de idade cronológica e não de doença e desmotivação. Os indivíduos procuram se adaptar a essa realidade, mas, muitas vezes, devido aos problemas patológicos, deixam de viver e aproveitar os anos conquistados (FERREIRA; SIMÕES, 2011).

Outro aspecto que se deve levar em consideração ao envelhecer é o relacionamento social e familiar que o indivíduo idoso possui, pois esta interação poderá interferir diretamente no processo de envelhecimento (BRASIL, 2006). A sociedade com suas normas interfere nas ações dos indivíduos idosos modificando a satisfação de viver em função do que é imposto pela mídia levando-o a uma diminuição na percepção que tem de si como também alterações na qualidade de vida dos mesmos (ARANHA, 2007).

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sempre um equilíbrio entre o estado físico, funcional, psicológico, social e econômico, ou seja, mais saúde e menos doenças (CAPORICCI; OLIVEIRA NETO, 2011).

Sendo assim, é preciso criar ambientes propícios e saudáveis para que os seres envelheçam com mais qualidade. Os idosos precisam ser tratados com dignidade conforme sua vivência e condição humana (GOLDFARB; LOPES, 2002). O indivíduo no interesse em obter um envelhecimento saudável e bem-sucedido, buscam uma satisfação pessoal numa proporção individual e grupal tanto do bem-estar físico quanto social que são muitas vezes referenciadas aos ideais da sociedade, às condições e aos valores existentes no ambiente em que o indivíduo envelhece e às circunstâncias de sua história pessoal e seu de grupo etário (GARRIDO; MENEZES, 2002).

Diante do exposto, as próximas secções tratarão do BES e AE abordando estudos e teorias a respeito do tema relacionando-os com o processo de envelhecimento.

3.2 BEM-ESTAR SUBJETIVO

O bem-estar subjetivo (BES) pode contribuir na forma a qual vemos a nós mesmos e as outras pessoas, o que resulta em maior prazer em vivenciar as situações cotidianas e a relação com os indivíduos que fazem parte da vida (PASSARELO; SILVA, 2007). Torna-se importante, cada vez mais, conhecer os aspectos relacionados a esse tema, pois de acordo com Diener (2000) e Seligman (2004), o bem-estar subjetivo pode ser chamado também de felicidade.

Diener, Suh e Oishi (1997) considera o BES como sendo uma área de estudos que busca entender as percepções que os indivíduos fazem de suas próprias vidas. Segundo Albuquerque e Tróccoli (2004), o bem-estar subjetivo pode ser entendido como um estudo científico da felicidade. Maia e Vasconcelos-Raposo (2009) acrescentam, afirmando que o BES refere-se ao modo como as pessoas avaliam as suas vidas, que pode ser referente tanto ao aspecto cognitivo quanto a julgamentos conscientes acerca da satisfação com a sua vida (aspectos positivos e negativos, ou seja, emoções agradáveis ou desagradáveis).

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De acordo com Diener et al. (1999), ao envelhecer, há uma diminuição da intensidade emocional na qual é sentida por meio das experiências vividas. Os autores afirmam que a satisfação com a vida aumenta com a idade, enquanto que a intensidade das experiências afetivas diminui no decorrer dos anos. Strawbridge, Wallhagen e Cohen (2002) postularam que o BES é um critério essencial para a velhice bem-sucedida, uma vez que o mesmo está associado a uma forma mais saudável de envelhecimento, sendo um indicador de saúde mental e também sinônimo de felicidade, ajuste e integração social.

Cabe lembrar que as experiências e afetos vividos durante toda a vida do indivíduo são acumulativos e determinam o quanto satisfeito ou feliz o indivíduo está consigo possuindo um bem-estar subjetivo positivo ou negativo. Além desta relação com o estado físico e psicológico, a relação que o indivíduo possui com o meio também é um indicador deste construto (DIENER et al., 1999).

Atualmente, as pesquisas visam construir e validar medidas de bem-estar subjetivo como também obter relações com os sentimentos e interações sociais e verificar a influência deste com a qualidade de vida (ALBUQUERQUE; TROCCOLI, 2004; CAPITANINI, 2000; SIQUEIRA; MARTINS; MOURA, 1999).

No Brasil, têm-se desenvolvido pesquisas envolvendo o BES no intuito de identificar os fatores intervenientes nas diversas faixas etárias. Pesquisadores acreditam que a idade pode interferir no BES, sendo um fator dependente e se diferem conforme a fase de desenvolvimento em que o indivíduo se encontra, tendo resultados mais visíveis em indivíduos idosos cuja satisfação com a vida muitas vezes são aumentadas (SIQUEIRA; PADOVAM, 2008; SPOSITO et al, 2010). Siqueira e Padovam (2008) ainda reforça que outros fatores como sócio-demográficos e/ou socioeconômicos ou até mesmo por possíveis doenças que podem ser percebidas ao envelhecer podem influenciar no BES dos indivíduos.

Phelan e Larson (2002), ao elaborarem uma revisão de literatura sobre a forma de envelhecer bem sucedido e identificar os prováveis indicadores do sucesso verificaram que os fatores preditores variaram, obtendo como destaque o nível educacional elevado, prática de atividade física regular, senso de autoeficácia, participação social e ausência de doenças crônicas.

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vida diária ou até mesmo alguma doença em que ele ficou impossibilitado de ter uma vida ativa (FALCÃO; ARAÚJO, 2011).

Corroborando, Argyle (1999) e Seligman (2004) afirmam que o sexo, idade, escolaridade, classe social e renda exercem baixa ou praticamente nenhuma influência sobre o BES, porém, estar casado, empregado e o lazer influenciam diretamente no BES dos indivíduos.

No interesse em identificar as relações existentes entre os diversos fatores que interferem no bem-estar subjetivo, é que se propõe neste estudo analisar o nível de bem-estar de idosos fazendo uma relação do BES com a autoestima como também com os aspectos sócio-demográficos.

3.3 AUTOESTIMA

De acordo com Rosenberg (1989), a autoestima é base para a construção e definição de uma atitude de aprovação ou de repulsa de si mesmo. Considera-se assim, um juízo de valor elaborado pela pessoa e manifestado nas atitudes que ela tem com ela mesma, sendo então, uma experiência subjetiva acessível às pessoas seja por meio de relatos verbais, seja por comportamentos observáveis.

Guilhardi (2002) definem a autoestima como um sentimento que pode ser desenvolvido, que se aprende e está associado ao comportamento de pessoas que possuem alta frequência de reforçadores positivos em situações de interação social. Esses autores acrescentam ainda que a autoestima leva o indivíduo a dizer o que pensa sem medo de ser reprovado, e está intimamente ligada ao realismo, a independência e a capacidade de aceitar desafios na vida além de admitir erros.

Branden (1997) infere que a autoestima tem dois componentes importantes: o sentimento de competência e o sentimento de valor pessoal. Estes componentes refletem sobre o julgamento implícito da capacidade de entender e dominar os problemas (competência pessoal) e a capacidade de respeitar e defender os próprios interesses e necessidades (sentimento de valor pessoal). Ribeiro (2000) corrobora quando afirma que para classificar a autoestima deve-se levar sempre em consideração a competência pessoal e o sentimento de valor pessoal sendo classificada segundo componentes que determinam no indivíduo o quanto é considerado baixo, médio ou alto.

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outro saudável, onde a vitalidade e a expansividade atrairão pessoas com boa autoestima. Assim, a baixa autoestima, também, busca a baixa autoestima nos outros, não de maneira consciente, mas de uma forma involuntária e inconsciente.

Assis et al. (2003) em estudo com adolescentes, afirma que possuir uma elevada autoestima é essencial para promover a capacidade de superação de problemas. Indivíduos que possuem uma elevada autoestima têm melhores relacionamentos na família, sentem-se mais competentes, valorizam-se mais, estão mais contentes consigo mesmos e aceitam mais o seu próprio corpo. Já os com baixa autoestima sentem-se desencorajados e incompreendidos pelos pares, que reforçam seus sentimentos de incompetência, estão menos satisfeitos com a aparência física e valorizando muito mais os defeitos do que as qualidades.

Nota-se que vários elementos (estilo de vida, condição de saúde, crenças, relações interpessoais e atividade física/habitual) interferem no jeito de ser do indivíduo e que estão diretamente relacionados com o modo de viver e experenciar o mundo. Deve-se observar que não é somente o psicológico que interfere na autoestima mas também o físico e o social (RABELO; NERI, 2005).

Um outro fator relevante ao identificar a autoestima do indivíduo, diz respeito a qualidade de vida e bem-estar dos mesmos. Sabe-se que para que o indivíduo possa ter uma boa qualidade de vida, o mesmo precisa estar em equilíbrio mental, funcional e social (NAHAS; BARROS; FRACALACCI, 2000). López, Garcia e Dresch (2006) ao comparar a autoestima, a ansiedade e a satisfação percebida considerada preditora da saúde em homens e mulheres, afirma que um dos fatores determinantes da autoestima é a relação que os serem possuem com o estilo de vida que estão diretamente relacionados com a qualidade de vida e bem-estar dos seres.

Com vistas a uma melhor apresentação do assunto, vale ressaltar alguns estudos realizados nas diversas faixas etárias (DULL; SKOKAN, 1995; BAGLEY; MALLICK, 1997;

VITORELI; PESSINI; SILVA, 2005; MAIA; VASCONCELOS-RAPOSO, 2009; MAIA et

(23)

como o sexo, idade, escolaridade que podem interferir significativamente ou não em indivíduos que encontra-se na faixa etária entre 18 e 60 anos.

No entanto, vale ressaltar da importância em identificar quais são os fatores que podem levar o indivíduo a uma baixa autoestima e que interferem diretamente na qualidade de vida e bem-estar dos sujeitos.

3.4 VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTO

Validar um instrumento significa definir se o mesmo confirma os objetivos propostos conforme a população como também consiste em demonstrar que os métodos desenvolvidos e utilizados estão completamente adequados aos objetivos a que se destinam, ou seja, adequado ao propósito do estudo realizado, buscando obter resultados confiáveis e fidedignos (BRITO et al., 2003).

Brito et al. (2003) ainda corrobora quando afirma que determinado instrumento somente é considerado validado quando suas características e resultados obtidos estiverem de acordo com os pré-requisitos estabelecidos. A validação deve ser considerada quando se desenvolve ou efetua adaptações em metodologias já validadas, inclusão de novas técnicas ou uso de diferentes equipamentos.

Raymundo (2009) afirma que a validação é o processo de examinar a precisão de uma determinada predição ou inferência realizada a partir dos escores de um teste. Considera que validar seja mais do que uma demonstração do valor de um instrumento de medida, mas sim todo um processo de investigação.

A autora ainda afirma que a validade de conteúdo refere-se ao julgamento sobre o instrumento, ou seja, se ele realmente cobre os diferentes aspectos do seu objeto e não contém elementos que podem ser atribuídos a outros objetos.

(24)

22

(25)

4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 TIPO DE PESQUISA

Pesquisa descritiva, transversal, com abordagem quantitativa.

4.2 AMOSTRA

A amostra deste estudo foi composta por 219 (duzentos e dezenove) idosos residentes na cidade de Montes Claros - Minas Gerais - Brasil, praticantes de atividade física (3.28±1.35) sendo inclusos somente indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos (68.03± 6.20). Destes, 87.7% são do sexo feminino, 42.9% casados e 34.2% viúvos.

4.2.1 Critérios de inclusão

- Ter idade igual ou superior a 60 anos.

- Apresentar regularidade nas atividades físicas.

- Aceitar participar da pesquisa assinando o termo de consentimento livre e esclarecido.

4.3 INSTRUMENTOS

O instrumento utilizado para avaliar o bem-estar subjetivo foi o questionário de

Kozma e Stones (1980), “Development of the Memorial University of Newfoundland Scale of

Happiness (MUNSH)”.

O questionário de Kozma e Stones (1980), “Development of the Memorial University

of Newfoundland Scale of Happiness - MUNSH” analisa a questão das medidas na área de

saúde mental ou bem-estar subjetivo que é considerado como sendo importantes para serem investigados na população de idosos até 80 anos. O MUNSH foi projetado para medir aspectos de bem-estar a curto e a longo prazo (MAIA; VASCONCELOS-RAPOSO, 2009).

Trata-se de um instrumento com 24 questões respondidas em uma escala do tipo Likert, com 5 pontos, caracterizado por um continuum que varia do desacordo total à

(26)

24

EN (7 questões), podendo encontrar uma pontuação total de bem-estar. O modelo utilizado neste estudo está baseado na pesquisa realizada por Maia e Vasconcelos-Raposo (2009).

Para avaliar a autoestima foi aplicado o inquérito Rosenberg Self-Esteem Scale (EAR)

(Rosenberg, 1989) que foi desenvolvido originalmente por Rosenberg (1965), também com escala do tipo Likert de cinco pontos que varia da seguinte forma: 1. Discordo totalmente, 2. Discordo, 3. Nem concordo, nem discordo, 4. Concordo, 5. Concordo totalmente. É composto por 10 itens cuja proposta visa avaliar a atitude positiva ou negativa que o indivíduo possui de si próprio e está diretamente relacionado com os comportamentos e atitudes a que, inicialmente, a autoestima está associada.

Foi um instrumento criado em 1965 e, atualmente, bastante utilizado em pesquisas, além de ser reconhecido, principalmente, internacionalmente (ROSENBERG, 1989). É composto por 10 itens, constituída por respostas fechadas designados a avaliar globalmente a atitude positiva (5 questões) ou negativa de si mesmo (5 questões). São eles: se sentem satisfeitos consigo mesmo; se têm várias boas qualidades; se às vezes sentem que não prestam para nada; se não têm muito do que se orgulhar de si próprios; se sentem que são um fracasso; se percebem que são inúteis; se desejariam ser uma pessoa de valor, ter mais respeito por si e ter uma atitude positiva em relação a si próprio; se são capazes de fazer coisas tão bem quanto os outros (ASSIS et al., 2003; MAIA; VASCONCELOS-RAPOSO, 2009).

Na obtenção do resultado total da autoestima, é necessário que seja avaliada como

variável contínua. Utiliza-se o somatório das questões de números

AE1+AE2+AE3+AE4+AE5+AE6+AE7+AE8+AE9+AE10 e as medições variam de 10 a 50, onde 50 indica a contagem mais alta possível.

A autoestima é dividida em três níveis: alta, média e baixa, em que os valores até 25.0% são assumidos como baixos, de 26.0% até 75.0 % como média e mais de 75,0% como alta.

Já para os aspectos sócio-demográficos utilizou-se um questionário estruturado (Apêndice B) cujas variáveis discutidas neste estudo foram: sexo, idade, escolaridade, estado civil, religiosidade e a quantidade de filhos.

4.4 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS

(27)

obtiveram-se as assinaturas do termo de consentimento livre e esclarecido por parte dos participantes, para posteriormente iniciar a coleta nos diversos núcleos (locais) existentes de atividades orientadas (alongamentos, ginástica e caminhada) a idosos distribuídas em vários bairros da cidade. A aplicação dos instrumentos em cada núcleo (locais das práticas) aconteceu individualmente sendo aplicado pelo próprio pesquisador e colaboradores que foram previamente treinados para a aplicação, garantindo-lhes o anonimato e a confidencialidade. Antes de aplicar o instrumento, esclareceu ao participante o objetivo deste estudo bem como sobre a importância do mesmo para a população idosa.

Procurou-se definir um mesmo procedimento padrão científico e ético que consistia em aplicar o instrumento, contando com instruções necessárias para que possam ser respondidas. Colaboradores responsáveis pela coleta dos dados, os quais se apresentavam aos respondentes como interessado em conhecer as opiniões e os comportamentos das pessoas sobre o bem-estar subjetivo e a autoestima.

Era solicitada aos indivíduos a colaboração voluntária deles no sentido de responderem um questionário breve. Dizia-lhes que não havia resposta certa ou errada, e que respondesse individualmente, a todos era assegurado o anonimato das suas respostas, que seriam tratadas em seu conjunto. Os colaboradores na aplicação estiveram presentes durante toda a coleta para retirar eventuais dúvidas ou realizar esclarecimentos que se fizessem indispensáveis. Um tempo médio de 30 minutos foi suficiente para concluir essa atividade.

4.5 ANÁLISES DOS DADOS

Inicialmente, foram realizadas as análises descritivas dos dados. Para as análises inferenciais foram utilizadas os testes paramétricos equação estrutural, teste t e χ² (qui -quadrado).

Para a verificação da adequabilidade da estrutura das escalas efetuou-se uma análise de modelagem de equação estrutural. Considerou-se como entrada a matriz de covariâncias, tendo sido adotado o estimador ML (Maximum Likelihood). Este tipo de análise estatística é mais criterioso e rigoroso, pois permite testar diretamente a estrutura fatorial que se propõem teoricamente. Esta análise apresenta alguns índices que permitem avaliar a qualidade de ajuste do modelo proposto (BYRNE, 1989; VAN DE VIJVER; LEUNG, 1997; KELLOWAY, 1998; GARSON, 2003; HAIR et al., 2006; BILICH; SILVA; RAMOS, 2006), por exemplo:

(28)

26

comum considerar sua razão em relação aos graus de liberdade (χ²/g.l.). Neste caso, valores

até 3 indicam um ajustamento adequado; RMR - indica o ajustamento do modelo teórico aos dados, na medida em que a diferença entre os dois se aproxima de zero (0); GFI e o AGFI são análogos ao R² em regressão múltipla. Portanto, indicam a proporção de variância– covariância nos dados explicada pelo modelo. Estes variam de 0 a 1, com valores na casa dos 0.80 e 0.90, ou superior, indicando um ajustamento satisfatório; RMSEA, com seu intervalo de confiança de 90% (IC90%), é considerado um indicador de “maldade” de ajuste, isto é, valores altos indicam um modelo não ajustado. Assume-se como ideal que o RMSEA se situe entre 0.05 e 0.08, aceitando-se valores de até 0.10; CFI - compara de forma geral o modelo estimado e o modelo nulo, considerando valores mais próximos de um como indicadores de ajustamento satisfatório; TLI - apresenta uma medida de parcimônia entre os índices do modelo proposto e do modelo nulo. Varia de zero a um, com índice aceitável acima de 0.90; ECVI e o CAIC são indicadores geralmente empregados para avaliar a adequação de um modelo determinado em relação a outro. Valores baixos do ECVI e CAIC expressam o modelo com melhor ajuste.

Ao longo do estudo considera-se o índice de confiabilidade de 95% sendo o nível de significância estipulado de 5% (p≤ .05).

Para a análise dos dados, foi utilizado o programa estatístico SPSS 20.0 (Statistical

(29)

5 RESULTADOS

A fim de atender ao objetivo principal do estudo que foi validar as escalas de bem-estar subjetivo e autoestima para idosos através da adaptação da medida e verificação do modelo teórico, inicialmente procurou-se verificar organização da estrutura psicométrica da escala de bem-estar subjetivo e autoestima em idosos. Para isso, foi realizada uma análise fatorial confirmatória e a modelagem de equação estrutural hipotetizando a existência dos fatores propostos por Kozma e Stones (1980) para o bem-estar subjetivo e por Rosenberg (1965; 1989) para a autoestima.

Para a realização desse cálculo, optou-se em deixar livres as covariâncias (phi, φ) entre

os fatores, sendo observados indicadores de qualidade de ajuste do modelo que atenderam as recomendações apresentadas na literatura (BYRNE, 1989; TABACHNICK; FIDELL, 1996; VAN DE VIJVER; LEUNG, 1997). Em relação a autoestima, os resultados obtidos nestas análises revelam que o modelo bifatorial (com 10 itens: 5 para autoestima positiva e 5 para autoestima negativa), principalmente, quando comparado a um modelo unifatorial, apresentou indicadores de ajustes que sugerem adequabilidade da medida da autoestima na referida

amostra, a saber: χ2/gl = 1.28, RMR = 0.07, GFI = 0.97, AGFI = 0.95, TLI = 0.99, CFI = 1.00,

RMSEA (90%IC) = 0.01 (0.00 - 0.05), CAIC = 190.58 e ECVI = 0.37.

Considerando que todas as saturações (Lambdas, λ) estiveram dentro do intervalo

esperado |0 - 1| e que foram estatisticamente diferentes de zero (t > 1.96, p < 0.05), denotou-se não haver problemas de estimativa para corroborar a existência bifatorial para se avaliar a autoestima em idosos. Na Figura 1, é possível observar as associações itens-fator, com todas elas positivas.

Figura 1: Estrutura fatorial da escala de autoestima de Rosenberg em idosos.

(30)

28

Considerando semelhante raciocínio para escala de AE, realizou na mesma direção estatística, o cálculo para a escala de bem-estar subjetivo; deixando livres as covariâncias

(phi, φ) entre os fatores, observaram-se indicadores de qualidade de ajuste que atenderam as recomendações da literatura estatística (BYRNE, 1989; TABACHNICK; FIDELL, 1996; VAN DE VIJVER; LEUNG, 1997). O construto bem-estar subjetivo apresentou resultados que revelaram a garantia do modelo tetrafatorial (com 24 itens: 5 para o afeto positivo, 7 para a experiência positiva, 5 para o afeto negativo, 7 para a experiência negativa), quando comparado ao modelo unifatorial; o modelo hipotetizado, apresentou indicadores de ajustes

que garantiram a adequabilidade de sua medida: χ2/gl = 1.13, RMR = 0.07, GFI = 0.93, AGFI

= 0.91, TLI = 0.99, CFI = 0.99, RMSEA (90%IC) = 0.01 (0.00-0.03), CAIC = 728.70 e ECVI = 1.75.

Considerando que todas as saturações (Lambdas, λ) estiveram dentro do intervalo

esperado |0 - 1| e que foram estatisticamente diferentes de zero (t > 1,96, p < 0,05), denotou-se não haver problemas de estimativa para corroborar a existência tetrafatorial para se avaliar bem-estar subjetivo. Na Figura 2, é possível observar as associações itens-fator, com todas elas positivas.

Figura 2: Estrutura fatorial da escala de bem-estar subjetivo em idosos.

(31)

Reconhecida à consistência da estrutura fatorial das escalas utilizadas neste estudo, procurou-se avaliar a associação entre tais variáveis; para isso, a partir da análise e modelagem de equação estrutural verificou-se o modelo teórico pretendido (uma associação do bem-estar subjetivo sobre a autoestima).

Considerou-se um modelo recursivo de equações estruturais efetuando-se o cálculo no programa AMOS 21.0; gerou-se um primeiro modelo que contemplava o bem-estar positivo influenciando o bem-estar negativo e, estes, a autoestima positiva. Feita as devidas modificações nos ajustes de erro, encontrou-se o modelo que se esperava, este apresentou a seguinte razão: 2/gl = 1.24; GFI = 0.97; AGFI = 0.95; CFI = 0.98, RMSEA = 0.03 (0.00 -

0.06). Observou-se que o peso da variável do bem-estar positivo (afeto e experiência positivas) apresentou escore lambda positivo com autoestima positiva ( = 0.70) e negativa com o bem-estar negativo ( = - 0.40), tendo esta última variável se associado, negativamente, com a auto-estima positiva ( = - 0.32). (ver figura 3).

Figura 3: Estrutura fatorial da associação entre as variáveis bem-estar subjetivo sobre a autoestima positiva.

0,59 EP 7 0,77 0,48 AEPos 0,34 AE1 1 0,58 0,26 AE3 2 0,51 0,24 AE4 3 0,49 0,16 AE7 0,40 0,19 AE10 5 0,43 e1 0,16 BESNeg 0,68 EN 9 0,59 AN 8 0,82 0,77 0.70 -0,40 -0.32 e2 4 BESPos AP 0,86 6 0,74

(32)

30

Em um segundo modelo, avaliou-se a associação positiva entre o bem-estar negativo (afeto e experiência negativas) e a autoestima (positiva e negativa), observaram-se lambdas que se inverteram em suas associações comparadas ao primeiro modelo: o bem-estar negativo associou-se, positivamente, com a autoestima negativa ( = 0.81), mas, o bem-estar positivo, apresentou escores lambdas, negativos com o bem-estar negativo ( = - 0.38) e a autoestima negativa ( = -0.37); a partir das modificações de ajustes, este apresentou indicadores psicométricos que garantiram o modelo em questão: 2/gl = 1.08; GFI = 0.96; AGFI = 0.94;

CFI = 0.99, RMSEA = 0.02 (0.00 - 0.05) (ver figura 4).

Figura 4: Estrutura fatorial da associação entre as variáveis bem-estar subjetivo sobre a autoestima negativa.

0,74 EP 7 0,86 0,74 AENeg 0,19 AE2 1 0,44 0,22 AE5 2 0,47 0,29 AE6 3 0,54 0,23 AE8 4 0,48 0,29 AE9 5 0,54 e1 0,14 BESNeg 0,78 EN 9 0,51 AN 8 0,89 0,72 -0,37 -0,38 0,81 e2 BESPos AP 0,60 6 0,77

Nota: AE = autoestima; AENeg = autoestima negativa; BESPos = bem-estar subjetivo positivo; AP = afetos positivos; EP = experiências positivas; BESNeg = bem-estar subjetivo negativo; AN = afetos negativos; EN = experiências negativas

(33)

A Tabela 1 analisa as médias do bem-estar subjetivo e da autoestima em relação ao sexo. Os resultados obtidos pela análise do teste t, evidenciou não haver diferença significativa, sendo que a média entre o sexo feminino (24.3 ± 15.0) e masculino (27.96 ± 12.13) se equiparam tanto para o bem-estar subjetivo (masculino 27.96 ± 12.13 e feminino 24.3 ± 15.0) quanto para a autoestima (masculino 34.11 ± 4.28 e feminino 33.35 ± 4.99).

Tabela 1 - Teste t entre as variáveis do bem-estar subjetivo e autoestima por sexo

Variável Sexo t N p

Bem-estar subjetivo Masculino 1,21 27 27,96 12,13 ,23 Feminino 192 24,3 15,0

Autoestima Masculino ,75 27 34,11 4,28 ,45 Feminino 192 33,35 4,99

A tabela 2 visa relacionar a autoestima com os aspectos sócio-demográficos. Ao observar os dados, nota-se que não foi possível encontrar relações entre as variáveis. Além disso, em todos os aspectos (sexo, idade, estado civil, quantidade de filhos e escolaridade), é notório o maior percentual de indivíduos identificados com autoestima moderado (masculino 34.11 ± 4.28 e feminino 33.35 ± 4.99).

Tabela 2 - Teste qui-quadrado da autoestima com os aspectos sócio-demográficos

Variável Baixo Autoestima Moderado Alto p

Sexo Masculino N 6 15 6 ,26

% 22,2 55,6 22,2

Feminino N 67 76 49

% 34,9 39,6 25,5

Idade 60≤64 N 30 30 20 ,93

% 37,5 37,5 25

65≤69 N 19 25 15

% 32,2 42,4 25,4

70≤74 N 12 20 9

% 29,2 48,8 22

75≤82 N 12 16 11

% 30,8 41 28,2

Estado Civil Casado(a) N 36 31 27 ,15

% 38,3 33 28,7

Solteiro(a) N 9 18 6

% 27,3 54,5 18,2

Viúvo(a) N 21 33 21

% 28 44 28

Divorciado N 7 9 1

% 41,2 52,9 5,9

Quantidade de filhos 1 a 2 Filhos N 11 15 8 ,94 % 32,4 44,1 23,5

3 a 4 Filhos N 25 29 16 % 35,7 41,4 22,9 Mais de 4 Filhos N 27 36 26

% 30,4 40,4 29,2

Nenhum N 10 11 5

% 38,5 42,3 19,2

(34)

32

(cont.)

Escolaridade Analfabeto N 4 7 5 ,49

% 25 43,8 31,2 Ensino Fundamental N 8 16 11

% 22,9 45,7 31,4 Ensino Médio N 17 18 8

% 39,5 41,9 18,6 Ensino Superior N 7 6 1

% 50 42,9 7,1 Ens. Fund. Incompleto N 36 41 30 % 33,6 38,4 28 Ens. Médio incompleto N 1 3 0

% 25 75 0

A tabela 3 relaciona o bem-estar subjetivo com os aspectos sócio-demográficos. Por meio dos dados obtidos, não mostraram diferenças significativas em relação ao sexo (p=0.23), quantidade de filhos (p=0.08) e escolaridade (p=0.29). Foi possível observar resultados significantes somente quando relacionados à idade (p=0.04) e o estado civil (p=0.01) mostrando que estes interferem no bem-estar subjetivo dos idosos.

Tabela 3 - Teste qui-quadrado do bem-estar subjetivo com os aspectos sócio-demográficos

Variável Baixo Bem-estar subjetivo Moderado Alto p

Sexo Masculino N 5 11 11 ,23

% 18,6 40,7 40,7

Feminino N 59 82 51

% 30,7 42,7 26,6

Idade 60≤64 N 31 25 24 ,04

% 38,8 31,2 30

65≤69 N 19 26 14

% 32,2 44,1 23,7

70≤74 N 6 20 15

% 14,6 48,8 36,6

75≤82 N 8 22 9

% 20,5 56,4 23,1

Estado Civil Casado(a) N 24 33 37 ,01

% 25,5 35,1 39,4 Solteiro(a) N 16 13 4

% 48,5 39,4 12,1

Viúvo(a) N 20 37 18

% 26,7 49,3 24

Divorciado N 4 10 3

% 23,6 58,8 17,6

Quantidade de filhos 1 a 2 Filhos N 9 14 11 ,08 % 26,5 41,1 32,4

3 a 4 Filhos N 19 27 24 % 27,1 38,6 34,3 Mais de 4 Filhos N 22 43 24

% 24,7 48,3 27

Nenhum N 14 9 3

% 53,8 34,6 11,6

(35)

(cont.)

Escolaridade Analfabeto N 3 8 5 ,29

% 18,8 50 31,2 Ensino Fundamental N 11 19 5

% 31,4 54,3 14,3 Ensino Médio N 13 17 13

% 30,2 39,6 30,2 Ensino Superior N 3 8 3

% 21,4 57,2 21,4 Ens. Fund. Incompleto N 31 40 36

% 29 37,4 33,6 Ens. Médio incompleto N 3 1 0

% 75 25 0

(36)

34

6 DISCUSSÃO

Considerando os resultados da análise de modelagem estrutural entre as variáveis é possível observar que tanto no modelo fatorial hipotetizado para o construto autoestima quanto para o bem-estar subjetivo, estes, revelaram indicadores de adequabilidade e fidedigno na avaliação dessas variáveis em uma amostra de idosos, além de convergir para similaridade da estrutura psicométrica com base na teoria, respectivamente, uma estrutura bifatorial e tetrafatorial de acordo com o que propunham os autores do instrumento original (ROSENBERG, 1989; KOZMA; STONES, 1980). Na particularidade psicométrica neste estudo, os indicadores de ajuste CFI e TLI, os quais são destinados para comparar o modelo nulo ao modelo estimado, estes, foram maiores que 0.90 em ambas as medidas. Esse resultado

foi garantido pelo indicador χ²/g.l. e RMR, indicando a adequabilidade nos ajustes dos erros em cada medida na amostra de idosos.

Com a escala de medida garantida em sua estrutura, são destaques também os resultados dos modelos teóricos, pois corroborou-se não somente as concepções teóricas esperadas quanto a influência do bem-estar sobre a autoestima como também observou-se o quanto o desenvolvimento de um bem-estar positivo é capaz de explicar o desenvolvimento em estrutura e funcionalidade o ajustamento psicossocial das pessoas.

No que se refere aos modelos teóricos, as relações existentes entre o bem-estar subjetivo sobre a autoestima quanto aos aspectos positivos e negativos desta em uma amostra de idosos, é possível refletir que, o indivíduo idoso que se encontra com um bem-estar subjetivo positivo (ou seja, uma satisfação com a vida elevada), provavelmente, possibilitará a uma autoestima positiva, por outro lado, resultados inversos são observados no bem-estar subjetivo negativo e as duas autoestima. Tais resultados, teoricamente, poderão orientar em práticas psicossociais e físicas para o idoso em relação ao desenvolvimento de um bem-estar positivo, pois, já que tal construto é capaz de explicar o desenvolvimento em estrutura e funcionalidade o ajustamento social e psicológico das pessoas, contribuiria para, também, melhor administração da autoestima, podendo, favorecer a qualidade de vida de idosos, já que ambas as variáveis, visam à avaliação de si mesmo quanto a satisfação por si e pela vida.

(37)

no parágrafo acima, pois, um bem-estar negativo, poderá aproximar a autoestima negativa e afastar a positiva.

Frente aos resultados do presente estudo, os achados no estudo de Nahas, Barros e Fracalacci (2000) e de López, Garcia e Dresch (2006) corroboram os aqui observados; respectivamente, para Nahas et al, (2000), um fator relevante para identificar a autoestima do indivíduo, diz respeito à qualidade de vida e bem-estar dos sujeitos e para López et al (2006), ao comparar a autoestima, a ansiedade e a satisfação percebida, considerada preditora da saúde em homens e mulheres, de acordo com esses autores, sugere a autoestima como fator determinante da relação que possuem com o estilo de vida e que esta, estar diretamente relacionada com a qualidade de vida e bem-estar das pessoas.

Desta forma, este estudo não apenas sugere a confirmação hipotética em relação as teorias defendidas no estudo, mas, aponta-se em direção de maior atenção em investimentos em políticas educacionais, sociais e de saúde para os idosos tendo com base o bem-estar e a autoestima; afinal, segundo Strawbridge, Wallhagen e Cohen (2002), o bem-estar subjetivo é um critério essencial para a velhice bem-sucedida, pois, associar-se-ia a uma forma mais saudável de envelhecimento, sendo um indicador de saúde mental e também sinônimo de felicidade, ajuste e integração social e autopercepção positiva. Sendo assim, é de suma importância identificar quais são os fatores que podem levar o indivíduo a uma baixa autoestima, a qual, provavelmente, interferira na qualidade de vida e bem-estar dos sujeitos.

Após testar o modelo sistêmico entre o bem-estar subjetivo e a autoestima, foi possível relacionar as variáveis: sexo, idade, estado civil, número de filhos, religiosidade e escolaridade com o bem-estar subjetivo e a autoestima.

Apesar deste estudo não ter obtido um resultado significante quando relacionou a autoestima com a religiosidade (p=0.47), Bagley e Mallick (1997) em estudo afirma que em indivíduos jovens adultos pode-se observar associações significativas entre religiosidade e autoestima. Já no estudo realizado por Maia et al. (2010) afirma que o fato de ser ou não religiosa em indivíduos que encontra-se na meia idade (40 a 60 anos) não determinam a autoestima dos mesmos. A religiosidade em relação à autoestima parece fornecer padrões comparativos para a autoavaliação, de forma a valorizar a percepção que as pessoas têm de si

mesmas (DULL; SKOKAN, 1995).Vale ressaltar que diante do encontrado neste estudo no

(38)

36

Outro achado que se deve considerar é no aspecto quantidade de filhos quando relacionado com o BES. Apesar de não ter obtido um resultado significativo (p =0.08), nota-se que não ter filhos poderá influenciar negativamente o bem-estar subjetivo, pois é grande o percentual de indivíduos com baixa satisfação com a vida (53.8%).

Ao observar os resultados encontrados na variável idade em relação ao BES, pode-se dizer que este dado é de grande relevância, pois é possível afirmar que quanto mais velho o indivíduo se encontra, provavelmente maior será a satisfação com sua própria vida. Chatters (1988) em seu estudo com idosos norte-americanos, encontrou uma correlação negativa entre a idade e a percepção dos problemas da vida. Afirma que a medida em que a idade aumenta, menor será a percepção dos idosos no que refere-se aos problemas da vida. Martínez e García (1994) corrobora ao encontrar resultados semelhantes na população espanhola.

Para os autores, o avançar da idade não deteriora a auto-avaliação da saúde devido ao fato dos idosos avaliarem a saúde como boa quando a mesma é suficiente para viver. A saúde nesta faixa etária não é percebida como ausência total de enfermidades, fruto da comparação da situação presente com um padrão ideal, mas sim por meio de uma avaliação ligada a expectativas sobre o que esperar da velhice.

Gracia (1997) complementa ao afirmar que para muitas pessoas a velhice é vivida como uma etapa cheia de acontecimentos adversos que afetam o estado de ânimo e a percepção de bem-estar em geral e é marcada pela vulnerabilidade e fragilidade do organismo e pela dependência econômica, social, afetiva e física.

Outras evidências que também apóiam os achados neste estudo, diz respeito ao estado civil dos idosos quando relacionados com o BES. Na amostra pesquisada, dos 42.9% casados e 34.2% viúvos, nota-se que os indivíduos casados possuem uma alta satisfação com a vida, ou seja, um alto BES (39.4%). Já os viúvos (49.3%) e divorciados (58.8%) consideram ser moderado a sua satisfação com a vida, encontrando os solteiros (48.5%) o maior percentual como baixa a sua satisfação de vida.

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7 CONCLUSÃO

Conclui-se que, considerando esses resultados, é possível refletir por meio de um modelo teórico-empírico a relação do bem-estar subjetivo com a autoestima as quais visam identificar a satisfação que o indivíduo tem sobre a vida, social e individual, na perspectiva de contribuir para um desenvolvimento de uma autoestima positiva.

Os resultados aqui observados, principalmente, no que se refere a associação bem-estar subjetivo e autoestima, pretendeu avaliar a percepção que o indivíduo faz de sua própria vida relacionada aos afetos positivos e negativos como também com experiências positivas e negativas vivenciadas, bem como, a organização e funcionalidade de um juízo de valor que os respondentes elaboram e manifestam em relação a eles mesmos; estes foram comprovados, garantindo que os respondentes do estudo reconhecem tais construtos psicológicos em sua vida.

Vale ressaltar que é de suma importância refletir sobre questões ligadas à saúde dos idosos principalmente em relação ao melhor desenvolvimento e foco no bem-estar com objetivos que favoreçam uma construção melhor da autoestima, percebido que a melhoria do BES positivo inibe a possibilidade de uma autoestima negativa, ou seja, dissolve a imagem negativa sobre si.

Pode-se também afirmar que não foi possível observar interferências de nenhuma das variáveis sócio-demográficas quando relacionados à autoestima. Porém, quando relacionados ao bem-estar subjetivo não identificou resultados significantes nas variáveis: sexo, religiosidade, escolaridade e quantidade de filhos. Entretanto, algumas variáveis mostraram-se importantes, pois, dos 60 aos 80 anos estar casado e o avançar da idade, evidenciaram associação estatisticamente significante com a bem-estar subjetivo.

No entanto, compreender que variáveis isoladas, tais como sexo, idade, estado civil, escolaridade, quantidade de filhos, prática de atividade física, dentre outros, não podem explicar de forma independente as sensações de bem-estar na população idosa. Sugere-se que estudos sejam feitos buscando inserir os aspetos biopsicossociais (saúde, apoio familiar, interação social, autonomia e independência) para um maior entendimento do bem-estar subjetivo na velhice.

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Figura 1: Estrutura fatorial da escala de autoestima de Rosenberg em idosos.
Figura 2: Estrutura fatorial da escala de bem-estar subjetivo em idosos.
Figura  3:  Estrutura  fatorial  da  associação  entre  as  variáveis  bem-estar  subjetivo sobre a autoestima positiva
Figura  4:  Estrutura  fatorial  da  associação  entre  as  variáveis  bem-estar  subjetivo sobre a autoestima negativa
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