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Uma aproximação entre teorias críticas do direito: estudo introdutório

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Academic year: 2022

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Uma aproximação entre teorias críticas do direito: estudo introdutório

An approximation between critical theories of law: an introductory study

Larissa Ramina 1 Universidade Federal do Paraná (Curitiba, Paraná, Brasil)

http://orcid.org/0000-0003-3359-9358 raminalarissa@gmail.com Manuel Gándara Carballido 2 https://orcid.org/0000-0002-5308-0345

manuelgandara68@gmail.com Universidade Pablo de Olavide (Sevilha, Andaluzia, Espanha)

Recebido: 18.10.2020 Aprovado: 07.11.2020

Resumo:

Este estudo propõe um diálogo entre duas teorias críticas. De um lado, a Teoria Crítica dos Direitos Humanos proposta por Joaquín Herrera Flores, de outro, as TWAIL - Abordagens do Terceiro Mundo ao Direito Internacional. O objetivo desta aproximação é fortalecer a cooperação jurídica entre estas doutrinas críticas do direito, buscando articular e aproximar pesquisas teóricas e práticas materiais, a fim de tentar construir um discurso jurídico crítico com maior organicidade, lógica e consistência. Trata-se de denunciar coletivamente, a partir de visões teóricas diversas, mas complementares, as verdades instituídas e avançar na emancipação dos modelos impostos pelas estruturas de dominação. Portanto, assim como as TWAIL buscam contribuir para a superação dos efeitos do colonialismo no sistema internacional, a teoria crítica proposta por Joaquín também o faz, convidando a propor um tipo de humanismo que surge da experiência da

* Cómo citar: RAMINA, Larissa; CARBALLIDO, Manuel Gándara. Uma aproximação entre teorias críticas do direito: estudo introdutório. Trad. Revista Brasileira de Pesquisa Jurídica, Avaré, v.2, n.1, p.176-193, jan./abr. 2021. doi: 10.51284/rbpj.01.ramina

1 Professora de Direito Internacional dos cursos de Graduação e Pós-Graduação da Universidade Federal do Paraná - UFPR. Coordenadora do Programa de Iniciação Científica e Tecnológica da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da UFPR. Professora convidada do Programa de Mestrado Oficial em Direitos Humanos, Interculturalidade e Desenvolvimento - Universidade Pablo de Olavide. Pós-doutora em Direito Internacional pela Université de Paris Ouest Nanterre La Défense, França (2015-2016) e Doutora em Direito Internacional pela Universidade de São Paulo - USP. Líder do Grupo de Pesquisa INTER/CNPq.

Membro do Instituto Joaquín Herrera Flores e Membro da Associação Brasileira dos Juristas pela Democracia - ABJD.

2 Doutor em “Direitos Humanos e Desenvolvimento”, pela Universidade Pablo de Olavide, em Sevilla, Espanha. Membro da Rede de Apoio à Justiça e Paz e do Instituto Joaquín Herrera Flores. Professor no Programa Oficial de Mestrado em “Direitos Humanos, Interculturalidade e Desenvolvimento” da Universidade Pablo de Olavide de Sevilla, na Espanha. Professor Visitante no Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

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pluralidade de vozes que hoje compõem as histórias, e abandonar todo o tipo de humanismo abstrato, baseado ou não na pretensa universalidade dos direitos humanos, impostos de alguma esfera transcendental à experiência.

PALAVRAS-CHAVE:

Teorias críticas, Joaquín Herrera Flores, TWAIL, Terceiro mundo, Colonialismo.

1. INTRODUÇÃO: AS TEORIAS CRÍTICAS DO DIREITO

A expressão “Teoria Crítica do Direito” demarca o surgimento e evolução de um pensamento3 que se contrapõe às teorias jurídicas tradicionais dominantes, no sentido de questionar o que está normalizado e oficialmente consagrado, e na abertura da possibilidade de conceber outras formas não alienantes, diferenciadas e pluralistas de prática jurídica.4

A teoria crítica pode ser conceituada como o instrumento pedagógico que permite uma consciência histórica, desencadeando processos que levam à formação de agentes sociais possuidores de uma visão de mundo antidogmática, participativa, transformadora e orientada à emancipação social. A proposta crítica não parte de abstrações, mas da experiência histórico-concreta e da prática cotidiana insurgente dos conflitos, das interações e das necessidades humanas essenciais.

É evidente que a teoria crítica expressa a ideia de uma racionalidade vinculada ao processo histórico-social e à superação de uma realidade marcada pela injustiça, articulando dialeticamente “teoria” e “práxis”. Sabe-se que não se trata de uma única teoria crítica, mas sim de várias correntes teórico-metodológicas que propõem uma postura antidogmática e antiformalista.

As teorias críticas, portanto, exigem um desafio global e radical frente às relações de dominação e às estruturas sociais de poder. Nesse contexto, o papel da teoria crítica é desafiar a hegemonia e a legitimidade das estruturas de dominação, expondo suas bases.

Nesse sentido, o presente estudo se propõe a revisar algumas das contribuições das teorias críticas do direito ao direito internacional, procurando aproximar essas duas

3 Artigo anteriormente publicado em espanhol, com o título “Una aproximación entre teorías críticas del derecho. Un estudio introductorio”, na obra El arte de (des)hacer mundos. Estudios en torno al pensamiento de Joaquín Herrera Flores, Alejandro Rosillo Martínez (Coord.). Aguascalientes-San Luis Potosí-La Plata- Sevilla: CENEJUS-UASLP-UNLP-US, 2020. Traduzido por Raquel Freitas de Carvalho, graduada em Direito pela UFPR, Pesquisadora do Grupo Inter, certificado pelo CNPq.

4 Wolkmer, Antonio Carlos. Introdução ao Pensamento Jurídico Crítico. 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 2002, p. 1-4.

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correntes. O objetivo é aproximar, por um lado, a teoria crítica formulada por Joaquín Herrera Flores, e por outro, as TWAIL. O movimento conhecido como TWAIL - Third World Approaches to International Law, por sua sigla em inglês, pode ser traduzido como

“Abordagens do Terceiro Mundo ao Direito Internacional".

O objetivo dessa aproximação das TWAIL com a teoria crítica de Joaquín é a de fortalecer a cooperação jurídica entre essas doutrinas críticas do direito, devido à

“necessidade de articular e aproximar as investigações teóricas e as práticas materiais, a fim de tentar construir um discurso jurídico crítico com maior organicidade, lógica e consistência”.5 Trata-se de denunciar coletivamente, a partir de visões teóricas diversas, mas complementares, as verdades instituídas e avançar na emancipação dos modelos impostos pelas estruturas de dominação. Quanto mais os esforços acadêmicos interagirem, colaborando e conspirando, melhores serão os resultados.

2. TWAIL: UMA BREVÍSSIMA APRESENTAÇÃO

Nos últimos séculos, o mundo tem sido palco da universalização de normas eurocêntricas e de um tipo particular de cultura, por meio da implantação do colonialismo e da predominância de certos modelos econômicos, sociais e políticos. Por isso, uma das críticas mais contundentes ao direito internacional é a denúncia de que se trata de um regime eurocêntrico, que ajudou a construir e manter um mundo de profundas injustiças, caracterizado pela violência, exploração, dominação, desigualdade, hierarquização e pautado na concepção da missão civilizatória e na dicotomia civilização versus barbárie.6

Mohammed Bedjaoui, por exemplo, sustenta que é possível identificar na base no direito internacional a preeminência de quatro preconceitos europeus específicos: a Europa geográfica como centro, o cristianismo, a economia de mercado e o imperialismo político como paradigmas superiores.7

5 Wolkmer, Introdução ao Pensamento Jurídico Crítico.

6 Rajagopal, Balakrishnan. “International law and its Discontents: Rethinking the Global South”. American Society International Law Proceedings 106, (2012): 176-181.

7 Bedjaoui, Mohammed. Pour un nouvel ordre économique international. UNESCO: Paris, 1979,L 54.

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Somente com o movimento de descolonização do pós-Segunda Guerra Mundial que o coro das vozes dos ex-colonizados passou a ser escutado, a partir da formação e ascensão do então recém-denominado “Terceiro Mundo”.8

Nesse sentido, há um segmento específico da teoria crítica, a dos estudos pós- coloniais, voltada à análise dos legados do colonialismo e à observação da ordem mundial na perspectiva de países situados fora do eixo do poder hegemônico. O pensamento pós- colonial permite um olhar historiográfico do direito internacional no sentido de desnaturar e desconstruir categorias, conceitos e narrativas, resistindo ao esquecimento da história, ou das histórias, que levaram aos resultados da colonização, e portanto, a ideia proposta seria reexaminar todas elas.

As TWAIL estão inseridas na perspectiva da pós-colonialidade e da subalternidade9, entendendo que é necessário desconstruir os legados coloniais do direito internacional para tentar transformá-lo em algo que possa chegar a ter alcance mundial, e

8 A expressão "Terceiro Mundo" foi cunhada por Alfred Sauvy, um demógrafo francês e o primeiro diretor do Institut National des Etudes Démographiques. Sauvy escreveu uma coluna, “Trois Mondes, Une Planète”, na qual expressou sua preocupação com a situação dos países pobres no contexto da Guerra Fria.

Envolvidos em uma corrida armamentista, o Ocidente capitalista e o Oriente comunista ignoraram a fome, a pobreza e as doenças no mundo. “Finalmente, aquele Terceiro Mundo - ignorado, explorado, desprezado como o Terceiro Estado - também quer ser alguma coisa”. O público francês de Sauvy entenderia a alusão ao Terceiro Estado. Antes da Revolução Francesa, os Estados Gerais eram o corpo legislativo da França, composto pelo Primeiro Estado (o clero), o Segundo Estado (a aristocracia) e o Terceiro Estado (os plebeus - todos os outros). Em 1789, Abad Sieyès, filósofo e revolucionário, publicou um panfleto que começava dizendo: “O que é o Terceiro Estado? Tudo. O que aconteceu até agora na ordem política? Nada. O que você quer ser? Alguma coisa." No esquema implícito de Sauvy, o Ocidente capitalista era a aristocracia, o bloco comunista o clero e as sobras ... as sobras. " Pooja, Bathia. “How French Revolution gave birth to the Third World”. Acessa em 10 de fevereiro de 2019, http://www.ozy.com/flashback/how-the-french- revolution-gave-birth-to-the-third-world/31320.

9 Estudos relacionados à ideia de subalternidade surgiram na Índia antes das TWAIL, mas entende-se que esses estudos tiveram um impacto contundente em autores indianos que se identificaram como Twailers, e que as pautas de ambas as abordagens são próximas. A expressão "subalterno" começou a ser utilizada na década de 1970, na Índia, como referência aos colonizados naquele contexto, propondo uma nova abordagem de sua história, até então vista estritamente pela perspectiva dos colonizadores. Como resultado, surgiu a expressão “subalternidade” e os estudos a ela dedicados, que começaram na década de 1980 a partir da obra de pesquisadores como Ranajit, Guha e Gayatry Chakravorty Spivak. O “subalterno” refere- se ao marginalizado, ao que não tem voz ou representatividade, em decorrência de seu status social, tanto em termos de classe, casta, idade, gênero e trabalho. Os estudos subalternos do sul da Ásia buscaram reescrever a trajetória da Índia colonial a partir da visão dos subalternos, promovendo uma história alternativa ao discurso oficial dos historiadores, que representava a narrativa da verdade dos subalternos.

No texto seminal “Can the subaltern speak?" Spivak aponta o termo "subalterno", não só como uma palavra clássica para os oprimidos, mas também como uma representação daqueles que não conseguem um lugar em um contexto globalizante, capitalista, totalitário e exclusivo, em que o "subalterno é sempre quem não pode falar, então, se fala, já não é ”. Os autores indianos no campo das TWAIL foram claramente inspirados pelos estudos subalternos, levando à crença de que autores como Ranjit Guha e Gayatri Spivak foram importantes precursores do movimento TWAIL, ajudando a nova geração de estudiosos a romper o véu do formalismo mantido e patrocinado por pesquisadores ocidentais.

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seja capaz, a partir do respeito aos diversos contextos e processos sócio-históricos, de servir como instrumento de emancipação dos povos e países do chamado terceiro mundo.

As TWAIL entendem, por outro lado, que o direito internacional, tal como vinha sendo formulado, é essencial para a reprodução de estruturas de opressão como o capitalismo, o imperialismo, o neo-colonialismo e o patriarcado.10

Trata-se, portanto, de propor uma "virada descolonial" no direito internacional, no sentido de libertá-lo de todos os seus vínculos com o colonialismo, e de pensar a partir de categorias negadas, questionando os postulados das teorias políticas liberais e neoliberais, sobre cujas contradições o sistema jurídico contemporâneo é baseado.

No entanto, é importante observar que tanto a diversidade quanto a heterogeneidade são características das TWAIL; a escolha do termo “abordagens”

responde a isso. Essa também é a razão pela qual os estudiosos associados a essas abordagens podem diferir significativamente no método, na epistemologia empregada ou na abordagem política.11 Eles não diferem, entretanto, quanto às críticas ao direito internacional e aos objetivos que as TWAIL devem perseguir.

Os autores que se identificam como twailers levantaram questões importantes sobre o direito internacional, como o papel das instituições financeiras internacionais e do direito econômico em geral, atuando como agentes que perpetuaram amplamente a reprodução da exploração econômica do Terceiro Mundo; as leis da guerra e a redefinição do conceito de terrorismo; o direito penal internacional; e, principalmente, a releitura da história do direito internacional e seu papel na reprodução e legitimação das práticas coloniais e neocoloniais, bem como na crítica dos direitos humanos.12 Por outro lado, os twailers usaram as fontes históricas das doutrinas do direito internacional para desafiar sua veracidade e demonstrar que o direito internacional não se baseia em compromissos intelectuais e morais que refletem seu assunto globalmente, mas apenas sua história europeia. É por isso que haveria um espaço significativo para refletir sobre as teses TWAIL na doutrina internacional tradicional.13

10 Chimni, B. S. “The World of TWAIL: Introduction to the special issue”. 3 Trade L. & Dev. 3, (2011):

17.

11 Badaru, Opeoluwa Adetoro. “Examining the Utility of Third World Approaches to International Law for International Human Rights Law”. International Community Law Review 10 (2008): 379-387, 381.

12 Bachand, Rémi. “Critical Approaches and the Third World. Towards a Global and Radical Critique of International Law”. Conferencia pronunciada en la University McGill, 24 de marzo de 2010.

13 Sunter, Andrew F. “TWAIL as Naturalized Epistemological Inquiry”. Canadian Journal of Law &

Jurisprudence 20, (2007): 494-498, 480.

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Um ponto importante a ser abordado é o fato de os twailers terem se dedicado a estudar a evolução histórica do direito internacional, com o objetivo de mostrar a relação dialética deste com o colonialismo e com o pós-colonialismo, bem como o papel desempenhado pelo primeiro para viabilizar o segundo, impulsionado em grande parte pela missão civilizatória que visava definir a relação entre europeus e não europeus.14 A análise histórica é considerada de grande relevância porque, em determinado momento, a colonização era justificada por normas derivadas do direito natural, como o direito ao comércio ou o direito à moradia. Hoje, a recolonização é permitida por princípios como boa governança (seria esta a tradução de “good governance”?) e o respeito aos direitos humanos.15 Nesta ocasião, o outro lado da relação dialética refere-se à construção do direito internacional, e a doutrina do reconhecimento é um exemplo que permitiu aos europeus estabelecerem os critérios para distinguir entre estados soberanos e outros. Os twailers geralmente denunciam veementemente os objetivos pouco claros do direito internacional.

Karin Mickelson identificou as contribuições mais importantes que as perspectivas das TWAIL fazem para qualquer campo, em particular para o direito internacional dos direitos humanos, como uma ênfase na interconexão de várias questões, guiada pelo desejo de desconstruir fronteiras rígidas entre diversas áreas do conhecimento, como a economia, os direitos humanos e o meio ambiente. Por outro lado, os twailers acentuam a ênfase na história, caracterizada pelo fato de não haver real intenção de considerar qualquer problema como não histórico, ou caracterizada por separar o direito do contexto histórico em que se desenvolveu.16 Talvez a característica mais marcante da análise TWAIL seja de fato a presença obrigatória do aspecto histórico.

14 Bachand, “Critical Approaches and the Third World”. O autor recorda: “Por exemplo, Makau Mutua explica como os Protocolos e as Atas Gerais da Conferência de Berlim tiveram o efeito de legalizar a colonização da África e a imposição de fronteiras neste continente que não tinham absolutamente nada a ver com suas realidades sociais; que ‘as guerras de conquista e os tratados fraudulentos com governantes e sociedades africanas eram os meios para a imposição efetiva da soberania europeia’, apesar da natureza fraudulenta destes tratados; e as fronteiras coloniais foram finalmente validadas e legitimadas pela Liga das Nações e pelas Nações Unidas”.

15 Bachand, “Critical Approaches and the Third World”.

16 Mickelson, Karin. “Rhetoric and Rage: Third World Voices in International Legal Discourse”. Wisconsin International Law Journal 16, (1997-1998): 375.

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Nesse sentido, as TWAIL são um movimento reconstrutivo, cuja epistemologia consiste em rever e alterar todos os fatores que criam, promovem, legitimam e mantêm hierarquias e opressões.17

As teorias críticas do direito internacional, portanto, buscam principalmente mostrar a contingência de categorias jurídicas utilizadas e frequentemente reafirmadas, para mostrar que elas não são naturais nem inevitáveis18, mas refletem uma situação real específica, que pode, em qualquer caso, ser contestada.

3. DIREITOS HUMANOS, TWAIL E TEORIA CRÍTICA

Acreditamos que existe um grande potencial na perspectiva das TWAIL para teorizar concepções alternativas de direitos humanos, principalmente devido às novas leituras da história que trazem para o estudo do direito internacional e dos direitos. Tal abordagem histórica torna possível "identificar as exclusões históricas inerentes ao discurso moderno dos direitos humanos, bem como as lutas históricas contra tais exclusões".19

Em apertada síntese, seria possível identificar três tipos principais de críticas que as TWAIL dirigem aos direitos humanos. A primeira centra-se na relação entre universalidade e particularidade, ou seja, as TWAIL argumentam que o atual corpus

“universal” e “oficial” dos direitos humanos é essencialmente baseado na filosofia europeia, embora o conceito de direitos humanos não seja exclusivo das sociedades europeias. Portanto, atacam o imaginário universalizante baseado na premissa de que tais direitos são neutros, objetivos e apolíticos, sendo o exemplo mais comum dessa constatação a ênfase que a teoria tradicional dá aos direitos civis e políticos.20

A segunda crítica dirigida aos direitos humanos pelas TWAIL está na ideia de missão civilizadora impregnada em toda a sua narrativa. Os direitos humanos consistiriam em uma forma de civilizar os povos aos quais foi imputada uma cultura selvagem e bárbara - isto é, o terceiro mundo - e uma maneira de impor os padrões europeus frequentemente usados como um pedágio para práticas e intervenções colonialistas ou

17 Chimni, B. S. “Third World Approaches to International Law: A Manifesto”. International Community Law Review 8, (2006): 3-27, 26.

18 Bachand, “Critical Approaches and the Third World”.

19 Parmar, Pooja. “TWAIL: An Epistemological Inquiry”. International Community Law Review 10, (2008): 363-370, 367.

20 Bachand, “Critical Approaches and the Third World”.

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imperialistas.21 O trabalho de Makau MUTUA, por exemplo, concentra-se nessa questão e, nesse sentido, propõe a chamada “metáfora SVS” - selvagens, vítimas, salvadores.22

Outra questão importante a respeito dessa crítica é o questionamento epistemológico das TWAIL sobre a política do conhecimento; isto é, as origens do conhecimento no direito internacional. O direito internacional é apresentado como uma epistemologia naturalizada e parece validar o conhecimento a priori com base em fatos a posteriori. As TWAIL, ao contrário, partem de uma hermenêutica mais cuidadosa e questionadora, procurando identificar as próprias razões do conhecimento e não apenas suas justificativas.23

A terceira crítica dirigida aos direitos humanos pelas TWAIL refere-se à imposição de uma forma de organização política e, a partir dela, de uma forma de Estado:

o Estado liberal / neoliberal e a democracia representativa. Tal fato pode ser facilmente demonstrado pela abordagem direcionada aos direitos civis e políticos, que busca fortalecer, legitimar e exportar a democracia liberal / neoliberal. Alguns afirmam que os direitos humanos acabaram por se converter em sinônimo do movimento dos direitos humanos. Por outro lado, argumenta-se também que o liberalismo não aborda as causas da desigualdade real e econômica, que é na verdade o principal desafio do Terceiro Mundo.24

Outro fato frequentemente lembrado pelas TWAIL refere-se às origens históricas europeias dos direitos humanos - a proteção da burguesia emergente contra os regimes monárquicos autoritários - o que por si só seria suficiente para demonstrar que eles não são adequados para proteger o Terceiro Mundo da violação de tais direitos humanos. Pelo contrário, esses direitos humanos não foram feitos para lutar contra o imperialismo e o neocolonialismo. Os direitos humanos não podem ser vistos como algo que não coincide

21 O autor declara: “In a similar way that some supposedly universal values have been used to conquer and colonize parts of the Third World from the fifteenth to nineteenth centuries, human rights (or concepts like good governance or development), are now used to impose European standards favoured by Westerners.”

Bachand, “Critical Approaches and the Third World”.

22 Mutua, Makau. “Savages, Victims and Saviors. The Metaphor of Human Rights”. Harvard International Law Journal 42, (2001).

23 Sunter, “TWAIL as Naturalized Epistemological Inquiry”.

24 Mutua, Makau. “The Ideology of Human Rights”. Virginia Journal of International Law 36, (1996).

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com as táticas de luta pela emancipação, e seria um erro considerá-los como um objetivo final em si mesmos.25

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Rejeitando as reivindicações de naturalização ideológica profundamente arraigadas no pensamento ocidental, com seus consequentes saldos de desmobilização e despolitização das lutas populares, Herrera Flores apresenta uma concepção histórica e contextualizada dos direitos humanos. Essa concepção implica no resgate da ação política do ser humano corpóreo, reconhecendo suas necessidades e expectativas. Na busca de uma concepção realista, contextualizada e histórica, Herrera propõe que os direitos humanos sejam entendidos como processos sociais, econômicos, políticos e culturais capazes de dar origem à criação de uma nova ordem. Essa novidade histórica deve ser gestada tanto por meio de processos de auto-imposição de deveres quanto a partir da construção de um sistema de garantias pertinentes para garantir o desfecho das lutas. Ao mesmo tempo, entende os direitos como uma matriz que possibilita tanto novas práticas sociais quanto novas subjetividades antagônicas, revolucionárias e subversivas da ordem hegemônica global; ordem caracterizada pela negação da liberdade, fraternidade e igualdade.26

Neste quadro, os direitos humanos devem ser entendidos como produtos culturais que, surgindo em um determinado momento histórico face ao ambiente de relações dominantes,27 facilitam a construção e o fortalecimento das atitudes e competências necessárias para tornar possível a vida em condições dignas.28 O caráter histórico e contextualizado dessa concepção nos obriga a reconhecer o permanente dinamismo dos direitos humanos, superando posições fixistas, muito próprias das posições advindas do idealismo platônico. Herrera Flores os definem nos seguintes termos, em seu texto "Para uma visão complexa dos direitos humanos”:

25 Bachand, Rémi. “Les Third world approaches to international law: Perspectives pour une approche subalterniste du droit international”, em Droit international et nouvelles approches sur le Tiers-monde:

entre répétition et renouveau, por Marc Toufayan, Emmanuelle Tourme-Jouannet y Hélène Ruiz Fabri.

Paris: Société de législation comparée, 2013, 395.

26 Herrera Flores, J. Los derechos humanos como productos culturales. Crítica del humanismo abstracto.

Madrid: Catarata, 2005, 266.

27 Herrera Flores, Los derechos humanos como productos culturales, 98.

28 Herrera Flores, Los derechos humanos como productos culturales, p. 30.

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Los derechos humanos no son categorías normativas que existen en un mundo ideal que espera ser puesto en práctica por la acción social. Los derechos humanos se van creando y recreando a medida que vamos actuando en el proceso de construcción social de la realidad.29

Nesse mesmo sentido, e a partir de uma perspectiva marcadamente social e pragmática dos direitos humanos, o autor sugere que eles são o resultado de processos de lutas sociais e coletivas na busca de construir espaços que possibilitem o empoderamento das pessoas de maneira tal para que possam lutar por uma vida digna.30 Os direitos humanos são “los resultados de los procesos de lucha antagonista que se han dado contra la expansión material y la generalización ideológica del sistema de relaciones impuesto por los procesos de acumulación del capital.”31

Para Joaquín Herrera Flores, o conteúdo básico dos direitos humanos é, portanto, o conjunto das lutas pela dignidade. Lutas cujos alcances, de ter o poder suficiente no conjunto do campo das forças sociais, possam então ser garantidos tanto por normas jurídicas como por políticas públicas e pelo desenho da economia.32

Desta forma, Herrera, trazendo para o campo dos direitos humanos os fundamentos de toda teoria crítica, propõe que estes formem um discurso capaz de gerar disposições críticas e subversivas diante de um sistema de relações marcado pela injusta desigualdade de posições ocupadas por indivíduos e por grupos. Para isso, a teoria crítica dos direitos humanos deve fazer uso de dados empíricos dentro da estrutura de uma teoria social emancipatória.33 Dessa forma, o autor se propõe a compreender os direitos humanos como uma convenção ao mesmo tempo terminológica e político-jurídica, a partir da qual se materializaria, em processos de organização, motivação e articulação das distintas relações, o empoderamento das pessoas e grupos que lhes possibilitaria construir seus respectivos projetos de vida digna.34

Nessa perspectiva da teoria crítica dos direitos humanos, deve-se entender os marcos dos processos de luta pela dignidade, como meios discursivos, expressivos e

29 Herrera Flores, J. “Hacia una visión compleja de los derechos humanos”. In: El vuelo de Anteo. Derechos humanos y crítica de la razón liberal, editado por Joaquín Herrera Flores. Bilbao: Desclée De Brouwer, 2000, 27.

30 Herrera Flores, J. La reinvención de los derechos humanos. Sevilla: Colección Ensayando, Ed.

Atrapasueños, 2008, 104.

31 Herrera Flores, La reinvención de los derechos humanos, 103.

32 Herrera Flores, La reinvención de los derechos humanos, 28.

33 Herrera Flores, La reinvención de los derechos humanos, 84.

34 Herrera Flores, La reinvención de los derechos humanos, 102.

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normativos que permitem o empoderamento dos sujeitos, individual e coletivamente, para sua emancipação.35

Do exposto até então, pode-se perceber que muitas das questões que movem a teoria de Joaquín Herrera Flores são familiares para as TWAIL, embora não sejam expressas exatamente da mesma forma.

Em primeiro lugar, a metodologia transdisciplinar está presente em ambas as teorias, na medida em que propõem a implicação do direito, da ciência política, da sociologia, da filosofia, da antropologia, da história, entre outras áreas do conhecimento.36 Conforme expresso por Joaquín Herrera:

A lo que nos compromete nuestra definición de derechos humanos es a abandonar las visiones abstractas del derecho que magnifican el papel solitario de éste en la garantía y protección de individuos y grupos. Mejor es dirigir nuestra atención a un sistema amplio de garantías –político, económico, social, cultural y, por supuesto, jurídico— que consoliden y garanticen los resultados –compromisos y deberes- de las luchas sociales por el acceso a los bienes necesarios para una vida digna.37

Em segundo lugar, no nível do direito internacional, a teoria crítica de Joaquín também relaciona os direitos humanos ao pós-colonialismo, uma vez que denuncia que a teoria tradicional é dominante por ser um produto discursivo do colonialismo, ou seja, porque é produzida por quem tem legitimidade epistêmica para produzir conhecimento válido. Assim, acaba sendo um discurso localizado e parcial.

Portanto, assim como as TWAIL buscam contribuir para a superação dos efeitos do colonialismo no sistema internacional, a teoria crítica proposta por Joaquín também o faz, convidando a imaginar e a propor valentemente um tipo de humanismo que surge da experiência da pluralidade de vozes que hoje conformam nossas histórias, abandonando todo tipo de humanismo abstrato, seja ele baseado ou não na pretensa universalidade dos direitos humanos, que se impõe de alguma esfera transcendental à experiência.

Apesar de não propor explicitamente uma virada descolonial nos discursos de direitos humanos, Herrera defende a abordagem de realidades plurais por meio de uma

35 Herrera Flores, La reinvención de los derechos humanos, 156.

36 Para interdisciplinaridade nas TWAIL: Chimni, “The World of TWAIL”, 19.

37 Herrera Flores, Los derechos humanos como productos culturales.

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compreensão profunda da interculturalidade, que pressupõe a equivalência de culturas, em oposição à hierarquização da cultura ocidental sobre as demais.

Uma importante contribuição da teoria de Joaquín a ser considerada pelas TWAIL reside na ampliação do foco de análise em relação ao possível conteúdo dos direitos humanos. Em outras palavras, além da afirmação de que o corpus do direito internacional dos direitos humanos tem uma matriz ocidental, seria importante que as TWAIL se debruçassem mais atentamente sobre uma epistemologia intercultural capaz de dar origem, com base em parâmetros democráticos, a um novo conteúdo. As TWAIL, em geral, se concentram muito mais na crítica, ou seja, na desconstrução do direito internacional como resultado do colonialismo e do imperialismo, do que propriamente em um ou mais projetos de reconstrução. Não se está afirmando a ausência de propostas de reconstrução nas TWAIL, visto que existem, apenas se verifica que o esforço crítico parece ser muito superior ao esforço reconstrutivo. Makau MUTUA, por exemplo, clama por “uma genuína” contaminação cruzada de culturas para criar um novo corpo multicultural de direitos humanos.38

O que Herrera Flores propõe é a necessidade de introduzir na análise dos processos históricos, incluindo os dos direitos humanos, o quadro de referência em que se realizam, o contexto em que se inserem e as discrepâncias normalmente invibilizadas.

Nuestro objetivo es trazar un esquema que nos permita tratar con las dificultades de traducción entre procesos culturales diferentes… Pretendemos construir las claves de traducción cultural insertando los conflictos en los contextos en que necesariamente se dan.39

Diante de tais discrepâncias, para Herrera Flores “lo más urgente no es lanzar proclamas universalistas, sino construir espacios de encuentro entre dichas formas de acción en los que todos puedan hacer valer sus propuestas y diferencias.”40 É necessário possibilitar espaços de encontro, diálogo e deliberação entre aqueles que, reconhecendo- se em diferentes posições e disposições, procuram explicar, interpretar e intervir no mundo.41

38 Mutua, “Savages, Victims and Saviors. The Metaphor of Human Rights”, 245.

39 Herrera Flores, J. “Cultura y derechos humanos: la construcción de espacios culturales”. I/C – Revista Científica de Información y Comunicación 5, 2008: 26-13, 58.

40 Herrera Flores, Los derechos humanos como productos culturales, 38.

41 Herrera Flores, Los derechos humanos como productos culturales, 51-52.

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Tarea básica será, pues, crear las condiciones para potenciar la voluntad de encuentro y la exigencia de construcción de zonas de contacto entre los individuos y grupos de procesos culturales diferentes. Todos los procesos culturales están situados en contextos precisos de relaciones. Pero esa constatación cultural no basta. Es preciso trabajar para que en todos esos procesos culturales existan las condiciones económicas, políticas, sociales, económicas y, por supuesto, culturales, para poder enfrentarnos con éxito a los obstáculos –no enteramente culturales-- que vienen impidiéndonos dialogar desde y para nuestras diferencias.42

Desse modo, Herrera Flores exige que, em sua reflexão sobre os direitos humanos, quem ocupa posições distintas possa se encontrar em condições de simetria.43 A teoria crítica de Joaquín, por sua vez, muito contribuiu para a análise da distância que separa a teoria e a prática dos direitos humanos. Parte-se de uma resposta contundente à teoria tradicional dos direitos humanos, baseada na ideia de um universalismo abstrato que, além de ocultar o caráter ideológico de tais direitos, nega a importância dos contextos históricos, econômicos, sociais, políticos e culturais, tanto no que diz respeito à teoria quanto à prática.

Observa-se que o universalismo abstrato é, na verdade, um produto cultural da racionalidade hegemônica moderna nos países ocidentais - notadamente liberais e capitalistas -, ainda que muitos povos adotem e vivam outros processos de luta pela dignidade humana diferentes da concepção ocidental de direitos humanos. Desse modo, sua teoria propõe que se busque um "universalismo de chegada", que deriva de um diálogo intercultural entre os diversos povos. Herrera rechaça

cualquier universalismo a priori que imponga criterios como si fueran el patrón oro de la idea de humanidad. El único universalismo que podemos defender desde esta posición es un universalismo a posteriori, un universalismo de llegada en el que todas las culturas puedan ofrecer sus opciones y discutirlas en un plano, no de mera simetría, sino de igualdad.44

Para Herrera Flores, “el único universalismo válido consiste en el respeto y la creación de condiciones sociales, económicas y culturales que permitan y potencien la

42 Herrera Flores, “Cultura y derechos humanos: la construcción de espacios culturales”, 58-59.

43 Herrera Flores, “Cultura y derechos humanos: la construcción de espacios culturales”, 51.

44 Herrera Flores, Los derechos humanos como productos culturales, 180.

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lucha por la dignidad”.45 Exige, pois, rejeitar todo universalismo “a priori”, toda pretensão universalista que implique na imposição de certos critérios como se fossem o padrão e o modelo da humanidade.

Por outro lado, para Joaquín, a visão abstrata considera que tais direitos correspondem exatamente aos bens que as normas jurídicas que os preveem pretendem assegurar. Porém, na realidade, os direitos correspondem aos processos, que podem ou não ser jurídicos, de luta por tais bens, os quais são influenciados diretamente pelos elementos contextuais de cada tempo e lugar, e que têm em comum a característica de serem processos com o fim de alcançar o acesso aos bens necessários para uma vida com dignidade.

Visto que os direitos surgiram em um contexto muito específico de divisão social, sexual, étnica e territorial da atividade humana marcada pelo acesso desigual aos bens necessários para uma vida digna, “su validez no dependerá de alguna esfera evolutivo/generacional, ni de una esfera moral personal incondicionada, sino de su eficacia o ineficacia a la hora de luchar contra dicha forma de dividir y jerarquizar el acceso a tales bienes.”46

A teoria crítica de Joaquín rejeita, portanto, uma visão “purista” que negue a complexidade dos direitos humanos e os isole das condicionantes contextuais e conjunturais em que ocorrem os referidos processos de luta, e que restrinja a discussão sobre tais direitos ao âmbito jurídico-normativo. Neste ponto, as TWAIL compartilham a mesma ideia, propondo “destacar as raízes históricas do atual estado desolador dos direitos socioeconômicos no Terceiro Mundo e, portanto, se afastar das questões que envolvem os direitos humanos de um ângulo puramente formal e institucional ”.47

Além disso, a proposta teórica de Joaquín destaca outra importante contribuição que as TWAIL devem considerar: a tentativa de formular uma nova abordagem que supere a dicotomia entre a visão abstrata dos direitos humanos e a visão localista, que entende que, diante da realidade multicultural, a autonomia dos cada povo deve prevalecer, em detrimento das reivindicações universalistas, em respeito às suas identidades culturais. Joaquín rejeita tanto a racionalidade jurídico-formal da visão

45 Herrera Flores, Los derechos humanos como productos culturales, 156.

46 Herrera Flores, Los derechos humanos como productos culturales, 80.

47 Badaru, “Examining the Utility of Third World Approaches to International Law…”, 381.

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abstrata - que propõe práticas universalistas - quanto a racionalidade material-cultural inerente à visão localista - que propõe práticas particulares. Joaquín Herrera Flores chama a atenção para as contribuições e limites de cada uma dessas visões:

La polémica sobre los derechos humanos en el mundo contemporáneo se ha centrado en dos visiones, dos racionalidades y dos prácticas. En primer lugar una visión abstracta, vacía de contenidos y referencias a las circunstancias reales de las personas y centrada en torno a la concepción occidental de derecho y el valor de la identidad. Y, en segundo lugar, una visión localista en la que predomina lo propio, lo nuestro con respecto a lo de los otros y centrada en torno a la idea particular de cultura y el valor de la diferencia. Cada una de estas visiones de los derechos propone un determinado tipo de racionalidad y una versión de cómo ponerlos en práctica.48

De mesmo modo, estabelece a necessidade de chegar a uma síntese que reúna o melhor de cada uma delas:

Ambas visiones contienen razones de peso para ser defendidas. El derecho, visto desde su aparente neutralidad pretende garantizar a todos, no a unos frente a otros, un marco de convivencia común. La cultura, vista desde su aparente cierre local, pretende garantizar la supervivencia de unos símbolos, de una forma de conocimiento y de valoración que orienten la acción del grupo hacia fines preferidos por sus miembros. El problema surge cuando cada una de estas visiones se defiende por su lado y tiende a desdeñar lo que la otra propone. El derecho por encima de la cultura o viceversa. La identidad como algo previo a la diferencia o viceversa. Ni el derecho, garante de la identidad común, es neutral; ni la cultura, garante de la diferencia es algo cerrado.

Lo relevante es construir una cultura de los derechos que recoja en su seno la universalidad de las garantías y el respeto por lo diferente.49

Sua proposta reside em uma “visão complexa” dos direitos humanos, fundada em uma “racionalidade de resistência” e propõe uma prática intercultural. Trata-se de uma racionalidade que não nega que é possível chegar a uma síntese das diferentes opções frente aos direitos, e tampouco descarta a virtualidade das lutas pelo reconhecimento das diferenças étnicas e de gênero.

48 Herrera Flores, “Hacia una visión compleja de los derechos humanos”, 68.

49 Herrera Flores, “Hacia una visión compleja de los derechos humanos”, 68.

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Desta forma, Joaquín defende que não se deve rejeitar todas as ideias ocidentais sobre os direitos humanos como se “a priori” fossem todas produto do colonialismo e do imperialismo. Em princípio, e em geral, é isso que as TWAIL parecem fazer. Ao priorizar a crítica contundente a tudo o que é considerado uma imposição ocidental, só posteriormente surge a questão sobre a possibilidade de que talvez pudesse ser diferente.

Para Joaquín, qualquer posição essencialista parte de universalizações e de exclusões, não de processos que permitem chegar ao conjunto de generalidades que todos possam compartilhar.

Outra contribuição da teoria de Herrera à análise das TWAIL é a de que esta poderia incorporar, de forma mais contundente, outras categorias de opressão para além da dicotomia ocidente-terceiro mundo. Categorias como classe, gênero e raça devem ocupar um lugar tão importante nas TWAIL quanto a dicotomia ocidente-terceiro mundo, já que são consequências diretas desta. Não se pode negar a existência de muitos estudos no âmbito das TWAIL que consideram essas outras dicotomias, mas não há dúvida de que ocupam um lugar menos importante do que a dicotomia ocidente-terceiro mundo.

Assim, pode-se falar em "subalternos", como propõe Rémi Bachand, ou seja, indivíduos integrantes de povos dominados e explorados em relação a essas quatro categorias analíticas, fazendo uma análise interseccional das categorias de opressão que compõem o direito internacional.50 A contribuição central dessa discussão, portanto, consiste em apontar os direitos humanos como produtos culturais, com origens históricas que resultam de processos de reação cultural dos seres humanos, ao longo do tempo, diante dos outros seres humanos, diante da natureza e também diante de si mesmos.

50 Bachand, “Les Third world approaches to international law”, 395 y ss. “La première de ces critiques concerne le relatif cloisonnement de ces différents courants et notamment le fait qu’aucun d’entre eux n’a été à ce jour en mesure de faire une analyse pleinement intersectionnelle des différentes forms d’oppression reliées au droit international. Si ce chapitre a comme sous-titre de “perspective pour une approche subalterniste du droit international”, c’est qu’il va notamment proposer un décloisonnement de ces différentes approches de manière à analyser en tout temps le droit international à partir de la défense des

“subalterns”, c’est-à-dire des individus faisant partie de groupes dominés et exploités au regard de quatre catégories d’analyse (qui sont d’abord et avant tout des rapports sociaux structurels) que sont le genre, les classes sociales, la race et la relation Occident/Tiers-monde.” Em tradução livre: “A primeira destas críticas refere-se à relativa compartimentação dessas diferentes correntes e, em particular, ao fato de nenhuma delas ter sido capaz de fazer uma análise totalmente interseccional das diferentes formas de opressão relacionadas ao direito internacional. Se este capítulo tem como subtítulo "perspectiva para uma abordagem subalterna do direito internacional", é porque notadamente irá propor uma descompartimentalização dessas diferentes abordagens para analisar o direito internacional a qualquer momento a partir da defesa do "subalterno", isto é, indivíduos pertencentes a grupos dominados e explorados em relação a quatro categorias de análise (que são, em primeiro lugar, relações sociais estruturais), tais como gênero, classe social, raça e a relação entre o ocidente e o terceiro mundo ”.

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Neste processo histórico, sempre com atenção aos contextos, ao espaço, às culturas, às narrativas, os direitos humanos podem ser entendidos como produtos culturais surgidos no ocidente que, sendo impulsionados pelas lutas sociais, poderiam se generalizar sem imposições coloniais ou imperialistas.51 Entender os direitos humanos como produtos culturais significa ver o diferente, o outro, de maneira diversa; isto é, não mais como o bárbaro, como o incivilizado e, consequentemente, passível de colonizar, mas simplesmente diferente ou, ainda, como aquele que, no decorrer de sua própria história, buscou caminhos diferentes para encontrar os elementos que considera essenciais para alcançar as próprias concepções de dignidade humana e, a partir dessa experiência, pode nos enriquecer.

Joaquín considera, também, que sua teoria não pode ser entendida como um fim em si mesma, mas sim como uma proposta que, a partir do que ele postula, busca abrir os caminhos necessários para que os direitos humanos possam ser efetivos. Sua teoria crítica, como ele mesmo sublinha, abre caminhos culturais, contextuais e conceituais para chegar a atitudes e aptidões de empoderamento mútuo e para facilitar a construção de espaços de encontro.

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