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Farmacologia da Dor, Opioides e Antagonistas

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Academic year: 2022

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(1)

Farmacologia da Dor, Opioides

Medicina M2 BMF224

e Antagonistas

Newton G. de Castro

Professor Associado, MD, DSc Lab. de Farmacologia Molecular

CCS – sala J1-029

NG Castro

abr/16

Dor

Definição da IASP*

• Experiência sensorial e emocional desagradável associada a um dano tecidual real ou potencial, associada a um dano tecidual real ou potencial, ou descrita em termos deste dano.

OBJETIVO lesão tecidual ativação de nociceptores SUBJETIVO

experiência sensorial experiência emocional

com ou sem

NG Castro

• A falta de lesão não nega a dor

• A incapacidade de verbalização não nega a dor

* International Assoc. for the Study of Pain: www.iasp-pain.org

Analgésicos

Fármacos usados para controle da dor Ações no SNC e periféricas:

A l é i i id

Analgésicos opioides

Analgésicos anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs)

Analgésicos esteroidais(corticóides) Ações periféricas:

NG Castro

Ações periféricas:

Anestésicos locais

Uso de opioides hoje

46

Opioid Painkiller Prescribing

July 1914

46

Each day, 46 people die from an overdose of prescription painkillers* in the US.

259 M

Health care providers wrote 259 million prescriptions for painkillers in 2012, enough for every American adult to have a b l f ill

NG Castro

bottle of pills.

* "Prescription painkillers" refers to opioid or narcotic pain relievers, including drugs such as Vicodin (hydrocodone+acetaminophen), OxyContin (oxycodone), Opana (oxymorphone), and methadone.

http://www.cdc.gov/vitalsigns/opioid-prescribing/

(2)

História - Ópio: “remédio do próprio Deus” ?

4000 AC: sumérios cultivavam a papoula na Mesopotâmia

1300 AC: egípcios exportavam ópio exportavam ópio

~300 AC: ópio introduzido na Pérsia e Índia por Alexandre

400 DC: ópio introduzido na China

Propriedades terapêuticas estabelecidas na medicina

NG Castro

Paracelso: “Eu possuo um remédio secreto que é superior a todos

os outros remédios heróicos” – o láudano

(1527) estabelecidas na medicina

Persa, Indiana e Chinesa

Séc. XVI em diante: uso não médico disseminado pelos colonizadores na Ásia

Séc. XIX: Guerras do Ópio, pandemia de abuso Papaver

somniferum (e outras espécies)

Opioides naturais, semi-sintéticos e sintéticos

Morfina:~10% p.p. no ópio

Análogos da morfina:

hid f

– hidromorfona

– diamorfina (heroína, diacetilmorfina) – codeína

Derivados sintéticos:

– fentanil e petidina (dor intensa – via IV).

t d ( ã i l d )

morfina

NG Castro

– metadona (ação mais prolongada).

– etorfina (semelhante à morfina).

Antagonistas opioides:

– naloxona

Fisiopatologia da dor: estímulo nociceptivo

D t i ífi

Descartes: via específica da dor, levando o estímulo periférico a uma

região do cérebro (ca. 1664)

Julius e Basbaum (2001) Nature 413:203

Terminal nociceptor

K+ (+)

Modif. de Julius e Basbaum (2001) Nature 413:203 opioides

(ou canabinoides)

(3)

Vias nociceptivas (ascendentes)

Córtex somatossensorial

Núcleos talâmicos

Substância cinzenta periaquedutal Formação reticular

NG Castro

Neoespinotalâmico Paleoespinotalâmico

Fibras A e C

Mecanismos de controle endógeno da dor

TÁLAMO E k

vias inibitórias descendentes

sistema de comporta

medular

SG TÁLAMO

aferentes nociceptivos

(C, A) SP

Glu Enk

NA 5-HT

medular

NG Castro

Glu

mecanoceptores (A)

Localização de receptores opioides

terminais dos nociceptores

corno dorsal da medula espinhal

certas regiões subcorticais do cérebro:

tálamo

substância cinzenta periaquedutal

núcleos rostrais e ventrais do tronco cerebral

NG Castro

AÇÃO SINÉRGICA EM MÚLTIPLOS NÍVEIS

Locais de ação dos opioides

Córtex Cerebral

Hipotálamo Tálamo

OPIOIDES (++)

Substância Cinzenta Periaquedutal

Núcleo Magno da Rafe

Locus ceruleus OPIOIDES (++)

OPIOIDES (+)

NG Castro

Corno Dorsal Periferia

5-HT NA Encefalina Núcleo

Reticular Paragigantocelular

(-) (-) (-)

OPIOIDES (-)

OPIOIDES (-)

(4)

Nocistatin Orphanin-2

Peptídeos opioides endógenos

NG Castro

Goodman & Gilman’s 12 ed., Fig. 18-1

Receptores opioides

• (mu) analgesia espinhal e supra-espinhal, sedação, depressão respiratória, constipação, euforia

d dê i fí i

GPCRs acoplados a ptn. Gi/o - podem dimerizar

e dependência física

ENDORFINAS > ENCEFALINAS > DINORFINAS

• (delta) analgesia espinhal e supra-espinhal, modulação de NTs, alterações no comportamento

ENCEFALINAS > ENDORFINAS e DINORFINAS

NG Castro

• (capa) analgesia espinhal e supra-espinhal, miose, constipação, sedação e disforia/alucinações

DINORFINAS >> ENDORFINAS e ENCEFALINAS

• N/OFQ (ORL-1, opioid receptor-like 1) ??

Inibição pré-sináptica Subtipos de receptores e efeitos em animais

Tipo Agonista Antagonista

Analgesia

Supraespinhal , ,  Analgésico Sem efeito

Espinhal , ,  Analgésico Sem efeito

Função respiratória Reduz Sem efeito

Trato gastrointestinal ,  Reduz trânsito Sem efeito

Psicotomimético Aumenta Sem efeito

Alimentação , ,  Aumenta ingesta Reduz ingesta

Sedação ,  Aumenta Sem efeito

Diurese Aumenta

Regulação hormonal

Prolactina Aumenta liberação Reduz liberação

ed.

Hormônio do crescim. e/ou  Aumenta liberação Reduz liberação Liberação neurotransm.

Acetilcolina Inibe

Dopamina ,  Inibe

Órgãos isolados

Íleo de cobaia Reduz contração Sem efeito Vas deferenscamund. Reduz contração Sem efeito

G&G 11 e

(5)

Opioides relacionados à morfina

morfina

NG Castro

*Os números 3, 6, e 17 referem-se às posições na molécula da morfina. Outras alterações:

(1) Ligação simples ao invés de dupla entre C7 e C8;

(2) OH adicionada ao C14;

(3) Sem oxigênio entre C4 e C5;

(4) Ponte endoeteno entre C6 e C14; 1-hidroxi-1,2,2-trimetilpropil substituído no C7.

Farmacocinética dos opioides

• Substâncias lipossolúveis

• Principais locais de absorçãoabsorção: vias subcutânea,

transdérmica, intramuscular, mucosas nasal e oral e TGI;

transdérmica, intramuscular, mucosas nasal e oral e TGI;

inalatória (ópio fumado)

• Biodisponibilidade por via oral sofre redução devido ao metabolismo de primeira passagem

• Dose oral > parenteral

• Comprimidos disponíveis em duas formas de

NG Castro

• Comprimidos disponíveis em duas formas de apresentação:

• liberação imediata

• liberação lenta ou programada

Vias de administração

NG Castro

Distribuição

• Alta ligação a proteínas plasmáticas: albumina e -1 glicoproteína ácida

• Distribuição em tecidos altamente vascularizados:

• Distribuição em tecidos altamente vascularizados:

pulmões, fígado, baço e rim

• Reservatório: tecido muscular (menor concentração, maior volume)

• Distribuição ao SNC limitada por transportadores tipo PGP

NG Castro

PGP

• Heroína e codeína atravessam mais facilmente a barreira hematoencefálica

• Neonatos: riscos de depressão e abstinência

(6)

Vias usadas por aditos e biotransformação

analgésico

NG Castro

neuroexcitatório

Fenilpiperidínicos:

oxidação por CYPs (fentanil, meperi-

dina, etc.)

Padrões de concentração plasmática

NG Castro

Potência e seletividade dos opioides Efeitos dos opioides

Sistema Nervoso Central Afinidade por receptores :

A l i l d d d d

Analgesia- alteração da percepção da dor e da reação do paciente a esta dor.

Euforia- sensação agradável de flutuar e estar livre da ansiedade e do desconforto.

Sedação- sonolência e turvação da consciência

Depressão respiratória- inibição dos mecanismos do tronco cerebral

(7)

Efeitos dos opioides

Sistema Nervoso Central

S ã d d í

Supressão da tosse- codeína

Miose

Rigidez no tronco- aumento do tônus nos grandes músculos do tronco, interferindo na ventilação

Náuseas e vômitos- ativação da zona

NG Castro

desencadeante quimiorreceptora do tronco cerebral

Efeitos dos opioides Periféricos

Trato gastrointestinal

– efeitos constipantes: p da motilidade do estômago g e aumento do tônus, produção de secreção gástrica

– aumento do tônus do intestino delgado e espasmos periódicos

– aumento do tônus do intestino grosso edas

NG Castro

aumento do tônus do intestino grosso e das ondas propulsivas constipação

Trato biliar- contração do músculo liso biliar, pode ocasionar cólicas biliares

Efeitos dos opioides

Periféricos

Trato genitourinário- depressão da função renal

(

d fl l áti l) d tô d

(

do fluxo plasmático renal); do tônus do esfíncter uretral pode levar à retenção urinária

Útero- pode haver prolongamento do trabalho de parto

Neuroendócrinos- estimulação da liberação do

h ô i tidi éti l ti t t i

NG Castro

hormônio antidiurético, prolactina e somatotropina

Prurido– face e tronco

Usos dos opioides

O tratamento da dor é essencial para a prática médica

Há inúmeras situações em que é necessário proporcionar analgesia antes do diagnóstico definitivo

Alguns questionamentos...

É necessária a analgesia?

O analgésico opioide vai obscurecer os sinais e

i ?

NG Castro

sintomas?

Os analgésicos opioides podem agravar a situação do paciente?

Há possibilidade de interações medicamentosas significativas?

(8)

Usos dos opioides

Analgesia

dor intensa e constante é aliviada com uso de

opioides, p. ex., associada ao câncer e outras doenças terminais

a administração a intervalos fixos é mais eficaz no alívio da dor do que a sob demanda.

utilização em obstetrícia - atenção - os opioides atravessam a BHE do feto, podendo provocar depressão respiratória

Edema agudo de pulmão

NG Castro

g p

o mecanismo provável é redução na percepção de falta de ar ...

da pré-carga (redução do tônus venoso)

da pós-carga (diminuição da resistência periférica)

Usos dos opioides

Tosse

antitussígenos sintéticos que não causam dependência codeína, dextrometorfano, levopropoxifeno

Diarréia

elixir paregórico (tintura de ópio) difenoxilato, loperamida

Anestesia

medicação pré anestésica - propriedades sedativas, ansiolíticas e analgésicas

NG Castro

analgésicas

podem ser usados como anestésicos primários ( fentanil ) analgésicos regionais ( ação direta sobre a medula )

administração epidural ou intratecal ( espinhal )

reversão com naloxona

Dessensibilização, internalização e tolerância Diferenças entre opioides

potência e eficácia

seletividade entre receptores

seletividade funcional: ativação vs. internalização

farmacocinética

tolerância tolerância cruzada parcial

Drewes et al. (2012) Brit. J. Clin. Pharmacol DOI:10.1111/j.1365-2125.2012.04317.x

(9)

Efeitos adversos

constipação(15-50%)

náusea e vômitos(10-40%)

tontura ou vertigem

sonolência

prurido(1% v. sistêmica, 8-46% epidural/espinhal)

retenção urinária

confusão mental e alucinações

disforia ã d t

NG Castro

disforia

mioclonias(3-87%)

depressão respiratória

imunodepressão(significado incerto)

supressão da tosse

miose (colateral)

IMPORTANTE NO DIAGNÓSTICO

Efeitos adversos – tratamento e controle

Antagonistas opioides de ação central:

– naloxona, naltrexona, nalmefeno

Antagonistas opioides de ação periférica:

– alvimopan, metilnaltrexona

Sintomáticos:

– metoclopramida (colinérgico) – ondansetrona (antagonista 5-HT3)

NG Castro

– psicoestimulantes simpaticomiméticos

Tolerância:

rotação de opioides

Em estudo: cetamina, anfetaminas

Outros analgésicos com ação opioide Tramadol

• agonista MOR fraco (6000x menos que morfina)

• sinergismo com 5-HT e noradrenalina

(fraco)

NG Castro

Tapentadol

• agonista MOR (50x menos que morfina)

• inibe NET (noradrenalina)

Manejo farmacológico da dor no câncer Escada terapêutica OMS

NG Castro

(10)

Manejo farmacológico da dor no câncer

MEDICAMENTO DOSE DOSE máx.dia

Paracetamol 500-1000 mg 4-6 h 4 000 mg

Diclofenaco 50 mg 8-8 h 150 mg

Codeína 30-60 mg 4-6h 360 mg

Tramadol 50-100 mg 6-8 h 400 mg

Morfina (imediata) A partir de 10 mg 4-4 h Não há

NG Castro

( ) p g

Morfina (cronometrada)

A partir de 30 mg 12-12 h Não há Metadona A partir de 5 mg 8-12 h Não há

Referências

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