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AVALIAÇÃO E SELEÇÃO DE PROJETOS CONSIDERANDO A SUSTENTABILIDADE: UMA REVISÃO DA LITERATURA

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AVALIAÇÃO E SELEÇÃO DE PROJETOS CONSIDERANDO A SUSTENTABILIDADE: UMA REVISÃO DA LITERATURA

Igor Santos (EESC-USP) igorzanche@gmail.com Lucas Calache (EESC-USP) lucascalache@usp.br Luiz Cesar Ribeiro Carpinetti (EESC-USP) carpinet@sc.usp.br

A avaliação e seleção de projetos se caracteriza como um processo estratégico de tomada de decisão extremamente importante sobre alocação de recursos tangíveis e intangíveis. Nestes processos de tomada de decisão, vários critérios, alternativas e tomadores de decisão devem ser considerados, o que pode trazer complexidade ao problema.

Desta forma, técnicas multicritério de tomada de decisão em grupo vêm sendo utilizadas para tratar este problema. Além disso, vêm crescendo a importância de considerar a sustentabilidade como um fator estratégico no processo de decisão. . O desenvolvimento sustentável é necessário para garantir que as demandas atuais da sociedade não comprometam os recursos das próximas gerações. Dessa forma, o objetivo deste artigo é apresentar os resultados de uma revisão sistemática da literatura para avaliar o estado da arte sobre a avaliação e seleção de projetos considerando critérios de decisão relacionados a sustentabilidade.

Ademais, técnicas de avaliação e seleção são classificadas e definições de sustentabilidade são apresentadas.

Palavras-chave: Seleção de projetos. Sustentabilidade.

Sustentável. Revisão da literatura.

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1 1. Introdução

Devido à escassez de recursos dentro de uma organização, a avaliação e seleção de projetos é um tema importante que é utilizado para direcionar as aplicações de esforços organizacionais de forma eficiente e eficaz (KUDRATOVA, et al., 2019). Para isso, técnicas de tomada de decisão vêm sendo propostas na literatura para embasar esse processo de tomada de decisão na seleção de projetos (ZOU; DUAN; DENG, 2019).

O quadro socioambiental que atualmente caracteriza as sociedades, demonstra que o efeito dos humanos sobre o meio ambiente está gerando impactos negativos alarmantes (DO NASCIMENTO, 2012; BARBOSA, 2008). Neste cenário, os consumidores estão se tornando cada vez mais conscientes sobre a importância do desenvolvimento sustentável. Dessa forma, as organizações estão avaliando os impactos no uso dos recursos e no ambiente ao seu redor (BARBIERI et al., 2010). Embora a análise econômica seja amplamente usada nos problemas de seleção de projetos, o desenvolvimento sustentável sugere a consideração de fatores financeiros e não financeiros para sua avaliação (KHALILI-DAMGHANI et al., 2013).

O desenvolvimento sustentável surge como um conceito integrador para demonstrar um novo caminho de desenvolvimento que considere o ecossistema em que as empresas estão inseridas e avalia como gerar valor para todos os agentes, sejam eles organizações, sociedade ou meio ambiente (BARBOSA, 2008). De acordo com Mebratu (1998), desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atender às suas necessidades. Ademais, segundo Lazarus (2008), a sustentabilidade é integralmente incerta e aberta à diferentes interpretações, portanto, artigos recentes buscam tangibilizar esse conceito, assim como seus princípios (MUÑOZ-TORRES; MARÍA JESÚS, 2018).

Devido a mudanças na sociedade, pressões governamentais crescentes e apelo de organizações internacionais como a ONU, vem crescendo o número de artigos que visam integrar critérios de sustentabilidade na avaliação e seleção de projetos. Dessa forma, uma revisão da literatura é necessária para segmentar os estudos, identificar tendências e lacunas a serem exploradas em pesquisas futuras. Portanto, o objetivo deste artigo é apresentar os resultados de um levantamento bibliográfico sistemático para avaliar o estado da arte sobre a avaliação e seleção de projetos considerando sustentabilidade.

O artigo é dividido em: Seção 2 apresenta uma revisão da literatura sobre a seleção de projetos;

a Seção 3 discorre sobre critérios de sustentabilidade em projetos; a Seção 4 apresenta o método utilizado para revisão; já a Seção 5 demonstra os resultados e discussões do levantamento; e

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2 por fim, a Seção 6 apresenta as conclusões e oportunidades de trabalhos futuros.

2. Avaliação e Seleção de projetos

A seleção de projetos é um processo complexo de tomada de decisão, influenciado por múltiplos objetivos frequentemente conflitantes (SANTOS et al., 2016). A complexidade do problema de seleção de projetos se deve também ao alto número de projetos dos quais um subconjunto (portfólio) deve ser escolhido (KHALILI-DAMGHANI et al., 2013). Dessa forma, a escolha estratégica de projetos pode aumentar significativamente as chances de as organizações atingirem seus objetivos (PUTHAMONT; CHAROENNGAM, 2007).

No processo de seleção de projetos é necessário considerar que o orçamento e os recursos são limitados e que isso pode atrasar ou entrar em conflito com outros projetos, comprometendo a estratégia da organização (SIMPLÍCIO et al., 2017). Desenvolver a capacidade de selecionar e priorizar os projetos apropriados é um dos pontos-chave para garantir o máximo retorno dos investimentos para a organização (SIMPLÍCIO et al., 2017). Existem organizações que usam apenas métodos quantitativos para a seleção, como ROI (Return on Investment, ou Retorno Sobre o Investimento) e Payback (JUAN et al., 2010; WU; XU; YANG; TING 2017). Porém, organizações que confiam apenas nesses métodos financeiros podem apresentar um desempenho inferior (ZOU; DUAN; DEN, 2019).

Alguns desafios da seleção de projetos são descritos por Gallo et al., (2016):

• Coletar todos os dados ambientais, técnicos e financeiros necessários e garantir um bom nível de qualidade dos dados;

• Prever o tempo de vida correto do projeto, geralmente dependente de possíveis mudanças políticas ou da retirada ou emissão de novas leis;

• Definir a propriedade do projeto no caso de várias entidades envolvidas no gerenciamento da atividade do projeto;

Dessa forma, é possível observar que o processo de avaliação e seleção de projetos envolve tanto critérios quantitativos quanto qualitativos (ZHAO; XU; LIU, 2016).

3. Princípios de Sustentabilidade como critérios na seleção de projetos

A inclusão de critérios de sustentabilidade dentro da avaliação e seleção de projetos vem se tornando cada vez mais comum, devido ao reconhecimento de desempenhos superiores dos projetos e vantagem competitiva (ZOU; DUAN; DENG, 2019).

As definições de sustentabilidade presentes na literatura apresentam a sustentabilidade em um

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3 contexto no qual é difícil operacionalizar para a avaliação de projetos (KUDRATOVA et al., 2019; OHAYON; GHAVAMI, 2012; BHATTU, 2018). Então, para melhor a avaliação sobre sustentabilidade, Muñoz-Torres et al., (2018) apresentam quatro princípios fundamentais sobre o conceito:

Triple Bottom Line (TBL): O TBL baseia-se em três propósitos interconectados de prosperidade econômica (lucro), proteção ambiental (planeta) e equidade social (pessoas), e busca o melhor desempenho equilibrado em relação à cada uma das dimensões;

● Perspectiva intergeracional: implica em identificar, avaliar e gerenciar os riscos das decisões atuais sobre as necessidades das gerações futuras, além de planejar como as gerações futuras serão capazes de atender às suas necessidades;

● Abordagem das partes interessadas ou stakeholders: no nível organizacional as organizações devem ter em mente as diferentes necessidades e expectativas de uma variedade de partes interessadas (não apenas detentores de capital) que podem influenciar o resultado da organização;

● Pensamento do ciclo de vida (PCV): Ao se concentrarem nas organizações, suas responsabilidades não devem "parar na porta" e devem ser responsáveis pelas práticas de seus parceiros de negócios.

4. Método utilizado para levantamento bibliográfico

Para identificar o que foi desenvolvido sobre avaliação e seleção de projetos considerando a sustentabilidade, foi realizada uma revisão sistemática da literatura, adotando um processo replicável, científico e transparente (TRANFIELD; DENYER; SMART, 2003). Os procedimentos de pesquisa são descritos a seguir e seguem a metodologia proposta por Sampaio e Mancini (2007):

Pergunta científica analisada: quais são as técnicas e critérios utilizados nos problemas de seleção de projetos considerando sustentabilidade.

Definição das bases de dados e palavras chave: as bases de dados utilizadas foram Web of Science (apps.webofknowledge.com) e SCOPUS (www.scopus.com) devido ao grande acervo relacionado com gestão de operações. O conjunto de palavras (“project selection” AND

“sustainability”) OR (“project selection” AND “sustainable”) foi aplicado, retornando um total de 51 artigos na base Web of Science e 61 artigos na base SCOPUS.

Estratégia de pesquisa: foram analisados somente os artigos de periódicos, datados até o final

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4 de 2019. As duplicidades foram eliminadas resultando em um total de 65 artigos. A estratégia de avaliação de escopo foi ler inicialmente o resumo e palavras chaves, e em caso de não clareza, as seções seguintes dos artigos eram lidas para avaliação do seu conteúdo.

Seleção dos artigos relevantes: foram identificados 42 artigos que abordavam o tema de seleção de projetos considerando critérios de sustentabilidade. A seguir, os artigos foram classificados conforme o ano de publicação, país de origem do primeiro autor, forma de representação da informação dos julgamentos dos decisores e técnicas aplicadas para a resolução do problema.

5. Resultados e discussões

Nesta seção, são detalhados os resultados da pesquisa. A Figura 1 apresenta um gráfico com o número de artigos publicados de acordo com os anos. Verifica-se que ocorreu um crescimento no número de artigos referentes ao tema partir de 2008, com o desenvolvimento de novas abordagens de avaliação e técnicas multicritério, tais como Fuzzy Rule-Based (FRB), Data Envelope Analysis (DEA), Fuzzy Preference Relations Based Analytic Network Process (CFPR-ANP) (CHENG; LIOU; CHIU, 2017), entre outros.

Figura 1: quantidade de publicações por ano

Fonte: Própria autoria.

Segmentando as publicações de artigos por países, é possível identificar as localidades que estão desenvolvendo mais pesquisas referentes ao tema. Conforme apresentado pela Figura 2, os Estados Unidos se destacam com a maior quantidade de artigos publicados (26,2%), seguido pelo Canadá (14,3%) e então a China (11,9%). Já o Brasil, possui participação com um artigo publicado (2,4%).

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5 Figura 2: quantidade de publicações por nacionalidade

Fonte: realizado pelo autor

Na tabela 1 abaixo, é possível identificar as técnicas de tomada de decisão utilizadas e a representação da informação dos dados coletados.

Tabela 1: Técnicas de avaliação e representações da informação dos artigos.

Referência Técnica Representação da

informação Fanai; Burn, (1997). Métrica R de distância da

solução ideal

Números Crisp Bhattu; Barkdoll, Breffle, (2017). Socio-Technical-Environmental

Project Selection (STEPS) Goodland; Daly; el Serafy, (1993). Ferramenta de mensuração do

impacto ambiental

Jugend, (2017). Análise Estatística (Cronbach’s

alpha coefficient) Kroeger; Simonovic, (2009). Agregação Matemática

Kula; Evans, (2010). Taxa dupla de desconto

Lence; Fürst; Matheson (1997). Agregação Matemática Matheson; Lence; Fürst, (1997). Métrica de distância da solução

justa

Murphy; O'brien, (2014). Sustainability Project Scoring Breakdown

Puthamont; Charoenngam, (2007). Análise ANOVA Rangarajan et al., (2012). Net present value (NPV),

Internal Rate of Return (IRR) e método Monte Carlo

Samberg; Bassok; Holman, (2011). Avaliação Multicritério e Normalização das Avaliações

Simonovic, (2001). Agregação Matemática

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Wellington; Lewis, (2016). Decomposição de projetos em atributos e programação computacional

Pourebrahim et al., (2010). ANP

Gallo et al., (2016). Cartesio Guidelines

Roumboutsos, (2010). Cost-Benefit Analysis

Tsai; Chou; Hsu, (2009). DEMATEL, Analytic Network Process e Zero-One Goal Programming Method Tsai; Chou; Hsu, (2009). Dynamic Stochastic General

Equilibrium (DSGE) Kim; Kim; Lee, (2014). Life Cycle Cost Analysis and

Cost Breakdown Structure Jones; Tefe; Appiah-opoku, (2015). Localized Sustainability Score

(LSS)

Rostirolla; Romano, (2011). Mathematical Programming

Números Crisp Tan et al., (2016).

Zagonari, (2016).

Zenglian; Junyang; Yingshi, (2017). Net Present Value Kudratova; Huang; Zhou, (2018).

Mahmoudi, et al., (2019). Network Data Envelopment Analysis (NDEA)

Prato, (2007). Present Value Loss

Karaveg; Thawesaengskulthai,; Chandrachai, (2016).

Structural Equation Modeling

Khalili-damghani; Tavana, (2014).

Lee; Lee; Choi, (2019). Total Cost of Ownership (TCO) Kudratova et al., (2019). Net Present Value

Zhou et al., (2016). FVIKOR (fuzzy VIKOR)

Números Fuzzy Zou; Duan; Deng, (2019). Otimização Fuzzy

Malviya; Kant; Gupta, (2018). ANP

Cheng; Liou; Chiu, (2017). Fuzzy Preference Relations Based Analytic Network Process (CFPR-ANP)

Taylan et al., (2014). AHP e TOPSIS

Thipparat; Thaseepetch, (2013). Fuzzy Analytical Hierarchy Process (FAHP) e VIKOR

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Yazdani-chamzini et al., (2013). COPRAS (Complex

Proportional Assessment) e AHP

Khalili-damghani et al., (2013). Fuzzy Rule-Based (FRB), Data Envelope Analysis (DEA), Evolutionary Algorithm (EA), Genetic Based Machine Learning

Juan et al., (2010). PROMETHEE e Genetic

algorithms (GA)

Virjee; Gaskin, (2005). Fuzzynes and Fuzzy Linear Regression

Fonte: desenvolvido pelo autor

A análise demonstra que a maioria dos autores utilizaram a representação crisp de informação (76,2%), enquanto uma menor parte utilizou conjuntos fuzzy e suas generalizações (23,8%), demonstrando que para seleção e avaliação de projetos, os autores utilizam mais análises quantitativas. Detalhando os trabalhos com representação Crisp, é possível obter a Figura 3 abaixo:

Figura 3: Técnicas de seleção de projetos com representação Crisp

Fonte: realizado pelo autor

Nas representações crisp, as abordagens baseadas em programações matemáticas são as mais utilizadas (69%): São modelagens de problemas de seleção de projetos em que as alternativas a serem avaliadas são comparadas pelo valor de uma função objetivo a ser minimizada ou maximizada, como por exemplo, o valor presente líquido (ZENGLIAN; JUNYANG;

YINGSHI, 2017).

Alguns autores usam uma função objetivo que considera o retorno financeiro dos projetos e desconsideram os outros dois pilares do triple bottom line (ambiental e social). Por exemplo,

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8 Tan et al. (2016) utilizam uma abordagem de programação matemática para selecionar os melhores projetos de eficiência energética entre todas os disponíveis para maximizar benefícios financeiros. Kudratova, Huang e Zhou (2018), utilizam o valor presente líquido esperado (Net Present Value) como função objetivo, com restrições de custo e de impacto ambiental. Este último estudo apresentou que a sustentabilidade influencia significativamente na função objetivo de maximizar o valor presente líquido dos investidores e na decisão ideal de seleção de projetos. Entretanto, de uma forma geral, os problemas de seleção de projetos deixam de buscar a otimização de aspectos sustentáveis, tendo-os apenas como fatores limitantes (restrições). Dentro do contexto de projetos existem diversos dados qualitativos, para os quais não existe uma base de dados formada ou são de difícil aproximação numérica (JUAN et al., 2010), e que não são avaliados devido às técnicas Crisp serem dependentes de fatores quantitativos reais (LEE,; LEE; CHOI, 2019). Critérios como a sustentabilidade definida na seção 3 são aproximados por fatores simplificados, devido a restrições das técnicas (ZENGLIAN; JUNYANG; YINGSHI, 2017).

Como forma de abordar as restrições da representação Crisp, os conjuntos fuzzy possuem capacidade de carregar mais informação ao longo do processo de tomada de decisão (ZOU;

DUAN; DENG, 2019). A figura 4 demonstra quais foram as representações fuzzy usadas nos artigos, sendo divididas em números triangulares fuzzy (70% dos artigos com fuzzy), relações de preferência (10%), relações de preferência com uso de AHP (10%) e números trapezoidais fuzzy (10%).

Figura 4: Tipos de números fuzzy usados

Fonte: realizado pelo autor

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9 Dentre os estudos, destacamos: Kaveh, et al. (2013), discorre sobre a forma como os objetivos múltiplos e conflitantes são considerados como variáveis de entrada em um sistema fuzzy desenvolvido para avaliar os projetos em relação a resultados desejados pelos tomadores de decisão para uma escolha final. A estrutura proposta considera simultaneamente a maximização do retorno e a minimização da complexidade de execução do projeto com o uso de Data Envelope Analysis. Em Juan, et al. (2010), são estabelecidos critérios de avaliação da qualidade e da competitividade de um portfólio de projetos, e uma teoria de conjuntos fuzzy combinada com o método PROMETHEE é aplicada para determinar a prioridade dos projetos a serem escolhidos. Ao atribuir pontuações para a sustentabilidade urbana, o retorno esperado para cada projeto é calculado para a dimensão econômica e uma escala subjetiva foi usada para as dimensões social e ambiental. Uma outra observação importante advém das relações de preferência fuzzy: Cheng et al. (2017), usa um método baseado em relações de preferência fuzzy para calcular os pesos de preferência dos critérios. O novo modelo oferece uma maneira mais eficaz de resolver os problemas do mundo real envolvidos na avaliação de projetos pois reduz as comparações enquanto proporciona aos tomadores de decisão resultados mais consistentes.

Portanto é evidente a vantagem das técnicas fuzzy de seleção de projetos sobre as avaliações crisp: possuir capacidade de abordar aspectos qualitativos que estão presentes na avaliação de sustentabilidade (CHENG et al., 2017).

6. Conclusões e oportunidades

O presente trabalho apresentou um panorama sobre a avaliação e seleção de projetos considerando a sustentabilidade. As pesquisas relacionadas ao tema demonstram que sustentabilidade é um conceito em desenvolvimento. Também foi identificada uma tendência ao aumento de pesquisas na área, demonstrando potencial para novas aplicações, principalmente com o uso de técnicas fuzzy.

Trazendo a realidade para o Brasil, poucos estudos abordam o tema, demonstrando uma oportunidade de estudos futuros. Outra contribuição deste estudo é a apresentação de diferentes técnicas de avaliação para seleção de projetos, uma situação tratada principalmente como modelagem matemática e critérios a serem maximizados ou minimizados. Sendo assim, outras ténicas multicritério podem ser propostas para lidar com a tomada de decisão em grupo.

Uma limitação dos estudos observados é a aplicação simplificada do conceito de sustentabilidade devido à dificuldade em se mensurar a mesma dentro da seleção de projetos.

Portanto a utilização de conjuntos fuzzy é uma alternativa para estudos futuros, juntamente com

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10 a aplicação combinada de técnicas que consigam avaliar critérios quantitativos e qualitativos.

7. Agradecimentos

À CNPQ pelo apoio financeiro.

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Referências

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