NUTRIÇÃO MINERAL DA MACIEIRA.IV. ACÚMULO DE MATERIA SECA Ε EXPORTAÇÃO
DE NUTRIENTES PELAS FOLHAS Ε GALHOS PODADOS *
P.E. ΤRANI ** Η.P. HAAG *** A.R. DECHEN *** C.B. CATANI ****
RESUMO
Em uma plantação de macieiras situada em um Latossol Vermelho Orto, adequadamente condu¬ zida, composta das variedades 'Ohio Beauty'
e 'Brasil' com 2-3, 3_
4 , 4-5 e 6-7 anos de idade, enxertadas sobre macieira 'Doucin', situada no município de Buri, SP, foi cole-tado material de poda constituído por folha e galhos. Determinou-se o peso da matéria
seca e as quantidades de Ν , Ρ, K, C a , Mg, S,
B, C u , F e , Mn e Z n .
* Parte da dissertação defendida pelo primeiro autor na E.S.A. "Luiz de Queiroz", USP, Piracicaba, SP. Entregue para publicação em 06/11/1981.
** Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), Campinas, SP.
*** Departamento de Química, E.S.A. "Luiz de Queiroz", USP, Piracicaba, S P .
Concluem os autores que a quantidade de m a -téria seca produzida difere entre os culti¬ vares. Os cultivares exportam quantidades diferentes de nutrientes pelas folhas e
pe-los galhos. Um hectare contendo 606 plantas exporta através das folhas e galhos podados em média as seguintes quantidades de nu¬
trientes aos 7 anos de idade: 2,01 kg de N ;
0,15 kg de P; 1,35 kg de K; 1,41 kg de C a ;
0,36 kg de M g ; 0,64 kg de S; 4, 7 g de B;
1, 7 g de C u ; 14,6 g de F e ; 5,1 g de M n ; e
2,4 g de Z n .
INTRODUÇÃO
A cultura da maça vem se desenvolvendo com intensidade
no Brasil, mormente nos últimos anos. A area colhida em 1976
era de 5-996 h a , passando em 1978 para 7 . 1 8 3 ha. A produção
que era de 2 1 1 . 1 3 8 t em 1976 passou para 2 5 8 . 7 9 2 t em 1978
(BRASIL, 1 9 7 9 ) .
As recomendações de adubaçao sao relativamente elevadas,
oscilando em média de 50 g de N , 50 g de P2O5 e 50 g de K2O /
planta/ano em idade (SÃO PAULO, 1 9 7 7 ) .
Uma das praticas mais importantes na cultura é a forma-ção da planta, operaforma-ção esta executada através de podas
su-cessivas (USHIROZAWA, 1 9 7 8 ) . 0 material podado geralmente ê
desprezado ou queimado, acarretando perdas de nutrientes con-tidos na planta.
No presente trabalho objetivou-se a aquilatar a quanti-dade de matéria seca produzida pelas podas e a perda de nu-trientes contidos neste material.
MATERIAIS Ε MÉTODOS
coletados galhos e folhas resultantes da perda de formação do
pomar. 0 material foi coletado em plantas com 2 , 3 , 5 e 7
anos de idade. Após secagem a 82?C o material foi pesado e
analisado para Ν, Ρ, K, Ca, M g , S, B, Cu, Fe, M n , Zn e Mo, de
acordo com as instruções contidas em SARRUGE δ HAAG (197*0.
RESULTADOS Ε DISCUSSÃO
Aoumulo de materia seca pelas folhas e pelos galhos
Os acúmulos de matéria seca (g/planta) por folhas
pro-venientes da poda de plantas com 2 , 4 , 5 e 7-anos acham-se na
Tabela 1 e a análise de variancia na Tabela 2 .
Observa-se através da Tabela 1 que folhas de macieiras,
com 2 e k anos acumularam igual ou maior quantidade de
maté-ria seca em relação as folhas de macieiras com 5 e 7 anos.
Isto é explicável, pois as macieiras mais jovens, ape-sar de menor porte requerem poda da formação mais drástica,
enquanto que plantas já formadas sofrem poda mais 'leve1
o n
-de são eliminados apenas os ramos doentes e 'ladrões1
. Dados de acúmulos de matéria seca (g/planta por galhos podados das
macieiras com 2 , k, 5 e 7 anos acham-se expostos na Tabela 3 ,
e a análise de variancia na Tabela k.
Observa-se, igualmente que a produção de matéria seca foi afetada pela idade, da planta e com interação cultivar χ
idade da planta.
Extração de nutrientes pelas folhas e galhos
As Tabelas 5 e 6 apresentam as quantidades dos macro e
micronutrientes exportados pelas folhas podadas de macieiras.
Nas Tabelas 7 , 8 e 9 acham-se resumidas as análises de
variancia dos macro e micronutrientes. As diferenças mínimas significativas relativas aos cultivares e idade das plantas,
Verifica-se que folhas podadas de macieiras 'Ohio Beau
ty' e 'Brasil1
da mesma idade, extraem quantidades diferentes de Ν, K, S, Mn e Zn. As folhas de um mesmo cultivar com diver sas idades extraem todos os nutrientes citados em quantidades diferentes com exceção de Ca e B. Verifica-se também ocorrer efeito interação cultivar χ idade da planta na extração de K, Ca, B, Cu e Fe.
A extração de nutrientes em ambos os cultivares ocor-rem na ordem decrescente: Ν, K, C a , Mg, P, S. A extração de microoutrientes em ambos os cultivares obedece a ordem decres
cente: Fe, Μ η , B, Zn e C u . Verificase maior ou menor q u a n t i
As quantidades de macro e micronutrientes exportados pe los galhos podados acham-se expostos nas Tabelas 11 e 12. As Tabelas 13, e 15 apresentam a analise de variancia destes dados.
As diferenças mínimas significativas relativas aos cul-tivares e idades das plantas acham-se na Tabela 16. Verifica-se que galhos podados de ambos os cultivares exportam quanti-dades diferentes de K, Mg, S, B, Fe e Z n , não ocorrendo
dife-renças na exportação dos demais nutrientes. Os galhos podados de um mesmo cultivar com diversas idades extraem quantidades, diferentes de Ν, P, Ca, Mg, Β e Fe. Vèrifica-se também,
ocor-rer efeito da interação cultivar χ idade da planta na
extra-ção de Ρ,,Κ, Ca, B, Fe e Zn por galhos dos cultivares 'Ohio
Beauty' e 1
Bras i1'.
As exportações de micronutrientes obedecem em ordem decrescente: Fe, B, M n , Zan Cu. Verificase, ainda, uma alter -nancia na ordem de extração de M n , Cu e Zn dependendo do cul-tivar e da idade da planta.
CONCLUSÕES
Folhas e galhos podados no início da dormência, e x p o r -tam quantidades diferentes de nutrientes conforme o cultivar e idade da planta.
Tabela 16 - Diferenças mínimas significativas (Tukey 5%)
re-lativas a extração de nutrientes (mg/planta) por galhos podados dos cultivares (V) Ohio Beauty e
Bras i1 em k idades (I).
Diferenças m ínimas significai i vas
V I V dentro I
de I
dentro de V
Ν i trogên io 1 0 4 , 4 8 1 9 7 , 3 5 2 0 8 , 9 7 279,10
Fósforo 2 2 , 6 4 42,76 4 5 , 2 7 6 0 , 4 7
Potãss i o 8 5 , 8 4 1 6 2 , 1 5 1 7 1 , 6 9 229,31
Cá 1 c i o 1 1 7 , 3 8 2 2 1 , 7 2 2 3 4 , 7 7 3 1 3 , 5 6
Magnés io 3 2 , 9 6 6 2 , 2 6 6 5 , 9 2 88,05
Enxofre 2 4 , 5 2 4 6 , 3 2 4 9 , 0 4 65,50
Boro 0 , 4 4 0 , 8 3 0 , 8 8 1,17
Cobre 0,31 0 , 5 9 0 , 6 3 0 , 8 4
Ferro 0 , 9 7 1,82 1,93 2 , 5 8
Manganês 0 , 2 8 0 , 5 2 0 , 5 5 0 , 7 4
Ζ i nco 0 , 3 5 0 , 6 7 0,71 0, 9 4
SUMMARY
Dry matter production and nutrient exportation by pruned leaves and branches of apple trees.
A trial was conducted on Latossol Vermelho Escuro Orto (Orthox) at Buri, State of Sao Paulo, Brazil. The material
was collected from 'Ohio Beauty1 and 'Brasil1 apples trees
grafted on ' D o u c i n1
; the trees were 3~^, ^+-5 and 6-7 years old. The authors concluded that at the dormant period differen ces were observed on the dry matter production as well on the nutrients exported by the leaves and branches of the two v a -rieties. Branches exported higher amounts of P, C a , B, Cu and Zn.
LITERATURA CITADA
BRASIL, 1979. Anuário Estatístico do Brasil, IBGE, Rio de J a
-neiro, RJ.
SÃO PAULO, 1977. Tabelas de adubação e calagem, Instituto A¬
gronômico do Estado de São Paulo, Campinas, SP, 196 p.
SARRUGE, J.R.; HAAG, H.P., 1972
*- Análises químicas em plantas,
E.S.A. n
L u i z de Queiroz", USP, Piracicaba, SP, 56 p.
USHIROZAWA, Κ., 1978. Cultura da m a ç ã . A experiência catar i¬
nense, Empresa Catarinense de Pesquisa Agropecuária, Flo¬