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HAYSSA ALVES DOS PASSOS SOUZA A FUNÇÃO DO ENFERMEIRO NA LUTA CONTRA O CÂNCER DE COLO DO ÚTERO: UMA AÇÃO PREVENTIVA

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Brasília 2018

HAYSSA ALVES DOS PASSOS SOUZA

A FUNÇÃO DO ENFERMEIRO NA LUTA CONTRA O CÂNCER DE COLO DO ÚTERO: UMA AÇÃO PREVENTIVA

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Brasília 2018

HAYSSA ALVES DOS PASSOS SOUZA

A FUNÇÃO DO ENFERMEIRO NA LUTA CONTRA O CÂNCER DE COLO DO ÚTERO: UMA AÇÃO PREVENTIVA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Anhanguera, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Enfermagem.

A FUNÇÃO DO ENFERMEIRO NA LUTA CONTRA O CÂNCER DE COLO DO ÚTERO: UMA AÇÃO PREVENTIVA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Anhanguera, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Enfermagem.

Orientador: Maria Clara da Silva Goersch

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BANCA EXAMINADORA

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Brasília, 03 de dezembro de 2018

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Dedico este trabalho...

A Deus, por sua imensa sabedoria em me mostrar os caminhos para alcançar meus objetivos e a minha família, por ser pedra fundamental em minha caminhada.

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar a Deus, que iluminou durante essa caminhada

A todos os professores do curso, que foram tão importantes em minha vida acadêmica e no desenvolvimento dessa monografia.

Agradeço, em especial, às professoras Catarina e Jéssica, que nos momentos difíceis souberam me ajudar e apoiar.

À minha mãe, por sempre acreditar em meu potencial, por seu auxílio e investimento.

Ao meu esposo, que com seu cuidado e dedicação foi quem me apoiou em todos os momentos, me deu esperanças para seguir em frente, não me deixou desistir e jamais me negou apoio, carinho e incentivo. Obrigado por aguentar as crises de estres e ansiedade. Sem você ao meu lado, nada disso seria possível.

Às minhas amigas Ingrid e Amanda, pelas alegrias, tristezas e dores compartilhadas, pois nós sabemos o quanto foi difícil passar por mais essa fase de nossas vidas.

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SOUZA, Hayssa Alves dos Passos. A função do enfermeiro na luta contra o câncer de colo do útero: uma ação preventiva. 2018. 30f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Enfermagem) – Anhanguera, Brasília, 2018.

RESUMO

O câncer de colo do útero é tido como uma das anomalias que mais preocupa a questão da saúde da mulher, devido ao fato de ser o terceiro tipo mais comum de câncer no país. No entanto, a partir do auxílio do enfermeiro, essas ocorrências podem ser reduzidas, já que esses profissionais da saúde devem atuar na prevenção desse tipo de câncer. Torna-se possível perceber que a falta de prevenção e informações adequadas expõem a população a maiores incidências ao HPV (Papiloma Vírus Humano). Dessa forma, tem-se como problema de pesquisa o questionamento acerca da importância da função do enfermeiro na busca por alternativas para prevenir as ocorrências desses tipos de patologias. Logo, o presente trabalho, buscou na literatura científica nacional, formas de atuação que esses profissionais podem exercer para reduzir essas incidências, assim como a importância da formação inicial desses profissionais e os estudos permanentes na busca por melhorias da qualidade de vida da população, em especial, a feminina. Foram abordados estudos sobre os exames preventivos que podem auxiliar na detecção dessas anomalias, tais como o exame de Papanicolau e as técnicas de colposcopia, de modo a levar mais informações às pacientes em suas consultas médicas. A pesquisa ocorreu a partir de um levantamento bibliográfico no portal de periódicos da Capes, com o intuito de observar como os enfermeiros podem atuar para reduzir as incidências de câncer de colo do útero. Nesse sentido é possível observar que existem inúmeras ações que esses profissionais podem realizar, assim como perceber que eles também necessitam de tempo para buscar novas alternativas e contínuo aprimoramento profissional.

Palavras-chave: Câncer de Colo do Útero; Enfermagem; Prevenção.

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SOUZA, Hayssa Alves dos Passos. The role of nurses in the fight against cervical cancer: a preventive action. 2018. 30f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Enfermagem) – Anhanguera, Brasília, 2018.

ABSTRACT

Cervical cancer is considered one of the most worrisome anomalies in women's health because it is the most common type of cancer in the country. However, with the help of the nurse, the occurrences can be reduced, since the health professionals must respond to this type of cancer. It becomes possible to realize that the lack of information and information about the disease and the incidences to HPV (Human Papilloma Virus). Thus, we have as a research problem the questioning about the importance of the nurse's role in the search for alternatives to prevent occurrences with the types of pathologies. Therefore, the present work has sought in the national scientific literature the forms of participation that have been performed for the exercise of these incidences, as well as initiation initiatives in higher education and the permanent studies in the search for advances in the quality of life of the population, in particular a female one. Preventive searches that can aid in the detection of anomalies, such as a Pap smear and colposcopy techniques, are performed on routine exams.

The consultation was based on a bibliographic survey in the Capes journal portal, aiming to promote the possibility of reducing the incidence of incontinence of cervical cancer. In this sense it is possible to see what are the occurrences that the individuals can realize, as well as to realize that they are more adequate to the time to look for new alternatives and to the professional improvement.

Key-words: Cervical Cancer of the Uterus; Nursing; Prevention.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Resultados da colheita de Papanicolau em colposcopia ... 18

Tabela 2 – Revisão Bibliográfica ... 23

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BDENF Base de Dados de Enfermagem

CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior ESF Estratégia de Saúde da Família

HPV Papiloma Vírus Humano

INCA Instituto Nacional de Câncer José de Alencar Gomes da Silva LILACS Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde NIC Neoplasia Intraepitelial Cervical

NIGC Neoplasia Intraepitelial Glandular Cervical

PCCU Programa de Prevenção e Controle do Câncer de Colo do Útero SciELO Scientific Electronic Library Online

SUS Sistema Único de Saúde

UAPS Unidades de Atenção Primária à Saúde

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 13 2. O CÂNCER DE COLO DE ÚTERO E SUAS MÚLTIPLAS IMPLICAÇÕES ... 15

2.1 ACOLPOSCOPIA,UMMÉTODOAUXILIAR ... 17

3. O COTIDIANO DOS ENFERMEIROS NA DETECÇÃO DO CÂNCER DE COLO DO ÚTERO ... 19 4. O ENFERMEIRO E AS AÇÕES PREVENTIVAS NO COMBATE AO CÂNCER DE COLO DO ÚTERO ... 23 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 28 6. REFERÊNCIAS ... 29

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1. INTRODUÇÃO

As recentes pesquisas do INCA (Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva) (2018) apontam que a estimava de incidência do câncer de colo do útero poderá ser detectada em mais de 16 mil brasileiras, com risco estimado em média de 15,43 novos casos para cada 100 mil mulheres. Esses são dados alarmantes, pois, segundo esse instituto, o câncer de colo do útero é o terceiro maior dentre os casos que afligem a população.

A necessidade de realizar pesquisas investigativas que auxiliem na prevenção desse tipo de câncer é o principal motivo da realização do presente trabalho. Nele, buscaremos desenvolver um estudo sobre a importância da enfermagem de qualidade na detecção preventiva desse câncer. Estudos apontam que a infecção do colo do útero pelo papiloma vírus humano (HPV) é o principal fator de risco para o surgimento de lesões que podem desenvolver esse câncer (BRASIL, 2014).

Sob essas considerações elaborou-se a seguinte pergunta de pesquisa, como a prevenção do câncer de colo do útero pode ser antevista sob o auxílio do enfermeiro? Esse questionamento é uma forma de discutir as possibilidades que os profissionais da saúde podem interagir com as pacientes na prevenção desse tipo de câncer. Segundo Brasil (2013), Guimarães et al. (2012), Moura e Silva (2016), Santos (2014), entre outras pesquisas, a prevenção ocorre, inicialmente a partir do exame citológico conhecido como Papanicolau, que deve ser realizado anualmente, possibilitando ações preventivas.

A função dos enfermeiros na prevenção ao câncer de colo do útero é fundamental, pois sua atuação pode prever as anomalias a partir de exames específicos. Esses exames, por vezes, são refutados pelas mulheres, assim como exemplifica Santos (2014, p. 9), já que, “Muitas mulheres não procuram fazê-lo por várias razões, tais como: medo, vergonha, falta de informação, falta de confiança nos próprios profissionais”.

Nesse sentido, a presente pesquisa, tem por objetivo realizar um levantamento bibliográfico sobre a atuação dos enfermeiros na prevenção do câncer de colo de útero, bem como explicitar a importância da detecção precoce desse tipo de câncer, de modo a tornar possível medidas preventivas eficazes. E têm como objetivos específicos buscar na literatura científica descrições acerca do câncer de colo do útero; identificar pesquisas que mostram o cotidiano desses profissionais, afim de

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entender como as ações preventivas podem auxiliar as mulheres com risco potencial de desenvolvimento desse tipo de câncer e; destacar a importância que as ações preventivas dos enfermeiros podem ser capazes de sensibilizar as mulheres na realização de exames periódicos.

A abrangência relacionada ao câncer de colo de útero evidencia dados alarmantes sobre a saúde pública, principalmente sobre a saúde da mulher. Assim como exposto anteriormente, segundo o INCA (2018), existem mais de 18 mil casos registrados anualmente que devem ser analisados, bem como há necessidade de conversar com as mulheres sobre a importância dos exames de prevenção que devem ocorrer de forma periódica. Esses dados podem ser ainda superiores já que muitas mulheres preferem não realizar esses exames, ou desconhecem a importância da prevenção contra esse tipo de câncer.

É sob essa perspectiva que a atuação do enfermeiro na prevenção do câncer de colo de útero torna-se essencial, já que esses profissionais estão interagindo diretamente com as pacientes no momento dos exames preventivos.

A atuação do enfermeiro na busca pela prevenção de qualidade deve ser mais debatida e pesquisada. Ainda que existam programas governamentais que auxiliem na prevenção desse câncer, poucas são as pesquisas que apontam para a atuação do enfermeiro e como esses profissionais podem atuar de forma efetiva na detecção e prevenção do câncer de colo uterino.

A partir da revisão bibliográfica sobre esse tema, podem ser encontrados artigos e trabalhos acadêmicos no portal de periódicos da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Nesse ambiente virtual utilizamos os descritores: “prevenção enfermeiro câncer colo útero”, que retomou 18 documentos compreendidos no período de 2010 a 2018. Após a leitura sistemática de todos os documentos tornou-se possível categorizá-los afim de discorrer sobre seus respectivos assuntos. Tomou-se como critério de inclusão os artigos que falavam diretamente sobre os descritores pesquisados, bem como, houveram trabalhos ali publicados que foram excluídos por não fazer parte do escopo dessa pesquisa, além dos artigos indisponíveis por problemas nas plataformas de origem ou por outros motivos.

Os capítulos a seguir são considerações acerca do tema proposto, que tem como base a referida revisão bibliográfica.

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2. O CÂNCER DE COLO DE ÚTERO E SUAS MÚLTIPLAS IMPLICAÇÕES

A preocupação com a saúde da mulher mudou ao longo dos anos, até meados do século XX as mulheres eram tidas como seres reprodutores, que cuidavam do lar e das crianças, e por isso, deveriam ter sua saúde baseada nos cuidados para a reprodução de seres humanos saudáveis. Com o passar do tempo esse arcaico pensamento perdeu espaço para cuidados essenciais às mulheres. De acordo com as pesquisas de Silveira, Maia e Carvalho (2018) as mulheres passaram a se organizar e exigir que os cuidados com o corpo não se limitassem apenas ao período da gravidez, mas que ocorresse uma completa varredura sobre os aspectos da saúde delas assim como ocorria com os homens.

Com o início das pesquisas para melhorar a qualidade de vida das mulheres e consequentemente da sua saúde, inúmeros trabalhos e novas descobertas começaram a surgir. Com isso novos métodos e técnicas tornaram-se possíveis na tentativa de reduzir os índices de mortandade das mulheres.

Dentre essas pesquisas, foram-se desenvolvendo novas estratégias para reduzir a alta taxa de incidência de câncer, no entanto, tornou-se necessário compreender de forma mais profunda o funcionamento de um dos mais importantes órgãos do corpo feminino.

O aparelho reprodutor feminino apresenta órgãos que auxiliam no processo de reprodução, dentre eles é possível encontrar o útero e, mais especificamente, o colo do útero. É nessa região que contém uma camada de células cilíndricas produtoras de muco que podem gerar, após longos períodos de anos, alterações relacionadas à tumores malignos causados por infecções pelo papiloma vírus humano (HPV) (BRASIL, 2012; MOURA; SILVA, 2016; SANTOS, 2014). Ainda de acordo com esses estudos, o HPV é tido como uma manifestação assintomática, ou seja, tanto para homens, quanto para mulheres existe a possibilidade de portar esse vírus sem a manifestação de sintomas. Nesse sentido, podem ocorrer lesões sem que o paciente esteja ciente de sua ocorrência. Para que esse tipo de lesão não decorra em situações mais graves torna-se imprescindível a realização de exames periódicos que podem ser detectados com o auxílio preliminar de uma enfermagem de qualidade.

O câncer de colo do útero pode ocorrer a partir de inúmeras situações, segundo pesquisas de Santos (2014) e dados do Ministério da Saúde (MS), pode estar relacionado ao baixo nível socioeconômico, início precoce da atividade sexual,

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tabagismo, uso prolongado de pílulas anticoncepcionais, multiplicidade de parceiros etc. (BRASIL, 2011).

A detecção precoce dessas lesões, segundo Moura e Silva (2016), pode ser obtida por intermédio de consultas e exames, como o exame ginecológico de citologia cervical, mais conhecido como Papanicolau e que deve ser complementado com a realização de exames clínicos que atestam as possíveis alterações. Ainda em consonância com esses autores, os principais sintomas “[...] são: sangramento vaginal, leucorréia e dores pélvicas, podendo estar associados com queixas urinárias, ou intestinais em seu estado mais avançado” (p. 56).

Para a realização desse exame, Casarin e Piccoli (2011) explicam que há necessidade de introdução de um espéculo vaginal, sem a inserção de nenhum tipo de lubrificante, o que pode causar algum desconforto, a depender do nível de sensibilidade das pacientes, mas que normalmente, não provoca nenhum tipo de dor.

Esses pesquisadores complementam ainda que “O exame citopatológico consiste na análise das células oriundas da ectocérvice e da endocérvice que são extraídas por raspagem do colo do útero.” (p. 3926).

Para que ocorra a coleta do exame as pacientes são orientadas a não realizarem nenhuma atividade sexual, além de não fazer uso de duchas ou medicamentos intravaginais, pois essas ações podem prejudicar a eficácia dos resultados dos exames. Ainda de acordo com esses pesquisadores a periodicidade desse exame é fator primordial para a detecção de possíveis alterações no colo do útero. Inicialmente deve ser realizado anualmente, mas podem passar para exames tri anuais, no caso de nenhuma suspeita. O importante é não deixar de realizar esse acompanhamento. (CASARIN; PICCOLI, 2011).

Os exames de Papanicolau têm avançado de forma significativa nos últimos anos, no entanto, segundo pesquisas de Melo et al. (2012), ainda existem entraves que dificultam o pleno exercícios dessas ações, pois, mesmo com a ampliação das equipes na Estratégia de Saúde da Família (ESF), mantidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), as metas almejadas ainda não estão sendo suficientemente alcançadas.

As tais metas descritas por esses pesquisadores indicam as séries de dificuldades enfrentadas pelos enfermeiros e demais agentes da saúde. Os pesquisadores complementam que há necessidade de reduzir a carga desses profissionais para que consigam realizar trabalhos de qualidade, bem como melhorias

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em suas capacidades de aprendizado, de modo a levar mais conhecimento para as pacientes.

A partir dessas considerações, a função dos enfermeiros na prevenção desse tipo de câncer pode se tornar fator primordial para a redução nas quantidades de mulheres que desenvolvem o câncer de colo uterino. Para que isso seja possível, deve haver maior consciência por parte das mulheres de que o exame deve ser realizado periodicamente, bem como a eliminação dos entraves para o acesso aos serviços preventivos, profissionais devidamente capacitados para realizar ações preventivas durante as consultas, dentre outros fatores.

A atuação dos enfermeiros é imprescindível, pois faz parte de um trabalho da equipe de enfermagem, e dos profissionais da saúde, já que esses devem levar às pacientes mais conforto e segurança durante a realização dos exames. Segundo dados expostos por Cofen (2011), o enfermeiro necessita interagir com as pacientes de forma a garantir conhecimento, rigor técnico-cientifico, segurança e informação durante a realização dos procedimentos pertinentes às consultas e exames. Existem outras formas auxiliares de prevenção ao câncer de colo do útero, a partir de exames que realizem a devida detecção.

2.1 A COLPOSCOPIA, UM MÉTODO AUXILIAR

Dentre as diversas formas de prevenção e combate ao câncer de colo do útero, existe também a possibilidade de realização do exame de colposcopia que, segundo Lana e Teixeira (2015) é definido como um procedimento capaz de realizar visualizações da vagina e do colo do útero por intermédio de um aparelho chamado Colposcópio. Com esse aparelho torna-se possível detectar lesões nesse órgão, além de diagnosticar doenças ginecológicas.

Cabe salientar a importância do desenvolvimento de tecnologias para a realização desses exames. Segundo as considerações de Lana e Teixeira (2015), o procedimento da colposcopia não gera desconforto para a paciente e os resultados são obtidos em pouco tempo, além de auxiliar na maior precisão do diagnóstico. Esses autores apontaram que existem correntes de pesquisas que discutem os exames de colposcopia como sendo um concorrente ao exame Papanicolau. No entanto,

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esclarecem que esses são recursos complementares, que podem ser realizados de forma concomitante, possibilitando melhores resultados.

Segundo as pesquisas de Ramos (2016) a colposcopia pode auxiliar na detecção de possíveis anomalias no colo do útero pois ela é indicada pelos profissionais da saúde quando há anomalias nos exames de Papanicolau. Nesse sentido é possível identificar algumas das lesões que são precursoras desse tipo de câncer. Os autores apontam ainda que o exame de captura híbrida objetiva identificar a possível presença do DNA do HPV nas células das paredes da vagina, facilitando a detecção dessas anomalias.

Ainda de acordo com esse autor, os resultados obtidos a partir da colheita do Papanicolau na colposcopia podem ser do tipo normal, quando não há alteração das células do organismo, ou podem ser do tipo anormal e subdividem-se em quatro grupos, conhecidas como Neoplasia Intraepitelial Cervical (NIC 1, 2 e 3) ou Neoplasia Intraepitelial Glandular Cervical (NIGC). Para melhor entendimento dessas nomenclaturas a Tabela 1, abaixo, exemplifica cada uma das ocorrências.

Tabela 1 – Resultados da colheita de Papanicolau em colposcopia.

Resultados

Normal Anormal

Sem alterações nas células do organismo

NIC 1 as células não possuem probabilidade de se tornarem cancerosas e podem desaparecer sem tratamento algum

NIC 2 há uma pequena chance das células se tornarem cancerosas e o tratamento para removê-las é recomendado

NIC 3 há uma alta chance das células se tornarem um câncer posteriormente e recomenda-se o tratamento para a remoção

NIGC semelhante a NIC 3, as células da NIGC muito provavelmente se tornarão cancerosas e o tratamento será necessário para a remoção Fonte: Ramos (2016, p. 1).

O câncer de colo do útero pode ser detectado e prontamente iniciado com tratamentos que levam à cirurgia, quimioterapia ou radioterapia, dependendo do nível de cada patologia. No entanto, segundo as pesquisas de MELO et al. (2012, p. 390),

“Quanto mais tardia é a sua detecção, menores são as possibilidades de reduzir seus danos, condição que dimensiona a importância de ações preventivas.”

Nesse sentido, torna-se imprescindível notar o cotidiano dos enfermeiros nas ações para o diagnóstico precoce do câncer de colo do útero.

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3. O COTIDIANO DOS ENFERMEIROS NA DETECÇÃO DO CÂNCER DE COLO DO ÚTERO

Uma enfermagem de qualidade leva em consideração profissionais capacitados para interagir com pacientes, de modo a levar conhecimento e confiança.

O enfermeiro é entendido como o profissional que realiza a gestão dos serviços de saúde, e que, portanto, acumula funções “[...]como direção, chefia, organização, planejamento, coordenação e avaliação dos serviços prestados em instituições de saúde”. (SILVEIRA; MAIA; CARVALHO, 2018, p. 365). Essas são considerações apresentadas pelos autores citados, que expõem a lei n° 7.498, de 25 de junho de 1.986, que dispõe acerca da regulamentação do exercício profissional da enfermagem e dá outras providências. Com relação a função desses profissionais é possível perceber que suas ações são fundamentais durante os primeiros exames realizados pelos pacientes, bem como durante os processos a eles pertinentes.

A profissão de enfermeiro leva consigo algumas questões diárias, bem como descritas por Melo et al. (2012), ao considerar que o cotidiano desses profissionais ocasiona a realização de consultas de enfermagem, auxílio no exame de Papanicolau, nas ações educativas, além do gerenciamento e contato para a obtenção de suportes materiais e técnicos junto aos órgãos governamentais. De acordo com esses autores, cabe ainda aos enfermeiros, o controle da qualidade dos exames, a certificação e comunicação dos devidos procedimentos quando há necessidade, entre outros fatores.

As situações relacionadas ao câncer de colo de útero são comumente ligadas à baixa quantidade de informações, sensibilidade das mulheres e ao receio que elas têm em realizar os exames. Sob essa perspectiva existem pesquisas que apontam para a necessária educação desses profissionais, possibilitando que essa interação ocorra de forma natural, a partir de métodos para reduzir os índices de mulheres diagnosticadas com essa patologia.

A educação de que trata os aspectos da saúde são considerados por Casarin e Piccoli (2009) como formas de elevar o conhecimento científico dos profissionais da saúde, assim possibilitando melhorias no entendimento das pacientes. Tal fator é expressado por que eles ao acreditarem que o desenvolvimento de habilidades que perpassam o âmbito da saúde pode auxiliar as diversas etapas que ocorrem durante a vida da população, isso porque, a devida promoção consciente dos aspectos

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saudáveis devem estar relacionados ao lar das pessoas, bem como em seus trabalhos, suas escolas e nos diversos espaços coletivos.

A atuação dos enfermeiros na prevenção do câncer de colo do útero é essencial para mudanças na qualidade da saúde das mulheres. Esses profissionais são entendidos como educadores, no sentido de apresentar informações que permitam às pacientes realizarem exames periódicos e preventivos.

Cabe a esses profissionais a orientação adequada para a população feminina, de modo a reduzir as mortalidades em decorrência desse tipo de câncer. Nesse sentido, o profissional da saúde deve promover diálogos constantes com as pacientes, pois essas atitudes podem acarretar em melhorias significativas na qualidade de vida das mulheres.

Uma das possibilidades que as mulheres têm de receber atendimento especializado pode ocorrer a partir do programa governamental, mencionado anteriormente, conhecido como Estratégia de Saúde da Família (ESF). Cabe ressaltar que as ESF são entendidas como propostas de reorganização da atenção primária, pois visam promover as questões relacionadas à saúde a partir de um âmbito mais amplo, haja vista os profissionais da saúde desses ambientes terão mais responsabilidades para com seus pacientes (SILVEIRA; MAIA; CARVALHO, 2018).

As ESF são estratégias de porta de entrada para o atendimento no sistema de Saúde e é apontada pelo Ministério da Saúde como um dos fatores de maior relevância nesse âmbito, pois “[...] caracteriza-se como modelo primordial de atenção primária, ou seja, designa o eixo central da atenção à saúde da população. (SILVEIRA; MAIA;

CARVALHO, 2018, p. 363).

Dentre as pesquisas sobre o cotidiano dos profissionais que trabalham nesses ambientes, destacam-se as pesquisas de Melo et al. (2012), que realizaram um estudo exploratório com algumas enfermeiras participantes da ESF, que integram as Unidades de Atenção Primária à Saúde (UAPS). Durante essas pesquisas os profissionais apontaram as dificuldades diárias que ocorrem relacionadas à importância dos exames preventivos por parte das mulheres. Inúmeras são as exposições de que essas pacientes têm receio de realizar esses exames ou que não sabem do que está sendo discutido. Além de apresentar que, o fato de as mulheres estarem mais inseridas no mercado de trabalho dificulta a realização desses exames, haja vista o horário das consultas normalmente coincide com suas jornadas de trabalho.

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Ainda que as mulheres devem realizar o primeiro passo, pois são elas que devem buscar as unidades de saúde, os enfermeiros também apontam que existem entraves relacionadas à própria profissão, tais como “[...] dificuldades de absorção da demanda e das gestões na definição do fluxo assistencial hierarquizado em diferentes níveis de atenção e sistemas de referência”. (MELO et al., 2012, p. 390). Isso quer dizer que, os profissionais da saúde que lidam diretamente com os primeiros exames e que podem prevenir o câncer de colo do útero necessitam de alternativas para realizar esses primeiros contatos com as pacientes, além de mais tempo para a própria capacitação profissional, pois devem aprender novas técnicas para diferentes abordagens.

Cabe ressaltar que os profissionais da saúde realizam inúmeras intervenções que possibilitam às pacientes o acompanhamento para os casos de detecção de anomalias que podem desenvolver o câncer de colo do útero, nesse sentido, o cotidiano desses profissionais é marcado por ações nos quais eles devem realizar para cada nova paciente, bem como a manutenção preventiva para aquelas que participaram previamente dessa atenção inicial.

É comum, dentre os profissionais da saúde, a criação de planejamentos para as atividades relacionadas às ações preventivas. Os enfermeiros indicam que esse planejamento visa realizar o devido rastreamento das mulheres que realizam os exames periodicamente, no entanto, é comum remeterem aos problemas dessa prática, como a falta de tempo, a escassez de material para trabalhos corriqueiros e, inclusive, a baixa demanda da população (MELO et al., 2012).

Nesse sentido é possível perceber que o atendimento realizado nas ESF pode auxiliar os pacientes na detecção preventiva de certas doenças, e no caso das mulheres, pode auxiliar na prevenção ao câncer de colo do útero. Sendo assim, o cotidiano dos profissionais nesses ambientes deve levar em consideração inúmeros fatores, tais como a melhoria na qualidade do serviço para a identificação de patologias individuais ou em um contexto coletivo. Isso porque, a estratégia utilizada nesses ambientes visa não apenas a redução das doenças ou a busca por determinados tratamentos, mas é passível de auxiliar os pacientes em mudanças de hábitos e estilos de vida na busca por uma melhor qualidade de vida. (SILVEIRA;

MAIA; CARVALHO, 2018).

Dentre os fatores que podem atrapalhar a comunicação entre os pacientes e os enfermeiros podem ser relacionados a falta de orientação dos próprios enfermeiros

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quanto à necessidade de apresentar ao público a importância desses exames preventivos, mas há também, segundo as pesquisas de Bianchi, Silvério e Menegocio (2015, p. 98) citando as pesquisas de Cruz e Loureiro (2008) “[...] falta de privacidade nos exames, falta de humanização no atendimento, baixa prioridade do profissional no atendimento integral as mulheres [...]”. Ou seja, existem empecilhos para o bom relacionamento das pacientes com os profissionais da saúde que podem ser reduzidos.

Ao citar as pesquisas de Diógenes, Linard e Teixeira (2010), Bianchi, Silvério e Menegocio (2015) também apontam que há problemas quanto a própria conversação entre essas pessoas, pois a falta de transmissão de sentimentos mútuos e as emoções durante a consulta podem dificultar uma interação positiva. Eles explicitam ainda que a linguagem utilizada deve ser levada em consideração, pois o uso excessivo de termos técnicos reduz a compreensão das pacientes.

Esses apontamentos nos indicam a necessidade de buscar alternativas para melhorar a comunicação entre os profissionais da saúde com as pacientes. Nesse sentido, as pesquisas apresentadas buscam indicar a importância dos profissionais da saúde como principais atores no processo de prevenção de um dos tipos de câncer mais comuns existentes no Brasil (INCA, 2018). Essas pesquisas apontam que as ações preventivas são estratégias fundamentais para aumentar a quantidade de mulheres que realizam os exames preventivos, assim como elevar as taxas de exames periódicos, como forma de “reforçar sinais e sintomas de alerta, que devem ser observados pelas usuárias”. (BIANCHI; SILVÉRIO; MENEGOCIO, 2015, p. 98). É possível perceber que o cotidiano dos enfermeiros é marcado por inúmeras situações que podem tanto auxiliar quanto dificultar essas interações com as pacientes. No entanto, podem ser contornados de modo a melhorar a qualidade do atendimento nos aspectos da saúde da mulher.

As ações preventivas auxiliam a reduzir a quantidade de ocorrências de desenvolvimento do câncer de colo do útero. Tais ações devem ser realizadas pelos profissionais da saúde, de modo a auxiliar as pacientes na devida explicação quanto a ocorrência dessa patologia. Nesse sentido os enfermeiros devem realizar ações que auxiliem na prevenção dessas patologias.

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4. O ENFERMEIRO E AS AÇÕES PREVENTIVAS NO COMBATE AO CÂNCER DE COLO DO ÚTERO

Uma forma de obter, na literatura científica, pesquisas relacionadas as ações preventivas que os enfermeiros podem realizar como forma de reduzir os índices de câncer de colo do útero ocorreu a partir de uma revisão bibliográfica realizada no portal de periódicos da Capes, que retomou o total de dezoito trabalhos acadêmicos compreendidos no período entre 2010 e 2018.

Dentre esses trabalhos, destacam-se seis pesquisas que discorreram especificamente sobre a atuação dos enfermeiros com vias para o auxílio na prevenção do câncer de colo do útero. Sob essa perspectiva realizaremos breves históricos sobre as considerações acerca de cada um desses trabalhos. Os demais trabalhos não foram incluídos por não apresentarem relação com o tema proposto, ou pelo fato dos endereços eletrônicos disponibilizados estarem fora do ar.

A tabela 2, a seguir, distribui os trabalhos que foram incluídos na presente revisão bibliográfica. Nela são encontrados os nomes dos autores, ano da publicação, título e o tipo de publicação a que se refere cada uma das pesquisas.

Tabela 2 – Revisão bibliográfica.

Autor (es) Ano Título Tipo de Publicação

MARTINS;

SANTOS

2015 Avaliação do conhecimento dos enfermeiros sobre o controle do câncer do colo do útero em um município do estado de goiás

Revista REVISA

SILVA et al. 2010 O enfermeiro do PSF e a prevenção do câncer do colo do útero

Revista de Pesquisa:

Cuidado é fundamental online

LIMA et al. 2010 O enfermeiro e a prática educativa: um relato de experiência com mulheres ribeirinhas, Belém-Pará, 2010

Revista de Pesquisa:

Cuidado é fundamental online

CASARIN;

PICCOLI

2011 Educação em saúde para prevenção do câncer de colo do útero em mulheres do município de Santo Ângelo/RS

Revista Ciência & Saúde Coletiva

ROECKER;

MARCON

2011 Educación en salud. Relatos de las vivencias de enfermeros con la estrategia de salud de la familia

Revista Investigación y Educación en Enfermería SANTOS et

al.

2012 Práticas assistenciais das equipes de saúde da família em quatro grandes centros urbanos

Revista Ciência & Saúde Coletiva

Fonte: o autor.

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A partir dessa tabela teceremos algumas considerações relativa a cada um dos trabalhos, de modo a elucidar a importância da ação dos enfermeiros na prevenção ao câncer de colo do útero.

As pesquisas de Martins e Santos (2015) levaram em consideração o conhecimento que os enfermeiros apresentam sobre o controle do câncer de colo do útero. Para tal finalidade realizaram uma pesquisa quantitativa com trinta e cinco profissionais, que foram questionados “sobre o controle do câncer do colo do útero”

(p. 130). Inicialmente esses profissionais foram levados a responder questões básicas sobre a fase de prevenção dessa patologia, em seguida com relação as orientações que são passadas às pacientes; quais os motivos que levam a paciente a não realizar o exame e quais são as medicações que os enfermeiros orientam para as pacientes utilizarem. Os pesquisadores tinham como objetivo identificar como ocorria a abordagem com essas pacientes, nesse sentido, puderam perceber que os profissionais tinham conhecimento sobre o assunto, souberam abordar de forma humanizada as mulheres para a realização dos exames e, quando ocorreram resultados positivos para o câncer, esses profissionais apresentação orientações e encaminhamentos corretos para o serviço especializado. Ainda que os profissionais tenham apresentado índices suficientes na forma de interagir com essas pacientes, cabe salientar que ainda há necessidade de aprimorar os exames preventivos e melhorar o raio de atuação das informações para que essas mulheres realizem esses exames de forma preventiva.

O trabalho de Silva et al. (2010), fundamenta-se em uma revisão bibliográfica semelhante ao trabalho aqui apresentado, isso porque, esses autores realizaram pesquisas bibliográficas em bases de dados conhecidas como LILACS (Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde), BDENF (Base de Dados de Enfermagem) e SciELO (Scientific Electronic Library Online), que são plataformas digitais que organizam títulos mais voltados para a área de pesquisa em saúde. Sob essa perspectiva, Silva et al. (2010), realizaram uma pesquisa exploratória com abordagem qualitativa, em busca de compreender a importância da ação dos enfermeiros em uma enfermagem de qualidade. Nesse sentido os autores observaram que os enfermeiros necessitam, por vezes, superar resistências que as mulheres possam apresentar quando necessitam realizar o exame de Papanicolau. Isso pode acontecer a partir da prévia conversa entre o profissional e a paciente, de modo a reduzir possíveis vergonhas ou constrangimentos.

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Houveram também, importantes considerações acerca dos problemas relacionados ao mau funcionamento dos serviços de saúde pública do país, o que, de acordo com os autores, implica um diagnóstico de cerca de 70% desse tipo de câncer em fases avançadas. Essas resistências podem ser minimizadas a partir da ação dos enfermeiros no que tange as observações das primeiras consultas, de modo a reduzir esses empecilhos e levar às mulheres mais conhecimento.

Durante as pesquisas de Lima et al. (2010), houve um levantamento qualitativo a respeito das mulheres que utilizaram o PCCU, sigla utilizada para o Programa de Prevenção e Controle do Câncer de Colo do Útero, em uma ilha ribeirinha de Belém do Pará. Nesse estudo, os pesquisadores observaram que as mulheres daquela região apresentam a característica de realizar exames periódicos, desde que sejam orientadas e supervisionadas, isso indica a importância de construir com a população processos educativos que incentivem o autocuidado, ou seja, melhorem a relação entre o profissional de saúde e o paciente. Essa foi uma pesquisa exploratória, baseada em relatos de experiência que levam em consideração os conhecimentos prévios das entrevistadas e a forma com que os enfermeiros poderiam melhorar a comunicação entre os envolvidos. Novamente é possível perceber que uma enfermagem de qualidade que eleva as pacientes ao patamar de pessoas ativas nesses processos, torna a qualidade das investigações e da busca por soluções mais rápidas um importante fator de sucesso para a redução das mortalidades ocasionadas por esse tipo de câncer.

Os estudos abordados por Casarin e Piccoli (2011) sustentaram algumas considerações outrora explanadas na presente pesquisa. Nesse sentido os autores citados realizaram estudos práticos que puderam ser caracterizados pela abordagem educacional que tiveram, haja vista realizaram palestras sobre saúde sexual, prevenção contra patologias clínicas e formas de prevenção para combater esse tipo de câncer. Ainda durante os encontros realizados pelos pesquisadores com as pacientes, suscitaram-se interessantes percepções, como o caso dessas pacientes terem a noção da importância dos exames preventivos, mas que existe certa resistência por questões de senso comum, como o constrangimento em realiza-los, já que acreditam que possa haver dor durante o procedimento, entre outros fatores. O surgimento de sintomas é um dos fatores que mais leva as mulheres a se submeterem a algum tipo de exame, no entanto, esse fator normalmente está atrelado a avanços consideráveis do câncer, o que pode tornar-se em um problema para a saúde dessas

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mulheres. Os pesquisadores apontam que há possibilidade de eliminar em 100% o câncer de colo do útero quando esse é detectado em fases iniciais, por isso, há necessidade de levar esse tipo de informação a todas. Outro fator preponderante para o sucesso da redução dessas incidências é a melhoria na qualidade dos serviços de saúde, pois, de acordo com esses autores é a motivação para o cuidado com a própria saúde é fundamental para que os serviços de saúde consigam suprir as demandas da população. Essa motivação pode ocorrer a partir do conhecimento apresentado pelos profissionais da saúde e levado até essas mulheres.

O artigo intitulado: “Educação em saúde. Relatos das vivencias de enfermeiros com a Estratégia da Saúde Familiar” de autoria de Roecker e Marcon (2011), apresenta inúmeras considerações sobre a importância da ação dos enfermeiros para a detecção primária do câncer de colo do útero. É nesse sentido que os autores apontam que esses profissionais da saúde devem trabalhar em prol das atividades assistenciais, ou seja, devem auxiliar os pacientes de forma educativa a superar barreiras que os impedem a cuidar da própria saúde. Foi a partir da implantação das ESF como estratégias de melhorias na qualidade da saúde pública, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) que esses profissionais tiveram suas funções maximizadas. Roecker e Marcon (2011) realizaram uma pesquisa investigativa com profissionais dessa área e constataram “[...] que todos os enfermeiros atuantes na ESF reconhecem a relevância da prática educativa no processo de trabalho com famílias, e a grande maioria a realiza tanto no âmbito individual quanto coletivo.” (p.

384). Esses autores acreditam e afirmam que os trabalhos desenvolvidos entre os enfermeiros e a população é de suma importância para a melhoria na qualidade dos serviços prestados.

Por fim, o último artigo selecionado, por fazer parte das ações preventivas que os enfermeiros podem exercer, retrata as “Práticas assistenciais das Equipes de Saúde da Família em quatro grandes centros urbanos” (SANTOS et al., 2012). Por se tratar de centros urbanos com alta densidade demográfica, os pesquisadores puderam perceber que os enfermeiros atendiam, prioritariamente, as famílias cadastradas, mas que também realizavam os atendimentos emergenciais. Durante suas pesquisas, esse grupo pôde acompanhar o cotidiano de equipes de saúde, composta por médicos, enfermeiros e técnicos. De modo que puderam levantar dados acerca das ações realizadas diariamente, sob uma perspectiva de “[...] ações prioritárias, atividades rotineiras e a associação entre o perfil profissional e a

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realização de determinadas atividades” (p. 2688). Um ponto importante da pesquisa visa mostrar que, menos de um terço dos profissionais não realizam diariamente ações educativas no âmbito da saúde. Por mais que explicitem, em suas ações, a realização de processos educativos, a partir de palestras e conversas com os pacientes. Evidencia-se, dentre as ações que corroboram com a melhoria da qualidade da saúde da população, certa quantidade de profissionais que realizam visitas domiciliares (93%, segundo dados de Santos et al., 2012). Para esses autores, o fato de concentrar suas atenções em determinados grupos, reduz a área de atuação das ESF, principalmente por limitar o alcance quanto aos grupos de baixa prioridade ou de atenção primária. No entanto, ainda que ocorram essas limitações, é passível de observação a frequente atenção com aqueles que estão cadastrados nos programas públicos de saúde e que realizam seus exames periódicos, o que torna a atenção para esses grupos em prioridade aos profissionais da saúde a partir de suas ações cotidianas.

A partir das considerações apresentadas é possível perceber que a função dos enfermeiros está intimamente ligada às melhorias que podem acontecer na qualidade da saúde pública da população. São esses profissionais que têm o primeiro contato com os pacientes e podem interagir com eles de forma a melhorar essa interação, lhes passando informações corretas, segurança na realização de exames e procedimentos afins, dentre tantas outras situações.

A presente revisão bibliográfica nos apresentou trabalhos que discutiram a importância da ação dos enfermeiros em uma enfermagem de qualidade, pois leva os pacientes a receberem atenção primária na detecção de patologias como o câncer de colo do útero. Nesse sentido, podemos perceber que a função desses profissionais da saúde é de suma importância para a redução dos casos de um dos tipos de câncer mais comuns no Brasil (INCA, 2018). O cotidiano desses profissionais e suas ações podem contribuem para a redução dessas incidências. Ainda assim, as pesquisas aqui relatadas comumente expõe a necessidade que a população tem de receber as informações corretas sobre a prevenção dessas patologias e, portanto, deve-se haver incentivos governamentais que alcancem mais mulheres na busca por exames preventivos e tratamentos iniciais para o caso de rastreamentos positivos dessas patologias.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O câncer de colo do útero é um dos tipos de patologias que mais afligem as mulheres no Brasil, ele é um dos causadores de óbitos que podem ser evitados, isso por que, pode ser previamente detectado e, principalmente, há possibilidade de ser totalmente curado. Para que isso aconteça alguns procedimentos podem auxiliar em sua detecção, tais como o exame comumente conhecido como papanicolau e a colposcopia. No entanto, para a realização desses exames, torna-se imprescindível que o primeiro contato com essas pacientes seja fundamentado em informações precisas e úteis, que lhes façam sentir segurança nas intervenções que realizarão.

Nesse sentido, a função dos enfermeiros torna-se essencial para uma comunicação completa, transformando o atendimento em um ambiente seguro para essas pacientes e, consequentemente, contribuindo para uma enfermagem de qualidade.

A respeito da função dos enfermeiros, é de suma importância que se observe a necessidade de conhecimento desses profissionais para que sejam capazes de interagir de forma complementar com as pacientes. Observou-se durante o presente trabalho que esses profissionais, por vezes, realizam as primeiras conversas com as pacientes, assim como, durante esse momento, podem detectar possíveis alterações.

Nesse sentido, a presente pesquisa conseguiu apresentar formas com que os enfermeiros podem auxiliar as mulheres durante suas visitas às unidades de saúde, auxiliando na redução dos casos de câncer de colo do útero.

Busca-se, com essa pesquisa, despertar o interesse para a realização de outros trabalhos acadêmicos, que possam relacionar as ações preventivas advindas dos enfermeiros, como formas de reduzir as incidências desse tipo de câncer. Sob essa perspectiva utilizou-se o portal de periódicos da Capes, que retomou trabalhos que refletiram sobre a função dos enfermeiros, assim como suas habilidades e dificuldades enfrentadas no decorrer de seus cotidianos. Vale destacar que vários autores expõe a necessidade de contínua formação desses profissionais, pois novas técnicas surgem com novas experiências. A presente pesquisa conseguiu refletir sobre os objetivos propostos e indicou que há possibilidades de outras ocorrerem. É de suma importância que a qualidade da saúde pública seja prioridade, tais ações podem ocorrer a partir de novos trabalhos e novas pesquisas.

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6. REFERÊNCIAS

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