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Superior Tribunal de Justiça

HABEAS CORPUS Nº 257.939 - MG (2012/0226496-1) RELATOR : MINISTRO NEFI CORDEIRO

IMPETRANTE : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS ADVOGADO : FABIANO TORRES BASTOS - DEFENSOR PÚBLICO

IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS PACIENTE : WANDERSON AMARAL DA SILVA (PRESO)

EMENTA

PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ESPECIAL. NÃO CONHECIMENTO DO WRIT . FURTO QUALIFICADO. RES FURTIVA AVALIADA EM R$ 240,00. 44% DO SALÁRIO MÍNIMO VIGENTE À ÉPOCA DOS FATOS. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. INAPLICABILIDADE. QUALIFICADORA.

ESCALADA. EXAME PERICIAL NÃO REALIZADO. INEXISTÊNCIA DE JUSTIFICATIVAS PARA A NÃO REALIZAÇÃO DO EXAME.

CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO. AFASTAMENTO DA QUALIFICADORA. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO.

1. Ressalvada pessoal compreensão diversa, uniformizou o Superior Tribunal de Justiça ser inadequado o writ em substituição a recursos especial e ordinário, ou de revisão criminal, admitindo-se, de ofício, a concessão da ordem ante a constatação de ilegalidade flagrante, abuso de poder ou teratologia.

2. Sedimentou-se a orientação jurisprudencial no sentido de que a incidência do princípio da insignificância pressupõe a concomitância de quatro vetores, a saber: a) a mínima ofensividade da conduta do agente; b) nenhuma periculosidade social da ação; c) o reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento e d) a inexpressividade da lesão jurídica provocada.

3. A conduta consistente no furto de uma bateria de 100 amperes, avaliada em R$

240,00, o que representa 44% do salário mínimo vigente à época dos fatos (R$

545,00), não pode ser considerada de inexpressiva lesão ao bem jurídico tutelado, nos termos da orientação jurisprudencial do STJ. Constata-se, ainda, conforme consignado na sentença, que o paciente é reincidente, fundamento que, aliado ao valor do bem subtraído, corrobora com o afastamento do princípio da insignificância.

4. Consoante a jurisprudência desta Corte, para o reconhecimento da qualificadora da escalada, prevista no art. 155, § 4°, II, do Código Penal, é imprescindível a realização de exame pericial, sendo possível a sua substituição por outros meios probatórios somente se não existirem vestígios ou tenham esses desaparecido, ou quando as circunstâncias do crime não permitirem a confecção do laudo.

5. Habeas corpus não conhecido, mas concedida a ordem de ofício para afastar a

qualificadora de escalada, reduzindo-se a pena do paciente à 1 ano e 3 meses de

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Superior Tribunal de Justiça

reclusão, além de 12 dias-multa.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, não conhecer do habeas corpus, concedendo, contudo, ordem de ofício, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Ericson Maranho (Desembargador convocado do TJ/SP), Sebastião Reis Júnior e Rogerio Schietti Cruz votaram com o Sr. Ministro Relator.

Ausente, justificadamente, a Sra. Ministra Maria Thereza de Assis Moura.

Brasília, 05 de abril de 2016(Data do Julgamento)

MINISTRO NEFI CORDEIRO

Relator

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Superior Tribunal de Justiça

HABEAS CORPUS Nº 257.939 - MG (2012/0226496-1) RELATOR : MINISTRO NEFI CORDEIRO

IMPETRANTE : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS ADVOGADO : FABIANO TORRES BASTOS - DEFENSOR PÚBLICO

IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS PACIENTE : WANDERSON AMARAL DA SILVA (PRESO)

RELATÓRIO

O EXMO. SR. MINISTRO NEFI CORDEIRO (Relator):

Trata-se de habeas corpus substitutivo de recurso especial, com pedido liminar, impetrado em favor de WANDERSON AMARAL DA SILVA, apontando como autoridade coatora o TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS.

Consta dos autos que o paciente foi condenado pelo juízo de piso, como incurso no art. 155, § 4º, II, c/c o art. 65, I, ambos do Código Penal, à pena de 2 anos e 11 meses de reclusão, em regime inicial semiaberto.

A apelação defensiva foi parcialmente provida para compensar a atenuante da confissão com a agravante da reincidência, fixando-se a pena, ao final, em 2 anos e 6 meses de reclusão.

Neste writ , sustenta a impetrante que a conduta do paciente preenche os requisitos para a aplicação do princípio da insignificância e, subsidiariamente, pugna pelo decote da qualificadora da escalada, pois indispensável a realização de perícia para a sua aplicação.

A liminar foi indeferida à fl. 243.

As informações foram prestadas às fls. 248/255, 257/274, 297/315, 317/333 e 337/353.

O Ministério Público Federal manifestou-se às fls. 277/289 pela denegação da ordem.

Em consulta telefônica realizada em 28/3/2016, junto à Vara de Execuções Criminais da Comarca de Unaí, extraiu-se a informação de que as penas do paciente foram unificadas, razão pela qual a punibilidade ainda não foi extinta.

É o relatório.

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Superior Tribunal de Justiça

HABEAS CORPUS Nº 257.939 - MG (2012/0226496-1) VOTO

O EXMO. SR. MINISTRO NEFI CORDEIRO (Relator):

Ressalvada pessoal compreensão diversa, uniformizou o Superior Tribunal de Justiça ser inadequado o writ quando utilizado em substituição a recursos especial e ordinário, ou de revisão criminal (HC 213.935/RJ, Rel. Ministro GILSON DIPP, QUINTA TURMA, DJe de 22/8/2012; e HC 150.499/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, DJe de 27/8/2012, assim alinhando-se a precedente do Supremo Tribunal Federal (HC 104.045/RJ, Rel.

Ministra ROSA WEBER, PRIMEIRA TURMA, DJe de 6/9/2012).

Nada impede, contudo, que, de ofício, constate a Corte Superior a existência de ilegalidade flagrante, abuso de poder ou teratologia, o que ora passo a examinar.

Sobre a matéria trazida para análise, assim manifestou-se a Corte estadual (fls.

225/228):

Não se desconhece a importância do princípio da insignificância, sendo ele de larga aplicação apesar de não contido expressamente no texto da lei penal, que, por sua natureza fragmentária, somente deve cuidar das significativas lesões aos bens juridicamente tutelados, apoiando-se no reconhecimento de que o caráter subsidiário do sistema penal reclama e impõe, em função dos próprios objetivos por ele visados, a intervenção mínima do Poder Público em matéria penal.

O sistema jurídico e a política criminal consideram a relevante circunstância de que a privação da liberdade e a restrição de direitos do indivíduo só se justificarão quando estritamente necessárias à própria proteção das pessoas, da sociedade e de outros bens jurídicos que sejam essenciais, notadamente naqueles casos em que os valores penalmente tutelados se exponham a dano, efetivo ou potencial, desde que o fato esteja impregnado de significativa lesividade.

Para que seja reconhecida a atipicidade da conduta por aplicação do princípio da insignificância é necessário que se verifique, no caso concreto, (a) a mínima ofensividade da conduta do agente; (b) a nenhuma periculosidade social da ação; (c) o reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento; e (d) a inexpressividade da lesão jurídica provocada.

No caso ora em exame entendo que a circunstância do crime, cometido mediante escalada, além de aumentar a reprovabilidade da conduta perpetrada pelo agente, constitui óbice à aplicação do princípio da insignificância. Ademais, não considero ínfimo o valor da bateria furtada (R$

240,00 - f. 28).

Este o entendimento do colendo SUPERIOR TRIBUNAL DE

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Superior Tribunal de Justiça

JUSTIÇA:

(...)

Se não bastasse isso, entendo que a aplicação de tal princípio deve ser reservada às hipóteses que realmente se mostrem ridículas ao Direito Penal, de modo que não justifiquem a intervenção deste ramo da Ciência Jurídica, não sendo esta, porém, a situação dos autos, não se podendo banalizar a utilização do princípio da insignificância, sob pena de sempre absolvermos as pessoas que cometem pequenos furtos pela atipicidade que ensejaria a conduta insignificante, o que, certamente, não é o desejável.

No que tange ao pleito de decote da qualificadora da escalada, prevista no art. 155, §4º, II, do Código Penal, denota-se que a mesma tem lugar quando o agente se vale de um meio não usual para ingressar na propriedade, valendo citar, no ponto, a doutrina de LUIZ FLÁVIO GOMES e ROGÉRIO SANCHES CUNHA:

"O presente inciso qualifica o crime quando cometido mediante escalada, isto é, o uso de via anormal para ingressar no local em que se encontra a coisa visada. Não implica, necessariamente, subida, mas a utilização de qualquer meio incomum"

(...). (Direito Penal - Parte Especial, v. 3, Editora Revista dos Tribunais, 2008, p. 124).

Na hipótese em análise, apesar da ausência de exame pericial, a prova oral produzida, especialmente na confissão do recorrente prestada perante autoridade policial (f. 08) e na declaração da vitima (f. 87) são totalmente satisfatórias para se concluir, com segurança, que o réu utilizou-se de vias anormais e, por conseguinte, de esforço incomum para ter acesso à res furtiva, pulando o muro do imóvel e subtraindo a bateria.

Sedimentou-se a orientação jurisprudencial no sentido de que a incidência do princípio da insignificância pressupõe a concomitância de quatro vetores, a saber: a) a mínima ofensividade da conduta do agente; b) nenhuma periculosidade social da ação;

c) o reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento e d) a inexpressividade da lesão jurídica provocada.

Na espécie, a conduta consistente no furto de uma bateria de 100 amperes, avaliada em R$ 240,00, o que representa 44% do salário mínimo vigente à época dos fatos (R$ 545,00), não pode ser considerada de inexpressiva lesão ao bem jurídico tutelado, nos termos da orientação jurisprudencial do STJ. Constata-se, ainda, conforme consignado na sentença, que o paciente é reincidente, fundamento que, aliado ao valor do bem subtraído, corrobora com o afastamento do princípio da insignificância. Nesse sentido:

HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ESPECIAL.

INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. FURTO. PRINCÍPIO DA

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Superior Tribunal de Justiça

INSIGNIFICÂNCIA. INAPLICABILIDADE. VALOR EXPRESSIVO DA RES FURTIVA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO CONFIGURADO. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO.

1. O Supremo Tribunal Federal, por sua Primeira Turma, e a Terceira Seção deste Superior Tribunal de Justiça, diante da utilização crescente e sucessiva do habeas corpus, passaram a restringir a sua admissibilidade quando o ato ilegal for passível de impugnação pela via recursal própria, sem olvidar a possibilidade de concessão da ordem, de ofício, nos casos de flagrante ilegalidade.

2. O princípio da insignificância deve ser analisado em conexão com os postulados da fragmentariedade e da intervenção mínima do Estado em matéria penal, no sentido de excluir ou afastar a própria tipicidade penal, observando-se a presença de "certos vetores, como (a) a mínima ofensividade da conduta do agente, (b) a nenhuma periculosidade social da ação, (c) o reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento e (d) a inexpressividade da lesão jurídica provocada" (HC 98.152/MG, Rel. Ministro CELSO DE MELLO, Segunda Turma, DJe 5/6/2009).

3. No caso, constata-se que o valor da res furtiva não pode ser considerado ínfimo - 4 facas avaliadas em R$ 200,00 -, na medida em que equivale a 29 % do salário mínimo vigente ao tempo da subtração (R$

678,00), quantum incompatível com a aplicação do princípio da insignificância.

4. Habeas corpus não conhecido.

(HC 315.623/SP, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 03/03/2016, DJe 09/03/2016) (com destaques)

HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO PRÓPRIO.

DESCABIMENTO. FURTO TENTADO. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA.

IMPOSSIBILIDADE. PACIENTE REINCIDENTE. VALOR DA RES EQUIVALENTE A 55% DO SALÁRIO MÍNIMO VIGENTE À ÉPOCA.

RELEVÂNCIA DA CONDUTA NA ESFERA PENAL. REGIME INICIAL SEMIABERTO DEVIDAMENTE FUNDAMENTADO NA REINCIDÊNCIA DO PACIENTE, A EVIDENCIAR SUA MAIOR OUSADIA E PERICULOSIDADE. PRECEDENTES DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA - STJ E SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO.

- O STJ, seguindo o entendimento da Primeira Turma do STF, passou a inadmitir habeas corpus substitutivo de recurso próprio, ressalvando, porém, a possibilidade de concessão da ordem de ofício nos casos de flagrante constrangimento ilegal.

- O STF já consagrou o entendimento de que, para a aplicação

do princípio da insignificância, devem estar presentes, de forma cumulada, os

seguintes requisitos: a) mínima ofensividade da conduta do agente; b)

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Superior Tribunal de Justiça

nenhuma periculosidade social da ação; c) reduzido grau de reprovabilidade do comportamento do agente; e d) inexpressividade da lesão jurídica provocada (STF, HC n. 112.378/SP, Segunda Turma, Relator Ministro Joaquim Barbosa, DJe 18/9/2012).

- In casu, a denúncia imputa ao paciente a conduta de tentar furtar 6 peças de picanha, avaliadas em R$ 313,73 (trezentos e treze reais e setenta e três centavos), pertencentes ao Supermercado Coopercica.

- Com efeito, não se cuida de conduta de mínima ofensividade, sendo que não se pode considerar, no caso, como inexpressiva a lesão jurídica provocada, em razão do valor da res furtiva, que não é irrisório, porquanto avaliada em R$ 313,73 (trezentos e treze reais e setenta e três centavos) , que correspondia a cerca de 55% do salário mínimo vigente à época - R$ 678,00 (seiscentos e setenta e oito reais).

- Ademais, ao que se tem, o paciente é reincidente, ostentando vários antecedentes criminais, conforme consignado na sentença e no acórdão impugnados.

- A reiteração no cometimento de infrações penais reveste-se de relevante reprovabilidade e não se mostra compatível com a aplicação do princípio da insignificância, a reclamar a atuação do Direito Penal. Deve-se enfatizar, por oportuno, que o princípio da bagatela não pode servir como um incentivo à prática de pequenos delitos.

- A jurisprudência desta Corte Superior tem entendido que, fixada a pena-base no mínimo legal, a simples gravidade abstrata do crime não constitui motivação idônea para justificar a imposição de regime prisional mais gravoso. Súmulas n. 440/STJ, n. 718/STF e 719/STF.

- Todavia, no caso dos autos, não obstante a reprimenda tenha sido estabelecida em patamar inferior a 4 anos de reclusão e a pena-base tenha sido fixada no mínimo legal, o regime inicial fechado foi fixado em razão do montante de pena aplicado e também no fato de se tratar de paciente reincidente.

Habeas Corpus não conhecido.

(HC 341.732/SP, Rel. Ministro ERICSON MARANHO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SP), SEXTA TURMA, julgado em 18/02/2016, DJe 01/03/2016) (com destaques)

Com relação ao pleito de afastamento da qualificadora de escalada, por ausência de exame pericial, como visto, manifestou-se a origem no sentido de que a despeito de não ter sido realizada perícia para constatar a escalada, as demais provas encartadas aos autos são suficientes para se chegar a tal conclusão.

A jurisprudência desta Corte, contudo, é assente no sentido de que a

substituição do laudo pericial por outros meios de prova apenas pode ocorrer se o

delito não deixar vestígios, se estes tiverem desparecido ou, ainda, se as circunstâncias

do crime não permitirem a confecção do laudo (AgRg no AgRg no REsp

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Superior Tribunal de Justiça

1.419.093/DF, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, QUINTA TURMA, julgado em 10/3/2015, DJe 26/3/2015; AgRg no REsp 1337425/DF, Rel. Ministro ERICSON MARANHO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SP), SEXTA TURMA, julgado em 01/09/2015, DJe 17/09/2015; AgRg no REsp 1519675/RS, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 23/06/2015, DJe 03/08/2015).

No caso, contudo, nenhuma dessas hipóteses foi sequer mencionada pela Corte a quo, razão pela qual merece ser acolhida a pretensão da impetrante para o afastamento da qualificadora disposta no inciso II, do § 4º, do art. 155 do Código Penal.

Desse modo, afastada a referida qualificadora, observa-se que o crime passa a ser regulado, na forma do art. 155, caput , do estatuto repressivo, pela pena em abstrato de 1 a 4 anos, e multa.

Na primeira fase de dosimetria, tendo em vista a existência de vetorial desabonadora, utilizo-me do mesmo critério de proporcionalidade das instâncias ordinárias, fixando a pena-base em 1 ano e 3 meses de reclusão, além de 12 dias-multa.

Na segunda fase, observo que o Tribunal estadual reconheceu a compensação entre a atenuante da confissão espontânea e a agravante da reincidência, mantendo-se, portanto, a pena em 1 ano e 3 meses de reclusão e 12 dias-multa, a qual torno definitiva, à míngua de qualquer outra circunstância que acarrete a sua modificação.

Tendo em vista o quantum da reprimenda, a reincidência do paciente e o disposto no art. 33, §§ 2º e 3º, do Código Penal, deve ser mantido o regime semiaberto para o início de cumprimento da pena.

Ante o exposto, voto por não conhecer do habeas corpus , mas concedo a

ordem, de ofício, para reduzir a pena do paciente à 1 ano e 3 meses de reclusão, além

de 12 dias-multa.

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Superior Tribunal de Justiça

CERTIDÃO DE JULGAMENTO SEXTA TURMA

Número Registro: 2012/0226496-1 PROCESSO ELETRÔNICO HC 257.939 / MG MATÉRIA CRIMINAL

Números Origem: 10704110083166 704110078349 704110083166 83166322011

EM MESA JULGADO: 05/04/2016

Relator

Exmo. Sr. Ministro NEFI CORDEIRO Presidente da Sessão

Exmo. Sr. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ Subprocurador-Geral da República

Exmo. Sr. Dr. JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO Secretário

Bel. ELISEU AUGUSTO NUNES DE SANTANA AUTUAÇÃO

IMPETRANTE : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS ADVOGADO : FABIANO TORRES BASTOS - DEFENSOR PÚBLICO IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS PACIENTE : WANDERSON AMARAL DA SILVA (PRESO)

ASSUNTO: DIREITO PENAL - Crimes contra o Patrimônio - Furto Qualificado CERTIDÃO

Certifico que a egrégia SEXTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:

A Sexta Turma, por unanimidade, não conheceu do habeas corpus, concedendo, contudo, ordem de ofício, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator.

Os Srs. Ministros Ericson Maranho (Desembargador convocado do TJ/SP), Sebastião Reis Júnior e Rogerio Schietti Cruz votaram com o Sr. Ministro Relator.

Ausente, justificadamente, a Sra. Ministra Maria Thereza de Assis Moura.

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