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“NÃO MAIS EU, MAS O NOME DE DEUS”ENUNCIATIVA EM FOLHETOS EVANGELÍSTICOS

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“NÃO MAIS EU, MAS O NOME DE DEUS”

ENUNCIATIVA EM FOLHETOS EVANGELÍSTICOS

RESUMO

Refletirá sobre a constituição da cena enunciativa em folhetos evangelísticos, tomando como ponto de partida a perspectiva de que enunciar al

intermédio do acontecimento que é a enunciação. Para subsidiar a análise, serão utilizad pressupostos teóricos desenvolvidos por Eduardo Guimarães, em sua

Acontecimento (2002), além de conceitos da Análise de Discurso acerca do discurso religioso.

INTRODUÇÃO

Sob uma perspectiva enunciativa, n

resposta, mas lançar uma via de reflexão sobre a constituição dos sentidos em folhetos evangelísticos

3

doutrinação ligados às igrej

comprometer-se, pois não há neutralidade no uso dos signos. Pois o próprio ato de tomar a palavra implica a inserção do sujeito em um determinado lugar social demarcado pelo simbólico, na e pela linguagem. Desse modo,

1

Mestre em Estudos Linguísticos pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), em parceria com a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

Cooperação Acadêmica). Professora na Faculdade Fabra.

2

“Para maior glória de Deus", em latim. Também conhecido pelo acrônimo Jesus, cujos membros são comumente conhecidos como jesuítas.

3

Denomina-se folheto evangelístico que, por meio de argumentos, busca

nas ruas das cidades e nas casas, por membros de uma dada denominação, em atividades conjuntas de evangelismo pessoal. Pode-se afirmar, portanto, que os folhetos evangelísticos, no c

religiosas evangélicas, servem como meio de transmissão e de perpetuação dos valores e das crenças dessas instituições.

“NÃO MAIS EU, MAS O NOME DE DEUS”: A CONSTITUIÇÃO DA CENA ENUNCIATIVA EM FOLHETOS EVANGELÍSTICOS

Raquel Camargo Trentin

a constituição da cena enunciativa em folhetos evangelísticos, tomando como ponto de partida a perspectiva de que enunciar algo é engajar-se, na e pela linguagem, por intermédio do acontecimento que é a enunciação. Para subsidiar a análise, serão utilizad pressupostos teóricos desenvolvidos por Eduardo Guimarães, em sua

(2002), além de conceitos da Análise de Discurso acerca do discurso religioso.

Ad maiorem Dei gloriam...

Sob uma perspectiva enunciativa, nosso objetivo, neste trabalho, não

lançar uma via de reflexão sobre a constituição dos sentidos em desenvolvidos e distribuídos por órgãos de evangelização / ação ligados às igrejas evangélicas. Partiremos da idéia de que enunciar é se, pois não há neutralidade no uso dos signos. Pois o próprio ato de implica a inserção do sujeito em um determinado lugar social demarcado pelo simbólico, na e pela linguagem. Desse modo,

em Estudos Linguísticos pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), em parceria com a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), por intermédio do PROCAD (Programa Nacional de

Professora na Faculdade Fabra.

“Para maior glória de Deus", em latim. Também conhecido pelo acrônimo AMDG, é o lema da Sociedade de Jesus, cujos membros são comumente conhecidos como jesuítas.

folheto evangelístico o gênero discursivo de cunho religioso, geralmente de curta extensão, em e, por meio de argumentos, busca-se persuadir o leitor a aderir ao credo evangélico. Costuma ser distribuído nas ruas das cidades e nas casas, por membros de uma dada denominação, em atividades conjuntas de

se afirmar, portanto, que os folhetos evangelísticos, no c

religiosas evangélicas, servem como meio de transmissão e de perpetuação dos valores e das crenças dessas

: A CONSTITUIÇÃO DA CENA ENUNCIATIVA EM FOLHETOS EVANGELÍSTICOS

Raquel Camargo Trentin

1

a constituição da cena enunciativa em folhetos evangelísticos, tomando como , na e pela linguagem, por intermédio do acontecimento que é a enunciação. Para subsidiar a análise, serão utilizados os pressupostos teóricos desenvolvidos por Eduardo Guimarães, em sua Semântica do

(2002), além de conceitos da Análise de Discurso acerca do discurso religioso.

Ad maiorem Dei gloriam...

2

, neste trabalho, não é dar uma lançar uma via de reflexão sobre a constituição dos sentidos em or órgãos de evangelização / Partiremos da idéia de que enunciar é se, pois não há neutralidade no uso dos signos. Pois o próprio ato de implica a inserção do sujeito em um determinado lugar social, demarcado pelo simbólico, na e pela linguagem. Desse modo, “a entrada no

em Estudos Linguísticos pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), em parceria com a

do PROCAD (Programa Nacional de

, é o lema da Sociedade de

o gênero discursivo de cunho religioso, geralmente de curta extensão, em

persuadir o leitor a aderir ao credo evangélico. Costuma ser distribuído

nas ruas das cidades e nas casas, por membros de uma dada denominação, em atividades conjuntas de

se afirmar, portanto, que os folhetos evangelísticos, no contexto das organizações

religiosas evangélicas, servem como meio de transmissão e de perpetuação dos valores e das crenças dessas

(2)

simbólico é irremediável e permanente: estamos comprometidos com os sentidos e o político” (ORLANDI, 2005

Mais decididamente, tomaremos o posicionamento significação de um enunciado

necessária a configuração da cena enunciativa, que distribui os lugares do dizer pela temporalização própria do acontecimento

estaria atrelada ao simbólico, e firmada no político que move os sen o indivíduo em locutor pelo acontecimento.

No que tange aos folhetos evangelísticos,

atividades institucionais das denominações protestantes principais a “proclamação das Boas

analisar os processos que constituem a cena enunciativa nesses folhetos.

Paralelamente, mostraremos que a cena enunciativa configurada erige embate político que são as práticas linguísticas pela (re) af

embate entre o religioso e o profano), estando na ba discurso.

Nossa reflexão se encaminhará

abordaremos os pressupostos básicos da proposta por Eduardo Guimarães,

conceito de ‘cena enunciativa’. Na segunda parte

4

No contexto religioso evangélico contemporâneo, o termo “protestante” é utilizado para designar todas as igrejas que professam a fé evangélica

reformadoras tradicionais (como é o caso dos batistas, dos luteranos, dos metodistas e dos presbiterianos)

simbólico é irremediável e permanente: estamos comprometidos com os sentidos e o (ORLANDI, 2005, p. 09).

Mais decididamente, tomaremos o posicionamento de que, para que haja a significação de um enunciado – este tomado enquanto acontecimento

necessária a configuração da cena enunciativa, que distribui os lugares do dizer pela temporalização própria do acontecimento. Logo, a constituição da cena enunciativa estaria atrelada ao simbólico, e firmada no político que move os sen

o indivíduo em locutor pelo acontecimento.

os folhetos evangelísticos, manifestação discursiva integrante das atividades institucionais das denominações protestantes

4

(que tê

proclamação das Boas Novas” e a doutrinação dos fiéis

analisar os processos que constituem a cena enunciativa nesses folhetos.

Paralelamente, mostraremos que a cena enunciativa configurada erige

embate político que são as práticas linguísticas pela (re) afirmação do dizer (o embate entre o religioso e o profano), estando na base da legitimação des

Nossa reflexão se encaminhará da seguinte maneira: na primeira parte abordaremos os pressupostos básicos da Semântica do Acontecimento

ta por Eduardo Guimarães, que subsidiarão nossa análise, dand

e ‘cena enunciativa’. Na segunda parte, dialogaremos com a Análise de

No contexto religioso evangélico contemporâneo, o termo “protestante” é utilizado para designar todas as jas que professam a fé evangélica, e não a católica. Não indica, necessariamente, filiação com as igrejas reformadoras tradicionais (como é o caso dos batistas, dos luteranos, dos metodistas e dos presbiterianos)

simbólico é irremediável e permanente: estamos comprometidos com os sentidos e o

de que, para que haja a ntecimento – faz-se necessária a configuração da cena enunciativa, que distribui os lugares do dizer pela . Logo, a constituição da cena enunciativa estaria atrelada ao simbólico, e firmada no político que move os sentidos, que toma

manifestação discursiva integrante das (que têm como lemas

” e a doutrinação dos fiéis), procuraremos analisar os processos que constituem a cena enunciativa nesses folhetos.

Paralelamente, mostraremos que a cena enunciativa configurada erige-se do irmação do dizer (o se da legitimação desse

da seguinte maneira: na primeira parte, Semântica do Acontecimento (2002), que subsidiarão nossa análise, dando ênfase ao , dialogaremos com a Análise de

No contexto religioso evangélico contemporâneo, o termo “protestante” é utilizado para designar todas as

. Não indica, necessariamente, filiação com as igrejas

reformadoras tradicionais (como é o caso dos batistas, dos luteranos, dos metodistas e dos presbiterianos).

(3)

Discurso, a partir principalmente dos estudos de Orlandi (1987, 1996) e de Pedrosa sobre o discurso religioso

Buscaremos demonstrar discursivas religiosas tê

enunciativa, que confere legitimidade ao que é dito.

análise de como se dá a configuraçã folhetos evangelísticos

aventurados, que possui caráter interdenominacional, não filiado a uma instituição evangélica em particular; e

Bonita (RJ), dedicado à evangelização do público juvenil explanação dos conceitos

1. SOBRE O ACONTECIMENTO

1.1 CONCEITOS GERAIS

De acordo com Guimarães (2002), a análise do sentido da linguagem deve ter um foco enunciativo, localizando

significação de uma forma faz parte da constituição do sentido

5

PEDROSA, Cleide Emília Faye.

http://www.filologia.org.br/soletras/13/04.htm

Discurso, a partir principalmente dos estudos de Orlandi (1987, 1996) e de Pedrosa sobre o discurso religioso.

demonstrar, por meio desse diálogo, que as manifestações têm um modo bastante específico de configuração da cena , que confere legitimidade ao que é dito. Partiremos, então, par ise de como se dá a configuração da cena enunciativa do discurso religioso em

idealizados por dois órgãos de evangelização:

, que possui caráter interdenominacional, não filiado a uma instituição particular; e o Entre Jovens, ligado à Primeira Igreja Batista de Moça , dedicado à evangelização do público juvenil.

explanação dos conceitos-chave para a nossa reflexão.

SOBRE O ACONTECIMENTO

CONCEITOS GERAIS

Guimarães (2002), a análise do sentido da linguagem deve ter nunciativo, localizando-se no acontecimento do dizer. Logo, para deduzir a significação de uma forma faz-se necessário tomar seu funcionamento como sendo parte da constituição do sentido do enunciado. Além disso, deve

PEDROSA, Cleide Emília Faye. Discurso religioso: funções e especificidade http://www.filologia.org.br/soletras/13/04.htm (acessado em 04/11/2010).

Discurso, a partir principalmente dos estudos de Orlandi (1987, 1996) e de Pedrosa

5

que as manifestações m um modo bastante específico de configuração da cena Partiremos, então, para a do discurso religioso em idealizados por dois órgãos de evangelização: Os Bem- , que possui caráter interdenominacional, não filiado a uma instituição

, ligado à Primeira Igreja Batista de Moça Vamos, agora, à

Guimarães (2002), a análise do sentido da linguagem deve ter se no acontecimento do dizer. Logo, para deduzir a se necessário tomar seu funcionamento como sendo do enunciado. Além disso, deve-se levar em

: funções e especificidades.

(4)

consideração que um enunciado apenas constitui

integra texto. E é justamente essa relação integrativa que dá o sentido da unidade.

Com isso, pode-se afirmar que a enunciação, enquant

linguagem, estabelece-se pelo funcionamento da língua, não devendo ser remetida a um locutor, a uma centralidade do sujeito. Este, por sua vez,

funcionamento da língua na qual enuncia

enquanto ser físico, nem meramente no mundo físico. Enuncia

afetado pelo simbólico num mundo vivido através do simbólico” (GUIMARÃES, 2002, p. 11).

Desse modo, o acontecimento não é um fato no tempo, mas, sim, o acontecimento temporaliza

linguagem; antes, o sujeito é tomado pela temporalidade do acontecimento. Todo acontecimento somente significa na medida

projeta sobre um futuro, ao mesmo tempo em que repor permite a significação. O passado

anteriores, mas rememorações de enunciações. O futuro, por sua vez, não é um depois, na ordem cronológica, mas uma “latência de futuro”, que projeta sen

acontecimento, indicando o porquê de o acontecimento recortar um passado como memorável.

Embora representado no presente pelo Locutor, tendo a ilusão de que está no cerne do estabelecimento da temporalidade, o sujeito, na verdade, é tomado pelo acontecimento da linguagem, que recorta um memorável e projeta um futuro que o consideração que um enunciado apenas constitui-se como tal na medida em que integra texto. E é justamente essa relação integrativa que dá o sentido da unidade.

se afirmar que a enunciação, enquanto acontecimento de se pelo funcionamento da língua, não devendo ser remetida a um locutor, a uma centralidade do sujeito. Este, por sua vez,

funcionamento da língua na qual enuncia-se algo. “Ou seja, não se enuncia nquanto ser físico, nem meramente no mundo físico. Enuncia

afetado pelo simbólico num mundo vivido através do simbólico” (GUIMARÃES, 2002,

Desse modo, o acontecimento não é um fato no tempo, mas, sim, o acontecimento temporaliza. E não é o sujeito que está na origem do tempo na linguagem; antes, o sujeito é tomado pela temporalidade do acontecimento. Todo acontecimento somente significa na medida em que configura um presente que se projeta sobre um futuro, ao mesmo tempo em que reporta a um passado que lhe O passado, no entanto, não é a lembrança de ocorrências anteriores, mas rememorações de enunciações. O futuro, por sua vez, não é um depois, na ordem cronológica, mas uma “latência de futuro”, que projeta sen

acontecimento, indicando o porquê de o acontecimento recortar um passado como

representado no presente pelo Locutor, tendo a ilusão de que está no cerne do estabelecimento da temporalidade, o sujeito, na verdade, é tomado pelo ntecimento da linguagem, que recorta um memorável e projeta um futuro que o se como tal na medida em que integra texto. E é justamente essa relação integrativa que dá o sentido da unidade.

o acontecimento de se pelo funcionamento da língua, não devendo ser remetida a um locutor, a uma centralidade do sujeito. Este, por sua vez, se constitui pelo se algo. “Ou seja, não se enuncia nquanto ser físico, nem meramente no mundo físico. Enuncia-se enquanto ser afetado pelo simbólico num mundo vivido através do simbólico” (GUIMARÃES, 2002,

Desse modo, o acontecimento não é um fato no tempo, mas, sim, o não é o sujeito que está na origem do tempo na linguagem; antes, o sujeito é tomado pela temporalidade do acontecimento. Todo em que configura um presente que se ta a um passado que lhe , no entanto, não é a lembrança de ocorrências anteriores, mas rememorações de enunciações. O futuro, por sua vez, não é um depois, na ordem cronológica, mas uma “latência de futuro”, que projeta sentido no acontecimento, indicando o porquê de o acontecimento recortar um passado como

representado no presente pelo Locutor, tendo a ilusão de que está no

cerne do estabelecimento da temporalidade, o sujeito, na verdade, é tomado pelo

ntecimento da linguagem, que recorta um memorável e projeta um futuro que o

(5)

faz significar. Ser sujeito, portanto, é falar da posição de sujeito. Como afirma Guimarães:

Visto que é a tempora

numa temporalização a envolver um passado, um presente e um futuro, pode afirmar que a linguagem é, acima de tudo

constitui-se no agenciamento, que distribui os papeis, que regula o que pode e o que não pode ser dito, sendo que são essas divisões e redivisões que identificam os sujeitos (NASCIMENTO, 2004).

espaço de lutas pelo dizer, mas regulamentado pelas políticas lingüísticas SILVA; FONSECA-SILVA

embasam-se no político, que “é a contradição de uma normatividade que estabelece (desigualmente) uma divis

(2002, p. 16).

1.2 A CENA ENUNCIATIVA: SOBRE A DISTRIBUIÇÃO DOS LUGARES DE ENUNCIAÇÃO

. Ser sujeito, portanto, é falar da posição de sujeito. Como afirma

O acontecimento na linguagem não se dá no tempo, nem no tempo do locutor, mas é um acon

temporaliza: uma temporalidade em que o passado não é um antes, mas um memorável recortado pelo próprio acontecimento, que tem também o futuro como latência de futuro. O sujeito não fala no presente, no tempo, embora o locutor o represente as

enquanto afetado pelo interdiscurso, memória de sentidos, estruturada pelo esquecimento, que faz a língua funcionar. Falar é estar nesta memória, portanto não é estar no tempo (dimensão empírica) (2002, p. 14).

Visto que é a temporalidade enunciativa que toma o sujeito na linguagem numa temporalização a envolver um passado, um presente e um futuro, pode

mar que a linguagem é, acima de tudo, uma prática política

se no agenciamento, que distribui os papeis, que regula o que pode e o que não pode ser dito, sendo que são essas divisões e redivisões que identificam os sujeitos (NASCIMENTO, 2004). Logo, o espaço de enunciação será sempre um

ço de lutas pelo dizer, mas regulamentado pelas políticas lingüísticas

SILVA, 2007, p. 96). Para Guimarães, as relações sociais se no político, que “é a contradição de uma normatividade que estabelece (desigualmente) uma divisão do real e a afirmação dos que não estão incluídos”

A CENA ENUNCIATIVA: SOBRE A DISTRIBUIÇÃO DOS LUGARES DE . Ser sujeito, portanto, é falar da posição de sujeito. Como afirma

na linguagem não se dá no tempo, nem no tempo do locutor, mas é um acontecimento que temporaliza: uma temporalidade em que o passado não é um antes, mas um memorável recortado pelo próprio acontecimento, que tem também o futuro como latência de futuro. O sujeito não fala no presente, no tempo, embora o locutor o represente assim, pois só é sujeito enquanto afetado pelo interdiscurso, memória de sentidos, estruturada pelo esquecimento, que faz a língua funcionar. Falar é estar nesta memória, portanto não é estar no tempo (dimensão empírica) (2002, p. 14).

que toma o sujeito na linguagem numa temporalização a envolver um passado, um presente e um futuro, pode-se , uma prática política. A enunciação se no agenciamento, que distribui os papeis, que regula o que pode e o que não pode ser dito, sendo que são essas divisões e redivisões que identificam os Logo, o espaço de enunciação será sempre um ço de lutas pelo dizer, mas regulamentado pelas políticas lingüísticas (SENA;

Para Guimarães, as relações sociais se no político, que “é a contradição de uma normatividade que estabelece ão do real e a afirmação dos que não estão incluídos”

A CENA ENUNCIATIVA: SOBRE A DISTRIBUIÇÃO DOS LUGARES DE

(6)

Se enunciar é configurar um acontecimento na e pela linguagem, é ser constituído enquanto sujeito pela temporalidade

de acesso à palavra são constituídos pela especificações locais nos espaços de enunciação

precisamente, diríamos que a cena enunciativa distribui os lugares de enunciação (“aquele que fala” e “aquele para quem se fala”) no acontecimento, e que são constituídos pelos dizeres. Portanto, estudar a cena enunciativa é “considerar o próprio modo de constituição desses lugares pelo funcionamento da língua”

(GUIMARÃES, 2002, p. 23).

Vale ressaltar que daquele que enuncia –

origem do próprio dizer. Em outras palavras, o presente do dizer é representado por esse Locutor. Mas tal representação é dividida na medida em que estar na posição de Locutor requer sua inserção em lugares sociais, que delimitam o que deve ser dito e de que maneira pode ser

origem do que enuncia, é preciso que ele não seja ele próprio, mas um lugar social de locutor” (GUIMARÃES, 2002, p. 24).

Ou seja, o Locutor só pode assumir a voz, mediante a ilusão de que está na base da constituição do dizer

do sujeito em Locutor. Quem fala, o faz a partir de um lugar social historicamente determinado, que é apagado de maneira que o sujeito afirma

partir do esquecimento de que fala de um lugar social.

Se enunciar é configurar um acontecimento na e pela linguagem, é ser anto sujeito pela temporalidade própria do acontecimento, os modos de acesso à palavra são constituídos pela cena enunciativa. Logo, “cenas são especificações locais nos espaços de enunciação” (GUIMARÃES, 2002, p. 23).

precisamente, diríamos que a cena enunciativa distribui os lugares de enunciação (“aquele que fala” e “aquele para quem se fala”) no acontecimento, e que são constituídos pelos dizeres. Portanto, estudar a cena enunciativa é “considerar o o de constituição desses lugares pelo funcionamento da língua”

, p. 23).

Vale ressaltar que assumir a palavra implica o posicionamento no lugar – o do Locutor. Nesse lugar, representa

zer. Em outras palavras, o presente do dizer é representado por esse Locutor. Mas tal representação é dividida na medida em que estar na posição de Locutor requer sua inserção em lugares sociais, que delimitam o que deve ser dito e de que maneira pode ser dito. Logo, “para o Locutor se representar como a origem do que enuncia, é preciso que ele não seja ele próprio, mas um lugar social de locutor” (GUIMARÃES, 2002, p. 24).

Ou seja, o Locutor só pode assumir a voz, mediante a ilusão de que está na nstituição do dizer, se houver esse lugar social que possibilita a tomada do sujeito em Locutor. Quem fala, o faz a partir de um lugar social historicamente determinado, que é apagado de maneira que o sujeito afirma-se enquanto Locutor a

ento de que fala de um lugar social.

Se enunciar é configurar um acontecimento na e pela linguagem, é ser ópria do acontecimento, os modos . Logo, “cenas são

” (GUIMARÃES, 2002, p. 23). Mais precisamente, diríamos que a cena enunciativa distribui os lugares de enunciação (“aquele que fala” e “aquele para quem se fala”) no acontecimento, e que são constituídos pelos dizeres. Portanto, estudar a cena enunciativa é “considerar o o de constituição desses lugares pelo funcionamento da língua”

assumir a palavra implica o posicionamento no lugar o do Locutor. Nesse lugar, representa-se o dizer como zer. Em outras palavras, o presente do dizer é representado por esse Locutor. Mas tal representação é dividida na medida em que estar na posição de Locutor requer sua inserção em lugares sociais, que delimitam o que deve ser dito. Logo, “para o Locutor se representar como a origem do que enuncia, é preciso que ele não seja ele próprio, mas um lugar social

Ou seja, o Locutor só pode assumir a voz, mediante a ilusão de que está na

, se houver esse lugar social que possibilita a tomada

do sujeito em Locutor. Quem fala, o faz a partir de um lugar social historicamente

se enquanto Locutor a

(7)

2. A CONSTITUIÇÃO DA CENA ENUNCIATIVA NO DISCURSO RELIGIOSO:

ALGUNS DIÁLOGOS E REFLEXÕES

2.1 OS FOLHETOS EVANGELÍSTICOS COMO MANIFESTAÇÃO DO DISCURSO RELIGIOSO

As diversas instâncias sociais especificam diferentes modos apresentam sob a forma de discursos.

manifestações discursivas são estendidas à expressão da prática polít linguagem, em que nota

instituições religiosas.

Pode-se definir, então,

de Deus ou de seus enviados (profeta, pastor, padre), sendo essa sua principal característica (ORLANDI, 1996

lugar da onipotência do silêncio. E o homem precisa desse lugar para colocar (instituir) uma sua fala específica”

permeará decisivamente o nosso trabalho: “como o homem fala no dizer que ele coloca na voz de Deus?” (

Segundo Orlandi (1996 meio do desnivelamento, d

locutor está no plano espiritual (Deus) e

adoradores). Quanto aos modos de representação

representantes firma-se na relação simbólica em que o representante apropria

discurso de Deus. Disso deriva a “ultrapassagem”, que se assenta em dualismos O DA CENA ENUNCIATIVA NO DISCURSO RELIGIOSO:

ALGUNS DIÁLOGOS E REFLEXÕES

2.1 OS FOLHETOS EVANGELÍSTICOS COMO MANIFESTAÇÃO DO DISCURSO

s diversas instâncias sociais especificam diferentes modos

apresentam sob a forma de discursos. No espaço institucional da religião, as manifestações discursivas são estendidas à expressão da prática polít

linguagem, em que nota-se a frequente (re) afirmação das crenças

, então, o discurso religioso como aquele que faz ouvir a voz de Deus ou de seus enviados (profeta, pastor, padre), sendo essa sua principal

(ORLANDI, 1996 apud PEDROSA). Desse modo, na religião “Deu do silêncio. E o homem precisa desse lugar para colocar (instituir) uma sua fala específica” (ORLANDI, 1987, p. 8). Daí, fica

permeará decisivamente o nosso trabalho: “como o homem fala no dizer que ele coloca na voz de Deus?” (idem p. 8).

Segundo Orlandi (1996 apud PEDROSA), o discurso religioso legitima meio do desnivelamento, da assimetria na relação entre o locutor e o ouvinte locutor está no plano espiritual (Deus) e o ouvinte está no plano temporal (os adoradores). Quanto aos modos de representação, a voz que fala em seus

se na relação simbólica em que o representante apropria

discurso de Deus. Disso deriva a “ultrapassagem”, que se assenta em dualismos O DA CENA ENUNCIATIVA NO DISCURSO RELIGIOSO:

2.1 OS FOLHETOS EVANGELÍSTICOS COMO MANIFESTAÇÃO DO DISCURSO

s diversas instâncias sociais especificam diferentes modos de dizer, que se No espaço institucional da religião, as manifestações discursivas são estendidas à expressão da prática política que é a (re) afirmação das crenças que norteiam as

o discurso religioso como aquele que faz ouvir a voz de Deus ou de seus enviados (profeta, pastor, padre), sendo essa sua principal Desse modo, na religião “Deus é o do silêncio. E o homem precisa desse lugar para colocar 8). Daí, fica uma questão que permeará decisivamente o nosso trabalho: “como o homem fala no dizer que ele

, o discurso religioso legitima-se por

tre o locutor e o ouvinte – o

o ouvinte está no plano temporal (os

, a voz que fala em seus

se na relação simbólica em que o representante apropria-se do

discurso de Deus. Disso deriva a “ultrapassagem”, que se assenta em dualismos

(8)

(plano divino versus

reversibilidade, em que há a passagem de um plano ao outro: de cima para baixo, ou seja, de Deus para

quando o homem se alça a Deus (orações, petições).

Vale reiterar ainda que o intertexto é elemento primordial na constituição e significação do discurso religioso. Ou seja, “Todo discurso religioso (pe

natureza) tem a ver com outro discurso religioso” (CASTRO, 1987, p. 31). Logo, o discurso religioso se manifestaria a partir da remetência a um texto de origem, que pouco tem a ver com o contexto imediato da enunciação, constituindo sempre um dizer já dito, um redizer de significação divina

Fazendo um diálogo entre tais estudos sobre o discurso religioso, situados no âmbito da Análise de Discurso, e a concepção de cena enunciativa proposta por Eduardo Guimarães, poder

âmbito da religião, principalmente as cristãs, no acontecimento da linguagem

específicas. Assim sendo, “o locutor fala da perspectiva da Igreja

que é uma perspectiva inserida na perspectiva de Deus (enunciador 2). O locutor fala, portanto, da perspectiva de Deus”

No caso dos folhetos evang

um Locutor, que, tomado em sujeito pelo ac

6

Ver PEDROSA, Cleide Emília Faye.

http://www.filologia.org.br/soletras/13/04.htm

plano humano), que seriam as formas de ilusão da reversibilidade, em que há a passagem de um plano ao outro: de cima para baixo, os homens (bênçãos, sacramentos); de baixo para cima, quando o homem se alça a Deus (orações, petições).

Vale reiterar ainda que o intertexto é elemento primordial na constituição e significação do discurso religioso. Ou seja, “Todo discurso religioso (pe

com outro discurso religioso” (CASTRO, 1987, p. 31). Logo, o discurso religioso se manifestaria a partir da remetência a um texto de origem, que pouco tem a ver com o contexto imediato da enunciação, constituindo sempre um

já dito, um redizer de significação divina

6

.

Fazendo um diálogo entre tais estudos sobre o discurso religioso, situados no âmbito da Análise de Discurso, e a concepção de cena enunciativa proposta por Eduardo Guimarães, poder-se-ia afirmar que as manifestações d

âmbito da religião, principalmente as cristãs, se configuram, enquanto enunciação, no acontecimento da linguagem, por meio da constituição de cenas enunciativas

. Assim sendo, “o locutor fala da perspectiva da Igreja

que é uma perspectiva inserida na perspectiva de Deus (enunciador 2). O locutor fala, portanto, da perspectiva de Deus” (GUIMARÃES, 1987, p.86).

olhetos evangelísticos, partimos do pressuposto de que se um Locutor, que, tomado em sujeito pelo acontecimento, mostra

PEDROSA, Cleide Emília Faye. Discurso religioso: funções e especificidade http://www.filologia.org.br/soletras/13/04.htm (acessado em 04/11/2010).

mas de ilusão da reversibilidade, em que há a passagem de um plano ao outro: de cima para baixo, os homens (bênçãos, sacramentos); de baixo para cima,

Vale reiterar ainda que o intertexto é elemento primordial na constituição e significação do discurso religioso. Ou seja, “Todo discurso religioso (pela sua com outro discurso religioso” (CASTRO, 1987, p. 31). Logo, o discurso religioso se manifestaria a partir da remetência a um texto de origem, que pouco tem a ver com o contexto imediato da enunciação, constituindo sempre um

Fazendo um diálogo entre tais estudos sobre o discurso religioso, situados no âmbito da Análise de Discurso, e a concepção de cena enunciativa proposta por manifestações discursivas no se configuram, enquanto enunciação, , por meio da constituição de cenas enunciativas . Assim sendo, “o locutor fala da perspectiva da Igreja (enunciador 1), que é uma perspectiva inserida na perspectiva de Deus (enunciador 2). O locutor

(GUIMARÃES, 1987, p.86).

partimos do pressuposto de que se tem mostra-se como estando

funções e especificidades.

(9)

na origem, no presente do acontecimento.

atuante da fé evangélica que busca convencer a um “tu” a converter evangélico (no caso dos infiéis)

ensinados (no caso dos fiéis). Porém, esse sujeito que é tomado em Locutor só constitui-se como tal na medida em que fala de um lugar social, institucionalizado seu dizer insere-se na perspec

apregoados pelas instituições evangél por sua vez, insere-se na perspecti legitimidade.

Além disso, os folhetos eva

significariam na medida em que recortam um passado como memorável (

rememoração de enunciações ligadas aos parâmetros de conduta das igrejas evangélicas, suas doutrinas, o

mesmo tempo em que projeta

inclusive, outras enunciações” (GUIMARÃES, 2002, p. 13).

para essa temporalidade, tomado por ela

Se a linguagem é uma prática política, e o acontecimento se dá na e pela linguagem, nos folhetos evange

luta pelo dizer. A enunciação

humano, entre o religioso e o profano. O acontecimento emerge

confronto de dizeres, que coexistem simultaneamente, enquanto memória enunciativa, a permitir que o enunciado signifique.

o presente do acontecimento. Representa-se, portanto, como membro ante da fé evangélica que busca convencer a um “tu” a converter

dos infiéis) ou a ter uma postura de obediência aos preceitos ensinados (no caso dos fiéis). Porém, esse sujeito que é tomado em Locutor só

se como tal na medida em que fala de um lugar social, institucionalizado se na perspectiva da Igreja (situa-se na defesa aos valores oados pelas instituições evangélicas). A perspectiva da Igreja

se na perspectiva de Deus (plano espiritual), que lhe confere

os folhetos evangélicos, enquanto aconteci

na medida em que recortam um passado como memorável (

enunciações ligadas aos parâmetros de conduta das igrejas , suas doutrinas, o constante diálogo com as passagens bíblicas etc), ao tempo em que projetam “sentidos futuros, sentidos capazes de movimentar, inclusive, outras enunciações” (GUIMARÃES, 2002, p. 13). E o sujeito é transferido para essa temporalidade, tomado por ela e passa a existir a partir dela.

Se a linguagem é uma prática política, e o acontecimento se dá na e pela linguagem, nos folhetos evangelísticos poder-se-ia perceber o embate político de luta pelo dizer. A enunciação se afirmaria no dualismo entre os plano

humano, entre o religioso e o profano. O acontecimento emerge

confronto de dizeres, que coexistem simultaneamente, enquanto memória enunciativa, a permitir que o enunciado signifique.

portanto, como membro ante da fé evangélica que busca convencer a um “tu” a converter-se ao credo ou a ter uma postura de obediência aos preceitos ensinados (no caso dos fiéis). Porém, esse sujeito que é tomado em Locutor só se como tal na medida em que fala de um lugar social, institucionalizado – se na defesa aos valores icas). A perspectiva da Igreja (plano temporal), va de Deus (plano espiritual), que lhe confere

ngélicos, enquanto acontecimento enunciativo, na medida em que recortam um passado como memorável (tem-se a enunciações ligadas aos parâmetros de conduta das igrejas constante diálogo com as passagens bíblicas etc), ao

“sentidos futuros, sentidos capazes de movimentar, E o sujeito é transferido e passa a existir a partir dela.

Se a linguagem é uma prática política, e o acontecimento se dá na e pela

o embate político de

no dualismo entre os planos divino e o

humano, entre o religioso e o profano. O acontecimento emergeria, então, desse

confronto de dizeres, que coexistem simultaneamente, enquanto memória

(10)

Em suma, no que tange aos folhetos evangel

significação de um enunciado, este concebido como acontecimento, sem o delineamento da cena enunciativa

são lugares empíricos,

constituir-se na temporalidade própria do acontecimento.

2.2 Reconstituindo a cena enunciativa

Refletiremos, a partir desse momento, sobre a constituição da cena enunciativa em folhetos

evangelização atuantes no contexto religioso evangélico contemporâneo aventurados e o Entre Jovens

defendam os mesmos valores (a conversão à fé cristã evangélica e a obediência dos fiéis aos preceitos da crença, que, por sua vez, são

intermédio da interpretação

religiosa específica, sendo de caráter interdenominacional

extensão das atividades evangelizadoras promovidas pela Primeira Igreja Batista de Moça Bonita (RJ), e dedica

Por recorte, selecionamos dois produzido pelo Bem-Aventurados

fiéis (folheto 1); e outro de cunho moralizador, à doutrinação dos que já aderiram à fé

com a análise dos dados.

no que tange aos folhetos evangelísticos, entendemos que

significação de um enunciado, este concebido como acontecimento, sem o cena enunciativa, que distribui os lugares de enunciação

mas posições instituídas pela configuração da língua) se na temporalidade própria do acontecimento.

econstituindo a cena enunciativa em folhetos evangelísticos

Refletiremos, a partir desse momento, sobre a constituição da cena va em folhetos elaborados e divulgados por dois órgãos distintos de

atuantes no contexto religioso evangélico contemporâneo

Entre Jovens. Embora ambas as organizações evangelizadoras defendam os mesmos valores (a conversão à fé cristã evangélica e a obediência dos fiéis aos preceitos da crença, que, por sua vez, são atribuídos a

da interpretação das Escrituras), a primeira não é filiada

, sendo de caráter interdenominacional, enquanto a segunda extensão das atividades evangelizadoras promovidas pela Primeira Igreja Batista de

(RJ), e dedica-se a trabalhar junto ao público juvenil.

Por recorte, selecionamos dois folhetos: um de cunho Aventurados, voltado à divulgação da fé evangélica outro de cunho moralizador, produzido pelo Entre Jovens

à doutrinação dos que já aderiram à fé evangélica (folheto 2). Procederemos, agora, com a análise dos dados.

entendemos que não há significação de um enunciado, este concebido como acontecimento, sem o , que distribui os lugares de enunciação (que não mas posições instituídas pela configuração da língua) a

em folhetos evangelísticos

Refletiremos, a partir desse momento, sobre a constituição da cena elaborados e divulgados por dois órgãos distintos de atuantes no contexto religioso evangélico contemporâneo – Os Bem-

. Embora ambas as organizações evangelizadoras defendam os mesmos valores (a conversão à fé cristã evangélica e a obediência dos atribuídos a Deus, por , a primeira não é filiada a uma instituição , enquanto a segunda é extensão das atividades evangelizadoras promovidas pela Primeira Igreja Batista de

se a trabalhar junto ao público juvenil.

: um de cunho evangelizador, , voltado à divulgação da fé evangélica aos não-

Entre Jovens, voltado

Procederemos, agora,

(11)

(Folheto 1)

Este folheto, de caráter evangelizador (que apregoa as “boas novas”, os preceitos evangélicos aos infiéis), estrutura

foco recai, portanto, na distinção entre um “antes” (momento pré

“depois” (momento pós-conversão).

espaços de enunciação, inicialmente, podemos afirmar que há

Este folheto, de caráter evangelizador (que apregoa as “boas novas”, os preceitos evangélicos aos infiéis), estrutura-se em torno da temática “mudança”. O

rtanto, na distinção entre um “antes” (momento pré

conversão). Quanto à distribuição dos lugares do dizer nos espaços de enunciação, inicialmente, podemos afirmar que há um “eu”

Este folheto, de caráter evangelizador (que apregoa as “boas novas”, os

se em torno da temática “mudança”. O

rtanto, na distinção entre um “antes” (momento pré-conversão) e um

Quanto à distribuição dos lugares do dizer nos

um “eu” que se dirige

(12)

a um “tu”, discorrendo

transformação de vida (que, no caso, implica a conversão).

Tais posições são configuradas no enunciado, primeiramente, pelas formas verbais “falamos” e “pensamos”

pensamos em várias hipóteses

presente do indicativo (nós), projetam, no espaço enunciativo, dois lugares que coexistem simultaneamente (nós= eu + tu; ou seja, o “eu” e o “tu” aparecem diluídos na forma pronominal “nós”).

Mais adiante, ocorre o desmembramento desses lugares entre “aquele que fala” (o Locutor, que, na verdade, é o locutor

alocutário, posição que

possa ler o folheto). Isso fica evidente no trecho “

em sua vida quando reconhecer que JESUS CRISTO é a solução

pronome pessoal “você” indica a existência de um “eu” que fala (e que discorre sobre Cristo). Nesse instante,

um terceiro lugar, correspondente a um “ele” (sobre quem se fala) por Jesus Cristo, que é “falado” na enunciação

é o tempo em que o Locutor “

“latência de futuro” (a possibilidade de alocutário se converter à fé cristã evangélica)

A fala do Locutor, por sua vez, só significa na medida em que esta se insere na perspectiva das igrejas evangélicas, que

requisito indispensável para a salvação e para

, discorrendo sobre os procedimentos necessários a uma real transformação de vida (que, no caso, implica a conversão).

Tais posições são configuradas no enunciado, primeiramente, pelas formas verbais “falamos” e “pensamos” (o trecho é: “Quando falamos

em várias hipóteses”), que, conjugadas na primeira pessoa do plural do presente do indicativo (nós), projetam, no espaço enunciativo, dois lugares que coexistem simultaneamente (nós= eu + tu; ou seja, o “eu” e o “tu” aparecem diluídos

l “nós”).

Mais adiante, ocorre o desmembramento desses lugares entre “aquele que fala” (o Locutor, que, na verdade, é o locutor-evangelizador) e “aquele que ouve” (

pode vir a ser ocupada por qualquer não convertido que Isso fica evidente no trecho “Mas você terá uma mudança total em sua vida quando reconhecer que JESUS CRISTO é a solução

pronome pessoal “você” indica a existência de um “eu” que fala (e que discorre Nesse instante, tem-se a configuração, no espaço de enunciação

correspondente a um “ele” (sobre quem se fala)

por Jesus Cristo, que é “falado” na enunciação. O presente do acontecimento, então, é o tempo em que o Locutor “apresenta Jesus” ao alocutário,

“latência de futuro” (a possibilidade de alocutário se converter à fé cristã evangélica)

A fala do Locutor, por sua vez, só significa na medida em que esta se insere na perspectiva das igrejas evangélicas, que proclamam a conversão a Jesus como requisito indispensável para a salvação e para o alcance das bênçãos divinas. Daí sobre os procedimentos necessários a uma real

Tais posições são configuradas no enunciado, primeiramente, pelas formas falamos em mudança, , que, conjugadas na primeira pessoa do plural do presente do indicativo (nós), projetam, no espaço enunciativo, dois lugares que coexistem simultaneamente (nós= eu + tu; ou seja, o “eu” e o “tu” aparecem diluídos

Mais adiante, ocorre o desmembramento desses lugares entre “aquele que evangelizador) e “aquele que ouve” (o r não convertido que Mas você terá uma mudança total em sua vida quando reconhecer que JESUS CRISTO é a solução”, em que o pronome pessoal “você” indica a existência de um “eu” que fala (e que discorre onfiguração, no espaço de enunciação, de correspondente a um “ele” (sobre quem se fala), que é ocupado O presente do acontecimento, então, , o que projeta uma

“latência de futuro” (a possibilidade de alocutário se converter à fé cristã evangélica).

A fala do Locutor, por sua vez, só significa na medida em que esta se insere

mam a conversão a Jesus como

alcance das bênçãos divinas. Daí

(13)

pode-se afirmar que o Locutor, embora se apresente como presente do acontecimento

lugar institucional do ‘evangelizador’, relacionado às práticas de divulgação do credo evangélico pelas denominações evangélicas

A perspectiva das igrejas evangélicas, por sua vez, está inserida na perspectiva de Deus (É Ele que

libertá-lo, transformá-lo etc). Vale lembrar que o enunciado toma a figura de Jesus e a figura de Deus

significação se constrói uma vez que

memorável a si enunciações bíblicas que apresenta

pessoa da Trindade divina, o Deus Filho, que é um só com o Deus Pai (primeira pessoa) e com o Deus Espírito Santo (terceira pessoa). Logo, falar

de Jesus, o Filho, é falar sob a perspectiva de Deus, o Pai.

Tem-se, então, delineado pela temporalidade do acontecimento, um Locutor que toma a palavra do lugar social do ‘evangelizador’, ou seja, insere

perspectiva das igrejas eva

fala aos homens qual é a vontade de Deus do Locutor, que é um locutor

denominações evangélicas, que, por sua vez, ins Locutor fala em nome de Deus.

Se a perspectiva das igrejas evangélicas se faz evidente, no folheto, à adesão ao credo evangélico (

se afirmar que o Locutor, embora se apresente como estando

presente do acontecimento, só pode constituir como tal uma vez que é tomado pelo lugar institucional do ‘evangelizador’, relacionado às práticas de divulgação do credo

pelas denominações evangélicas.

A perspectiva das igrejas evangélicas, por sua vez, está inserida na É Ele que, na pessoa de Jesus Cristo, deseja salvar o homem, lo etc). Vale lembrar que o enunciado que integra o folheto toma a figura de Jesus e a figura de Deus como equivalentes, sendo que a significação se constrói uma vez que o presente do acontecimento recorta

enunciações bíblicas que apresentam Jesus como a segunda pessoa da Trindade divina, o Deus Filho, que é um só com o Deus Pai (primeira

e com o Deus Espírito Santo (terceira pessoa). Logo, falar de Jesus, o Filho, é falar sob a perspectiva de Deus, o Pai.

se, então, delineado pela temporalidade do acontecimento, um Locutor que toma a palavra do lugar social do ‘evangelizador’, ou seja, insere

perspectiva das igrejas evangélicas, pondo-se como intermediário (mensageiro) que fala aos homens qual é a vontade de Deus (no caso, a conversão)

do Locutor, que é um locutor-evangelizador, insere-se na perspectiva das denominações evangélicas, que, por sua vez, insere-se na ótica de Deus. Logo, o Locutor fala em nome de Deus.

a das igrejas evangélicas se faz evidente, no folheto,

à adesão ao credo evangélico (“Visite uma Igreja Evangélica mais próxima de sua estando na origem do como tal uma vez que é tomado pelo lugar institucional do ‘evangelizador’, relacionado às práticas de divulgação do credo

A perspectiva das igrejas evangélicas, por sua vez, está inserida na deseja salvar o homem, que integra o folheto como equivalentes, sendo que a presente do acontecimento recorta como m Jesus como a segunda pessoa da Trindade divina, o Deus Filho, que é um só com o Deus Pai (primeira e com o Deus Espírito Santo (terceira pessoa). Logo, falar sob a perspectiva

se, então, delineado pela temporalidade do acontecimento, um Locutor que toma a palavra do lugar social do ‘evangelizador’, ou seja, insere-se na se como intermediário (mensageiro) que (no caso, a conversão). Ou seja, a fala se na perspectiva das se na ótica de Deus. Logo, o

a das igrejas evangélicas se faz evidente, no folheto, no apelo

Visite uma Igreja Evangélica mais próxima de sua

(14)

casa”), a perspectiva de Deus (ou mostra a partir do apelo

portanto, como fator de legitimação da fala do Locutor e de (re) afirmação das enunciações ligadas ao credo evangélico: moment

divino) sobrepõe-se ao plano temporal (humano) cena enunciativa.

(Folheto 2)

”), a perspectiva de Deus (ou não seria a das enunciações a Ele atribuídas?) se

mostra a partir do apelo à conversão / transformação. A ótica de Deus aparece,

portanto, como fator de legitimação da fala do Locutor e de (re) afirmação das

enunciações ligadas ao credo evangélico: momento em que o plano atemporal (o

se ao plano temporal (humano), na luta pelo dizer que configura a

não seria a das enunciações a Ele atribuídas?) se

à conversão / transformação. A ótica de Deus aparece,

portanto, como fator de legitimação da fala do Locutor e de (re) afirmação das

o em que o plano atemporal (o

, na luta pelo dizer que configura a

(15)

O folheto em questão

convencimento dos fiéis a se absterem de

Logo, o público-alvo desse tipo de produção não são os infiéis (os não convertidos à fé evangélica), mas os que já aderiram ao credo evangélico. Se tomarmos o folheto enquanto enunciado, percebe

distribui dois lugares do dizer

lugares são demarcados, no âmbito linguístico, pela forma pronominal oblíqua em segunda pessoa do singular “te” (

pressupõe a existência de u

Esse “eu”, que é tomado em Locut verdade fala da posição de um discipulador

(posição que pode vir a ser ocupada por qualquer fiel que venha a ler o folheto manter-se casto. Logo, o presente do acontecimento é o tempo em que o Locutor argumenta em prol da abstinência sexual.

Em outras palavras, o

de que seja a origem do dizer (de que é o que “milita” a f sexual), assume a perspectiva das igrejas evangélicas

nesse caso, a da denominação batista (que apregoa, em seus discursos, a importância da preservação sexual até o casamento e o repúdio às “relações sexuais ilícitas”). Linguisticamente falando, o lugar social ocupado pelo Locutor o de discipulador ligado à denominação evangélica

verbal “queremos”, em primeira pessoa do plural do presente do indicativo O folheto em questão apresenta caráter doutrinador,

os fiéis a se absterem de relações sexuais antes do casamento.

alvo desse tipo de produção não são os infiéis (os não convertidos à fé evangélica), mas os que já aderiram ao credo evangélico. Se tomarmos o folheto enquanto enunciado, percebe-se que a cena enunciativ distribui dois lugares do dizer: tem-se um ego que se dirige a um “tu”. Esses lugares são demarcados, no âmbito linguístico, pela forma pronominal oblíqua em segunda pessoa do singular “te” (A camisinha não

pressupõe a existência de um “eu” que fala na enunciação.

Esse “eu”, que é tomado em Locutor pelo acontecimento do dizer, na fala da posição de um discipulador, e tenta convencer a um alocutário (posição que pode vir a ser ocupada por qualquer fiel que venha a ler o folheto

se casto. Logo, o presente do acontecimento é o tempo em que o Locutor argumenta em prol da abstinência sexual.

Em outras palavras, o Locutor que fala no enunciado, embora tenha a ilusão de que seja a origem do dizer (de que é o que “milita” a f

sexual), assume a perspectiva das igrejas evangélicas –

nesse caso, a da denominação batista (que apregoa, em seus discursos, a importância da preservação sexual até o casamento e o repúdio às “relações

Linguisticamente falando, o lugar social ocupado pelo Locutor o de discipulador ligado à denominação evangélica, é demarcado pela forma verbal “queremos”, em primeira pessoa do plural do presente do indicativo apresenta caráter doutrinador, visando ao relações sexuais antes do casamento.

alvo desse tipo de produção não são os infiéis (os não convertidos à fé evangélica), mas os que já aderiram ao credo evangélico. Se se que a cena enunciativa que se dirige a um “tu”. Esses lugares são demarcados, no âmbito linguístico, pela forma pronominal oblíqua A camisinha não te proteje...), que

or pelo acontecimento do dizer, na tenta convencer a um alocutário (posição que pode vir a ser ocupada por qualquer fiel que venha a ler o folheto) a se casto. Logo, o presente do acontecimento é o tempo em que o Locutor

Locutor que fala no enunciado, embora tenha a ilusão

de que seja a origem do dizer (de que é o que “milita” a favor da abstinência

mais precisamente,

nesse caso, a da denominação batista (que apregoa, em seus discursos, a

importância da preservação sexual até o casamento e o repúdio às “relações

Linguisticamente falando, o lugar social ocupado pelo Locutor –

, é demarcado pela forma

verbal “queremos”, em primeira pessoa do plural do presente do indicativo

(16)

(“Queremos conhecer você..”

posição do Locutor dilui O “nós” não introduz a

própria instituição (o Locutor fala em nome da instituição, social institucional).

A denominação evangélica batista, por sua vez, assume o discurso que atribui a Deus, por intermédio da interpretação

Subentende-se que Deus é o que requer a “pureza sexual” dos fiéis. As ig por meio de seus discipu

Deus, que é a obediência aos preceitos divinos.

folheto, esse posicionamento pode ser percebido no trecho “ do que obedecer a Deus

obediência.

Para que o enunciado signifique, para que o presente do acontecimento se configure como tal, o acontecimento recorta como memorável uma série de enunciações que mostra

destacam-se:

1- As enunciações relacionadas ao discurso do Ministério da Saúde em prol do uso de preservativos (em especial a camisinha)

como base da significação.

texto distribuído, sob a forma de cartazes, à população brasileira, pelos órgãos de saúde pública, em campanhas de prevenção contra DST’s.

“Queremos conhecer você..”), que aparece ao final do folheto posição do Locutor dilui-se na da própria instituição, tornando O “nós” não introduz apenas a fala do Locutor; introduz

(o Locutor fala em nome da instituição,

A denominação evangélica batista, por sua vez, assume o discurso que a Deus, por intermédio da interpretação das passagens

Deus é o que requer a “pureza sexual” dos fiéis. As ig por meio de seus discipuladores, só transmitem aos convertidos

Deus, que é a obediência aos preceitos divinos. Na configuração linguística do olheto, esse posicionamento pode ser percebido no trecho “Não há prazer maior a Deus”, em que o Locutor transfere a Deus o requerimento da

Para que o enunciado signifique, para que o presente do acontecimento se configure como tal, o acontecimento recorta como memorável uma série de enunciações que mostram-se cruciais para a construção dos sentidos, nos quais

As enunciações relacionadas ao discurso do Ministério da Saúde em prol do uso de preservativos (em especial a camisinha), que aparece no folheto como base da significação. A própria diagramação do folheto remete ao texto distribuído, sob a forma de cartazes, à população brasileira, pelos órgãos de saúde pública, em campanhas de prevenção contra DST’s.

o final do folheto. No caso, a a da própria instituição, tornando-se indissociáveis.

introduz também o dizer da (o Locutor fala em nome da instituição, tomado pelo lugar

A denominação evangélica batista, por sua vez, assume o discurso que das passagens bíblicas.

Deus é o que requer a “pureza sexual” dos fiéis. As igrejas, ladores, só transmitem aos convertidos a vontade de Na configuração linguística do Não há prazer maior

”, em que o Locutor transfere a Deus o requerimento da

Para que o enunciado signifique, para que o presente do acontecimento se configure como tal, o acontecimento recorta como memorável uma série de cruciais para a construção dos sentidos, nos quais

As enunciações relacionadas ao discurso do Ministério da Saúde em prol

, que aparece no folheto

do folheto remete ao

texto distribuído, sob a forma de cartazes, à população brasileira, pelos

órgãos de saúde pública, em campanhas de prevenção contra DST’s.

(17)

2- As enunciações relacionadas ao discurso religioso das igrejas evangélicas, que pregam a absti

de preservação da integridade pessoal, e, também, de elevação espiritual.

Como o político está na base do acontecimento enunciativo, em que se percebe a constante luta pelo dizer, no folheto há o confronto entre as enunciações ligadas ao discurso do Ministério da Saúde e as do discurso evangélico. É desse embate entre enunciações distintas que emerge o presente do acontecimento: MS “A camisinha te protege...”

IE “A camisinha não te protege...”.

3- As enunciações

positivo ou negativo em termos de compor

etc (este memorável é recortado, no presente do acontecimento, por meio da colocação, por encadeamento [relação de coordenação],

de variáveis mostradas como degradantes: “..da culpa, da vergonha, da humilhação, do medo, da insegurança, da carência, da traição, da baixa auto-estima, da humilhação, do abuso, da indignidade, da solidão”).

Todas essas enunciações, recortad em um movimento circulante

“latência de futuro” que possibilitam a configuração enunciado.

Em síntese, na configuração da cena enunciativa do folheto em análise, o Locutor do enunciado, que, na verdade, é um locutor

As enunciações relacionadas ao discurso religioso das igrejas evangélicas, que pregam a abstinência sexual até o casamento

de preservação da integridade pessoal, e, também, de elevação espiritual.

Como o político está na base do acontecimento enunciativo, em que se percebe a constante luta pelo dizer, no folheto há o confronto entre as enunciações ligadas ao discurso do Ministério da Saúde e as do discurso evangélico. É desse embate entre enunciações distintas que emerge o presente do acontecimento: MS “A camisinha te protege...”

IE “A camisinha não te protege...”.

As enunciações relativas ao cultural, ao que é socialmente aceito como negativo em termos de comportamentos, atitudes, sentimentos etc (este memorável é recortado, no presente do acontecimento, por meio da colocação, por encadeamento [relação de coordenação],

de variáveis mostradas como degradantes: “..da culpa, da vergonha, da humilhação, do medo, da insegurança, da carência, da traição, da baixa

estima, da humilhação, do abuso, da indignidade, da solidão”).

Todas essas enunciações, recortadas como memorável pelo acontecim em um movimento circulante entre passado, presente e futuro, projetam uma

que possibilitam a configuração do sentido argumentativo

Em síntese, na configuração da cena enunciativa do folheto em análise, o Locutor do enunciado, que, na verdade, é um locutor-discipulador, ao falar sob a As enunciações relacionadas ao discurso religioso das igrejas nência sexual até o casamento como fator de preservação da integridade pessoal, e, também, de elevação espiritual.

Como o político está na base do acontecimento enunciativo, em que se percebe a constante luta pelo dizer, no folheto há o confronto entre as enunciações ligadas ao discurso do Ministério da Saúde e as do discurso evangélico. É desse embate entre enunciações distintas que emerge o presente do acontecimento: MS “A camisinha te protege...” versus

cialmente aceito como tamentos, atitudes, sentimentos etc (este memorável é recortado, no presente do acontecimento, por meio da colocação, por encadeamento [relação de coordenação], de uma série de variáveis mostradas como degradantes: “..da culpa, da vergonha, da humilhação, do medo, da insegurança, da carência, da traição, da baixa

estima, da humilhação, do abuso, da indignidade, da solidão”).

as como memorável pelo acontecimento, entre passado, presente e futuro, projetam uma do sentido argumentativo no

Em síntese, na configuração da cena enunciativa do folheto em análise, o

discipulador, ao falar sob a

(18)

perspectiva da denominação batista, na defesa de seus ensinamentos, o faz, também sob uma perspectiva

caráter atemporal, inflexível, monossêmico, mostra enunciação proferida pelo Locutor

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir do que anteriormente foi exposto, pode significação de uma forma

forma só pode significar enquanto enunciado a integrar texto pode ser atribuída a uma centralidade de um sujeito

tomado em locutor pela temporalidade do acontecimento (que recorta um passado de enunciações como memorável e que projeta uma “latência de futuro”, responsáveis pela significação do enunciado).

E o acontecimento, na linguagem, se configura por meio da luta

distribuição, nos espaços de enunciação, de lugares em que se mostram delineados quem pode falar e como se deve falar

que tomar a palavra é uma prática política, é engajar

Quanto à divisão dos lugares de fala, o Locutor, que é representado como tal pelo presente do acontecimento, na verdade, fala a partir de um lugar social historicamente determinado. Isso porque quem toma a palavra o faz de algum lugar.

A partir de diálogos com estudos, no âmbito da Análise de Discurso, sobre o perspectiva da denominação batista, na defesa de seus ensinamentos, o faz, também sob uma perspectiva divina. E o discurso atribuído a Deus, dado o seu caráter atemporal, inflexível, monossêmico, mostra-se como fator de legitimidade da enunciação proferida pelo Locutor.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir do que anteriormente foi exposto, pode-se concluir que

significação de uma forma linguística deve se dá sob um viés enunciativo, em que a forma só pode significar enquanto enunciado a integrar texto. E a enunciação não pode ser atribuída a uma centralidade de um sujeito, uma vez que o sujeito é mado em locutor pela temporalidade do acontecimento (que recorta um passado de enunciações como memorável e que projeta uma “latência de futuro”, responsáveis pela significação do enunciado).

E o acontecimento, na linguagem, se configura por meio da luta

distribuição, nos espaços de enunciação, de lugares em que se mostram delineados quem pode falar e como se deve falar (a cena enunciativa). Pode

que tomar a palavra é uma prática política, é engajar-se na e pela linguage

Quanto à divisão dos lugares de fala, o Locutor, que é representado como tal pelo presente do acontecimento, na verdade, fala a partir de um lugar social historicamente determinado. Isso porque quem toma a palavra o faz de algum lugar.

gos com estudos, no âmbito da Análise de Discurso, sobre o perspectiva da denominação batista, na defesa de seus ensinamentos, o faz, divina. E o discurso atribuído a Deus, dado o seu se como fator de legitimidade da

se concluir que o estudo da deve se dá sob um viés enunciativo, em que a E a enunciação não , uma vez que o sujeito é mado em locutor pela temporalidade do acontecimento (que recorta um passado de enunciações como memorável e que projeta uma “latência de futuro”,

E o acontecimento, na linguagem, se configura por meio da luta pelo dizer, pela distribuição, nos espaços de enunciação, de lugares em que se mostram delineados Pode-se afirmar, então, se na e pela linguagem.

Quanto à divisão dos lugares de fala, o Locutor, que é representado como tal pelo presente do acontecimento, na verdade, fala a partir de um lugar social historicamente determinado. Isso porque quem toma a palavra o faz de algum lugar.

gos com estudos, no âmbito da Análise de Discurso, sobre o

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