CURVA DE PROGRESSÃO DE DOENÇAS NA LAVOURA DE CAFEEIRO ADUBADAS COM DIFERENTES FONTES DE NITROGÊNIO
J. P. C. Cabral – Estudante de Agronomia – UFLA; D. R. G. Silva – Professor do DCS/UFLA; T. L. Souza – Doutorando em Fertilidade do Solo e Nutrição de Plantas - DCS/UFLA; É. R. S. Resende – Estudante de Agronomia - UFLA; C. D. P. Rerez – Doutorando em Fitopatologia – DFP/UFLA; A. A. A. Pozza – Professora do DCS/UFLA.
A sanidade de uma lavoura é uma questão importante para assegurar a produção. Uma cultura bem manejada com baixa incidência de pragas e doenças tem um caminho mais aberto para demonstrar todo o seu potencial produtivo e econômico. No Brasil, o tipo de clima existente favorece a disseminação de patógenos que podem prejudicar o desenvolvimento da lavoura, podendo atingir tanto nos estádios vegetativos como produtivos. No caso do cafeeiro, algumas doenças causam uma preocupação a mais nos produtores, caso da cercosporiose (Cercospora caffeicola) e a ferrugem (Hemileia vastatrix), que causam danos diretos na fotossíntese e problemas na absorção de nutrientes pela planta, respectivamente. O fornecimento equilibrado dos nutrientes é um fator de grande importância na incidência das doenças. Dentre os nutrientes o nitrogênio (N) é o mais absorvido pelas plantas de cafeeiro. Diante da relevância desse problema para a produção de grãos de café, este trabalho tem como objetivo avaliar a incidência de ferrugem e cercosporiose em um período de dois anos em uma lavoura em produção adubada com diferentes fontes de doses de N.
O experimento foi desenvolvido no município de Santo Antônio do Amparo, MG. A lavoura de cafeeiro pertence a espécie Coffea arabica L., cultivar Catuaí-99 e foi implantada no ano de 2012 no espaçamento de 3,40 x 0,65 m. O experimento foi delineado em blocos casualizados com esquema fatorial 3 x 4 + 1, com 4 repetições: 3 fontes de N (ureia convencional, ureia + NBPT e nitrato de amônio) e 4 doses de nitrogênio: 150; 275; 400 e 525 kg ha
-1de N, e um tratamento controle, sem adubação nitrogenada. Após o segundo ano esta parcela do controle recebeu 50 kg ha
-1de N, parcelado em 3 vezes para evitar morte das plantas. As avaliações da incidência de ferrugem e cercoporiose foram realizadas todos os meses, sendo uma vez ao mês, nos ano de 2016 e 2017. Para a avaliação da incidência foram amostras as 10 plantas centrais das 16 plantas compostas de cada parcela. A amostragem se deu pela presença ou não de ferrugem e cercosporiose no terceiro ou quarto par de folhas, no terço médio das plantas. Em cada planta foram amostradas 3 pares de folhas aleatórios, contabilizando as folhas individuais com tendo ou não incidência. Em cada lado da planta foram amostrados 3 pares de folhas, totalizando então 12 folhas por planta. Cada parcela foi composta de 10 planta, somando um total de 120 folhas por parcela. Após contabilizados os dados foram tabulados e plotados um curva de progresso para cada doença.
Resultados e conclusões
Não houve diferença significativa (P≤0,05) para incidência de ferrugem e cercoporiose quando adubadas com diferentes fontes e doses (Figuras 1 e 2).
As variações apresentadas na figuras se deve ao período de melhores ou piores condições climáticas para se desenvolverem.
Figura 1. Curva de progresso da incidência de ferrugem no ano de 2016 (A), e curva de progresso da incidência de cercospora no ano de 2016 (B).
Figura 2. Curva de progresso da incidência de ferrugem no ano de 2017 (A), e curva de progresso da incidência de cercospora no ano de 2017 (B).
O manejo adotado no controle de doenças no local de condução do experimento é muito bem realizado, onde se faz um levantamento da incidência a cada 15 dias para determinar o nível de controle. Por isso pode ser um motivo para mesmo diante das baixas doses de N aplicadas, não ter apresentado respostas a adubação.
Meses de 2016
Janeiro Fevereiro Marco Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
Incidência de ferrugem (%)
0 10 20 30 40
NA 150 NA 275 NA 400 NA 525
U 150 U 275 U 400 U 525
NBPT 150 NBPT 275 NBPT 400 NBPT 525 Controle
A
Meses de 2016
Janeiro Fevereiro Marco Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
Incidência de cercospora (%)
0 10 20 30 40
NA 150 NA 275 NA 400 NA 525
U 150 U 275 U 400 U 525
NBPT 150 NBPT 275 NBPT400 NBPT 525 Controle
B
Meses de 2017
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
Incidência de ferrugem (%)
0 5 10 15 20 25 30 35
NA 150 NA 275 NA 400 NA 525
U 150 U 275 U 400 U 525 NBPT 150
NBPT 275 NBPT 400 NBPT 525 Controle
A
Meses de 2017
Janeiro Fevereiro Marco Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
Incidência de cercospora (%)
0 5 10 15 20 25 30
NA 150 NA 275 NA 400 NA 525
U 150 U 275 U 400 U 525
NBPT 150 NBPT 275 NBPT 400 NBPT 525 Controle
B