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AÇÕES DE EXTENSÃO EM CAFEICULTURA REALIZADAS PELA EMATER-MG: O CONCURSO DE QUALIDADE DOS CAFÉS DE MINAS ENTRE 2004 E 2011

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AÇÕES DE EXTENSÃO EM CAFEICULTURA REALIZADAS PELA EMATER-MG: O CONCURSO DE QUALIDADE DOS CAFÉS DE MINAS ENTRE 2004 E 2011

GUIMARÃES, E. R., Mestranda em Administração/UFLA. CASTRO JÚNIOR, L. G., Professor Dr. em Administração/UFLA. ROMANIELLO, M. M., Professor Dr. em Administração/UFLA. FABRI JUNIOR, M. A., Gerente Regional da EMATER/Lavras-MG

Objetivou-se com esse estudo realizar um resgate das ações provenientes do Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas realizado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (EMATER-MG) nos anos de 2004 a 2011. Utilizou-se como metodologia entrevistas e pesquisa bibliográfica. As entrevistas ocorreram com funcionários da EMATER e profissionais de organizações atuantes na cafeicultura, como a Universidade Federal de Lavras e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais. Essas entrevistas foram realizadas por meio de contatos pessoais e com utilização de e-mail e do programa de compartilhamento Dropbox. A pesquisa bibliográfica foi realizada em arquivos digitais e impressos, cedidos pela EMATER-MG, como também busca de informações via internet sobre o Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas.

Objetiva-se com o Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais incentivar a qualidade e a agregação de valor aos cafés mineiros; promover a integração dos segmentos do agronegócio café; melhorar a qualidade do café, agregando valor ao produto e atendendo à demanda crescente dos mercados consumidores; e levar ao cafeicultor alternativas tecnológicas para a melhoria de seus cafés produzidos. O Concurso é aberto a todos os cafeicultores do estado de Minas Gerais, que se inscrevem e enviam amostras do café arábica produzido na safra atual, que serão enquadrados nas categorias “Café natural” e “Cereja descascado/despolpado/desmucilado”. Os grãos devem ser também do tipo 2 para melhor, com peneira igual ou superior a 16, com vazamento máximo de 5% e umidade máxima de 11,5%. Além disso, para que o lote seja competitivo deve ter avaliação sensorial de classificação “apenas mole” ou superior e a lavoura de origem deve ser georreferenciada.

Os cafés vencedores do Concurso vão a leilão, no qual empresas compradoras pagam um valor superior ao do mercado motivadas pela qualidade do produto. Além disto, os finalistas recebem certificados e prêmios concedidos pelas empresas colaboradoras. Os cem melhores lotes são divulgados, facilitando o contato e a venda direta dos cafeicultores com as empresas interessadas. Todos os cafeicultores participantes do concurso recebem da EMATER-MG laudo da classificação de seu café no concurso (classificação física e de qualidade de bebida), permitindo que o cafeicultor possa, com a ajuda do técnico local da EMATER-MG, melhorar a qualidade dos cafés produzidos por meio da correção dos erros identificados pelo Concurso. Este serviço atinge anualmente mais de 1.600 famílias produtoras.

As instituições envolvidas são: Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (SEAPA – MG), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (EMATER – MG), Universidade Federal de Lavras (UFLA), Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG), Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais (FETAEMG), Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais (OCEMG), Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Universidade Federal de Viçosa (UFV), Conselho Nacional do Café (CNC), Prefeituras Municipais, Cooperativas/Associações de cafeicultores e empresas do agronegócio que patrocinam brindes para os vencedores.

Destaca-se a importância de valorizar cada vez mais os cafeicultores, aumentando seu poder de barganha em relação a indústrias torrefadoras e compradoras, consequentemente aumentando o valor pago pelo produto e auxiliando na sustentabilidade da atividade, bem como proporcionando uma melhoria de renda dos cafeicultores e suas famílias. Pela realização destas funções e pela importância do evento, cabe analisar seu desempenho. Para tanto, utilizou-se informações sobre: o valor máximo obtido no leilão realizado ao final do concurso, de forma a observar a valorização deste nicho de mercado ao longo dos anos; o ágio máximo alcançado no leilão; o número de cafeicultores e municípios participantes de cada edição do Concurso; o valor médio por saca comercializada no leilão.

Resultados e conclusões

Na figura 1, pode-se observar a evolução anual do número de inscritos no Concurso, desde sua criação em 2004 até a VIII edição, em 2011. Nota-se uma grande variação anual, mas espera-se um aumento no número de participantes devido à maior demanda e valorização do mercado de cafés especiais. O Concurso representa grande oportunidade para pequenos cafeicultores divulgarem seu produto e auferirem maiores lucros com sua comercialização.

Quanto ao número de municípios participantes a cada edição, também é observada grande variação, o que pode inspirar diversas pesquisas que expliquem esta inconstância. Já em relação ao ágio alcançado pelos participantes, observa-se aumento significativo, alcançando 2.183% em 2010, devido ao preço máximo pago por um consórcio entre as empresas Café Kahlua, Carmo Coffees e Café Baronesa em um micro lote de café cereja descascado proveniente de uma propriedade em Carmo de Minas.

Devido à direta relação entre o ágio alcançado e o preço máximo, os gráficos das duas variáveis são muito semelhantes, conforme demonstrado a seguir. Vale lembrar ainda que o valor máximo de venda apresenta tendência de ascensão mas acompanha as oscilações do mercado de café commodity.

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Fonte: Adaptado de dados da EMATER-MG. Fonte: Adaptado de dados da EMATER-MG.

Figura 1: Evolução anual do número de inscritos no Concurso, até a VIII edição (2011).

Figura 2: Evolução anual do número de municípios no Concurso, até a VIII edição (2011).

Fonte: Adaptado de dados da EMATER-MG. Fonte: Adaptado de dados da EMATER-MG.

Figura 3: Ágio anual alcançado pelos participantes, até a VIII edição (2011).

Figura 4: Maior preço por saca obtido anualmente no Concurso, até a VIII edição (2011).

0 500 1000 1500 2000

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Número de Inscritos no Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais

Número de Inscritos no Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais

0 100 200

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Número de Municípios Participantes do Concurso de Qualidade dos Cafés

de Minas Gerais

Número de Municípios Participantes do Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais

0 1000 2000 3000

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Ágio Anual Alcançado no Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais

Ágio (%)

0 5000 10000

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Maior preço alcançado no leilão do Concurso de Qualidade dos Cafés de

Minas Gerais

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