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AULA 02. Democracia ateniense: Sofistas

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Academic year: 2021

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AULA 02

Nessa aula estudaremos os filósofos conhecidos como “Sofistas”, Sócrates e Platão. Ambos fizeram parte de um mesmo contexto e seus pensamentos apresentam aspectos diferentes que marcaram toda a história da filosofia. Para se entender a filosofia destes pensadores, primeiramente é necessário lembrar o contexto histórico em que estavam inseridos

Ambos viveram em Atenas, na Grécia Antiga, onde o modo de governo era a conhecida “Democracia ateniense”. Democracia significa em grego

“poder do povo”, ou seja, todos os cidadãos atenienses eram responsáveis por organizar a polis e possuíam iguais direitos entre si, além de liberdade de expressar suas ideias e defende-las com argumentos na questão das tomadas de decisão da cidade-estado. Apesar dessa forma de governo se chamar “poder do povo”

grande parte da sociedade ateniense era excluída das participações políticas, uma vez que não incluía mulheres e escravos como cidadãos

Democracia ateniense:

Para marcar o contexto gerado pela “democracia ateniense”, três conceitos são importantes de serem marcados, pois vão em grande parte, definir essa sociedade:

Cidadãos: Homens, filhos de pais nascidos em Atenas. Exclui escravos e mulheres

Isogoria: Liberdade de expressar e defender suas ideias

Retórica – Arte de persuadir/ convencer.

Sofistas

Atrelados à retórica há uma gama de filósofos chamados de sofistas, com os quais Sócrates travou grandes embates. Os sofistas não buscavam encontrar “a verdade”, para eles, essa verdade é relativa, e por isso, buscavam encontrar formas de convencimento através do discurso, ou seja, utilizavam a retórica para defender suas ideias e posições, além de conseguir dinheiro com suas falas. Dos sofistas, ressaltamos dois: Protágoras e Górgias.

Protágoras: “O homem é a medida de todas as coisas” – o parâmetro da verdade é dado pelo homem.

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Górgias: “Nada existe que não possa ser conhecido” Possui uma visão cética sobre a possibilidade de se chegar a verdade

Sócrates e o método socrático

Sócrates teve uma origem humilde, teve um pai escultor e sua mãe era uma parteira. O filósofo gostava muito de indagar e conversar com todos nas cidades, principalmente com jovens. Por conta de sua forma de indagar, para através dessa indagação, buscar chegar ao nascer das ideias, Sócrates foi acusado de corromper os jovens e negar os deuses, sendo condenado à morte tomando o veneno cicuta caso não negasse sua filosofia. Sócrates não deixou- nos nenhum escrito, o que conhecemos de seus pensamentos foi escrito por seus discípulos, principalmente Platão.

Diferente dos pré-socráticos, Sócrates não se pergunta sobre o arché, princípio originário único, mas se interessa por questões de caráter humano. O que ficou conhecido como Método Socrático, nada mais é que o processo da busca pela verdade: a partir das indagações que Sócrates fazia com quem conversava, a certeza que anteriormente a pessoa possuía sobre certa coisa era desconstruída e tentava-se chegar à essência da questão, ao nascer das ideias.

Com isso, no processor de busca pela verdade do Método Socrático temos:

Ironia: A arte de perguntar/ interrogar

Maiêutica: Chegar a verdade, ao nascer das ideias.

Platão

Platão foi um discípulo de Sócrates, quase tudo que conhecemos sobre seu mestre fora escrito por ele. Além disso, Platão deu origem a uma filosofia que se tornou um marco no pensamento ocidental para quase tudo o que veio depois.

Platão, assim como Sócrates, realizou um processo de busca pela verdade e com isso criou uma filosofia que equilibrava a questão de Heráclito e Parmênides, do Mobilismo contra o Imobilismo. Para Platão, existem dois mundos, o mundo ideal, perfeito e imutável, onde ficam as questões mais elevadas como a razão, os conceitos, e a episteme (teoria), e o mundo sensível em que vivemos, que nada mais é que uma imitação desse mundo perfeito e é marcado pela mutabilidade e pelas percepções que são subjetivas. Sendo assim, para

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encontrar a verdade, devemos procura-la no mundo das ideias e não no mundo sensível.

Teoria das ideias:

Mundo ideal = Ideias, conceitos, razão, perfeição, imutável, episteme (teoria)

Mundo sensível = Percepções, mutável, cópias imperfeitas, doxa (opinião)

MITO DA CAVERNA

- Outra parte importante da filosofia de Platão é o “Mito da caverna”, onde o filósofo cria uma história para se referir aos habitantes da pólis que vivem se atrelando a ilusões e não buscam a verdade, essa alcançada pelo filósofo.

- A caverna é o ambiente da pólis contaminado pela ilusão, e o papel do filósofo é levar à luz, à verdade, mas nem todos estão preparados para serem tirados do conforto de seus hábitos e certezas.

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QUESTÕES:

1. (Pucpr 2015) Leia os enunciados abaixo a respeito do pensamento filosófico de Sócrates.

I. O texto Apologia de Sócrates, cujo autor é Platão, apresenta a defesa de Sócrates diante das acusações dos atenienses, especialmente, os sofistas, entre os quais está Meleto.

II. Sócrates dispensa a ironia como método para refutar as acusações e calúnias sofridas no processo de seu julgamento.

III. Entre as acusações que Sócrates recebe está a de “corromper a juventude”.

IV. Sócrates é acusado de ensinar as coisas celestes e terrenas, a não acreditar nos deuses e a tornar mais forte a razão mais débil.

V. Sócrates nega que seus acusadores são ambiciosos e resolutos e, em grande número, falam de forma persuasiva e persistente contra ele.

Assinale a alternativa que apresenta apenas as afirmativas CORRETAS.

a) II, IV e V.

b) I, III e IV.

c) I, III e V.

d) II, III e V.

e) I, II e III.

2. 1. (Upe-ssa 2 2017) Sobre Filosofia e Reflexão, considere o texto a seguir:

Sobre a Filosofia e Reflexão

Exprimir-se-á bem a ideia de que a filosofia é procura e não posse, definindo o trabalho filosófico como um trabalho de reflexão. O modelo de reflexão filosófica – e ao mesmo tempo seu exemplo mais acessível – é a “ironia” socrática.

HUISMAN, Denis; VERGEZ, André. Compêndio Moderno de Filosofia, 1987, p. 25.

O autor acima enfatiza o exemplo sobre Filosofia e Reflexão:

a) no ato de interrogar os interlocutores, Sócrates expressava sua atitude reflexiva.

b) a reflexão filosófica se inicia na consciência e na posse do saber.

c) a reflexão filosófica nos faz refletir ao ensinar sua opinião com certeza irrefutável.

d) na reflexão filosófica, Sócrates expressava sua opinião como verdadeira.

e) ao perguntar, Sócrates delimitava o modelo e a posse da sabedoria.

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3. (Upe-ssa 1 2018) Leia o texto a seguir sobre o pensamento grego:

Platão escreveu diálogos filosóficos, verdadeiros dramas em prosa. Foi um dos maiores escritores de todos os tempos, e ninguém conseguiu, como ele, unir as questões filosóficas à tamanha beleza literária. As ideias filosóficas de Platão é a primeira grande síntese do pensamento antigo.

(Adaptado)

(REZENDE, Antonio. Curso de Filosofia, Rio de Janeiro: Zahar, 1998, p. 46.)

No tocante a essa temática, assinale a alternativa CORRETA sobre o pensamento de Platão.

a) Enfatiza as ideias no mundo sensível, buscando a verdade na natureza.

b) Retrata a doutrina das ideias e salienta a existência do mundo ideal para fazer possível a verdadeira ciência.

c) Prioriza a verdade do mundo concreto com a confiança no conhecimento dos sentidos.

d) Sinaliza o valor dos sentidos como condição para o alcance da verdade.

e) Atenta para o significado da razão no plano da existência da realidade sensível.

4. (Ueg 2019) Considerando a história contada por Platão no livro VII da República, mais conhecida como Mito da Caverna, podemos deduzir que:

a) o homem, apesar de nascer bom, puro e de posse da verdade, pode desviar-se e passar a acreditar em outro mundo mais perfeito de puras ideias.

b) não podemos confiar apenas na razão, pois somente guiados pelos sentimentos e testemunhos dos sentidos poderemos alcançar a verdade.

c) a caverna, na alegoria platônica, representa tudo aquilo que impede o surgimento da consciência filosófica, que possibilitaria uma ascensão para o mundo inteligível.

d) a razão deve submeter-se aos testemunhos dos sentidos, pois a verdade que está no mundo inteligível só será atingida mediante a sensibilidade.

e) os homens devem se libertar da crença na existência em outro mundo e buscar resolver seus conflitos aprofundando-se em sua interioridade.

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Gabarito:

Resposta da questão 1:

[C]

Na alegoria platônica, a caverna é a representação das “sombras” do mundo sensível, que remetem às opiniões ilusórias dos homens e impedem o desenvolvimento do pensamento racional, ou seja, da consciência filosófica, que possibilitaria a aproximação com o mundo inteligível das ideias.

Gabarito:

Resposta da questão 2:

[B]

Segundo a filosofia platônica, o conhecimento humano se dá a partir da passagem do mundo das aparências para o mundo das essências. Platão explica as essências a partir da doutrina das ideias, segundo a qual os conceitos puros somente existiriam no plano das ideias, atingível por meio da razão. Assim, o verdadeiro conhecimento só seria possível no mundo das ideias, ou mundo ideal, transcendente às percepções sensoriais.

Gabarito:

Resposta da questão 3:

[A]

Ao identificar a prática filosófica como o processo de busca pelo conhecimento através da atividade reflexiva, o autor do texto enfatiza o método socrático da “ironia” como um modelo fundamental dessa perspectiva da prática filosófica, uma vez que esse método consistia na indução da reflexão a partir de questionamentos direcionados aos interlocutores.

Gabarito:

Resposta da questão 4:

[B]

No escrito Apologia de Sócrates, realizado por seus discípulos, pois este filósofo não deixou escritos próprios, encontramos um relato detalhado das acusações sofridas por ele, bem como os argumentos utilizados em sua defesa. Neste relato, o principal acusador de Sócrates é Meleto que o acusa de “corromper a juventude” e “desrespeitar os deuses” dizendo que estes em nada contribuem para a melhora da sociedade. Destaca-se no relato o método socrático que se fundamenta na: ”Ironia” que representa a capacidade de fingir-se de ignorante perante seu adversário a fim de por meio de perguntas e respostas fazer com que este se reconheça

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ignorante acerca do assunto que julga saber; e a “Maiêutica”, que busca conduzir de forma gradativa o indivíduo a encontrar respostas mais coerentes que o levam a descobrir a verdade.

Os principais inimigos de Sócrates era os sofistas. Estes representam para os filósofos os “falsos mestres do saber”, pois não se preocupam com a busca pela verdade, (por considerarem isto impossível) e assim se dedicam principalmente para a arte da oratória. Portanto, vendem seu saber em toca de poder, benefícios e honrarias. Os itens II e V não condizem com o pensamento de Sócrates ou o modo como transcorreu a defesa empreendida contra aqueles que o acusavam.

Referências

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