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CARACTERIZAÇÃO DE QUEIXAS E PERFIL DE USUÁRIOS ATENDIDOS EM UM SERVIÇO-ESCOLA DE PSICOLOGIA

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CARACTERIZAÇÃO DE QUEIXAS E PERFIL DE USUÁRIOS ATENDIDOS EM UM SERVIÇO-ESCOLA DE PSICOLOGIA

Characterization of complaints and the profile of users attended in a psychology service school service

Caracterización de quejas y perfil de usuarios atendidos en un servicio-escuela de psicología

Claudia Daiana Borges - Uniasselvi/Fameg; Unisociesc Rosina Forteski Glidden - Uniasselvi/Fameg; UFPR

Bruna Bisewski - Uniasselvi/Fameg

Caio Fernando Zimmermann Corrêa - Uniasselvi/Fameg Estéphany Caroline Tomaselli - Uniasselvi/Fameg

Claudia Daiana Borges Psicóloga, mestra e doutoranda em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), professora do departamento de Psicologia na Uniasselvi/Fameg e professora de Psicologia na Faculdade Jangada.

Rosina Forteski Glidden Psicóloga, mestra e doutoranda em Educação pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Professora do departamento de Psicologia na Uniasselvi/Fameg.

Bruna Bisewski Acadêmica do curso de Psicologia na Uniasselvi/Fameg e membro do grupo de pesquisa "Saúde e Desenvolvimento Humano" vinculado ao curso de Psicologia desta instituição.

Caio Fernando Zimmermann Corrêa Acadêmico do curso de Psicologia na Uniasselvi/Fameg e membro do grupo de pesquisa "Saúde e Desenvolvimento Humano" vinculado ao curso de Psicologia desta instituição.

Estéphany Caroline Tomaselli Acadêmica do curso de Psicologia na Uniasselvi/Fameg e membro do grupo de pesquisa "Saúde e

Desenvolvimento Humano" vinculado ao curso de Psicologia desta instituição.

Correspondencia Claudia Daiana Borges

Rua: Governador Jorge Lacerda, 506 - Ap. 703 – Bairro: Centro CEP: 89.251-390 - Jaraguá do Sul, SC.

claudia.daiana@gmail.com

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Resumo

Conhecer a população atendida em um Serviço-Escola de Psicologia é uma das formas de compreender as demandas de atendimento psicológico existentes em determinada região.

Esta pesquisa teve por objetivo caracterizar as queixas e o perfil dos usuários atendidos em um Serviço-Escola de Psicologia de um município do norte catarinense. Trata-se de uma pesquisa documental. Foram obtidos dados de 201 usuários, atendidos entre os anos de 2010 e 2016, por meio de consulta ao arquivo eletrônico do local. Quanto ao perfil dos usuários, no público infantil a maioria foi masculina, feminina no adolescente e no adulto. Quanto às queixas, no público infantil as principais foram problemas relacionados à escola e à aprendizagem, no público adolescente, foram os problemas de relacionamento familiar. Entre os adultos as principais queixas estavam relacionadas à depressão e a sintomas depressivos.

Palavras-chave: Estágio; Clínica-escola; Atendimento psicológico; Caracterização da clientela.

Abstract

Knowing the users of a Psychology Service School is one of the ways to better understand the demands of the existing psychological care in a certain region. This research aimed to characterize the complaints and the profile of the users in a Psychology Service School from a city in northern Santa Catarina. This is a documentary research; the data were obtained from 201 users, attended between the years of 2010 and 2016 through consultation of the electronic files. As for the profile of the users, the majority in the children's population were male, while in the adolescent and adult populations they were female. The main demands in the children’s population were related to school and learning; in the adolescent population, however, the problems were related to family relationships. Among adults, the main demands were related to depression and depressive symptoms.

Keywords: School service; Clinic school; Psychological support; Psychology.

Resumen

Conocer la población atendida por una clínica universitaria de psicología es una de las formas de comprender las demandas de atención psicológica existentes en una región. El objetivo de la investigación fue caracterizar las quejas y el perfil de los usuarios atendidos en una clínica universitaria de psicología de una ciudad al norte del estado de Santa Catarina. Se trata de una investigación documental con datos de 201 usuarios, atendidos de 2010 a 2016, realizada por medio de consulta al archivo electrónico. En cuanto al perfil de los usuarios, la mayoría del público infantil era del sexo masculino y la de los adolescente y adulto del sexo femenino.

En cuanto a las quejas, en el público infantil las principales fueron problemas relacionados con la escuela y aprendizaje. En el público adolescente fueron los problemas sobre relaciones familiares y para los adultos los relacionados con la depresión y síntomas depresivos.

Palabras clave: Prácticas Clínicas Supervisadas; Clínica universitaria; Atención

psicológica; Caracterización de la clientela.

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Introdução

Os Serviços-Escola de Psicologia (SEs) são regulamentados pela lei que institui a profissão do psicólogo no Brasil (Lei nº 4.119, de 27 de agosto de 1962), que oferece as diretrizes para o funcionamento do serviço. É de responsabilidade das instituições que disponibilizam o curso de Psicologia organizar serviços clínicos supervisionados pelos professores do curso, e estes serão abertos à comunidade, podendo ser gratuitos ou remunerados (Brasil, 1962). Os SEs são caracterizados como um espaço onde o estudante de Psicologia utiliza na prática as técnicas psicológicas estudadas em sala de aula, entrando em contato com a atuação profissional (Amaral e colaboradores, 2012).

O SE é um campo de estágio para os alunos a partir do quinto ano de Psicologia, em algumas instituições de ensino este início ocorre já no quarto ano. O SE tem como objetivo atender à comunidade e envolver o aluno com a prática e orientação profissional, o que contribuirá na capacitação para o exercício de sua futura profissão. Esta etapa é importante para que o aluno consiga idealizar projetos futuros e aproximar-se das facilidades e dificuldades que o mercado de trabalho apresenta (Gauy, Fernandes & Silvares, 2015). O estágio no SE possibilita ao aluno desenvolver competências relacionadas à escuta e ao cuidado e o prepara para a atuação futura (Macêdo, Souza, Baumann & Lima, 2018).

O estudante de Psicologia deve receber treinamento, orientação e supervisão para a

realização dos atendimentos clínicos no SE. O propósito da realização do estágio clínico é

capacitar este estudante para a prática, possibilitando uma reflexão sobre o exercício

profissional e oportunizando o desenvolvimento de habilidades para a atuação clínica

(Macêdo e colaboradores, 2018; Romaro & Capitão, 2003). Os estágios com supervisão em

atendimento clínico promovem, além do desenvolvimento de habilidades e competências do

aluno de Psicologia, o fortalecimento do fundamento teórico e a conduta ética na postura do

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estudante. Este é um momento fundamental entre a formação acadêmica e a atuação profissional (Barreto & Barletta, 2010).

Um dos desafios de um SE de Psicologia é encontrar um ponto de entendimento entre as demandas provenientes da população, que estão em sua maioria ligadas à falta de acesso a tratamentos psicológicos, e as demandas relacionadas aos estudantes de Psicologia, que se concentram em objetivos ligados ao desenvolvimento das competências técnicas (Amaral e colaboradores, 2012). Neste sentido, a relevância da realização de estudos sobre os SEs das instituições acadêmicas está em propiciar informações necessárias para que o atendimento à comunidade e a formação dos estudantes de Psicologia sejam planejados e, se necessário, reestruturados. A falta de pesquisas sobre essa demanda pode dificultar o aperfeiçoamento do serviço prestado (Amaral e colaboradores, 2012; Enéas, Faleiros & Sá, 2000; Mantovani, 2010; Romaro & Capitão, 2003).

A caracterização dos usuários atendidos é uma forma de compreender as demandas vindas da população e, dessa maneira, planejar as melhores ações para beneficiar as partes envolvidas no processo terapêutico. Neste sentido, a caracterização do público que utiliza o Serviço-Escola auxilia não apenas a população, com novas possibilidades de intervenção baseadas nas necessidades encontradas, como também os estudantes de Psicologia que podem enriquecer suas práticas de atuação (Romaro & Capitão, 2003). Essa visão referente à importância da caracterização do Serviço-Escola da Psicologia também é destacada por Vivian, Timm e Souza (2013) que a veem como uma oportunidade de planejamento de intervenções mais eficientes.

Conhecer o perfil dos usuários de SEs, bem como as queixas que motivam a busca

por atendimento, é relevante porque esta ação possibilita elucidar a realidade do SE e, com

isso, oferecer os encaminhamentos adequados, bem como identificar quais as melhores

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estratégias de atendimento, de acordo com cada demanda (Aguiar, Rafihi-Ferreira, Alckmin- Carvalho, Emerich & Moura, 2018). Gonçalves (2018) corrobora estas pontuações ao afirmar que conhecer a realidade do SE permite uma visão ampliada do serviço e, desta maneira, torna-se possível viabilizar práticas para melhorar o atendimento oferecido à comunidade.

Diante disso, este estudo teve como objetivo caracterizar as queixas e o perfil dos usuários atendidos em um Serviço-Escola de Psicologia de um município do norte catarinense.

Método

Trata-se de uma pesquisa de levantamento feita por meio de análise descritiva documental, de abordagem qualiquantitativa. O Serviço-Escola campo de estudo da presente pesquisa pertence a uma instituição privada de ensino superior do norte catarinense e está em funcionamento desde o ano de 2010, tendo atendido desde a sua abertura até o ano de 2016 um total aproximado de 596 usuários.

Para a realização desta pesquisa foram utilizados dados eletrônicos oriundos de prontuários de triagens realizadas de 2010 a 2016 do referido Serviço-Escola de Psicologia, situado em uma cidade do norte de Santa Catarina. Os dados foram coletados a partir da consulta de um arquivo eletrônico mantido no sistema de acesso restrito do SE. No arquivo constavam informações sobre os atendimentos realizados com a descrição das principais queixas e informações sociodemográficas dos usuários do serviço.

Os dados quantitativos foram descritos por meio de médias, frequências e

porcentagens e as demandas foram categorizadas conforme semelhança semântica. A

pesquisa seguiu todos os preceitos éticos pertinentes e foi aprovada por um Comitê de Ética

sob o Parecer número 2.212.552.

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Apresentação e Discussão dos Resultados

Foram analisados os prontuários de triagem de 201 usuários, atendidos de 2010 a 2016, de uma população total de aproximados 596. Este recorte ocorreu porque optou-se por considerar somente os usuários que assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) que o Serviço-Escola campo da pesquisa utiliza, autorizando o uso de seus dados para pesquisa. Mesmo sendo esta uma pesquisa documental, que dispensa o uso do TCLE, optou-se por tomar a existência deste termo assinado como critério de inclusão do prontuário nas análises.

Caracterização da Clientela

O ano em que ocorreu um maior número de triagens foi em 2011 (n=47), e em segundo lugar está o ano de 2015 (n=43). O ano de 2011 também foi o de mais triagens entre os adultos (n=33). Entre as crianças houve mais triagens (n=11) em 2015, e entre os adolescentes, em 2012 (n=6). Sobre o local de residência, 50,4% dos usuários moravam em cidades vizinhas, e 49,5% moravam na própria cidade em que se localiza o SE.

Fases do desenvolvimento e Idade

Do total de prontuários analisados, considerando as fases de desenvolvimento, a que

mais recebeu atendimento foi a dos adultos, com 62,2% (n=125), seguida das crianças com

25,4% (n=51) e, por último, a dos adolescentes com 12,4% (n=25). Resultados que revelam

uma maioria de adultos sendo atendida em SEs também foram encontrados em outros estudos

(Gonçalves, 2018; Porto, Valente & Rosa, 2014; Romaro & Capitão, 2009; Viol & Ferrazza,

2015; Werneck, 2005). Em relação à idade dos usuários, as médias encontradas foram: 8,4

anos nas crianças (dp=2,3), 14,8 anos nos adolescentes (dp=1,16) e 35,6 anos nos adultos

(dp=12,4).

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Sexo

Do total dos participantes, 65,2% eram do sexo feminino e 34,3%, do sexo masculino. Esse resultado assemelha-se com dados encontrados em outros estudos que também identificaram uma maioria de usuários do sexo feminino (Campezatto & Nunes, 2007; Fernandes, Silvares & Miyazaki, 2017; Gonçalves, 2018; Louzada, 2003; Maravieski

& Serralta, 2011; Porto e colaboradores, 2014; Romaro & Capitão, 2003; Santos, Freitas &

Rodrigues, 2014; Souza, Santos & Vivian, 2014; Viol & Ferrazza, 2015; Werneck, 2005).

As mulheres, em especial as jovens, tendem a buscar mais o atendimento psicológico do que os homens, pois apresentam sintomas relacionados a problemas emocionais, como crises de choro, tristeza e ansiedade, com mais frequência (Campezatto &

Nunes, 2007). Porém, sugere-se que é preciso considerar o fato de que, culturalmente, a expressão de sentimentos e a busca por apoio em caso de problemas emocionais ainda é mais aceita quando realizada por mulheres, do que por homens.

Nas crianças (n=51) houve uma predominância do sexo masculino (64,7%). Esse resultado está de acordo com os encontrados na literatura, referentes a pesquisas realizadas com esse público (Borsa, Segabinazi, Stenert, Yates & Bandeira, 2013; Cunha & Benetti, 2009; Maravieski & Serralta, 2011; Melo & Perfeito, 2006; Merg, 2008; Moura, Marinho- Casanova, Meurer & Campana, 2008; Porto e colaboradores, 2014; Rodrigues, Campos &

Fernandes, 2012; Santos e colaboradores, 2014; Vagostello, Albuquerque, Queiroz, Lopes &

Silva, 2017; Viol & Ferrazza, 2015; Vivian e colaboradores, 2013).

Os meninos, no período de escolarização, trazem maiores conflitos relacionados a

processos cognitivos, que remetem a dificuldades de aprendizagem (Campezatto & Nunes,

2007) e apresentam mais comportamentos externalizantes, como agressividade,

impulsividade, agitação e atitudes desafiadoras. Esses tipos de comportamentos remetem a

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uma preocupação maior nas famílias e no ambiente escolar, e geram menos tolerância, o que leva tanto a família quanto a escola a encaminharem a criança para o atendimento psicológico (Merg, 2008).

Entre os prontuários analisados dos adolescentes (n=25), notou-se uma maioria do sexo feminino, 68,0%, em relação ao sexo masculino com 32,0%. Tal predominância também pode ser encontrada em outros estudos (Enéas e colaboradores, 2000; Maravieski & Serralta, 2011; Werneck, 2005).

Na análise dos prontuários de adultos (n=125), a maioria dos atendimentos (77,4%) foi destinada às mulheres. Resultados semelhantes aos encontrados em outros estudos (Campezatto & Nunes, 2007; Enéas e colaboradores, 2000; Louzada, 2003; Maravieski &

Serralta, 2011; Porto e colaboradores, 2014; Romaro & Capitão, 2003; Schoen-Ferreira, Silva, Farias & Silvares, 2002; Viol & Ferrazza, 2015; Werneck, 2005).

Escolaridade

Em relação à escolaridade, nos adultos 37,4% possuíam ensino médio completo;

29,7%, superior incompleto; 12,1%, superior completo; 8,8%, fundamental incompleto;

7,7%, ensino médio incompleto; e 4,4%, fundamental completo. Este dado é semelhante a outras pesquisas em que a maioria dos adultos também tinha ensino médio completo (Souza e colaboradores, 2014; Viol & Ferrazza, 2015).

Em relação à escolaridade dos adolescentes, 36,4% possuíam fundamental

completo; 36,4%, ensino médio incompleto; 13,6%, fundamental incompleto; e 13,6%,

ensino médio completo. Divergindo de resultados de outras pesquisas (Borsa e

colaboradores, 2013; Campezatto & Nunes, 2007; Maravieski & Serralta, 2011) nas quais a

maioria dos adolescentes tinha ensino fundamental incompleto. Porém, é preciso considerar

que os adolescentes ainda estavam vivenciando suas formações acadêmicas.

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Estado civil

Na análise do estado civil dos participantes observou-se que nos adultos 52,9% eram casados; 36,8%, solteiros; 5,7%, divorciados; e 4,6%, viúvos. A maioria das pessoas adultas atendidas no SE campo de algumas pesquisas encontradas na literatura também era casada (Campezatto & Nunes, 2007; Maravieski & Serralta, 2011; Viol & Ferrazza, 2015).

Como o usuário chegou até o SE

A Tabela 1 apresenta a origem dos usuários, considerando o total da amostra e dividido de acordo com as fases do desenvolvimento.

Tabela 1: Origem dos usuários

Origem Geral Criança Adolescente Adulto

Demanda Espontânea 52,6% 76,5% 47,1% 45,2%

Associação de Defesa de Direitos Sociais 9,2% 5,9% 29,4% 2,4%

Médico/Dentista 5,3% - 5,9% 7,1%

Posto de Saúde 5,3% - - 9,5%

Solicitação Judicial 1,3% 5,9% - -

Escola 2,6% 11,8% - -

Conselho Tutelar 2,6% - 5,9% 2,4%

Delegacia da Mulher 3,9% - 5,9% 4,8%

Secretaria do Desenvolvimento 2,6% - 5,9% 2,4%

Secretaria de Saúde 2,6% - - 4,8%

Assistência Social 1,3% - - 2,4%

Centro de Educação de Jovens e Adultos 1,3% - - 2,4%

Núcleo Psicopedagógico da própria IES 1,3% - - 2,4%

Outra Instituição de Ensino Superior 2,6% - - 4,8%

Organismo Religioso de Ação Social 3,9% - - 7,1%

Psicólogo da Prefeitura 1,3% - - 2,4%

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Analisando os dados apresentados na Tabela 1, percebe-se uma diversidade em relação à origem dos usuários. Porém, a maioria buscou o SE de forma espontânea, na população geral e em todas as fases de desenvolvimento. Estão inclusos nessa categoria os usuários que procuraram o SE por indicação de um amigo ou parente. Foram considerados encaminhamentos somente aqueles feitos por profissionais ou instituições. A demanda espontânea como origem da maioria dos atendimentos também aparece em outros estudos (Louzada, 2003; Maravieski & Santos, 2014; Maravieski & Serralta, 2011; Porto e colaboradores, 2014; Sei & Gomes, 2017; Viol & Ferrazza, 2015). Já no estudo de Fernandes e colaboradores (2017), foi identificado o encaminhamento médico como o principal motivo para a busca dos usuários pelo serviço de atendimento psicológico.

Entre as crianças, além da demanda espontânea (76,5%), a escola ficou em segundo lugar como instituição que gerou mais encaminhamentos (11,8%). De acordo com a associação feita por Vivian e colaboradores (2013), quando os encaminhamentos partem da escola, as queixas geralmente estão relacionadas a transtorno de aprendizagem, diferente de quando o encaminhamento é feito de forma espontânea. Nos adolescentes, a demanda espontânea apareceu com 47,1% e foi a forma de encaminhamento mais comum entre este público. Outros estudos (Melo & Perfeito; 2006; Porto e colaboradores, 2014; Viol &

Ferrazza, 2015; Vivian e colaboradores, 2013) também encontraram como principal origem dos usuários a demanda espontânea, no que se refere a crianças e adolescentes.

Entre os adultos, além da procura espontânea (45,2%), os postos de saúde (9,5%),

médicos/dentistas (7,1%) e organismos religiosos de ação social (7,1%) foram algumas das

fontes com maior número de encaminhamentos. A demanda espontânea como forma de

encaminhamento predominante dos adultos também foi encontrada no estudo de Louzada

(2003), no qual 33,3% da clientela procurou o serviço dessa maneira.

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De modo geral, os dados de caracterização indicaram a predominância do atendimento de mulheres nos adultos e nos adolescentes, e de meninos nas crianças. Estes adultos possuíam em sua maioria ensino médio completo, já os adolescentes possuíam o ensino fundamental completo. Quanto ao estado civil, houve predominância de usuários casados. No que se refere à cidade de origem do usuário, aquela em que se encontra o SE obteve prevalência no público infantil. Em relação a como o usuário chegou ao SE, a demanda espontânea foi predominante em todos os públicos.

Caracterização de queixas

Neste tópico serão apresentadas as categorias de análise referentes às principais queixas entre crianças, adolescentes e adultos usuários do Serviço-Escola campo deste estudo. A seguir serão apresentadas a análise e discussão das categorias conforme cada faixa etária.

Principais queixas entre o público infantil

A partir da análise de conteúdo das queixas entre o público infantil emergiram oito

categorias que correspondem às queixas citadas com maior frequência, sendo elas: problemas

relacionados à escola e aprendizagem, comportamento opositivo e agressivo, problemas de

relacionamento familiar, questões relacionadas ao processo de luto, hiperatividade, sintomas

relacionados à ansiedade, dificuldades com relacionamentos sociais, dificuldades para

manter a atenção e medo.

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Tabela 2: Queixas entre o público infantil

Categoria f

Problemas relacionados à escola e aprendizagem Comportamento opositivo e agressivo

Problemas de relacionamento familiar Questões relacionadas ao processo de luto Hiperatividade

Sintomas relacionados à ansiedade Dificuldades com relacionamentos sociais Dificuldades para manter a atenção Medo

13 12 6 5 4 3 3 3 3

A categoria “problemas relacionados à escola e aprendizagem” foi citada 13 vezes e corresponde à queixa mais frequente entre o público infantil. Este dado também foi identificado em diferentes estudos (Aguiar e colaboradores, 2018; Borsa e colaboradores, 2013; Gonçalves, 2018; Louzada, 2003; Melo & Perfeito, 2006; Porto e colaboradores, 2014;

Rodrigues e colaboradores, 2012; Romaro & Capitão, 2003; Schoen-Ferreira e colaboradores, 2002; Vagostello e colaboradores, 2017; Vivian e colaboradores, 2013). Mas, por outro lado, divergiu de outros estudos em que as principais queixas verificadas não estavam relacionadas às questões escolares e de aprendizagem (Cunha & Benetti, 2009;

Maravieski & Serralta, 2011; Viol & Ferrazza, 2015; Wielewicki, 2011). A ocorrência de problemas de aprendizagem é frequente na infância, uma vez que a criança pode passar por situações que implicam um sofrimento psicológico e este pode ser manifestado como uma dificuldade escolar (Porto e colaboradores, 2014).

“Comportamento opositivo e agressivo” foi a segunda queixa mais frequente, com

12 menções, o que vai ao encontro dos resultados de outros estudos (Fernandes e

(13)

colaboradores, 2017; Maravieski & Serralta, 2011; Porto e colaboradores, 2014; Viol &

Ferrazza, 2015; Wielewicki, 2011). O comportamento opositor e a agressividade são reconhecidos pelos sintomas externalizantes e aparecem com maior frequência em crianças mais rejeitadas que exteriorizam seus comportamentos por meio da agressividade e outros comportamentos antissociais. Esses comportamentos podem estar associados tanto a deficits em componentes da competência social, como a baixo autocontrole e à falta de empatia, como também a uma pseudocompetência, como no caso de condutas desafiantes, voltada para objetivos interpessoais imediatos (Del Prette & Del Prette, 2009).

A categoria “problemas de relacionamento familiar” foi citada seis vezes e é uma queixa frequente em relação à amostra deste estudo. Este dado corrobora com os resultados de outras pesquisas que também identificaram esta queixa entre o público infantil (Gonçalves, 2018; Louzada, 2003; Maravieski & Serralta, 2011; Porto e colaboradores, 2014;

Rodrigues e colaboradores, 2012; Romaro & Capitão, 2003). Problemas maritais exercem grande influência nas relações parentais, sendo assim, é necessário que isto seja levado em consideração quando feitas avaliações referentes a problemas de relacionamento familiar (Braz, Dessen & Silva, 2005). O estudo realizado por Rohenkohl e Castro (2012) encontrou relação entre o conflito mãe-pai e problemas emocionais/comportamentais em crianças, e, quanto maior o conflito existente, maior a possibilidade de a criança apresentar problemas comportamentais (Loos & Cassemiro, 2010). Diante disso, evidencia-se a importância do relacionamento familiar saudável para o bom desenvolvimento da criança.

A queixa “questões relacionadas ao processo de luto” teve cinco menções, mas este

dado não foi encontrado em outros estudos também desenvolvidos em Serviços-Escola de

Psicologia. Isto demonstra uma realidade do presente campo de pesquisa e indica a

necessidade de estratégias específicas direcionadas a esta demanda, uma vez que o processo

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de luto pode ser traumático e difícil para a criança e ela pode apresentar sentimentos conflituosos em relação a ele (Leandro & Freitas, 2015).

A “hiperatividade” foi citada quatro vezes e representa uma queixa significativa em relação à amostra desta pesquisa. Entretanto, não foi encontrado nenhum estudo no contexto de Serviço-Escola de Psicologia em que a hiperatividade tenha sido uma queixa exclusiva entre o público infantil. Esta realidade pode ser justificada pelo fato de que, frequentemente, a hiperatividade não aparece de forma exclusiva, mas sim associada ao Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), conforme verificado nos estudos de Aguiar e colaboradores (2018) e Vivian e colaboradores (2013), em que o TDAH foi uma queixa frequente no público infantil de um Serviço-Escola. Del Prette e Del Prette (2009) esclarecem que a hiperatividade pode ser caracterizada por respostas de inquietação e impulsividade em excesso e indica dificuldade de autocontrole emocional, quando a criança apresenta características como responder excessivamente rápido sem aguardar a conclusão de instruções, e ignorar a possibilidade de consequências aversivas.

Com três menções, a queixa “sintomas relacionados à ansiedade” está entre as

menos frequentes em comparação às demais queixas. Os estudos de Borsa e colaboradores

(2013), Maravieski e Serralta (2011), Porto e colaboradores (2014), Viol e Ferrazza (2015) e

Vivian e colaboradores (2013) também identificaram a presença da ansiedade como uma das

queixas entre o público infantil. Esta resposta interna, denominada de ansiedade, envolve

sentimentos subjetivos de desconforto e medo, e respostas abertas de esquiva e fuga de

situações sociais. Crianças com ansiedade se mostram excessivamente preocupadas com o

tempo para realizar suas tarefas, demonstrando irritabilidade, tensão muscular e falta de

concentração (Del Prette & Del Prette, 2009).

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A queixa “dificuldade com relacionamentos sociais” foi citada três vezes nos prontuários analisados, dado que também esteve presente em outras pesquisas (Borsa e colaboradores, 2013; Fernandes e colaboradores, 2017; Melo & Perfeito, 2006; Romaro &

Capitão, 2003; Vivian e colaboradores, 2013). A qualidade das relações familiares é um dos fatores que influencia a interação social das crianças, sendo assim, uma boa relação entre os pais e entre pais e filhos tende a auxiliar o desenvolvimento de habilidades sociais positivas nas crianças, independente da configuração familiar (Rohenkohl & Castro, 2012; Morgado, Dias & Paixão, 2013). O ambiente no qual a criança cresce e se desenvolve frequentemente exerce forte influência na forma como ela se relaciona socialmente. Desta maneira, um ambiente onde a criança é exposta a críticas negativas, xingamentos e ameaças tende a fazer com que ela tenha uma autoimagem negativa, por outro lado, quando o ambiente é positivo nas relações entre os pais e entre pais e filhos, a autoimagem tende a ser positiva, facilitando seus relacionamentos sociais (Loos & Cassemiro, 2010).

A categoria “dificuldades para manter a atenção” foi citada três vezes, sendo uma

das queixas menos frequentes entre o público infantil. Este dado é semelhante ao de outras

pesquisas (Borsa e colaboradores, 2013; Vivian e colaboradores, 2013) e diverge das

pesquisas em que as queixas menos frequentes foram agitação, dificuldades de

aprendizagem, timidez, rebeldia e problemas somáticos (Cunha & Benetti, 2009; Louzada,

2003; Maravieski & Serralta, 2011; Rodrigues e colaboradores, 2012; Schoen-Ferreira e

colaboradores, 2002; Viol & Ferrazza, 2015). A falta de atenção é um fenômeno decorrente

da distraibilidade, caracteriza-se pela instabilidade da atenção voluntária, acarretando em

dificuldades ou em incapacidade para concentrar-se ou absorver qualquer conteúdo que

implique esforço produtivo, tendo sua atenção facilmente desviada de uma atividade para

outra (Dalgalarrondo, 2008). As dificuldades para manter a atenção interferem no

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desempenho escolar da criança, na compreensão de textos, na resolução de problemas do cotidiano, no planejamento dos estudos e no relacionamento com os colegas e professores, reduzindo sua autoconfiança e sua autoestima (Simões, 2014).

O “medo” também foi uma queixa citada três vezes e não foram encontrados outros estudos com resultados semelhantes na literatura. Isto pode ser justificado pelo fato de que frequentemente o medo está inserido em categorias relacionadas à ansiedade, já, no presente estudo, o medo apareceu de forma isolada e não associado a outros sintomas de ansiedade.

Entretanto, é importante destacar que a ansiedade e o medo geralmente estão interligados, uma vez que o medo constante gera a ansiedade. O medo é considerado uma resposta que tende a ocorrer diante de uma ameaça à vida ou à integridade psíquica. Existem os medos naturais, como medo de escuro, altura, trovão ou de algum animal, que aparecem quando a criança começa a tomar consciência do mundo (Antony, 2009). Este tipo de medo faz parte do desenvolvimento da criança e normalmente é temporário, passando diante de atitudes de tranquilização e proteção dos pais. Os medos podem auxiliar as crianças a ampliar suas habilidades de enfrentamento, por outro lado, se persistem por longos períodos, geram dificuldades para a criança e sua família (Singh, Moraes & Bovi Ambrosano, 2000).

Principais queixas entre o público adolescente

A partir da análise de conteúdo das queixas entre o público adolescente emergiram oito categorias que correspondem àquelas citadas com maior frequência, sendo elas:

problemas de relacionamento familiar, dificuldades de relacionamento social,

vulnerabilidade familiar, ansiedade, timidez e baixa autoestima, tristeza, agressividade e

dificuldades nos estudos.

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Tabela 3: Queixas entre o público adolescente

Categoria f

Problemas de relacionamento familiar Dificuldades de relacionamento social Vulnerabilidade familiar

Ansiedade

Timidez e baixa autoestima Tristeza

Agressividade

Dificuldades nos estudos

5 5 4 3 3 3 3 3

As categorias mais frequentes entre o público adolescente foram relacionadas a

“problemas de relacionamento familiar” e “dificuldades de relacionamento social”, ambas citadas cinco vezes. A queixa “problemas de relacionamento familiar” também foi identificada em outras pesquisas (Gonçalves, 2018; Maravieski & Serralta, 2011; Porto e colaboradores, 2014; Romaro & Capitão, 2003), enquanto que outros estudos não identificam sua presença (Borsa e colaboradores, 2013; Louzada, 2003; Schoen-Ferreira e colaboradores, 2002; Viol & Ferrazza, 2015; Vivian e colaboradores, 2013), apontando queixas mais frequentes relacionadas a problemas de aprendizagem, depressão, agressividade, nervosismo e problemas escolares.

A adolescência é uma fase em que ocorre o aumento das responsabilidades sociais

e familiares, é um período de mudanças biológicas e hormonais que acarreta dúvidas,

inquietações e mudanças no comportamento em relação à família e a sociedade (Baptista,

Baptista & Dias, 2001). Um bom relacionamento familiar é de fundamental importância para

a estruturação psíquica do adolescente, independente da cultura em que ele esteja inserido

(Avanci, Assis & Oliveira, 2008).

(18)

A queixa “dificuldades de relacionamento social”, identificada neste estudo, corrobora com os resultados de outras pesquisas (Borsa e colaboradores, 2013; Fernandes e colaboradores, 2017; Gonçalves, 2018; Romaro & Capitão, 2003). A dificuldade de relacionamento social está associada ao fato de que a adolescência é marcada por momentos de desequilíbrio e instabilidades, deixando o adolescente muitas vezes confuso, com sentimento de insegurança e angústia. Ele se sente incompreendido pelos pais ou professores, enfrentando assim problemas de relacionamento com as pessoas que fazem parte de seu convívio social (Pratta & Santos, 2007). Neste período o adolescente inicia sua independência e estabelecimento de relações com outras pessoas e grupos. Diante disso, para que seu ciclo de desenvolvimento seja saudável, é de fundamental importância que o adolescente receba apoio emocional e social e seja compreendido pelas pessoas que o cercam (Antunes & Fontaine, 2005).

A queixa “vulnerabilidade familiar” foi citada quatro vezes, dado não identificado em outros estudos semelhantes. Gomes e Pereira (2005) afirmam que adolescentes que se encontram em situação de vulnerabilidade familiar tornam-se vítimas da sociedade ao terem seus direitos fundamentais violados. Entre os fatores de risco relacionados à vulnerabilidade familiar estão os conflitos entre o casal, as violências e abusos praticados contra o adolescente, precariedade de moradia, ausência de programas de prevenção e promoção à saúde, o contato com a prostituição infantil, o envolvimento com drogas e furtos e roubos (Sierra & Mesquita, 2006). Tais riscos evidenciam a necessidade de políticas públicas direcionadas à redução de vulnerabilidades familiares e garantias de direito que permitam um contexto saudável para o desenvolvimento do adolescente.

A categoria “ansiedade” teve três menções, dado também identificado nos estudos

de Borsa e colaboradores (2013) e Fernandes e colaboradores (2017), que, ao enfocarem as

(19)

principais queixas entre crianças e adolescentes, identificaram a prevalência da ansiedade entre o público analisado. Outros estudos encontraram o mesmo resultado especificamente entre o público adolescente (Maravieski & Serralta, 2011; Porto e colaboradores, 2014; Viol

& Ferrazza, 2015). Na adolescência é natural a presença de queixas relacionadas à ansiedade, visto que esta é uma fase de grandes modificações que podem causar angústia e ansiedade, motivadas pela busca de uma nova identidade. A busca por esta nova identidade ocorre fora do contexto familiar, o que causa um estranhamento nos pais, que antes eram o centro das atenções para os filhos. O adolescente busca ser aceito em um grupo diferente daquele a que estava acostumado, o que também pode gerar ansiedade e insegurança (Porto e colaboradores, 2014).

A categoria “timidez e baixa autoestima” teve três registros na presente amostra.

Outros estudos também identificaram a timidez como uma das principais queixas iniciais entre crianças e adolescentes e motivaram a primeira consulta em Serviços-Escola de Psicologia (Louzada, 2003; Viol & Ferrazza, 2015). A timidez é uma das características que colocam o adolescente num ciclo de isolamento que prejudica suas relações sociais (Avanci e colaboradores, 2008), levando a um retraimento social que tem sido associado a problemas de internalização, como a baixa autoestima (Ribeiro, Santos, Freitas, Correia & Rubin, 2015).

A autoestima também está associada ao ambiente familiar, quando a criança se desenvolve em um contexto de relações positivas ela tende a tornar-se um adolescente com uma visão positiva sobre si (Loos & Cassemiro, 2010).

Com três menções, a queixa “tristeza” também foi encontrada entre o público

adolescente. Não tendo sido identificados em outros estudos resultados semelhantes

relacionados especificamente à tristeza, que frequentemente aparece associada a um quadro

de depressão. Outras pesquisas que investigaram as queixas entre crianças e adolescentes

(20)

identificaram a depressão como uma queixa recorrente (Borsa e colaboradores, 2013;

Maravieski & Serralta, 2011; Vivian e colaboradores, 2013). A tristeza, assim como a autodepreciação, desvalia, abandono, culpa, desesperança, ideias de suicídio, apatia e a incapacidade de sentir prazer configuram-se como sintomas de depressão. Assim, é de suma importância estar atento à apresentação pelo adolescente de sinais de isolamento e depressão (Brasil, 2008) e buscar estratégias específicas de intervenção frente a esta demanda.

A queixa “agressividade” foi citada três vezes, concordando com o resultado de outros estudos que também identificaram a agressividade como uma queixa frequente entre usuários adolescentes de Serviços-Escola de Psicologia (Viol & Ferrazza, 2015, Maravieski

& Serralta, 2011). No estudo realizado por Viol e Ferrazza (2015), os autores encontraram relação entre a separação conjugal e a agressividade e classificaram a separação como um dos fatores ligados a questões de agressividade em adolescentes. Já, no estudo de Guimarães e Campos (2007), os autores verificaram que um ambiente violento pode gerar uma banalização da violência, tornando-a algo comum.

A queixa “dificuldade nos estudos” teve três menções. Esta queixa está relacionada à dificuldade nos estudos de forma geral, e não especificamente à aprendizagem, dado também verificado no estudo de Gonçalves (2018). Em outras pesquisas esta queixa aparece de forma circunscrita, como dificuldades de aprendizagem, como verificado nos estudos de nos estudos de Louzada (2003), Viol e Ferrazza (2015) e Werneck (2005), que identificaram os problemas de aprendizagem como uma queixa recorrente entre o público adolescente.

Fatores relacionados ao autoconceito e ao senso de eficácia, bem como a problemas

emocionais e comportamentais, podem tanto ser causa como estarem associados a

dificuldades de aprendizagem (Mazer, Bello & Bazon, 2009).

(21)

Principais queixas entre o público adulto

A partir da análise de conteúdo das queixas entre o público adulto emergiram 11 categorias que correspondem às queixas citadas com maior frequência, sendo elas: depressão e sintomas depressivos, problemas de relacionamento familiar, ansiedade, problemas de relacionamento interpessoal e timidez, problemas de saúde, dificuldades de relacionamento amoroso, situações relacionadas à experiência do luto, baixa autoestima, estresse e irritabilidade, medos e insegurança e ideação suicida.

Tabela 4: Queixas entre o público adulto

Categoria f

Depressão e sintomas depressivos Problemas de relacionamento familiar Ansiedade

Problemas de relacionamento interpessoal e timidez Problemas de saúde

Dificuldades de relacionamento amoroso Situações relacionadas à experiência do luto Baixa autoestima

Estresse e irritabilidade Medos e insegurança Ideação suicida

28 25 17 11 11 10 9 8 7 7 5

A queixa “depressão e sintomas depressivos” foi citada 28 vezes, sendo a mais frequente entre a amostra estudada. Outros estudos (Gonçalves, 2018; Louzada, 2003;

Maravieski & Serralta, 2011; Porto e colaboradores, 2014; Viol & Ferrazza, 2015) também verificaram que tal queixa é uma das principais encontradas entre o público adulto.

Tradicionalmente, a depressão tem sido associada a uma perda, gerando sintomas como

(22)

apatia, tristeza e desinteresse. Entretanto, atualmente estes sintomas não se encontram necessariamente ligados a uma perda, pois relacionamentos conflituosos e situações do cotidiano também podem desencadeá-los (Esteves & Galvan, 2006).

“Problemas no relacionamento familiar” foi uma queixa frequente, sendo citada 25 vezes, corroborando com o resultado de outros estudos nos quais a relação com familiares foi um problema recorrente entre o público adulto (Gonçalves, 2018; 2003; Maravieski &

Serralta, 2011; Porto e colaboradores, 2014; Sei & Gomes, 2017; Louzada Viol & Ferrazza, 2015). O estudo realizado por Teodoro, Cardoso e Freitas (2010) indicou uma relação entre um ambiente familiar de baixa afetividade e a existência de conflitos entre os membros.

Diante disso, é importante utilizar ferramentas que avaliem a dinâmica familiar com intuito de identificar conflitos existentes (Santos, Oliveira, Oliveira & Medeiros, 2013).

A queixa “ansiedade” apareceu 17 vezes, sendo também encontrada em outros estudos (Enéas e colaboradores, 2000; Fernandes e colaboradores, 2017; Gonçalves, 2018;

Maravieski & Serralta, 2011; Porto e colaboradores, 2014; Viol & Ferrazza, 2015). De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), a ansiedade configura-se como a antecipação a uma ameaça futura, podendo haver tensão muscular e comportamentos de esquiva ou cautela. Vasconcelos, Costa e Barbosa (2008) afirmam que a ansiedade é um estado normal do desenvolvimento humano e contribui para a adaptação do sujeito, auxiliando-o no enfrentamento de novas situações, tornando-se patológica quando sua intensidade e duração são desproporcionais em relação à situação precipitante e, assim, em vez de facilitar a adaptação, a dificulta ou impossibilita.

Os “problemas de relacionamento interpessoal e timidez” foram citados 11 vezes entre os adultos, e tal queixa também pode ser encontrada em outros estudos (Campezatto &

Nunes, 2006; Viol & Ferrazza, 2015; Enéas e colaboradores, 2000). O estudo de Sousa e

(23)

Cerqueira-Santos (2011) evidencia a importância das relações interpessoais para o indivíduo, pois tais relações proporcionam ao sujeito uma melhora significativa em seu comportamento social bem como na sua saúde física. Em relação à timidez, o estudo realizado por Verztman (2014) identificou que o indivíduo tímido anseia pelo amor do outro, porém, teme que este anseio não seja correspondido e que, em vez disso, o outro irá rejeitá-lo e humilhá-lo, o que o mantém na situação de timidez.

A categoria “problemas de saúde” foi a quarta mais citada entre este público, aparecendo 11 vezes. Nesta categoria, as queixas estavam relacionadas a problemas de pele, dores musculares e outros fatores de ordem orgânica. O estudo de Fernandes e colaboradores (2017) identificou problemas de saúde associados a queixas somáticas entre o público adulto atendido. A saúde engloba aspectos orgânicos, sociais e comportamentais (Medeiros, Bernardes & Guareschi, 2005). Neste campo, destaca-se a psicologia da saúde que, a partir de uma atuação multi e interdisciplinar, busca compreender os fenômenos relacionados à saúde e ao adoecimento e tem como objetivo promover e manter o bem-estar das pessoas por meio de intervenções que auxiliam no enfrentamento da dor, inclusive daquelas relacionadas às doenças crônicas (Baptista, Capitão & Scortegagna, 2005).

A queixa “dificuldades de relacionamento amoroso” foi citada 10 vezes, e também foi uma queixa presente nos estudos de Campezatto e Nunes (2007) e de Werneck (2005).

As dificuldades de relacionamento amoroso vivenciadas pelo casal muitas vezes estão relacionadas com a forma com que cada um lida com o outro em momentos de adversidade e conflitos. As ações que influenciam negativamente a vida do casal estão associadas a fatores como inflexibilidade, culpabilização, competição e não aceitação do outro (Costa, Cenci &

Mosmann, 2016). Para Waldemar (2008), as pessoas procuram depositar seus conflitos no

parceiro amoroso por não conseguirem enfrentar seus próprios problemas.

(24)

“Situações relacionadas à experiência do luto” foi uma queixa citada nove vezes.

No estudo de Enéas e colaboradores (2000) também foi verificada a presença desta queixa entre os participantes. O luto pode ser explicado como um sentimento subjetivo causado pela morte de uma pessoa querida e próxima. O luto normal pode se manifestar como estado de choque, sentimento de insensibilidade ou também como uma sensação de confusão (Sadock

& Sadock, 2007). Quando o indivíduo não consegue elaborar adequadamente o luto, diversas consequências psicológicas e emocionais podem ocorrer, como a melancolia (Mendlowicz, 2000) e a depressão (Schubert, 2017), caracterizando quadros patológicos.

A categoria “baixa autoestima” teve oito menções. Hutz e Zanon (2011) esclarecem que a autoestima é definida como uma expressão avaliativa do autoconceito, formada por um conjunto de sentimentos e pensamentos acerca de si mesmo. Silva e Marinho (2003) contribuem afirmando que indivíduos com autoestima baixa são muito carentes e sentem-se desprotegidos. Assim, a presença de outras pessoas em sua vida é de extrema importância.

Sujeitos com baixa autoestima frequentemente se afastam de relacionamentos interpessoais e pensam não possuírem nada que agrade ou atraia as outras pessoas, tornando-se pessoas tímidas e retraídas.

A queixa relacionada ao “estresse e irritabilidade” foi mencionada sete vezes entre

o público adulto e não foi encontrada em outros estudos. Entretanto, no estudo de Louzada

(2003) foi identificada uma queixa semelhante, o nervosismo. Isso sugere que estresse e

irritabilidade podem aparecer de diferentes formas e nomenclaturas, o que justificaria a não

observância dos mesmos resultados em outros estudos. No estudo de Malagris e Fiorito

(2006) as autoras pontuam que o estresse pode trazer preocupações, baixa autoestima e

irritação, comprometendo as condições psicológicas do sujeito.

(25)

A queixa “medos e insegurança” também foi citada sete vezes. Este dado vai ao encontro dos resultados dos estudos de Enéas e colaboradores (2000) e Porto e colaboradores (2014), que também identificaram medo e insegurança como queixas presentes no público adulto. O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) classifica o medo como uma resposta emocional a uma ameaça percebida (APA, 2014).

Na presente pesquisa a queixa “ideação suicida” foi identificada em cinco situações.

Esta queixa não foi encontrada em outros estudos semelhantes (Campezatto & Nunes, 2007;

Louzada, 2003; Porto e colaboradores, 2014; Viol & Ferrazza, 2015). Vasconcelos-Raposo, Soares, Silva, Fernandes e Teixeira (2016) esclarecem que existem alguns fatores de risco relacionados à ideação suicida, como estar desempregado, viver sozinho, ter um nível educacional mais baixo e já ter sido diagnosticado com alguma patologia mental. Silva e colaboradores (2006) complementam que a ideação suicida é caracterizada não como um ato, mas como um pensamento. Portanto, as ideações a que se tem acesso são aquelas comunicadas e estão associadas a fatores depressivos, como a falta de energia e o humor deprimido.

Considerações Finais

O objetivo geral deste estudo foi caracterizar as queixas e o perfil dos usuários

atendidos em um Serviço-Escola de Psicologia de um município do norte catarinense. Em

relação ao perfil, a maioria dos atendimentos ocorreu com adultos. Nesta população a maioria

era casada, do sexo feminino e tinha ensino fundamental incompleto. Nas crianças a

prevalência foi de meninos, e meninas entre os adolescentes. Ainda, a maior parte da

demanda chegou ao SE de modo espontâneo, o que sugere que o serviço é uma opção

relativamente conhecida pela população da região.

(26)

No que se refere aos tipos de queixas, entre as crianças as principais foram problemas relacionados à escola e aprendizagem, comportamento opositivo e agressivo e problemas de relacionamento familiar. Entre os adolescentes as demandas mais recorrentes foram problemas de relacionamento familiar, dificuldades de relacionamento social e vulnerabilidade familiar. Já entre os adultos predominaram as relacionadas à depressão e sintomas depressivos, problemas de relacionamento familiar e ansiedade.

O levantamento das queixas mais recorrentes, separadas por perfil de usuários, permite pensar se estes fenômenos estão sendo trabalhados de maneira suficiente em aulas cujas ementas tratam de atendimento clínico, e também em outras que podem trabalhar temas transversais a estas questões, como família, relacionamentos, estilos parentais, aprendizagem e escola.

Nesta direção, conhecer a realidade do SE possibilita a elaboração de estratégias mais assertivas, tanto para o ensino, atendendo às demandas dos alunos na sua formação, quanto para o atendimento à população de usuários. Nesse processo levanta-se também indicadores para avaliar se a formação do futuro profissional de Psicologia está de fato coerente com as demandas que ele possivelmente encontrará com frequência na sua atuação profissional. Assim, espera-se que os resultados do presente estudo possam contribuir para a compreensão das características dos usuários dos SEs e de suas demandas, favorecendo uma reflexão crítica sobre a qualidade e a pertinência do serviço provido e um aprimoramento das habilidades dos acadêmicos para atuar nestes espaços formativos.

Em relação às dificuldades e limitações encontradas para a realização deste estudo,

destaca-se a falta de informações disponíveis sobre as queixas e perfil dos usuários atendidos,

em função do preenchimento incompleto dos prontuários. Além disso, a falta de

padronização para a categorização das queixas em estudos pesquisados pode ter dificultado

(27)

a identificações de estudos com resultados semelhantes. Entretanto, considera-se que o objetivo proposto para este estudo foi alcançado, uma vez que foi possível identificar o perfil dos usuários e as principais queixas. Espera-se, com estes resultados, contribuir para a qualificação do atendimento oferecido e para formação do profissional psicólogo.

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Data de submissão: 02/02/2018 Última revisão: 16/11/2018 Data de aprovação: 11/12/2018

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