*Aluna especial na disciplina Infância, História e Educação. Graduada em Pedagogia pelo
Centro Universitário Estácio de Ribeirão Preto e Pós-Graduada em Psicopedagogia Clínica e
Institucional pelo Centro Universitário Estácio de Ribeirão Preto.
E-mail: amanda_noccioli@hotmail.com
O BRINCAR E O DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Amanda da Silva Noccioli*
Palavras Chaves: Infância; Desenvolvimento; Lúdico; Criança; Brincar.
A infância nem sempre existiu, ela decorre de um longo processo histórico que se atrela a questões econômicas produtoras de diferentes modos de consciência. Com isso entende-se que qualquer compreensão de uma sociedade acerca do que seria a infância é fruto de fatores demográficos e modos de produção de vida, sendo que a infância nessa condição se manifesta como um conjunto de valores, competências e funções ligados justamente aos valores construídos em um determinado período histórico (HANSEN, 2006).
Entende-se que a relação entre a criança e o brincar nem sempre foi a
mesma, já que durante o decurso histórico nem mesmo a ideia de infância
sempre existiu, modos de compreensão, atitudes e comportamentos se
sucederam de forma que o brincar foi tomando significações e funções diferentes
com o passar do tempo. Ao tratar sobre essas mudanças, pode-se começar com
o período que foi do século XVII ao XVIII, quando uma consciência do que é
criança e infância começa a se desenvolver, modificando a relação da criança
com os jogos e as brincadeiras. Nesse momento as atividades lúdicas foram
divididas como adequadas ou inadequadas em relação a preservação da
moralidade e de sua função educativa (ARIÈS, 1981). período entre o século
XVIII até o século XIX é marcado pela Revolução industrial e pela mudança de
consciência agora calcada no individualismo, no utilitarismo e na produção,
fazendo com que o brincar seja arrancado do mundo do adulto se tornando uma
atividade estritamente infantil (UJIIE, 2012). Segundo UJIIE (2012, p.53) “neste
período, a escola, com objetivos educacionais demarcados, passa a fazer uso
pedagógico do brincar, didatizando-o de maneira forçada e incoerente”. É
importante lembrar que nesse período haviam concepções diferentes sobre a
natureza do brincar, alguns autores entendiam ser uma atividade instintiva da
criança para aprender, tendo um caráter mais recreativo, já as Casas di Bambini