• Nenhum resultado encontrado

Ana Maria Soares de Oliveira

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2022

Share "Ana Maria Soares de Oliveira"

Copied!
7
0
0

Texto

(1)

Perspectivas sobre o setor sucoalcooleiro frente a redução da queimada de cana-de-açúca,a intensificação do corte mecanizado e a certificação

socioambiental.

[1]

Ana Maria Soares de Oliveira

Nas duas últimas décadas, temos presenciado no países capitalistas profundas transformações no mundo do trabalho, as quais se refletem tanto nas formas de inserção na estrutura produtiva, como nas formas de representação sindical e política da classe trabalhadora. Tais mudanças tem atingido não só a

“materialidade”, mas também repercutido profundamente na “subjetividade” do trabalho. Os sindicatos distanciam-se cada vez mais do sindicalismo de classe e de movimentos sociais anticapitalistas, aderindo ao sindicalismo de participação e de negociação, aproximando-se do ideário neoliberal.[2]

Nesse contexto em que inovações tecnológicas, como a robótica, a automação e a microeletrônica inserem-se e desenvolvem-se no seio das relações de trabalho e de produção do capital, invadindo o universo fabril; em que o modo de produção capitalista busca novas formas de organização da produção, muitas empresas do setor sucroalcooleiro vêm buscando estratégias de ação para sobressair-se às diferentes situações que têm se apresentado.

A reestruturação produtiva e organizacional vem ocorrendo de forma significativa. Sofisticados mecanismos de gestão e controle do processo produtivo e da força de trabalho, como a utilização da informática no controle do processo produtivo, o uso de técnicas modernas de gerenciamento e a utilização de novos equipamentos, a intensificação do corte mecanizado da cana-de-açúcar, e mesmo a ampliação do processo de terceirização, têm sido algumas das medidas adotadas por empresas do setor, cujos reflexos recaem diretamente sobre as relações de trabalho, sinalizando novos desafios para o movimento sindical.

A tendência é ocorrer também mudanças “induzidas” por razões externas à necessidade de reestruturação produtiva do capital sucroalcooleiro, mas que podem vir a contribuir com este processo.

Afirmamos isto porque temos verificado no contexto mundial, um progressivo pressionamento no que concerne à agricultura de um modo geral, no sentido de que esta modifique sua base técnica, incorporando-a a preocupação com o meio ambiente.

Para alguns autores essas exigências são decorrentes do fortalecimento da consciência ambiental e do poder político que os ambientalistas adquiriram na sociedade moderna[3]. Existe, inclusive, não só para a agricultura, mas para os demais setores produtivos, barreiras de importação para produtos que segundo BRAGA (1995), são geralmente impostas por países que já se encontram numa posição vantajosa quanto ao aspecto tecnológico.

Normas de comércio como o Selo Verde, por exemplo, atuam cada vez mais configurando-se como regra para facilitar ou impedir o acesso a determinados mercados, em outras palavras, funcionam como barreiras comerciais não tarifárias que acabam discriminando produtos, sobretudo os advindos de outros países que estejam fora dos padrões ambientais predefinidos, sendo, nesse caso, a importação ou venda impedidas.

Sociedades cujas necessidades básicas de alimentação já são satisfeitas de forma satisfatória; grandes importadoras mundiais, preocupadas com a qualidade dos produtos que consomem condicionam cada vez mais as transações internacionais à performance ambiental das empresas e países fornecedores[4].

O Brasil, enquanto importante exportador de produtos agrícolas não está imune a este tipo de exigência. Tomemos como exemplo o açúcar, este produto tem potencial participação na pauta das

exportações brasileiras e já é um dos produtos que mais se submete às Normas de Certificação da Série ISO 9000, a qual pauta-se na normatização de processos e produtos lançados no mercado, exigindo a

(2)

padronização de níveis de qualidade. Esta norma faz parte de um projeto cujos objetivos são gerar lucros, reduzir custos, racionalizar e flexibilizar negócios, e dessa forma, garantir a sobrevivência no mercado frente à concorrência[5].

A tendência é a aplicação das normas de Certificação ISO também na lavoura de cana-de-açúcar, como a norma internacional de Certificação Ambiental ISO 14000, por exemplo, a qual é destinada à normatização de sistemas e ferramentas de gestão ambiental.

As recentes experiências em termos de obtenção da Certificação Socioambiental da cana-de-açúcar e de cultivo da cana orgânica no Estado de São Paulo, desafiam as agroindústrias sucroalcooleiras a buscarem a performance ambiental exigida pela sociedade.

Temos, por um lado, o Projeto de Certificação Socioambiental da cana-de-açúcar, desenvolvido e defendido pelo IMAFLORA – Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola, que visa acompanhar as agroindústrias sucroalcooleiras interessadas em desenvolver sua produção agrícola tendo como referência os “princípios de sustentabilidade”[6]. Por outro lado, o Projeto direcionado à produção da cana-de-açúcar e do açúcar orgânico, que vem sendo monitorado pelo Instituto Biodinâmico de Desenvolvimento Rural. A agricultura orgânica, já praticada em outros tipos de culturas, chegou ao setor sucroalcooleiro, cujo açúcar produzido sem a utilização de produtos químicos, tem sido procurado, principalmente pelos países da Europa e dos Estados Unidos.

As exigências quanto à performance ambiental das empresas e à qualidade do que elas produzem, não têm se dado apenas no âmbito internacional, no contexto nacional também verificamos que parcela da sociedade vem internacionalizando hábitos de consumo e valores sociais resultantes de uma maior tomada de consciência a respeito dos efeitos deletérios da exploração econômica sobre o meio ambiente.

O setor sucroalcooleiro, particularmente, tem sido desafiado a adotar medidas quanto ao destino dos resíduos agroindustriais como a vinhaça, por exemplo, que antes era jogada nos mananciais e agora é reaproveitada como fertilizante na própria lavoura de cana.

Nos últimos anos a discussão tem girado em torno da proibição da queima de cana. As medidas governamentais restritivas dessa prática, vêm sendo pleiteadas há algum tempo pela sociedade organizada (ONG’s, Associações etc) das regiões produtoras de cana do Estado de São Paulo, sob a alegação de que a mesma produz efeitos negativos sobre a qualidade de vida da população, definidos como problemas ligados à saúde e a poluição do ar com a fuligem lançada pela fumaça da queima.

Um debate que tem dividido as opiniões entre ambientalistas, empresários, trabalhadores e o próprio poder público. Os primeiros defendendo a erradicação da queima; os segundos alegando que a queima não provoca tais impactos, ou exigindo a comprovação científica, sobretudo dos prováveis problemas de saúde decorrentes da mesma; os terceiros temendo pelo desemprego com a eliminação do corte manual; e o quarto atuando como fiscalizador e mediador, implementando leis que regulamentam a questão.

Desde a década de 60, o governo federal vem criando algumas diretrizes para a questão das queimadas no Brasil, as quais estabelecem a prática controlada do fogo em atividades agropastoris ou

florestais. Recentemente, criou o Decreto n°2.661, de 8 de julho de 1998, que regulamenta o parágrafo único do art. 27 da Lei n°4.771, de 15 de setembro de 1965 (Código Florestal) estabelecendo, no cap. IV, art. 16, sobre a redução gradativa do fogo, que:

“O emprego do fogo, como método despalhador e facilitador do corte de cana-de-açúcar em áreas passíveis de mecanização da colheita, será eliminado de forma gradativa, não podendo a redução ser inferior a um quarto da área mecanizável de cada unidade agroindustrial ou propriedade não vinculada a unidade agroindustrial, a cada período de cinco anos, contados da data de publicação deste decreto.”[7]

(3)

No contexto estadual, frente as reivindicações ambientais e o polêmico debate (aos quais já nos referimos) gerado em torno da questão, o governo estadual aprovou o Decreto n°42.056, de 6 de agosto de 1997, regulamentando a queima de cana. O qual estabelecia que a queimada deveria ser admitida

excepcionalmente e em caráter transitório na seguinte conformidade:

1. (P8) – áreas mecanizáveis (declividade igual ou inferior a 12%); nesse caso, a redução da queimada será

de 25% a cada dois anos, com o máximo de 10% no primeiro ano, num prazo de oito anos;

2. (P15) – áreas não mecanizáveis (com declividade superior a 12%); nesse caso a redução da queima será

de 13,5% a cada dois anos, num prazo de quinze anos.[8]

Com a criação desse Decreto, a polêmica se instaura em torno dos prazos estabelecidos para a eliminação da queima. Do lado das empresas, a justificativa tem sido a falta de condições

econômicas e técnicas para se adequar a estes prazos em tempo hábil. Do lado dos trabalhadores e dos sindicatos, a justificativa apresentada é o aumento do desemprego no campo e a falta de perspectivas para a reinserção dos trabalhadores no mercado de trabalho.

O debate continuou no âmbito das entidades representativas de cada um destes segmentos e mesmo da Assembléia Legislativa, resultando na apresentação em 09 de Junho de 1999, do Projeto de lei n. 491, o qual estabelece regras e precauções quanto ao emprego do fogo em práticas pastoris, florestais e agrícolas, inclusive na atividade canavieira. Tal Projeto de lei, estabelece no Capítulo I, Parágrafo 3o, que a partir de 9 de julho de 2003 o uso do fogo será proibido mesmo sob a forma de queima controlada. Já no Capítulo IV, Artigo 16, o Projeto estabelece que o emprego do fogo na colheita da cana-de-açúcar em áreas passíveis de mecanização[9], “será eliminado de forma gradativa, não podendo a redução ser inferior a um quarto da área mecanizável de cada unidade agroindustrial ou propriedade não vinculada à unidade agroindustrial, a cada período de cinco anos”

Seja qual for a lei criada para regulamentar as queimadas da cana-de-açúcar, acreditamos que a intensificação da mecanização do corte de cana será inevitável. Acreditamos também que tal processo pressupõe a existência de alguns inconvenientes para o processo produtivo como por exemplo, a necessidade de novas variedades de cana adaptadas ao corte mecanizado e sem queima; de um destino adequado da biomassa gerada pelo corte da cana crua; de um manejo adequado do solo, para que a máquina não elimine terraços e curvas de nível, estimulando assim um processo erosivo; a necessidade de investimentos em colheitadeiras mais potentes, adaptadas ao corte de cana crua; a readequação dos equipamentos para o transporte e recepção de cana crua e picada na unidade processadora, bem como a criação ou melhoria da estrutura de manutenção com pessoal capacitado para dar suporte técnico a estas máquinas e equipamentos.

Mas, mesmo com tais inconvenientes, a intensificação do corte mecanizado da cana poderá reverter-se em ganhos para o grande empresário sucroalcooleiro, ao traduzir-se em redução de custos de produção agrícola e industrial e aumento na produtividade do trabalho.

Frente ao contexto, a principal preocupação recai sobre o âmbito social, em virtude do aumento do desemprego. A título de exemplo, uma matéria publicada no Jornal O Estado de São Paulo, em 18 de Junho de 2000, revela que cerca de 30% da mão-de-obra empregada nas lavouras de cana-de-açúcar no município

(4)

de Sertãozinho-SP, fora substituída por colheitadeiras. Dos 15 mil trabalhadores rurais que estavam empregados nas usinas da região, 5 mil perderam seus empregos nos últimos dois anos.

GONÇALVES & SOUZA (1998), afirmam que o aprofundamento da mecanização da lavoura canavieira com a intensificação da colheita mecanizada, literalmente dispensará um enorme contigente de trabalhadores, mas também acreditam que isso reduzirá a sazonalidade do emprego abrindo espaço para empregos mais estáveis, fazendo emergir, face ao padrão técnico das novas máquinas, uma nova categoria de

“trabalhadores rurais qualificados”, como por exemplo os operadores de máquinas.

Segundo THOMAZ Jr, para o corte mecanizado de cana queimada ou crua a raiz da questão é “a nova divisão técnica e territorial do trabalho, ou seja, o capital ao mecanizar o corte de cana, não só elimina trabalhadores do processo de produção, mas redefine e recria novos atores sociais, reenquadrando- os em novas funções operativas para o processo de trabalho em novas atividades (...)”(1996:14).

THOMAZ JR ressalta ainda que, com a intensificação do corte mecanizado, o processo de trabalho está perdendo suas características iniciais. Quando o corte era predominantemente manual, o trabalhador estava à frente do processo, com a mecanização do corte não se está mais diante da “subsunção formal, mas o trabalhador é subsumido à máquina, sendo portanto, o uso da máquina a realização plena da subsunção real do trabalho no capital” (1996:214).

A poluição do ar gerada pela queima de cana e os transtornos causados a população, sobretudo dos centros urbanos próximos aos canaviais, através da fuligem deixada pela fumaça, é fato, isso não podemos negar. Portanto, não queremos aqui colocar em xeque a veracidade dos efeitos adversos que as queimadas de cana possam exercer sobre a qualidade de vida dos indivíduos. Só nos questionamos quanto ao fato das restrições feitas em relação a queimada da cana acabar reforçando o processo de reestruturação do capital sucroalcooleiro, em detrimento dos problemas que surgem no âmbito das relações de trabalho. Certamente o processo de produção, sob o referencial tecnológico, não reabsorverá todo o contingente de trabalhadores. A qualificação e readequação da mão-de-obra nessa nova fase do processo beneficiará apenas parte dela. A questão que nos fazemos é o que será dessa massa de trabalhadores desempregados? Sem educação formal, sem acesso a serviços públicos básicos e sem condições de moradia e alimentação decentes. Não estarão eles fadados a engrossarem a fileira dos excluídos? A aumentarem o índice de favelização e de marginalidade na periferia dos centros urbanos?

Neste contexto, a discussão perpassa também pela viabilidade ou não dos pequenos e médios fornecedores continuarem plantando cana. As usinas estão transferindo os custos de corte, carregamento e transporte da cana, para os fornecedores, além disso, a mudança nos termos de pagamento da cana: antes o valor pago ao fornecedor pelo teor de sacarose apresentado pela cana-de-açúcar, substituído pelo valor associado ao equivalente recebido pelos produtos finais (ATR – Açúcares Totais Recuperáveis), tem tornado precárias as relações entre fornecedores e usinas. Com isso, a permanência de muitos fornecedores na atividade canavieira poderá ser inviabilizada.

Segundo GONÇALVES & SOUZA (1998), a perspectiva é de que cerca de 90% dos pequenos e médios fornecedores com área inferior a 125 hectares sejam eliminados. Estes representam em torno de 10 mil em todo Estado de São Paulo.

Os fornecedores que produzirem menos de 50 mil toneladas de cana estão fadados a mudar de atividade ou vender suas terras. Ao venderem suas terras para os grandes fornecedores e donos de usinas, conseqüentemente, estarão estimulando novamente a concentração da terra e da renda.

O Estado brasileiro, a partir da chamada “modernização conservadora” da agricultura, viabilizou uma série de condições materiais favoráveis a ampliação do capital. Ao assegurar a subsunção da terra e conservar o poder econômico da burguesia agrária, estimulou a intensificação da concentração fundiária e, acabou garantindo também a concentração econômica que propiciou aos grandes capitalistas, maiores condições para a obtenção da propriedade dos bens de produção e de acesso aos mecanismos de financiamento[10]. Em função disso, segundo ANDRADE (1994:192), os empresários sucroalcooleiros mais capitalizados expandiram suas áreas aumentando a produção de matéria-prima. Isto foi possível,

(5)

principalmente, para as empresas cujas condições eram favoráveis à consolidação da articulação orgânica entre a parte agrícola e a fabril. A integração da lavoura com a indústria processadora numa só unidade empresarial, conseqüentemente garantiu o monopólio da produção de cana, em detrimento dos fornecedores.

Hoje, com as restrições à queima da cana-de-açúcar, a tendência é que haja um novo reordenamento territorial e produtivo das empresas do setor, principalmente daquelas cujas terras estão assentadas em relevo declivoso, que dificulta ou impossibilita o emprego de máquinas na colheita mecânica.

Segundo VEIGA FILHO (1998), o Grupo Cosan é um exemplo, liberou 15 mil hectares de quatro usinas do mesmo grupo, localizadas na região de Piracicaba e adquiriu o controle acionário de uma outra usina no município de Jaú (SP), em cujas terras o solo possui alta fertilidade natural e declividade baixa, portanto perfeitamente adequado à colheita mecanizada. Certamente este deslocamento de empresas (e porque não de capital!), se expressará territorialmente de maneira diferenciada. Primeiro, porque quem vai ter condições de se deslocar serão as empresas mais capitalizadas; segundo, porque as regiões (como Ribeirão Preto, por exemplo) cujos fatores físico-geográficos favorecem a mecanização do corte serão provavelmente menos atingidas.

O setor sucroalcooleiro, que passou décadas sob a tutela do Estado, vivenciou nos anos 90 um processo de desregulamentação, a partir do momento em que o governo deixou de definir o preço da cana- de-açúcar, do açúcar e do álcool. Concomitantemente, ocorreu o desmonte do IAA – Instituto do Açúcar e do Álcool, e a diminuição da demanda por álcool hidratado, refletindo o desinteresse das montadoras de automóveis por modelos a álcool. Segundo GRAZIANO SILVA (1999: 5), “...nos anos 90, o conjunto dos atores sociais defensores do Proálcool perdeu um grande e poderoso aliado – as montadoras de automóveis...”.

Diante da mudança de padrão de intervenção direta do Estado, os interesses do setor sucroalcooleiro passam a ter no Congresso Nacional sua principal arena de defesa e não mais um órgão específico do aparelho de Estado. Com o locus de pressão do setor agora deslocado para o Congresso, incentiva-se a criação de lobbies e a defesa de interesses regionais em detrimento do conjunto do setor.

Segundo THOMAZ JR (1999:13), as novas alternativas buscadas para a (re)edificação do projeto estratégico do capital ultrapassa os limites do discurso neoliberal, e ao mesmo tempo que exige a saída do Estado do setor, reivindica novas linhas de crédito e subsídios especiais. O capital sucroalcooleiro busca a redefinição da produção de álcool e para tanto utiliza a renovação da matriz energética para sustentação de seu discurso, apoiando-se na justificativa de autosustentabilidade da agroindústria e na questão ambiental, ou mesmo na padronização de procedimentos objetivando a certificação socioambiental da cana-de-açúcar.

As entidades representativas do capital sucroalcooleiro fortalecem-no, articulando a sustentação desse projeto, bem como as redefinições do setor (entre as quais a revitalização do Proálcool), através de uma nova “aliança” com o Estado e com o trabalho, encimada na efetuação de novas diretrizes econômicas e políticas.

(6)

Num cenário em que o processo de reordenamento territorial e produtivo ainda encontra-se em curso;

em que as perspectivas e tendências que se vislumbra para o setor e que envolvem a seara da relação capital- trabalho, revelam um misto de contradições, de desemprego, de exploração da força de trabalho e de desigualdades, não podemos definir ainda com clareza quais os desdobramentos para o conjunto da sociedade daqui para a frente. Mas acreditamos que as alternativas políticas de resistência e de luta anticapitalista podem soldar-se no enraizamento da luta de classe, recolocando ou não em discussão a questão da propriedade privada e da reforma agrária.

BIBLIOGRAFIA:

ANDRADE, M. Correia de. Modernização e pobreza: a expansão da agroindústria canavieira e seu impacto ecológico e social. S. Paulo: USP/FFLCH-GEO, 1994.

ANTUNES, Ricardo. Adeus ao trabalho: ensaios sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho. São Paulo: Cortez, 4a ed., 1997.

BRAGA, Tânia. Educação Ambiental, Economia Internacional e Gestão Empresarial.

São Paulo: Gaia – Cadernos do III Fórum de Educação Ambiental, 1995.

DIÁRIO OFICIAL . Brasília/DF: Imprensa Nacional, 1998.

DONAIRE, D. Gestão Ambiental na empresa. São Paulo: Atlas, 1995.

GONÇALVES, J. Sidnei & SOUZA, S. A. Moreira. Proibição da queima de cana no Estado de São Paulo: simulações dos efeitos na área cultivada e na demanda pela força de trabalho. In:

Informações Econômicas, São Paulo, v. 28, n. 3, 1998.

GRAZIANO DA SILVA, J. Política para o setor sucroalcooleiro frente à crise: uma proposta alternativa para o estado de São Paulo. São Paulo: PT, 1999.

JORNAL O ESTADO DE SÃO PAULO, (Caderno de Economia: agroindústria), edição de 18 de junho de 2000.

________. (Suplemento Agrícola), edição de 19 de janeiro de 2000.

JORNALCANA. Ribeirão Preto/SP, Série II, ano VII, n.78, junho de 2000.

PROJETO DE LEI N. 491, de 1999. São Paulo: Assembléia Legislativa, 1999.

SPAROVEK, G. et al. Aptidão das terras de Piracicaba para o corte mecanizado de cana-de-açúcar.

In: STBA, Açúcar, Álcool e Subprodutos, v. 15, n. 5, 1997.

(7)

THOMAZ Jr. Antonio. Por trás dos canaviais, os (nós) da cana (uma contribuição ao entendimento da relação capital x trabalho e do movimento sindical dos trabalhadores na agroindústria canavieira paulista). São Paulo: FFCLH/USP (Tese de Doutorado), 1996.

________. Gestão territorial da relação capital-trabalho na agroindústria sucroalcooleira: os desafios para o movimento sindical. Presidente Prudente: FCT/Unesp (Mimeogr.), 1999.

TORRES, Ana P. et al. Análise do meio ambiente do município de Araraquara. Presidente Prudente:

FCT/UNESP (Mimeogr.), 1997.

VEIGA FILHO, A. et al. Estimativa de desemprego na colheita de cana decorrente da mecanização. In:

STAB, Açúcar, Álcool e Subprodutos, v. 13, n. 4, 1995.

VEIGA FILHO, A. Fatores explicativos da mecanização do corte na lavoura canavieira paulista. São Paulo: IEA/Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de S. Paulo, 1998.

[1] Este artigo é produto da monografia de bacharelado desenvolvida e concluída durante o ano de 1999, com bolsa da FAPESP.

Aluna do Curso de Pós-Graduação em Geografia/FCT/UNESP/Presidente Prudente, em nível de mestrado. E-Mail: anamso@stetnet.com.br

[2] Para mais detalhes ver ANTUNES, Ricardo, 1997.

[3] GONÇALVES & SOUZA, 1998, discutem a questão.

[4] Sobre a questão ver: GONÇALVES & SOUZA, 1998; BRAGA, 1995; DONAIRE, 1995.

[5] MARTINEZ, 1997: 62 discute sobre a Certificação ISO 9000 mais detalhadamente.

[6] De acordo com o Programa de Certificação Agrícola do Imaflora, tal princípio defende que a produção agrícola seja realizada de maneira “ambientalmente adequada, socialmente justa e economicamente viável, empregando técnicas e sistemas apropriados para a realidade ecológica e sócio-econômica da região” (1999:2)

[7] Diário Oficial (Imprensa Nacional), n. 129, 9 de julho de 1998.

[8] TORRES et al, 1997.

[9] O Projeto de lei n. 491, reconhece como áreas mecanizáveis aquelas com declividade inferior a doze por cento.

[10] Para mais detalhes ver THOMAZ Jr, 1996:74.

Referências

Documentos relacionados

29 Table 3 – Ability of the Berg Balance Scale (BBS), Balance Evaluation Systems Test (BESTest), Mini-BESTest and Brief-BESTest 586. to identify fall

Más en concreto, argumentaré que el aprendizaje de la ciencia, en contra de lo que han supuesto algunos de los modelos dominantes del cambio conceptua l a partir de la propuesta

Entende-se que os objetivos desta pesquisa foram alcançados, uma vez que a medida de polaridade conseguiu captar espaços com maiores potenciais de copresença (espaços

A placa EXPRECIUM-II possui duas entradas de linhas telefônicas, uma entrada para uma bateria externa de 12 Volt DC e uma saída paralela para uma impressora escrava da placa, para

Todas as outras estações registaram valores muito abaixo dos registados no Instituto Geofísico de Coimbra e de Paços de Ferreira e a totalidade dos registos

A versão reduzida do Questionário de Conhecimentos da Diabetes (Sousa, McIntyre, Martins & Silva. 2015), foi desenvolvido com o objectivo de avaliar o

Desta forma, conforme Winnicott (2000), o bebê é sensível a estas projeções inicias através da linguagem não verbal expressa nas condutas de suas mães: a forma de a

Nesse contexto, o presente trabalho tem como objetivo realizar testes de tração mecânica e de trilhamento elétrico nos dois polímeros mais utilizados na impressão