• Nenhum resultado encontrado

do feudalismo ao capitalismo: transições

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "do feudalismo ao capitalismo: transições"

Copied!
10
0
0

Texto

(1)
(2)
(3)

discutindo a história

do feudalismo ao capitalismo:

transições

samuel sérgio salinas

coord.: jaime pinsky

(4)

Capa: Sylvio Ulhoa C i n t r a Filho Fotos de capa e de miolo: Vilu S a l v a t o r e Pesquisa iconográfica: Letícia V. de S o u s a Reis Composição: L i n o a r t L t d a . Impressão e Acabamento: DAG Gráfica e E d i t o r i a l

Copyright © S a m u e l Sérgio Salinas

Dados de Catalogação na Publicação (CIP) Internacional (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Salinas, Samuel Sérgio.

S16d Do feudalismo ao capitalismo : transições / Samuel Sérgio Salinas. — São Paulo : Atual, 1987.

(Discutindo a história) Bibliografia.

1. Capitalismo — História 2. Feudalismo

3. História econômica — Idade Média, 500-1500 I. Título. II.

Série.

CDD-330.902 -330.12209

87-1297 -940.14

índices para catálogo sistemático:

1. Capitalismo : História 330.12209 2. Economia medieval : História 330.902 3. Feudalismo : Europa : História 940.14 4. Idade Média : Economia : História 330.902

T o d o s os direitos r e s e r v a d o s à ATUAL EDITORA LTDA.

R u a J o s é Antônio Coelho, 785 Telefone: 575-1544 04011 — S ã o P a u l o — SP

LUYLIVI 2 4 6 8 1 0 9 7 5 3 1 NOS PEDIDOS TELEGRAFICOS BASTA CITAR O CÓDIGO: ANCH0132E

(5)

sumário

Bate-papo com o Autor 1 1. O que m u d a na H i s t ó r i a 3

2. R o m a 6 3. O feudalismo e u r o p e u 15

4. O capitalismo 31 5. América Latina: capitalismo mercantil, feudalismo . . . 49

6. Observações finais 56

Bibliografia 59

Cronologia 61

Discutindo o texto 63

(6)

"Os capitalistas se distinguem dos senhores feudais, na medida em que estes últimos têm uma relação externa com a produção, pois eles são beneficiários externos — com aju- da de meios repressivos particulares — através dos tributos ou da renda, num processo de trabalho onde eles não apare- cem estruturalmente integrados. O capitalista teria então uma situação nova junto à produção, pois à diferença dos outros representantes das classes dominantes dos modos de produção pré-capitalista, ele está i n t e g r a d o na p r o d u ç ã o como organizador da produção e da circulação. A burguesia tem uma atividade no processo de sua reprodução — seu direito de propriedade — que é, e constitui, tanto uma pre- sença direta quanto uma presença delegada. Estudar a bur- guesia como classe é estudar o Estado, pois é através deste aparelho que a burguesia como tal se constitui em classe dominante."

(Carlos Henrique Escobar, Ciência da H i s t ó r i a e Ideologia,)

(7)

bate-papo com o autor

Nascido em 1932, em A r a r a q u a r a , S a m u e l Sérgio Salinas foi jornalista e bacharelou-se em Direito pela USP em 1955, t e n d o ingressado no Ministério Público do E s t a d o de São Paulo, onde se a p o s e n t o u como P r o c u r a d o r da Justiça. For- mou-se em Ciências Sociais pela F a c u l d a d e de Filosofia, Ciências e Letras de Rio Claro, e t r a b a l h o u na UNICAMP.

Foi t a m b é m a l u n o do I Curso Taller, organizado no México pelo I n s t i t u t o Latino-americano de Pesquisas Econô- micas e Sociais. Atuou como consultor d a s Nações Unidas p a r a o II Curso Taller de Estratégias E c o n ô m i c a s e Sociais.

É a u t o r do livro O bando dos quatro, s o b r e a industria- lização do sudeste asiático, e integra o Conselho C u r a d o r da F u n d a ç ã o Cásper Libero.

A seguir, Samuel Salinas r e s p o n d e a três questões:

1. Qual a atualidade de seu livro?

O tema é p a r t e do conjunto de preocupações teóricas q u e r e d i m e n s i o n a r a m a História a p a r t i r do século XIX, projetando-a c o m o a m a i s dinâmica das Ciências Sociais c o n t e m p o r â n e a s .

1

(8)

2. O feudalismo termina através de morte natural ou pro- vocada?

P a r a n o s s i t u a r m o s n o contexto d a p e r g u n t a , d i r í a m o s q u e pelos dois motivos, m a s n ã o se deve a t r i b u i r a " n a t u r a l "

q u a l q u e r conotação providencialista. Não há " m ã o s invisí- v e i s " na História. A p a r t i r de um d a d o p e r í o d o , a classe social ascendente torna-se consciente da existência de obstá- culos à sua hegemonia. É o m o m e n t o em que e l a b o r a a ideo- logia da " I d a d e das Trevas", no nosso caso. A l u t a ideoló- gica é, p o r t a n t o , u m a f o r m a de p r o v o c a r a m o r t e do feuda- lismo. Pelo m e n o s no c a m p o d a s idéias, ou da teoria.

3. Qual o papel do comércio e da cidade na transição?

O capital comercial torna-se p a r t e do processo capita- lista de transição. P e r d e a sua " i n d e p e n d ê n c i a " se p e n s a r m o s , p o r exemplo, no capital m e r c a n t i l dos fenícios etc.

As cidades p a s s a m a integrar, i n t e n s a m e n t e , o processo p r o d u t i v o nuclear, ou seja, o industrial — daí as conseqüên- cias sociais, econômicas e políticas que conhecemos, d e n t r e elas a concentração p r o l e t á r i a e a politização das " m a s s a s " .

2

(9)

1. O que muda na história

Temos a convicção de que nossas instituições, ciências, costumes, política etc. são, hoje, p r o f u n d a m e n t e diferentes das instituições, ciências, costumes etc. de o u t r a s épocas.

Não b a s t a , p o r é m , descrever e t e n t a r situar, no t e m p o , essas m u d a n ç a s . Os antigos cronistas e gerações de historia- dores a c u m u l a r a m fatos em grossos volumes, sem desemba- r a ç a r o enredo das transformações o c o r r i d a s em milênios de história da h u m a n i d a d e .

As inquietações e, mais do que isso, a metódica reflexão de investigadores surpreendidos com o d i n a m i s m o da época c o n t e m p o r â n e a , época de revoluções b u r g u e s a s e socialistas, a l t e r a r a m o r u m o m o d o r r e n t o das pesquisas e do discurso histórico. A atenção deslocou-se da coleta de fatos p a r a os fundamentos das m u d a n ç a s no c o m p o r t a m e n t o e na organi- zação, quer de povos h a b i t a n t e s das m a i s distantes regiões do globo, q u e r dos m o d o s como os h o m e n s se organizam p a r a produzir a sua vida social. O q u e m u d a ? Como m u d a ? Por que m u d a ?

Este c o n j u n t o de questões ocupa o palco da história, da

"nova história", e p o r si só desperta e n o r m e interesse e am- plo debate, n ã o a p e n a s científico, m a s político.

A história das m u d a n ç a s , das transições, m e n s u r a n d o os tempos longos e c u r t o s , as c o n j u n t u r a s e as séries seculares de preços, torna-se p a r t e do nosso cotidiano. Sentimo-nos obrigados a interpelar o passado p a r a c o m p r e e n d e r e, se possível, entrever o futuro. A única resposta p a r a o que vai

3

(10)

acontecer está no q u e já aconteceu. Não t e m o s o u t r o s parâ- m e t r o s . A cada dia vivemos o nosso p a s s a d o , c o m o p a s s a d o histórico e como r e p e r t ó r i o das indagações q u e ele nos per- m i t e p r o p o r p a r a o futuro.

S a b e m o s hoje que as sociedades m u d a m , estão m u d a n d o , e c o m p r e e n d e m o s q u e devem m u d a r .

O que m u d a ? O indivíduo ou a sociedade? Os idealistas, e n t e n d i d a a palavra no sentido filosófico, privilegiam o papel do indivíduo e suas idéias, deslocando-o p a r a o proscênio dos acontecimentos. A c o r r e n t e materialista, p o r sua vez, não descarta a relevância do indivíduo, m a s p r o c u r a situá-lo na sociedade, de que é p a r t e . O h o m e m m u d a , n ã o p o r q u e t e n h a v o n t a d e de m u d a r , n e m p o d e r individual p a r a p r o d u z i r a m u d a n ç a , m a s p o r q u e a sociedade, onde a t u a , m u d a .

Se não é a consciência dos indivíduos q u e p r o d u z a mu- dança, o que explica a certeza dessas m u d a n ç a s ? As r e s p o s t a s dos historiadores são controvertidas, em q u a l q u e r c a m p o o n d e se queira classificá-los.

Neste livro o a u t o r t o m a p a r t i d o p a r a afirmar: m u d a a m a n e i r a como os h o m e n s p r o d u z e m e r e p r o d u z e m a sua vida econômica, social, política etc. Por o u t r o lado, a vida mate- rial, a p r o d u ç ã o cotidiana dos meios de sobrevivência, histo- r i c a m e n t e concretizada, revela como os h o m e n s se organizam p a r a assegurá-la, d e s p e n d e n d o energias no t r a b a l h o e nas condições de emprego do t r a b a l h o , desta ou d a q u e l a forma, deste ou daquele m o d o . Nessas relações, cristalizadas pelo e m p r e g o da força de t r a b a l h o , residem os elementos subs- tanciais q u e r das m u d a n ç a s nos " t e m p o s de longa d u r a ç ã o " , q u e r das "revoluções" q u e assinalam a transição acelerada d e u m m o d o d e p r o d u ç ã o p a r a o u t r o .

A leitura das periodizações, p r o p o s t a s em o b r a s e cole- ções famosas de história, p e r m i t e perceber q u e e n t r e a I d a d e Média e a Época C o n t e m p o r â n e a as diferenças residem es- sencialmente na forma como, na primeira, o t r a b a l h o servil assegura a r e p r o d u ç ã o da vida m a t e r i a l e, na segunda, a pro- d u ç ã o de m e r c a d o r i a s e o t r a b a l h o a s s a l a r i a d o c o n s t i t u e m aspectos decisivos p a r a c o m p r e e n d e r as p r o f u n d a s transfor- mações que os a u m e n t o s de produtividade do t r a b a l h o pro- p i c i a r a m nos últimos séculos. A história aí n ã o se esgota; no e n t a n t o , p a r t e daí.

4

Referências

Documentos relacionados

O uso de broncodilatadores inalatórios pode reduzir signi- ficativamente a resistência das vias aéreas, contribuindo para a melhora da mecânica respiratória e da sincronia do

Com o intuito de promover saúde por meio de informação à população, foi desenvolvido um manual didático, de baixo custo, contendo 12 páginas de material informativo sobre a

ATENÇÃO: Para cotação de empresas com vidas a partir de 65 anos, consulte nossa área técnica, pois haverá agravo de valor para toda a massa.. Valores válidos apenas para empresas

Disto pode-se observar que a autogestão se fragiliza ainda mais na dimensão do departamento e da oferta das atividades fins da universidade, uma vez que estas encontram-se

Nos valores totais para o corpus percebe-se um bom desempenho da ferramenta OGMA, levando em consideração que aproximadamente 1/3 das palavras-chave atribuídas

O uso do poliuretano (PU) como suporte de baixo custo para de imobilização , prova ser um material muito promissor, pois em nosso estudo o uso da lipase de Candida antarctica

Allan Kardec, profundo conhecedor da ciência espírita, assumimos hoje a obrigação simples e fácil, dada a sua perícia e grande inteligência na citada ciência, de dar a

Considerando que a maioria dos dirigentes destas entidades constituem-se de mão de obra voluntária e na maioria das vezes sem formação adequada para o processo de gestão e tendo