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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA E CONTABILIDADE DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA E CONTABILIDADE

DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

VINICIUS DA SILVA ROLIM

A NOVA LEI DE TERCEIRIZAÇÃO E AS MUDANÇAS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E EMPRESARIAL BRASILEIRAS

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VINICIUS DA SILVA ROLIM

A NOVA LEI DE TERCEIRIZAÇÃO E AS MUDANÇAS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E EMPRESARIAL BRASILEIRAS

Monografia apresentada ao Curso de Administração da Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração.

Orientador: Profa. Dra. Márcia Zabdiele

Moreira

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VINICIUS DA SILVA ROLIM

A NOVA LEI DE TERCEIRIZAÇÃO E AS MUDANÇAS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E EMPRESARIAL BRASILEIRAS

Monografia apresentada ao Curso de Administração da Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração.

Aprovada em _____/_____/_______

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________

Profa. Dra. Márcia Zabdiele Moreira (Orientadora)

Universidade Federal do Ceará (UFC)

______________________________________________ Profa. Dra. Alane Siqueira Rocha

Universidade Federal do Ceará (UFC)

______________________________________________ Profa. Dra. Kilvia Souza Ferreira

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AGRADECIMENTOS

Primeiro, gostaria de agradecer a Deus por me guiar e me dar forças para enfrentar todas as dificuldades. Agradeço pelos momentos felizes e difíceis que me fizeram mais forte ao trilhar esse caminho árduo para me formar na Universidade Federal do Ceará, no curso de Administração de Empresas.

Agradeço aos meus pais, Maria do Carmo da Silva Rolim e Francisco de Assis dos Anjos Rolim, por toda a educação, carinho, esforço e amor que sempre me deram. Por todos os ensinamentos passados para que eu pudesse me tornar a pessoa que sou hoje.

Agradeço a professora Márcia Zabdiele Moreira, por todo suporte, paciência e ajuda neste projeto. Sem a sua cooperação, seria muito difícil concluir este trabalho. Muito obrigado. Agradeço também a todos os professores que passaram em minha vida acadêmica, pois contribuíram de alguma forma para que eu alcançasse esse objetivo.

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RESUMO

A terceirização vem sendo bastante utilizada nas diversas relações de trabalho da atualidade, tendo em vista a globalização e maleabilidade das relações trabalhistas no país. Por isso, sua prática vem sendo bastante utilizada tanto na Administração Pública como na Administração Privada. Faz-se necessário elencar suas vantagens e desvantagens, buscando atingir a máxima eficiência em sua aplicação em qualquer uma das esferas, pública e empresarial. No corrente ano, foi aprovada uma lei no Senado que modifica alguns entendimentos referentes à terceirização. Assim, o estudo teve como objetivo geral analisar as mudançasque a nova lei de Terceirização promoverá na administração pública e empresarial brasileiras. A metodologia, aplicada no estudo, é a de pesquisa exploratória, mediante análise de material documental e bibliográfico, de natureza qualitativa. A coleta de dados será feita através da aplicação de questionário com estudiosos da área do direito do trabalho, professores de universidades e advogados, afim de comparar as suas percepções sobre os impactos da Lei de n° 13.429/2017 na terceirização pública e empresarial. Os resultados observados apontam para uma maior beneficiação das organizações e uma precarização dos direitos trabalhistas. Estes resultados permitiram perceber que a partir das mudanças previstas na Lei de n° 13.429/2017, as organizações se beneficiarão mais que os colaboradores terceirizados.

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Outsourcing has been widely used in the various labor relations of today, in view of the globalization and malleability of labor relations in the country. Therefore, its practice has been widely used in both Public Administration and Private Administration. It is necessary to list its advantages and disadvantages, seeking to achieve maximum efficiency in its application in any of the spheres, public and business. In the current year, a bill was passed in the Senate that modifies some understandings regarding outsourcing. Thus, the general objective of the study was to analyze the changes that the new Outsourcing Law will promote in Brazilian public and business administration. The methodology, applied in the study, is that of exploratory research, through analysis of documental and bibliographic material, of a qualitative nature. The data collection will be done through the application of a questionnaire with scholars from the area of labor law, university professors and lawyers, In order to compare their perceptions about the impacts of Law No. 13,429/2017 on public and business outsourcing. The observed results point to a greater improvement of the organizations and a precariousness of labor rights. These results made it possible to perceive that from the changes provided for in Law 13,429/2017, organizations will benefit more than outsourced employees.

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LISTA DE QUADROS

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1 INTRODUÇÃO ... 13

2 TERCEIRIZAÇÃO ... 15

2.1 A Origem da Terceirização no Mundo ... 15

2.2 A Terceirização no Brasil ... 15

2.3 Conceitos ... 16

2.4 Vantagens e desvantagens ... 17

3 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E EMPRESARIAL ... 20

3.1 A origem da Terceirização na Administração Pública ... 20

3.1.1 Conceitos ... 21

3.1.2 Princípios que regem a administração pública ... 23

3.1.3 Terceirização Lícita x Ilícita ... 26

3.1.4 A Lei n° 13.429 ... 28

3.2 Administração Empresarial ... 31

3.2.1 A terceirização na Administração Empresarial ... 32

3.2.2 Quarteirização ... 33

4 METODOLOGIA ... 35

4.1 Quanto aos objetivos da pesquisa... 35

4.2 Quanto à natureza da pesquisa ... 35

4.3 Quanto à coleta de dados ... 36

4.4 Quanto à tabulação dos dados ... 36

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5 ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 38

5.1 Quanto a Administração Pública e Privada ... 38

5.1.2 Quanto ao trabalhador de serviço público e privado ... 39

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 42

REFERÊNCIAS ... 44

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1 INTRODUÇÃO

A terceirização é uma prática comum, utilizada nas mais diversas relações de trabalho do cotidiano, em virtude das mudanças no sistema econômico. Martins (2012) explica que em um mundo globalizado, que tende para a especialização em todas as áreas, a terceirização gera novos empregos e novas empresas, desverticalizando-as.

Polonio (2001) afirma que o processo de terceirização surgiu de forma natural no século XIX, pois as economias emergentes necessitavam de uma maior capacidade de diversificação das atividades das empresas principais e acessórias, delegando os serviços secundários para outras instituições e deixando apenas a atividade principal para ser executada pela própria organização.

Vieira Júnior (2014) pontua que a terceirização ainda é um assunto polêmico dentro do âmbito da administração pública, em especial quanto a celebração de convênios e os reflexos quanto a isonomia salarial. Afirma que deve haver uma isonomia de tratamento entre concursados e terceirizados, visto que um possível conflito entre as partes pode gerar um problema maior no ambiente de trabalho.

Santos (2014) chama atenção para o fato de que em qualquer processo decisório, é de extrema importância a análise dos aspectos positivos e negativos e com a terceirização não seria diferente. Apesar da terceirização apresentar diversas vantagens e muitas vezes ser vista como a solução para alguns problemas organizacionais, seu processo decisório deve ser criteriosamente analisado.

Deve-se também observar a Lei nº. 13.429/2017, que gera muito impacto sobre a forma em que a terceirização atua, suas características e limites, não só no âmbito empresarial como na administração pública.

Assim a prática da terceirização, agora regulamentada por lei, na administração privada e pública foi escolhida como foco desse trabalho. Busca-se responder o seguinte problema: Que mudanças a nova lei da terceirização gerará para administração pública e empresarial?

O presente estudo tem como objetivo geral, analisar o impacto da Lei de nº 13.429/2017 na Administração Pública e Privada brasileira.

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identificar os benefícios e prejuízos para os trabalhadores do serviço público e privado. A escolha do tema se deu devido a uma necessidade de se conhecer mais a fundo a Lei de n°. 13.429/2017 e o seu impacto para a esfera pública e privada, visto que a prática da terceirização vem sendo cada vez mais utilizada nas organizações como uma possível saída para a resolução de alguns problemas, como custo de operações, dentre outros.

A importância deste trabalho, é de buscar o entendimento sobre as mudanças que a Lei n°. 13.429/2017 acarretará tanto no prisma empresarial como no prisma público, pois impactará as relações de trabalho.

A metodologia para este trabalho é caracterizada por ser uma pesquisa exploratória, mediante análise de material documental e bibliográfico, de natureza qualitativa e o método de pesquisa será construído através de aplicação de questionário. O primeiro capítulo deste trabalho é a introdução. Nele, serão apresentados de uma forma geral, os temas abordados na monografia e seus objetivos.

O segundo capítulo apresenta a segmentação teórica acerca da terceirização. Suas origens, seus conceitos e definições, vantagens e desvantagens.

O terceiro capítulo apresenta também uma segmentação teórica, porém agora da Administração Pública e empresarial.

O quarto capítulo deste estudo é a metodologia. Junto dele, sua classificação quanto à natureza e tipo de pesquisa, além dos objetos de pesquisa desse trabalho.

O quinto capítulo refere-se a análise dos dados obtidos com a pesquisa, referentes aos impactos dentro das duas esferas da administração e aos trabalhadores.

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2 TERCEIRIZAÇÃO

Neste capítulo, será abordada de forma resumida a história da terceirização, a sua origem, sua implantação no Brasil, seu conceito e suas vantagens e desvantagens.

2.1 A Origem da Terceirização no Mundo

Teixeira (2004) pontua que a terceirização surgiu para o mundo quando o Japão promoveu a abertura de seus portos, iniciando um processo de importação de produtos e máquinas. Logo se percebeu uma decadência das empresas locais e as mesmas precisaram se desenvolver para não perder seu espaço no mercado. Como pequenas e médias indústrias de tecelagens que, não suportando a concorrência desleal, passaram a realizar trabalhos complementares às grandes indústrias de tecelagem.

Vieira Júnior (2014) aponta que, durante a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos aliaram-se aos países europeus para enfrentar as forças nazistas e o Japão. Essa aliança resultou em um aumento expressivo da demanda no setor bélico, o que levou as indústrias a buscarem um maior aprimoramento de seus produtos e de suas técnicas de produção.

Martins (2012) explica que o aumento mostrou que o foco da indústria deveria ser realocado para a produção e as atividades de suporte poderiam ser delegadas a terceiros, a outras empresas que prestassem esse serviço. De fato, só a partir desse marco histórico, a terceirização passou a interferir de forma mais agressiva na sociedade e economia.

2.2 A Terceirização no Brasil

Segundo Martins (2012, p.2), a terceirização no Brasil veio junto com as multinacionais na década de 1950, como registra:

No Brasil, a noção da terceirização foi trazida por multinacionais por volta de 1950, pelo interesse que tinham em se preocupar apenas com a essência do seu negócio. A indústria automobilística é exemplo da terceirização, ao contratar a prestação de serviços de terceiros para a produção de componentes do automóvel, reunindo peças fabricadas por aqueles e fazendo a montagem final do veículo.

Giosa (1997, p.27) comenta que a terceirização ganhou força no Brasil no governo de Juscelino Kubitsheck que inaugurou o estilo de intervenção estatal. Ele diz:

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estratégias de substituição de importações na América Latina.

Além das multinacionais automobilísticas, as empresas que praticam atividades de limpeza e conversação também são consideradas pioneiras da terceirização no Brasil, pois exercem suas atividades desde aproximadamente 1967.

Ainda segundo Martins (2012, p.3) após a década de 1970, a terceirização vinha tornando-se cada vez mais frequente no país. Ele pontua:

Verificava-se em 1973, no Brasil, que a locação de mão de obra vinha se tornando frequente. Havia mais de 50.000 trabalhadores nessas condições na cidade de São Paulo, os quais prestavam serviços a 10.000 empresas (Isis de Almeida, 1977, p.4). As empresas tinham por objetivo conseguir mão de obra mais barata, não se pretendendo furtar às disposições tutelares da legislação trabalhista, que visava proteger o trabalhador.

Desde o início de sua aplicação, até os dias atuais, a terceirização vem ganhando força na sociedade brasileira, visto que sua prática se mostrou bastante vantajosa para o empregador brasileiro em diversas situações.

2.3 Conceitos

Existem diversos conceitos derivados da doutrina, porém cabe observar, que não há nenhum tipo de unanimidade quanto a terminologia da palavra terceirização. Martins (2012) explica que existem vários nomes que são utilizados para denominar a contratação de terceiros pela empresa para prestação de serviços ligados à sua atividade-meio. Fala-se em terceirização, subcontratação, filialização, reconcentração, desverticalização, exteriorização do emprego, focalização, parceria etc.

A terceirização também pode ser compreendida como a relação que parte de uma empresa privada ou governamental que deseja transferir algumas de suas atividades a uma empresa contratada apenas para desempenhar tal função. Segundo Carvalho (2014), alguns dos objetivos de se terceirizar uma tarefa ou serviço são diminuir os custos, economizar recursos, reduzir a estrutura operacional da organização e reduzir a desburocratização da administração.

Di Pietro (2008) comenta que a terceirização é a contratação, por determinada empresa (o tomador de serviço), do trabalho de terceiros para o desempenho de atividades-meio. Ela pode assumir diferentes formas, como empreitada, locação de serviços, fornecimento etc.

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Segundo Martins (1996, p.19 apud Teixeira, 2004, p.6): “de forma mais simples e objetiva, por terceirização tem-se entendido o fato de a empresa contratar serviços de terceiros para suas atividades-meio”.

Queiroz (1992, apud Silva, 1998, p.4) pontua que a terceirização pode ser compreendida como:

“Uma técnica administrativa que possibilita o estabelecimento de um processo gerenciado de transferências, a terceiros, das atividades acessórias e de apoio ao escopo das empresas que é sua atividade-fim, permitindo a estas concentrar-se no concentrar-seu negócio, ou concentrar-seja, no objetivo final”.

Conforme Nascimento (2013), a terceirização é o processo de descentralização das atividades da empresa, no sentido de desconcentrá-las para que sejam desempenhadas em conjunto por diversos centros de prestação de serviços e não mais de modo unificado numa só instituição.

A terceirização é uma prática que é cada vez mais utilizada na sociedade atual, pois além de reduzir os custos e trazer agilidade à empresa, traz atrelada a sua prática a diminuição de encargos trabalhistas e previdenciários.

2.4 Vantagens e desvantagens

De fato, a prática da terceirização possui aspectos positivos e negativos que devem ser considerados para que o seu uso seja efetivo diante dos objetivos desejados. Apesar da terceirização ser bastante discutida como se ela fosse a solução ideal para muitas das questões organizacionais, ela deve ser tratada com extrema cautela, assim como qualquer processo decisório.

Segundo Nascimento (2013), a opção de se terceirizar ou não uma atividade/serviço deve ser considerada a curto, médio e longo prazo, pois alguns aspectos mercadológicos, no caso da terceirização na esfera empresarial, podem dificultar bastante ou até mesmo impedir a decisão de terceirizar.

Martins (2012) diz que uma das principais vantagens da terceirização, sob o aspecto administrativo, seria a de se ter uma alternativa para se melhorar a qualidade do produto ou serviço vendido e também a produtividade.

De acordo com Oliva (2016), a terceirização, voltada para o campo empresarial, é válida e faz parte dos objetivos básicos daqueles que querem e vão começar a terceirizar suas atividades, a procura da terceirização pela diminuição de encargos trabalhistas e previdenciários que ela traz atrelada a sua prática.

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dentro da terceirização. Como a diminuição do desperdício, aumento da qualidade dos produtos e serviços prestados, redução do tempo gasto com atividades-meios que resultam em um ganho com as tarefas especializadas, dentre outros aspectos.

Ao adotar a terceirização, a organização poderá redefinir seus esforços e recursos na área em que é especializada, em busca de melhorar o seu produto e sua competitividade no mercado.

Cabe ressaltar, que não se pode negar o desenvolvimento econômico que a terceirização resulta, que é refletido através da criação de novas organizações que tem como foco oferecer serviços específicos.

A própria especialização do serviço leva a um aperfeiçoamento operacional, pois as empresas tornam-se cada vez mais enquadradas nos critérios internos das atividades que tem de desempenhar.

Santos (2014) diz que na Administração Pública, possivelmente a principal vantagem em terceirizar alguns de suas atividades, seja poder focar em sua atividade-fim. Pois uma vez que exista uma empresa terceirizada para executar tarefas que não são próprias ou principais da Administração contratante, esta pode dedicar-se inteiramente a sua finalidade principal.

Assim, no instante em que o Estado faz uso da terceirização para cuidar de suas atividades-meio, os servidores poderão focar-se somente em suas atividades ordinárias, intensificando assim os seus rendimentos.

Giosa (1993) explica que com a instituição da terceirização é possível imaginar um desenvolvimento econômico criado a partir do surgimento de novos empreendimentos que oferecerão colaboradores especializados, competentes e habilitados que aumentarão o nível dos empregos e por consequência, elevarão até mesmo a receita do Estado.

Martins (2012, p.34) ainda discorre sobre as vantagens para o trabalhador, como: Implementação do sonho de adquirir e trabalhar em seu próprio negócio, deixando de ser empregado para ser patrão; independência na prestação de serviços, o que não tinha quando empregado; dentre outras vantagens.

Do mesmo modo que a terceirização gera benefícios ao Estado e as empresas, ela também traz consigo algumas desvantagens, aspectos negativos que podem e vão atrapalhar os objetivos da administração pública e privada com a terceirização.

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trabalhista.

Também diz que outro risco é o de pensar em terceirização como forma de reduzir custos, pois se este objetivo não for alcançado, ou no final a terceirização não der certo, implicará o desprestígio de todo o processo.

Robertella (1999) comenta algumas desvantagens que a terceirização pode acarretar, como sofrer algum tipo de autuação do Ministério do Trabalho e ações trabalhistas em casos de desvio de função, por exemplo. Além do risco de contratar uma empresa prestadora de serviços não qualificada, o que prejudicaria diretamente o processo de produção ou o serviço prestado.

Em resumo, as vantagens e desvantagens da terceirização podem ser apresentadas dessa maneira, como mostra o Quadro 1 proposto por Vidal (1993, p.96):

Quadro 1 - Vantagens e Desvantagens da terceirização.

VANTAGENS DESVANTAGENS

 Focalização dos negócios da empresa na sua

área de atuação;

 Diminuição dos desperdícios, redução das

atividades- meio, aumento da qualidade, ganhos de flexibilidade, aumento da

especialização de serviço, aprimoramento do sistema de custeio, maior esforço de

treinamento e desenvolvimento profissional;

 Maior agilidade nas decisões, menor custo,

maior lucratividade e crescimento, favorecimento da economia de mercado, otimização dos serviços, redução dos níveis hierárquicos, aumento da produtividade e competitividade, redução do quadro direto de empregados;

 Diminuição da ociosidade das máquinas,

maior poder de negociação, ampliação do mercado para as pequenas e médias

empresas, possibilidade de crescimento sem grandes investimentos, economia de escala, diminuição do risco de obsolência das máquinas, durante a recessão.

 Risco de desemprego e não absorção

da mão-de-obra na mesma proporção;

 Resistências e conservadorismo;

 Risco de coordenação dos contratos;

 Falta de parâmetros de custos

internos;

 Demissões na fase inicial;

 Custo de demissões;

 Dificuldade de encontrar a parceira

ideal;

 Falta de cuidado na escolha dos

fornecedores;

 Aumento do risco à ser administrado;

 Conflito com os sindicatos;

 Mudanças na estrutura do poder;

 Aumento das dependências de

terceiros;

 Perca do vínculo para com o

empregado;

 Desconhecimento da legislação

trabalhista;

 Dificuldade de aproveitamento dos

empregados já treinados;

 Perda da identidade cultural da

empresa, a longo prazo, por parte dos funcionários.

Fonte: Vidal (1993)

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3 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E EMPRESARIAL

A Administração Pública pode ser entendida como uma das formas de se manifestar do poder público na execução ou gestão de atos ou negócios políticos. Ela concentra-se em auxiliar a efetiva realização dessas atividades, defendendo os interesses do Estado.

Segundo Martins (2012, p. 142), o Estado, todavia, beneficia-se também da terceirização, pois destina atividades que não lhe são essenciais a outras pessoas mais competentes na prestação de serviços, podendo fazê-la por um custo menor, sendo até mesmo uma forma de racionalizar sua estrutura e diminuir o déficit estatal.

3.1 A origem da Terceirização na Administração Pública

A terceirização foi cogitada e aceita na Administração Pública a partir das preocupações com os gastos da gestão. Foi constatado que o aparelho administrativo deveria tornar-se mais eficiente e ser voltado para o atendimento ao cidadão (SANTOS, 2014).

Ramos (2011, p.40) trabalha o conceito de privatização em um amplo sentido e conceitua a terceirização:

Genericamente pode-se englobar no conceito amplo de privatização todo um conjunto de medidas adotadas com o objetivo de diminuir a influência do Estado na economia, ampliando a participação da iniciativa privada em uma série de atividades antes sob controle estatal. Essa concepção ampla abrange a venda de ativos do Estado, notadamente com a transferência do controle acionário de empresas estatais (desnacionalização); a desregulamentação, diminuindo a intervenção do Estado no domínio econômico, inclusive com a flexibilização das relações trabalhistas e a desmonopolização de atividades econômicas; a concessão, permissão ou autorização de serviços públicos e a adoção, cada vez mais frequente, de contratações externas (contracting out), com a celebração de ajustes para que a iniciativa privada desempenhe atividades no âmbito do setor público. Essas contratações têm sido, no direito brasileiro, denominadas de terceirização.

Martins (2012) afirma que a origem da prática da terceirização na Administração Pública, se deu com a publicação do decreto-lei n°200/67, no qual previa que a Administração Pública poderia utilizar, sempre que fosse possível, da execução indireta de algumas atividades como de limpeza, transporte de funcionários e outros serviços. O decreto diz:

Art. 10. A execução das atividades da Administração Federal deverá ser amplamente descentralizada. § 2° Em cada órgão da Administração Federal, os serviços que compõem a estrutura central de direção devem permanecer liberados das rotinas de execução e das tarefas de mera formalização de atos administrativos, para que possam concentrar-se nas atividades de planejamento, supervisão, coordenação e contrôle.

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§ 7º Para melhor desincumbir-se das tarefas de planejamento, coordenação, supervisão e contrôle e com o objetivo de impedir o crescimento desmesurado da máquina administrativa, a Administração procurará desobrigar-se da realização material de tarefas executivas, recorrendo, sempre que possível, à execução indireta, mediante contrato, desde que exista, na área, iniciativa privada suficientemente desenvolvida e capacitada a desempenhar os encargos de execução.

E completa:

Art. 11. A delegação de competência será utilizada como instrumento de descentralização administrativa, com o objetivo de assegurar maior rapidez e objetividade às decisões, situando-as na proximidade dos fatos, pessoas ou problemas a atender.

A Constituição Federal de 1988, em seu inciso XXI do artigo 37, traz a permissão para que a Administração Pública contrate serviços de terceiros, desde que existisse lei específica prevendo licitações e um formato dos contratos a serem exercidos. Tal dispositivo constitucional foi regulamentado pela Lei 8.666/93, Lei de Licitações e Contratos, a qual deu início a grande multiplicação de contratos por todo o território brasileiro.

Em 1997, foi elaborado o Decreto Federal 2.271, que afirma que dentro da esfera da Administração Pública, algumas atividades deveriam ter sua execução preferencialmente exercida de maneira indireta. Ele diz:

Art. 1º No âmbito da Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional poderão ser objeto de execução indireta as atividades materiais acessórias, instrumentais ou complementares aos assuntos que constituem área de competência legal do órgão ou entidade. § 1º As atividades de conservação, limpeza, segurança, vigilância, transportes, informática, copeiragem, recepção, reprografia, telecomunicações e manutenção de prédios, equipamentos e instalações serão, de preferência, objeto de execução indireta. § 2º Não poderão ser objeto de execução indireta as atividades inerentes às categorias funcionais abrangidas pelo plano de cargos do órgão ou entidade, salvo expressa disposição legal em contrário ou quando se tratar de cargo extinto, total ou parcialmente, no âmbito do quadro geral de pessoal.

3.1.1 Conceitos

Em relação a Administração Pública, os doutrinadores têm considerado os mais diversos critérios para defini-la. Gasparini (2008, p.45) pontua que:

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E continua:

Pelo critério formal, também denominado de orgânico ou subjetivo, a expressão sub examine indica um complexo de órgãos responsáveis por funções administrativas. De acordo com o critério material, também chamado

de objetivo, é um complexo de atividades concretas e imediatas

desempenhadas pelo Estado sob os termos e condições da lei, visando o atendimento das necessidades coletivas. Nesse complexo, estão as atividades de fomento, polícia administrativa ou poder de polícia e os serviços públicos. Pelo critério formal, é sinônimo de Estado (Administração Pública); pelo material, equivale a atividade administrativa (administração pública). Com esses dois sentidos, a Constituição Federal usa, no art. 37, a locução “Administração Pública”, conforme ensina José Afonso da Silva (Curso de direito, cit., p.635), ao asseverar: “Como conjunto orgânico, ao falar em Administração Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Como atividade administrativa, quando determina sua submissão aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência da licitação e os de organização do pessoal administrativo”.

Já Di Pietro (2008, p.49) considera que basicamente existem dois sentidos em que se utiliza a expressão Administração Pública. São eles:

a) em sentido subjetivo, formal ou orgânico, ela designa os entes que exercem a atividade administrativa; compreende pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos incumbidos de exercer uma das funções em que se triparte a atividade estatal: a função administrativa; b) em sentido objetivo, material ou funcional, ela designa a natureza da atividade exercida pelos referidos entes; nesse sentido, a Administração Pública é a própria função administrativa que incumbe, predominantemente, ao Poder Executivo.

Ainda, a mesma comenta que existem outra distinção que alguns autores costumam fazer, a partir da ideia de que administrar compreende planejar e executar:

a) em sentido amplo, a Administração Pública, subjetivamente considerada, compreende tanto os órgãos governamentais, supremos, constitucionais (Governo), aos quais incumbe traçar os planos de ação, dirigir, comandar, como também os órgãos administrativos, subordinados, dependentes (Administração Pública, em sentido estrito), aos quais incumbe executar os planos governamentais; ainda em sentido amplo, porém objetivamente considerada, a Administração Pública compreende a função política, que traça as diretrizes governamentais e a função administrativa, que as executa; b) em sentido estrito, a Administração Pública compreende, sob o aspecto subjetivo, apenas os órgãos administrativos e, sob o aspecto objetivo, apenas a função administrativa, excluídos, no primeiro caso, os órgãos governamentais e, no segundo, a função política.

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Alexandrino e Paulo (2010), definem a Administração Pública em dois sentidos e assim explicam:

Administração pública em sentido amplo abrange os órgãos de governo, que exercem função política, e também os órgãos e pessoas jurídicas que desempenham função meramente administrativa. Deve-se entender por função política, neste contexto, o estabelecimento das diretrizes e programas de ação governamental, dos planos de atuação do governo a fixação das denominadas políticas públicas. De outra parte, função meramente administrativa resume-se a execução das políticas públicas formuladas no exercício da referida atividade política. Administração em sentido estrito só inclui os órgãos e as pessoas jurídicas, que exercem função meramente administrativa, de execução dos programas do governo. Ficam excluídos os órgãos políticos e as funções políticas, de elaboração das políticas públicas.

Desta forma, é possível perceber que a Administração Pública, em sentido material refere-se ao estudo da função administrativa, já em sentido estrito, refere-se ao estudo dos que devem exercer a função administrativa, as entidades públicas, seus órgãos e agentes.

3.1.2 Princípios que regem a administração pública

Segundo Di Pietro (2008) a Administração Pública é norteada/regida por uma série de princípios constitucionais, responsáveis por organizar toda a estrutura, que devem ser seguidos, sob pena de incidir em infrações administrativas e consequentemente sanções por esses atos.

Martins (2012) explica que os princípios estabelecem valores e diretrizes que orientam a elaboração, aplicação e as normas do ordenamento jurídico, permitindo que o sistema funcione de maneira racional, harmoniosa e equilibrada.

A Assembleia Nacional Constituinte, ao formatar a Carta Magna de 1988, elegeu quatro princípios para a Administração Pública: legalidade, moralidade, impessoalidade e publicidade. A Emenda Constitucional nº 19 acrescentou o princípio da eficiência.

Ressalta-se que conforme a Constituição Federal, artigo 37, todos os poderes devem observar os princípios da Administração Pública, tanto na administração direta quanto indireta, quando diz: “Administração Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerão aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”.

O princípio da legalidade está previsto explicitamente no artigo 37 da Constituição Federal, sendo aplicável as administrações públicas direta e indireta, de todos os poderes e esferas do Governo.

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Direito, no princípio da autonomia da vontade. É pautado no artigo 5º da Constituição, que diz que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. Dessa forma, entende-se que tudo que não for proibido será permitido. Entretanto, o administrador público deve sempre fazer as coisas perante a lei. Caso ele fuja dessa realidade, será julgado de acordo com seus atos.

Di Pietro (2008, p.63) diz que segundo o princípio da legalidade, a Administração Pública só pode fazer o que a lei permite. No âmbito das relações entre particulares, o princípio aplicável é o da autonomia da vontade, que lhes permite fazer tudo que a lei não proíbe.

Gasparini (2008, p.8) comenta que o agente da Administração Pública está preso à lei, e qualquer desvio de sua competência pode invalidar o ato e tornar o seu autor responsável, conforme o caso, disciplinar, civil e criminalmente.

Meirelles (2000, p.82), fala que na Administração Pública não há liberdade nem nenhum tipo de vontade pessoal. Enquanto na esfera particular é lícito fazer tudo que a lei não proíbe, na Administração Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza.

O princípio da impessoalidade também é apresentado expressamente na Constituição Federal de 88 e é basicamente sinônimo de interesse público, pois todo ato da Administração deve ser praticado visando a satisfação do interesse público.

Faria (2004) destaca que a finalidade de todo ato administrativo deve voltar-se ao interesse da coletividade, não admitindo nenhum favorecimento ou perseguição por razões políticas ou interesses mesquinhos. Em outras palavras, a Administração Pública ao agir não pode levar em consideração amigos ou inimigos.

É vedado a autopromoção dos agentes públicos e perante a administração, todos os administrados devem ser tratados sem nenhum tipo de discriminação. Não deve haver nenhum tipo de favorecimento ou atos para prejudicar alguém em específico (DI PIETRO, 2008).

Ainda cabe dizer, que tem como objetivo afastar de processos administrativos ou jurídicos, pessoas que não possuem condição de aplicar a lei de forma imparcial.

O princípio da moralidadeimpõe que o administrador público não dispense os preceitos éticos que devem estar presentes em sua conduta. O administrador deve sempre trabalhar nas bases éticas sabendo que o objetivo é sempre o bem comum (SANTOS, 2012).

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moralidade administrativa e o interesse coletivo integram a legalidade do ato administrativo.

Di Pietro (2008, p.74) assevera que sempre que em matéria administrativa se verificar que o comportamento da Administração ou administrado que com ela se relaciona, embora em consonância com a lei, ofende a moral, os bons costumes e as regras da administração, estará havendo ofensa ao princípio da moralidade administrativa.

O princípio da publicidadediz que todo ato administrativo deve ser publicado para conhecimento da sociedade, salvo em casos de segurança nacional, investigações policias ou casos de interesse superior da Administração (SANTOS, 2012).

Gasparini (2008, p.11) diz que esse princípio torna obrigatória a divulgação dos atos, contratos e outros instrumentos praticados pela Administração Pública direta e indireta para conhecimento, controle e início de seus efeitos.

Di Pietro (2008, p.70) ressalva que na própria constituição (art. 5°) existem outros preceitos que confirmam ou restringem o princípio da publicidade, são eles:

1. o inciso LX determina que a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; como a Administração Pública tutela interesses públicos, não se justifica o sigilo de seus atos processuais, a não ser que o próprio interesse público assim determine, como, por exemplo, se estiver em jogo a segurança pública; ou que o assunto, se divulgado, possa ofender a intimidade de determinada pessoa, sem qualquer benefício para o interesse público; pode ocorrer que, em certas circunstâncias, o interesse público esteja em conflito com o direito à intimidade, hipótese em que aquele deve prevalecer em detrimento deste, pela aplicação do princípio da supremacia do interesse público sobre o individual. 2. o inciso XIV assegura a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;

E finaliza:

3. o inciso XXXIII estabelece que todos têm direito a receber os órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; essa norma deve ser combinada com a do inciso LX, que garante o sigilo dos atos processuais quando necessário à defesa da intimidade e proteção do interesse social.

Entende-se então, que o ente público tem obrigação de garantir que a sociedade tenha acesso a informação, as ações, práticas e demais atividades exercidas pelo Estado.

Para que essas informações cheguem até os administrados, ou seja, a população, se faz necessário que a Administração Pública publique seus atos e os divulgue, de modo que todos tenham acesso.

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26

reforma gerencial.

Meirelles, escrito por Di Pietro (2008, p.79), comenta:

“o que se impõe a todo agente público de realizar suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. É o mais moderno princípio da função administrativa, que já não se contenta em ser desempenhada apenas com legalidade, exigindo resultados positivos para os seus membros. ”

E continua quando diz que o princípio da eficiência apresenta dois aspectos. Pode ser considerado em relação ao modo de atuação do agente público, do qual se espera o melhor desempenho possível de suas atribuições, para lograr os melhores resultados; e em relação ao modo de organizar, estruturar e disciplinar a Administração Pública, também com o mesmo objetivo de alcançar os melhores resultados possíveis na prestação do serviço público.

Gasparini (2008, p.22) ao se referir a Administração Pública, destaca dentro do princípio da eficiência, algumas características. São elas:

a) obrigação de realizar suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento.

b) o desempenho deve ser rápido e oferecido de forma a satisfazer os interesses dos administrados em particular e da coletividade em geral.

c) as atribuições devem ser executadas com perfeição, valendo-se das técnicas e conhecimentos necessários a tornar a execução a melhor possível, evitando a sua repetição e reclamos por parte dos administrados.

d) procura-se maximizar os resultados em toda e qualquer intervenção da alçada da Administração Pública. Qualquer ação ou decisão deve ter essa preocupação, evitando-se as que não têm ou que não atendam a esse princípio.

Diante dos conceitos e princípios que regem a Administração Pública, apresentados anteriormente, a sociedade anseia pela satisfação do interesse social e uma melhor estruturação. Todos esses princípios devem ser aplicados a Administração Pública, direta e indireta, para que eles sejam utilizados na realização das atividades do Estado.

3.1.3 Terceirização Lícita x Ilícita

Se faz necessário analisar e estabelecer uma distinção entre terceirização lícita e ilícita. Martins (2012, p.160) pontua que a terceirização é legal quando se observa os preceitos legais relativos aos direitos dos trabalhadores, sem a intenção de fraudá-los. A terceirização ilegal ou ilícita é a que se refere a locação permanente de mão de obra, que pode acarretar prejuízos aos trabalhadores.

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subordinação direta, conforme prevê a Súmula 331 do TST.

As hipóteses de terceirização lícitas que são permitidas por lei, podem ser encontradas na Súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho, que diz:

I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos formando-serviços, salvo no caso de trabalho temporário (Lei nº 6.019, de 03.01.1974).

II - A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo de emprego com os órgãos da administração pública direta, indireta ou fundacional (art. 37, II, da CF/1988). (Revisão do Enunciado nº 256 - TST).

III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância (Lei nº 7.102, de 20-06-1983), de conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados ligados a atividade-meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta.

IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços, quanto àquelas obrigações, inclusive quanto aos órgãos da administração direta, das autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas e das sociedades de economia mista, desde que hajam participado da relação processual e constem também do título executivo judicial (art. 71 da Lei nº 8.666, de 21.06.1993).

Di Pietro (2008) ainda pontua que visto os termos que estão redigidos na súmula, o fornecimento de mão de obra (contratação de trabalhadores por empresa interposta) é ilegal, tendo como consequência o reconhecimento de vínculo entre tomador de serviços e trabalhador.

Entretanto, Di Pietro (2008, p. 327) ressalva que existem duas exceções em que não se forma tal vínculo, são elas:

a) quando o contratante é a Administração Pública direta, indireta ou fundacional, porque, nesse caso, a formação do vínculo significaria burla à exigência constitucional de concurso público, contida no artigo 37, II, da Constituição;

b) quando se trate de contrato de vigilância (Lei n°7.102, de 20-6-83), de conservação e limpeza ou de serviços especializados ligados à atividade-meio

do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta.

Cabe ressaltar, que segundo o entendimento da jurisprudência e doutrina, são hipóteses lícitas de terceirização o trabalho temporário; serviços de vigilância patrimonial e serviços de conservação e limpeza (MARTINS, 2012).

Delgado (2008, p.442-443), define que:

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28

dinâmica empresarial do tomador de serviços. Por outro lado, atividades-meio são aquelas funções e tarefas empresariais e laborais que não se ajustam ao núcleo da dinâmica empresarial do tomador de serviços, nem compõem a essência dessa dinâmica ou contribuem para a definição de seu posicionamento no contexto empresarial econômico mais amplo. São, portanto, atividades periféricas à essência da dinâmica empresarial do tomador dos serviços.

Então, resumindo, atividade-meio refere-se a serviços de apoio, acessórios, que são necessários a esfera pública e privada, são, assim, atividades periféricas à essência da organização.

Já atividade-fim são atividade relacionadas aos objetivos da empresa ou ente público, sendo essa a sua atividade principal, sua razão de existir.

Pinto (2004, p.131) pondera que mediante as hipóteses referentes à validação da terceirização de serviços, conclui-se que ela se torna ilícita quando envolve a atividade-fim de uma organização, justamente quando estabelece um vínculo diretamente com o tomador dos serviços.

3.1.4 A Lei n° 13.429

Historicamente falando, antes de tratarmos da Lei de n° 13.429/2017, deve-se citar a Lei nº 6.019, de 1974, que trata do trabalho temporário das empresas urbanas e também dispõe sobre as relações trabalhistas na prestação de serviços a terceiros. Da década de 80 até o ano corrente, dois projetos de lei foram elaborados, até que se chegasse a lei n° 13.429/2017.

Em 1998, foi elaborado o projeto de Lei n° 4.302 que alterava dispositivos da Lei n° 6.019/1974. Projeto esse que inicialmente tratava da ampliação do contrato de trabalho temporário, sendo posteriormente modificado para regular as empresas de terceirização de serviços. Foi aprovado somente no dia 22 de março de 2017, tornando-se a Lei n° 13.429/2017.

Em 2004, foi desenvolvido o projeto de Lei de n° 4.330, que dispõe sobre os contratos de terceirização e suas correspondentes relações de trabalho. Logo em seus artigos inicias, ele conceitua terceirização, empresa contratante, e empresa que presta os serviços (a qual chama de contratada). Segundo o projeto de Lei n° 4.330/2004:

Art. 2º. Para os fins desta Lei, consideram-se:

I - terceirização: a transferência feita pela contratante da execução deparcela de qualquer de suas atividades à contratada para que esta a realize na forma prevista nesta Lei;

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III - contratada: as associações, sociedades, fundações e empresasindividuais que sejam especializadas e que prestem serviços determinados e específicos relacionados a parcela de qualquer atividade da contratante e que possuam qualificação técnica para a prestação do serviço contratado e capacidade econômica compatível com a sua execução.

No tocante a administração pública, o projeto de Lei n° 4.330/2004 deixa claro que as suas disposições não se aplicam aos contratos de terceirização no prisma da administração pública direta. Ele diz:

Art. 1º Esta Lei regula os contratos de terceirização e as relações de trabalho deles decorrentes. § 1º O disposto nesta Lei aplica—se às empresas privadas. § 2º As disposições desta Lei não se aplicam aos contratos de terceirização no âmbito da administração pública direta, autárquica e fundacional da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Logo, é possível perceber que os dispositivos do projeto de lei aplica-se no tocante a terceirização em sociedades de economia mista e empresas públicas, pois elas têm como uma de suas características personalidade jurídica de direito privado.

Russo (2017) pontua em seu artigo que com a nova lei, qualquer serviço da empresa tomadora passa a ser legal, desde que ela terceirize serviços específicos, sem que aconteça qualquer desvio de função, o que tornaria a terceirização irregular.

Sancionada no dia 31 de março do corrente ano, a Lei de n° 13.429/2017, que altera os dispositivos da Lei n° 6.019 de 3 de janeiro de 1974, vem causando polêmica no tocante as relações de trabalho provindas da terceirização.

Isso porque alterou o modo de como a terceirização e o trabalho temporário nas empresas, eram compreendidos. Antes da aprovação da lei, as atividades permitidas por lei a serem terceirizadas, eram as atividades-meio das organizações. Agora com essa nova perspectiva, todas as atividades das organizações, referentes ao trabalho temporário, podem ser terceirizadas, incluindo as atividades-fim. Por exemplo, uma escola pode contratar desde faxineiros (atividade-meio), até professores (atividade-fim).

É o que a lei pondera no terceiro parágrafo do 9° artigo da nova lei. Nele, consta que o contrato de trabalho temporário pode versar sobre o desenvolvimento de atividades-meio e atividades-fim a serem executadas na empresa tomadora de serviços.

Schreiber (2017) afirma que com a nova lei de terceirização, apesar de que nem todas as atividades públicas possam ser terceirizadas, algumas como técnicos e analistas, poderão sim ser substituídas por empregados terceirizados. O que é contra o conceito de concurso público.

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30

que lhe são peculiares, como de justiça, diplomacia, segurança pública, fiscalização, dentre outros. Ou seja, é vedada a Administração Pública a delegação do poder de polícia do estado.

Mas essa não é a única alteração, apesar de possivelmente ser a mais impactante. O tempo de duração de um contrato de trabalho temporário passa de três meses para até 180 dias, consecutivos ou não. É o que diz o artigo 10 da lei:

§ 1o O contrato de trabalho temporário, com relação ao mesmo empregador, não poderá exceder ao prazo de cento e oitenta dias, consecutivos ou não. § 2o O contrato poderá ser prorrogado por até noventa dias, consecutivos ou não, além do prazo estabelecido no § 1o deste artigo, quando comprovada a manutenção das condições que o ensejaram.

Que também diz “qualquer que seja o ramo da empresa tomadora de serviços, não existe vínculo de emprego entre ela e os trabalhadores contratados pelas empresas de trabalho temporário”.

Spagnol (2017) atenta para o fato de que a precarização das relações de trabalho trará diversos prejuízos aos trabalhadores terceirizados, como: a possibilidade de redução salarial, a abolição da equiparação salarial, maior dificuldade de reinserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho e um possível prejuízo a saúde e segurança do colaborador.

Outra alteração pertinente, é a permissão que a empresa de terceirização terá para subcontratar outras empresas para realizar serviços de contratação, remuneração e direção do trabalho, o que é definido como quarteirização.

É o que mostra o primeiro parágrafo do artigo 4° da nova lei de terceirização:

§ 1o A empresa prestadora de serviços contrata, remunera e dirige o trabalho realizado por seus trabalhadores, ou subcontrata outras empresas para realização desses serviços.

Também foram criadas algumas regras, junto da Lei n° 13.429/2017 em relação a Lei n° 6.019 para que as empresas possam prestar serviços terceirizados, são elas:

“Art. 4º-B. São requisitos para o funcionamento da empresa de prestação de serviços a terceiros:

I - prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ); II - registro na Junta Comercial;

III - capital social compatível com o número de empregados, observando-se os seguintes parâmetros:

a) empresas com até dez empregados - capital mínimo de R$ 10.000,00 (dez mil reais);

b) empresas com mais de dez e até vinte empregados - capital mínimo de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais);

c) empresas com mais de vinte e até cinquenta empregados - capital mínimo de R$ 45.000,00 (quarenta e cinco mil reais);

d) empresas com mais de cinquenta e até cem empregados - capital mínimo de R$ 100.000,00 (cem mil reais); e

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(duzentos e cinquenta mil reais).”

Em relação a casos de ações trabalhistas, cabe a empresa terceirizada (aquela que contratou o colaborador) a pagar os direitos questionados em justiça. Caso a empresa não tenha dinheiro ou bens para arcar com a dívida, a empresa que contratou os serviços terá de arcar com o ônus trabalhista.

Além do que já foi dito anteriormente, outra mudança, é que de acordo com a nova lei de terceirização, é de responsabilidade da empresa contratante garantir as mínimas condições para que o colaborador possa realizar um trabalho digno e será facultativo à empresa contratante do serviço, oferecer o mesmo atendimento médico e ambulatorial dado aos seus empregados. Segundo a lei n° 13.429/2017:

§ 1o É responsabilidade da empresa contratante garantir as condições de segurança, higiene e salubridade dos trabalhadores, quando o trabalho for realizado em suas dependências ou em local por ela designado. § 2o A contratante estenderá ao trabalhador da empresa de trabalho temporário o mesmo atendimento médico, ambulatorial e de refeição destinado aos seus empregados, existente nas dependências da contratante, ou local por ela designado.

Diante do que foi apresentado anteriormente, é possível perceber que a nova lei da terceirização beneficia muito mais o empregador do que o trabalhador terceirizado, visto que agora o empregador pode realizar uma espécie de rodízio entre seus empregados, que a empresa prestadora do serviço será a responsável pelos encargos trabalhistas. Porém, ele corre riscos de ter um serviço de pouca qualidade, já que com esse possível rodízio não manteria o trabalhador por um período de tempo grande, o que pode prejudicar seu processo produtivo.

3.2 Administração Empresarial

Chiavenato (2014) diz que o mundo em que vivemos é uma sociedade institucionalizada e composta por organizações. As atividades relacionadas a produção de bens e prestação de serviços, devem ser planejadas, coordenadas, dirigidas, executadas e controladas pelas organizações.

Tais organizações, são construídas pelas pessoas que trabalham nelas. Ou seja, as organizações são em sua essência, bastante diversificadas e heterogêneas.

Pereira (2011) pontua que a administração tem uma série de características, dentre elas: um circuito de atividades interligadas, a constante busca por obtenção de resultados, envolvimento de atividades de planejamento, controle, direção e organização, dentre outras.

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passos largos e permeiam todos os segmentos da economia. A sobrevivência das empresas está diretamente ligada a sua busca por um nível altíssimo de eficiência, que permita a organização a gerar o máximo lucro possível. É aí que a administração entra como chave fundamental para que haja sucesso nessa busca.

Para que essa busca pela eficiência seja alcançada da melhor forma possível, a organização deve ter uma gestão competente. Bateman (2012) afirma que no mundo dos negócios, não há o que substitua uma gestão eficaz. As empresas podem voar algo por algum tempo, mas não podem permanecer no topo sem uma gestão de qualidade.

Para que a empresa atinja o seu objetivo, é necessário que o administrador entenda bem suas funções e as execute com destreza. Chiavenato (2014) lembra que Henry Fayol trouxe consigo na Teoria Clássica de Administração, as cinco funções básicas do administrador. São elas: Planejar, Organizar, Controlar, Coordenar e Comandar.

3.2.1 A terceirização na Administração Empresarial

Martins (2012) afirma que, na administração empresarial, a terceirização constitui-se em ser uma importante fonte de estratégia, de organização e métodos de atividade empresarial, pois trata-se de um processo de gestão de uma técnica de organização empresarial.

Também pontua, que a terceirização é uma tendência da modernização das relações empresarias, sendo uma realidade. As empresas veem a terceirização como uma opção para melhorar o seu desempenho, buscando o a melhor forma de desenvolver o seu processo produtivo ou prestação de serviço.

Polonio (2001) pontua que o processo de terceirização foi resultante da busca incessante da redução de custos e melhoria da qualidade, uma vez que a empresa que terceirizadora pode concentrar suas energias em suas atividades principais e deixar as outras atividades (administrativas ou operacionais) para a empresa terceirizada.

Carvalho (2014) coloca a terceirização como interna ou externa. Na primeira hipótese, a empresa internaliza trabalhadores alheios, fazendo com que os trabalhadores da empresa convivam no mesmo ambiente de trabalho que os colaboradores terceirizados.

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humanos de uma microempresa. Pelo fato da microempresa estar focada em sua atividade-fim, ela terceiriza esse serviço, que vai desde a admissão de funcionários até o seu desligamento e cálculo de pagamento, para que possa dirigir todos os seus esforços para sua atividade principal.

Martins (2012) classifica as áreas terceirizadas das empresas como: Atividades acessórias, atividades-meio e atividades-fim. As atividades acessórias são: Limpeza, alimentação, transporte de funcionários, vigilância e etc.. Já as atividades-meio, concentram-se em: Departamento de pessoal, manutenção de máquinas e contabilidade, por exemplo. Já as atividades-fim são as de produção, vendas, transporte de produtos, dentre outras.

Caberia realizar outras considerações, como as vantagens e desvantagens da terceirização e sua prática no Brasil. Porém, tais considerações já foram feitas no segundo capítulo, quando se é apresentada a ideia de terceirização.

3.2.2 Quarteirização

A quarteirização pode ser entendida como a “terceirização da terceirização”, por assim dizer. Isso porque ela se caracteriza quando uma empresa terceirizada prestadora de serviço solicita a uma segunda empresa terceirizada que realize determinada tarefa que a primeira não conseguiu realizar com seus próprios recursos.

Cyrino (2017) define a quarteirização como a delegação de gestão administrativa das relações com os demais prestadores de serviços temporários num determinado projeto, a uma terceira empresa especializada. Como por exemplo, caso uma organização contrate uma empresa para a limpeza de sua caixa d’agua, porém essa empresa não tem recursos próprios para tal ação, a empresa terceirizada contrata uma segunda empresa terceirizada para efetuar o serviço.

Polonio (2001) comenta que “Além de entregar a execução de determinada tarefa para um terceiro, o que configura o processo de terceirização, delega-se a administração desse repasse de tarefas e atividades para outra empresa, originando, assim, a “quarteirização” do serviço. ” Originando assim, mais empregos temporários e aumentando a eficiência na execução das atividades solicitadas.

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contratos com as empresas terceirizadas.

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4 METODOLOGIA

Prodanov (2013) diz que a pesquisa científica é uma atividade humana, que tem como objetivo conhecer e explicar os mais diversos fenômenos, fornecendo as respostas possíveis e significativas para a compreensão da natureza.

Gil (2002) afirma que pesquisa é um procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. Pontua que a pesquisa se desenvolve ao longo de um processo que envolve diversas fases, desde a formulação do problema até a apresentação dos resultados.

No presente trabalho, foi adotada a pesquisa exploratória, mediante o estudo de material documental e bibliográfico. Também é uma pesquisa de campo, e sua tabulação de dados será feita via análise de discurso. Utilizando também o método indutivo, que sai de uma proposta geral para algo específico, como as mudanças que a nova lei de terceirização trás para a administração pública e empresarial brasileira.

4.1 Quanto aos objetivos da pesquisa

Gil (2002) diz que esse tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar uma maior familiaridade com o problema, visando torná-lo mais explícito ou construir uma hipótese. Assevera, no entanto, que seu objetivo principal é o aprimoramento de ideias ou descoberta de intuições.

Prodanov (2003) pontua que a pesquisa exploratória possui um planejamento flexível, que permite o estudo sob diversos pontos de vista. Completa, dizendo que esse tipo de pesquisa envolve um levantamento bibliográfico, possíveis entrevistas com pessoas que tiverem experiências com o problema levantado e análise de exemplos que estimulem a compreensão do problema.

Severino (2007) afirma que esse tipo de pesquisa serve para levantar informações sobre um determinado objeto, delimitando um campo de trabalho, e assim, mapeia as condições de manifestação desse objeto;

4.2 Quanto à natureza da pesquisa

Oliveira (2011) diz que a pesquisa científica pode ser classificada quanto à sua natureza de três formas: A pesquisa qualitativa, pesquisa quantitativa e qualitativa-quantitativa. Neste trabalho, foi adotada a pesquisa qualitativa como escolha metodológica.

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a interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicos em seu processo, lembrando que esse é o principal foco de abordagem. Apresentando uma amostra pequena e o pesquisador como principal instrumento de coleta de dados.

4.3 Quanto à coleta de dados

A coleta de dados desse trabalho se deu mediante a aplicação de um questionário, enviado previamente por email aos respondentes, com sistema de coleta de dados a partir da aquisição de informações diretamente do entrevistado.

Lakatos (2003) diz que o questionário é um instrumento de coleta de dados constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador.

Também pontua algumas vantagens desse tipo de coleta, como a economia de tempo, a existência de mais tempo para responder e em hora mais favorável, a obtenção de respostas mais precisas e a possibilidade de atingir um maior número de pessoas simultaneamente.

Oliveira (2011) pontua que o questionário tem algumas deficiências, como a má interpretação das perguntas pelos entrevistados, uma devolução tardia das respostas e o fato de muitas vezes o questionário exigir um universo mais homogêneo de entrevistados.

4.4 Quanto à tabulação dos dados

No presente trabalho, a tabulação de dados se deu a partir de análise de discurso. Caregnato (2006) discorre que, na análise de discurso, a linguagem vai além do texto, trazendo sentidos pré-construídos, que são uma espécie de “eco” da memória do entrevistado.

Gregolin (1995) pontua que, na análise de discurso, para que se entenda os sentidos subtendidos, em um texto ou entrevista, é preciso que o enunciador e enunciatário tenham algum conhecimento compartilhado que lhes permita inferirem os significados.

Durante a aplicação do questionário, é de grande importância que o entrevistador esteja atento para captar e compreender da melhor maneira aquilo que o entrevistado procura passar de mais importante no momento da entrevista.

4.5 Quanto aos entrevistados

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que atuasse ministrando aulas em uma universidade pública, um profissional que ministrasse aula em uma universidade particular e um advogado especialista em direito do trabalho.

Com esse intuito, foram escolhidos três profissionais, cada um em sua área de atuação, para responderem o questionário de acordo com o que acreditavam ser correto, suas percepções e crenças sobre o assunto escolhido.

A primeira respondente foi a Professora Doutora Kilvia Souza Ferreira, que ministra aulas na Universidade Federal do Ceará, lecionando aulas de Instituições de Direito Público e Privado, Legislação Trabalhista e Previdenciária, bem como Legislação Tributária e Comercial.

O segundo respondente foi o Professor Mestre José Haroldo Guimarães Filho, que ministra aulas na Universidade Christus, na Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza. Possui especialização em Direito processual e processo do trabalho.

O terceiro e último respondente é o Advogado Stênio Viana, advogado e sócio proprietário do escritório Viana e Sousa advocacia, que tem como especialidade causas trabalhistas e cíveis.

Cabe ressaltar que a coleta dos dados, referentes ao questionário, se deu através de e-mails enviados previamente para que os respondentes pudessem analisar e responder o questionário da melhor maneira possível.

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5 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Esta seção tem o objetivo de apresentar os resultados da pesquisa realizada. Os resultados obtidos pela segunda, quarta e sexta questão, ficaram no primeiro subtópico, referente as mudanças quanto a Administração Pública e Privada. Já os resultados obtidos com as respostas da primeira, terceira e quinta questão, ficaram no segundo subtópico que se trata das mudanças quanto ao trabalhador de serviço público e privado.

5.1 Quanto a Administração Pública e Privada

A pesquisa foi realizada com o objetivo de identificar as mudanças que a nova lei da terceirização, Lei 13.429/2017, promoveu nas Administração pública e empresarial. De acordo com os sujeitos participantes da pesquisa, ficou claro que em relação à terceirização e ao trabalho temporário, se faz necessário ressaltar a importância de como essas práticas são administradas.

Cabe ressaltar que a lei continua silenciosa quanto à liberação da terceirização em atividade fim. A Lei 13.429/2017 permite terceirização em atividade fim apenas no trabalho temporário. Porém, a terceirização em atividade fim ocorre especialmente nas empresas de telecomunicações (vide legislação especial) e por força de jurisprudência na indústria automobilística.

A segunda questão faz jus aos possíveis impactos caso a terceirização em atividades fim atingisse a administração pública direta. Analisando as respostas dos entrevistados Kilvia e Stênio, é possível perceber que elas convergem para o fato de que a possível liberação de atividades-fim na Administração Pública direta além de burlarem o conceito essencial do concurso público, poderia trazer alguns problemas, como a contratação de funcionários sem a devida capacitação para exercer as atividades, o que afetaria diretamente a eficiência do serviço público, alinhando-se a ideia do quadro de Vidal (1993).

Já o professor Haroldo Guimarães pontuou que nem toda a terceirização produzida pelo Estado seria negativa, e que é possível que ela traga mais eficiências. No entanto, ressalta que é importante observar o modo como essa terceirização será conduzida. Ele diz: “Acredita-se que nem toda terceirização produzida pelo estado é negativa. Ela pode trazer sim mais eficiência. O problema é como ela é conduzida, visto que existem inúmeros casos de corrupção e desvio de função. ”

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benéfica para a Administração (Pública e Privada) pois criará um aumento na especialização do serviço, bem como irá conceder uma maior eficiência na execução das atividades e uma possível economia nos custos, além de criar mais oportunidades de emprego, convergindo com o que diz Sacramento (2016) e Polonio (2001). Nas palavras da professora Kilvia: “Poderá haver um aumento da especialização do serviço, um aumento de produtividade, bem como a criação de novas vagas, inclusive de mão de obra temporária”.

A pergunta seis refere-se a um caso específico dentro da esfera da Administração Pública. Ela questionava a opinião sobre o fato de um colaborador terceirizado que não possui fé pública, exercer alguma atividade da Administração Pública. As respostas do Professor Haroldo e do Advogado Stênio se complementam, no sentido de que existem algumas atividades que os colaboradores terceirizados não podem desempenhar dentro da Administração Pública, como atividades ligadas ao poder de polícia do Estado, sendo essas atividades indelegáveis, como pontua Martins (2012).

Já a professora Kilvia salientou que o colaborador terceirizado pode ser equiparado a um servidor público dependendo da atividade que exerça, salvo as atividades de poder de polícia que não podem ser exercidas. Assim, o terceirizado quando equiparado a servidor público, responderá penalmente pelos seus atos. Ela diz:

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5.1.2 Quanto ao trabalhador de serviço público e privado

Referências

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