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Academic year: 2021

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Nota de apresentação

Autor(es):

Ferreira, António Gomes; Mota, Luís

Publicado por:

Imprensa da Universidade de Coimbra

URL

persistente:

URI:http://hdl.handle.net/10316.2/36825

Accessed :

7-Jun-2021 22:57:59

digitalis.uc.pt impactum.uc.pt

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Nota de Apresentação

António Gomes Ferreira

Luís Mota

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Sem qualquer preocupação obsessiva mas prosseguindo interpelações sobre aspectos da sociedade contemporânea, avançamos para mais um número desta revista numa linha de continuidade. Na sequência do número de 2013, que a Estudos do Século XX dedicou ao estudo do “Estado Providência”, na sua colocação entre capitalismo e democracia, o número de 2014 centra-se na problemática da educação e democracia, quando se celebram quarenta anos após o 25 de abril. Esta é uma data bem significativa para Portugal, ainda que também para outros povos que alcançaram a autodeterminação, porquanto um golpe militar colocou um ponto final no regime autoritário autodenominado de Estado Novo, vindo, não sem a experiência de uma crise revolucionária, a propiciar condições para o alicerçar de políticas sociais que corporizaram um “Estado Providência”, num estado nação da semiperiferia europeia.

A educação integra o conjunto de direitos sociais alcançados no século XX, fruto de um processo histórico que primeiro consagrou os direitos civis e, mais tarde, os políticos. Direitos geradores de controvérsia e que estão na raiz matricial do “Estado Providência”. Reconhecem-se-lhe especial significado pelo que traduziram de melhoria de condições de vida e crescente igualdade para fatias alargadas da população. O “Estado Providência” fundou-se num contrato a termo que presentemente é questionado e objeto de lutas sociais.

O investimento na educação, muito especialmente na escolar, entendida como direito, permitiu potenciar o desenvolvimento individual e, também, o coletivo, criando condições para mais oportunidades e mais igualdade no âmbito do estado-nação, revelar-se-ia central para o processo de consolidação do “Estado Providência”. Com a democratização escolar, com a expansão da educação em geral, sustentou-se uma evolução tecnológica, económica e, até, social, que, embora na actual conjuntura de crise possa parecer menos evidente, tem permitido à população, globalmente, alcançar outros modos de estar e de beneficiar do progresso do conhecimento. Por outro lado, muitos são os que partilham da convicção de que a educação, na medida em que possibilita uma compreensão crítica da realidade, vem contribuindo para um exercício mais consciente da cidadania. Desse modo, advoga-se que a educação, na justa medida em que se abre ao exercício dos direitos individuais de forma reflexiva, possibilite a afirmação de um sujeito autónomo e crítico, assertivo no exercício do seu direito à diferença, numa comunidade que se quer inclusiva social, intelectual e culturalmente, e apto a exercer o seu direito de intervir na construção e transformação da ordem social.

As formações sociais, à escala do estado nação, têm atribuído mandatos à educação, em diferentes momentos do processo histórico, que se compaginam com uma lógica de construção mundial da educação, como vêm demonstrando as múltiplas abordagens e aproximações no âmbito da literatura científica sobre a problemática. O conjunto de reflexões aqui apresentadas distribuem-se, geograficamente, entre a América latina e o Caribe, a Europa e o Médio Oriente. Os estudos realizados à escala nacional incidem sobre a Argentina, o Brasil, Israel e a Palestina e Portugal. Simultaneamente constituem múltiplas entradas e aproximações à problemática da educação e da democracia.

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A revista principia, significativamente, com “Los derechos de la infancia y la construcción de la ciudadanía en América Latina”, por Paulí Dávila, Luis Mª Naya y Jon Altuna que analisam a situação da infância na América Latina com base na documentação produzida pelo Comité dos Direitos da Criança.

Na sua sequência, numa leitura pelo viés da equidade e do sucesso escolar, António Gomes Ferreira e Luís Mota realizam uma análise crítica do processo de generalização da educação pré-escolar, em Portugal, sob o título “Educação de infância e política educativa em Portugal no último quartel do século XX”.

A partir de um enfoque contextualista, Luís Sime Poma com “Contextos para repensar la democracia y la educación desde America latina” repensa a democracia e a educação na América Latina e no Caribe, considerando os binómios desigualdade e pobreza, narcotráfico e delinquência, informalidade e anomia, trilogia de fatores que impedem o desenvolvimento da democratização e da coesão social na américa latina.

Luís Alcoforado, Cláudia Preguiça, Regina e Cristina Gomes, em “Escolhas escolares na transição para o ensino secundário em Portugal: reflexões sobre as possibilidades e razões para as opções das escolas e dos/as alunos/as, a partir do caso de uma Escola de uma cidade de média dimensão”, propõem-nos uma reflexão sobre a igualdade de oportunidades no sistema educativo português, lida nos interstícios da oferta educativa estatal e nas opções escolares dos jovens.

Centrado na Argentina pós ditadura e até ao tempo presente, “Democracia, universidad pública y crisis social en la Argentina, entre el pasado reciente y el tiempo presente”, da autoria de Sandra Carli, discute a relação entre educação e democracia a partir de narrativas biográficas estudantis, analisadas na perspetiva das ciências sociais e do pensamento educativo e considerando as transformações ocorridas no sistema educativo argentino.

Compreender o conselho escolar de uma escola pública da rede municipal de João Pessoa, na Paraíba, no Brasil, enfatizando o potencial emancipatório da comunidade a partir dos procedimentos teórico-metodológicos como a sociologia das ausências, a sociologia das emergências e o trabalho de tradução, é a proposta de Maria Creusa de Araújo Borges e Maria do Socorro Silva Cavalcante, em “Conselho escolar e a configuração de uma democracia contra-hegemónica na gestão da escola pública: considerações a partir do princípio da comunidade”.

Maria Jorge Ferro com “Um Exercício de Memória(s): 40 Anos a viver pela Educação, pela Cidadania” reporta-nos um estudo sobre quem são ou têm sido os estudantes dos diversos países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Coimbra, e que feridas culturais permanecem latentes. O trabalho mobilizou uma metodologia de investigação qualitativa, assente nas perspetivas da teoria ancorada, e tinha como objetivo sustentar estratégias de intervenção junto desses estudantes universitários.

“Jovens e educadores experimentam a Paz viajando pelo mar”, da autoria de Silvia Guetta, apresenta um projecto de Educação para a paz, proposto e realizado no contexto do longo conflito que é o israelo-palestino. O projeto que consistiu na experiência de

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educadores e jovens israelitas e palestinianos, homens e mulheres, viajarem num barco à vela pelo Mar Mediterrâneo, propunha-se educar para o conhecimento do outro e para a evidência de que o território em que convivem quotidianamente é o lugar onde é possível estarem juntas.

Manuel Jesus Malaguerra e Lídia Gomes, em “Por uma pedagogia deslizante aberta às incerteza”, oferecem-nos um ensaio que visa conexionar o pensamento deleuziano (e deleuziano-guattariano) e a escola ocidental atual. Posicionando-se numa problematização intuitiva, enunciam as primeiras linhas de uma “pedagogia deslizante aberta às incertezas” pensada como utensílio (“arma-afeto”) da Escola como “máquina de guerra”.

César Rodrigues mobiliza a imprensa desportiva do final da década de vinte, do século XX, para discutir como a educação física e desportiva era considerada dentro da dimensão da educação integral e, simultaneamente, fator de representação territorial, num trabalho intitulado “Educação física e desportiva na década de 1920: da educação integral à representação nacional – o exemplo do futebol”.

O objetivo central de “Movimentos pela educação pública laica em Portugal e no Brasil monárquicos” é a emergência dos dispositivos laicos nas sociedades portuguesa e brasileira, na época contemporânea. Luiz Antônio Cunha e José António Afonso analisam discursos e argumentos do debate, nomeadamente, em torno da escola pública e identificam, tempos históricos e agentes sociológicos, nos campos político e educativo, do movimento de democratização em ambas as formações sociais.

Adriana Valéria Santos Diniz, Maria da Salete Barboza Farias e Glicerinaldo de Sousa Gomes em “O conselho municipal de educação como prática de gestão democrática: dilemas e tensões” revisitam a relação entre educação e democracia a partir de uma instância concreta de gestão democrática da educação, o Conselho Municipal de Educação, órgão de caráter normativo, mobilizador e fiscalizador, que contribui com a formulação, a execução, o monitoramento e o controle social das políticas educacionais.

Em “Reorganização da rede do ensino particular e cooperativo com contrato de associação. Interpelações para o planeamento estratégico da educação, a propósito do caso do município de Coimbra”, A. M. Rochette Cordeiro, Lúcia Santos e Luís Alcoforado apresentam um estudo de caso, o município de Coimbra, assumindo a complexidade do território em face da diversidade de situações verificadas (físicas e demográficas), e discutem a política educativa, e opções adotadas desde 2010, que culminou na assinatura dos contratos de associação com os estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo (EPC).

Sublinhando a ação pioneira da Escola Superior de Saúde do Alcoitão na formação de fisioterapeutas em Portugal, a sua relevância na história do ensino da Fisioterapia em Portugal e na formação de fisioterapeutas, Maria Armanda Rodrigues, João Rui Pita e Ana Leonor Pereira apresentam-nos “A Escola do Alcoitão e a afirmação científica e profissional do fisioterapeuta em Portugal na segunda metade do século XX”.

António Gomes Ferreira e Helder Manuel Guerra Henriques realizam a análise do processo de construção do campo de ação profissional da Enfermagem Portuguesa nas

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décadas de 70 e 80 do século XX, em “A renovação da enfermagem em testemunhos sobre o seu ensino nas décadas de 70 e 80 do séc. XX”, num período em que os enfermeiros construíram uma nova conceção de enfermagem, ancorada no desenvolvimento do Estado-Providência.

O Barredo, alvo do trabalho apresentado aqui por Gonçalo Canto Moniz, Luís Miguel Correia e Adelino Gonçalves em “O estudo de renovação urbana do Barredo. A formação social do arquiteto para um território mais democrático”, constituiu um laboratório de metodologias de intervenção urbana a partir de um conhecimento profundo das suas realidades arquitetónicas e sociais. Os autores sublinham a sua importância no programa educativo da ESBAP, na formação do arquiteto, no planeamento e na intervenção na cidade.

Em “Escola de Formação Social Rural de Leiria: Uma escola ‘ímpar’ no panorama educativo português”, Artur Costa e Albertina Oliveira indagaram a perceção das antigas alunas quanto à qualidade da formação recebida naquela instituição, bem como o seu grau de satisfação face às competências adquiridas, no sentido de fazer emergir o contributo daquelas profissionais na sociedade portuguesa bem como o especial significado de uma pequena instituição do ensino particular e cooperativo que, na segunda metade do século XX, formou cerca de 700 profissionais na área da intervenção social.

No artigo “Contextualização da aprendizagem: sua representação em manuais escolares de Estudo do Meio”, Maria José Moleiro, Maria Helena Damião e Maria Isabel Festas contribuem para a discussão da opção de contextualização da aprendizagem escolar em vivências concretas, reais e autênticas dos alunos, a partir da confrontação entre os problemas equacionados ao nível teórico e os resultados obtidos no estudo realizado em manuais escolares que realizaram a transposição de “Orientações curriculares e programáticas”.

Finalmente, em “Ensino, avaliação e aprendizagem numa unidade curricular na área das humanidades no ensino superior” descrevem-se ações que ocorreram em situação de sala de aula, potenciando a compreensão da relação entre os elementos que influenciam a aprendizagem. As ações inscreveram-se no âmbito do projeto AVENA. Os autores Frederico Monteiro e Carlos Barreira e as autoras Maria da Graça Bidarra e Maria Piedade Vaz-Rebelo, refletem a propósito sobre estratégias de ensino e aprendizagem potenciadoras de sucesso educativo no ensino superior.

Estamos diante de textos muito diferentes, sendo a sua diversidade marcada pelas diferentes nacionalidades dos autores, pelas temáticas tratadas, pelas formas de abordagem, pela cronologia contemplada, por estilos de escrita, por diferentes perspetivas de educação e de consistência de trabalhos sobre este domínio do saber. Acreditamos que com isso este número da revista Estudos do Século XX expressa a complexidade que caracteriza o campo da educação.

António Gomes Ferreira Luís Mota

Referências

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