Faculdade de Medicina de Lisboa 2009/2010 Nota: A anotada estava praticamente igual diferentes.
A aula de hoje é sobre
dois aspectos: primeiro porque há muitas
Enterobacteriaceae são muito importantes, porque são os microrganismos que são mais
vezes tratados.
A infecção mais frequente causada por uma urinária causada pela Escherichia coli
infecções urinárias.
O reservatório das Enterobacteriaceae mas também o intestino de vários animais.
Então, em termos de noções gerais, que vão ser dados também nas aulas práticas, temos que:
• Enterobacteriaceae
clínica. Senão vejamos: temos um doente com uma sépsis, a quem vamos tirar sangue para fazer hemocultura. Se a bactéria crescer nessa hemocultura faz
da mesma. Neste caso, vamos supor que os resultados laboratoriais mostram que cresceu na hemocultura um bacilo Gram
importante saber a classificação dos microrganismos e ir buscar essa informação, para poder saber o que tem o doente. Daí a importância de sabermos a sua classificação.
• Há Enterobacteriaceae
designadas lactose + e há Enterobacteriaceae
Data: 09/11/09 e 12/11/09
Docente: Dr. Thomas Hänscheid
Tema da Aula: Enterobacteriaceae
Anotado por: Maria João Freire e Ruben Reis
2009/2010
estava praticamente igual à do ano anterior, pelo que apenas foram acrescentadas as partes
A aula de hoje é sobre Enterobacteriaceae. Esta aula é bastante abrangente por dois aspectos: primeiro porque há muitas Enterobacteriaceae e segundo porque as são muito importantes, porque são os microrganismos que são mais A infecção mais frequente causada por uma Enterobacteriaceae
Escherichia coli. A Escherichia coli é responsável 80% das
Enterobacteriaceae é o intestino, não só o intestino humano, mas também o intestino de vários animais.
Então, em termos de noções gerais, que vão ser dados também nas aulas práticas,
Enterobacteriaceae são bacilos Gram -, o que é importante para a prática mos: temos um doente com uma sépsis, a quem vamos tirar sangue para fazer hemocultura. Se a bactéria crescer nessa hemocultura
faz-da mesma. Neste caso, vamos supor que os resultados laboratoriais mostram que cresceu na acilo Gram –. Nessa altura, é importante saber a classificação dos microrganismos e ir buscar essa informação, para poder saber o que tem o doente. Daí a importância de sabermos a sua
Enterobacteriaceae que são fermentadoras de lactose, sendo, então Enterobacteriaceae que não fermentam lactose, sendo essas
Microbiologia
09/11/09 e 12/11/09
: Dr. Thomas Hänscheid
Enterobacteriaceae
ão Freire e Ruben Reis
Página 1 de 18 que apenas foram acrescentadas as partes
. Esta aula é bastante abrangente por e segundo porque as são muito importantes, porque são os microrganismos que são mais
Enterobacteriaceae é a infecção
é responsável 80% das , não só o intestino humano, Então, em termos de noções gerais, que vão ser dados também nas aulas práticas, , o que é importante para a prática mos: temos um doente com uma sépsis, a quem vamos tirar sangue -se um Gram a partir
que são fermentadoras de lactose, sendo, então que não fermentam lactose, sendo essas
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chamadas lactose -. Esta é uma das formas de fazer distinção entre algumas das diversas espécies de Enterobacteriaceae.
• Existem 32 géneros e 132 espécies de Enterobacteriaceae, sendo estas até
mais que os parasitas. Contudo, dentro destas são relativamente poucas aquelas que se vêem na prática clínica. A mais frequente de todas, e essa é mesmo muito frequente, é a Escherichia coli, principalmente, como já foi dito, associada à infecção urinária.
Todos temos Escherichia coli no intestino, então porquê que não temos todos septicémias e infecções urinárias?
Por um lado tem a ver com a localização da bactéria e com a outra flora que lá existe porque, de um certo modo pode ser encontrado um equilíbrio.
Mas o principal motivo é outro, e é um conceito-chave em microbiologia. Está relacionado com a patogenicidade, isto é, as Escherichia coli no intestino podem ser ou não patogénicas. Há Escherichia coli que causam infecção e Escherichia coli que não causam infecção. Habitualmente quando se fala neste âmbito fala-se naquelas bactérias que são ou menos patogénicas ou que precisam de uma oportunidade para causar infecção.
Estas são as bactérias que vão ser faladas na primeira parte da aula, porque a segunda parte será sobre organismos que causam, em princípio, sempre infecção. Uma maneira de sistematizar este assunto para o tornar mais fácil de decorar é dividir todos os microrganismos em dois grupos. Um em que se insere a Escherichia coli e que inclui todos os microrganismos que podem causar infecção, mas que precisam de uma oportunidade para o fazer e o segundo grupo são os profissionais. Estes causam infecções gravíssimas e o doente pode morrer rapidamente se não for devidamente tratado. Um exemplo de microrganismo profissional é o Streptococcus Pneumoniae que causa uma infecção muito grave. Um doente com uma pneumonia por Streptococcus
Pneumoniae está mesmo numa situação gravíssima. Um exemplo de Enterobacteriaceae
profissional é a Yersinia pestis que é também um Gram - e que causa a peste. Ninguém tem dúvidas que a peste é uma doença gravíssima. Mas há outras bactérias neste grupo que quase sempre causam doença, inclusivamente uma que está associada ao consumo de ovos que é a Salmonella e a Shigella que causam diarreia.
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Nesta tabela estão sublinhadas aquelas bactérias que são mais importantes e que mais frequentemente causam infecções.
Outra coisa importante no diagnóstico são
Enterobacteriaceae têm 3 antigénios dos quais o O e o H são bastante importantes. E são
importantes porquê? Porque no início, quando se começou a perceber que nem todas as
Escherichia coli causavam doença, os investigadores perg
distinguir a Escherichia coli
tentativa de encontrarem uma resposta começaram a fazer aglutinações com soros. E estes soros são dirigidos a antigénios na parede da bactéria
classificação das bactérias ao nível dos antigénios. Neste slide são apresentadas as estruturas que correspondem aos antigénios, por exemplo o H é o flagelar e o O é o somático (LPS). O que acontece é que a aglutinação das bactérias serve pa
diagnóstico. A Escherichia coli
neonatal (mais rara) e a Escherichia coli
produz uma toxina que causa diarreia e como
complicação dessa diarreia aparece o Síndrome Hemolítico Urémico (HUS). Hemolítico significa destrui
notar que o professor referiu que estas duas
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Nesta tabela estão sublinhadas aquelas bactérias que são mais importantes e que mais frequentemente causam infecções.
Outra coisa importante no diagnóstico são os antigénios de superfície têm 3 antigénios dos quais o O e o H são bastante importantes. E são importantes porquê? Porque no início, quando se começou a perceber que nem todas as causavam doença, os investigadores perguntaram-se como seria possível Escherichia coli que não causa doença daquela que causa doença. tentativa de encontrarem uma resposta começaram a fazer aglutinações com soros. E
dirigidos a antigénios na parede da bactéria classificação das bactérias ao nível dos antigénios.
Neste slide são apresentadas as estruturas que correspondem aos antigénios, por exemplo o H é o flagelar e o O é o somático (LPS). O que acontece é que a aglutinação das bactérias serve para fazer o Escherichia coli K1 causa meningite Escherichia coli O157:H7 produz uma toxina que causa diarreia e como
complicação dessa diarreia aparece o Síndrome Hemolítico Urémico (HUS). Hemolítico significa destruição dos eritrócitos e urémico é insuficiência renal notar que o professor referiu que estas duas Escherichia coli eram muito importantes,
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Nesta tabela estão sublinhadas aquelas bactérias que são mais importantes e que
ntigénios de superfície. As têm 3 antigénios dos quais o O e o H são bastante importantes. E são importantes porquê? Porque no início, quando se começou a perceber que nem todas as se como seria possível que não causa doença daquela que causa doença. Na tentativa de encontrarem uma resposta começaram a fazer aglutinações com soros. E dirigidos a antigénios na parede da bactéria. Isso leva a uma
complicação dessa diarreia aparece o Síndrome Hemolítico Urémico (HUS). ção dos eritrócitos e urémico é insuficiência renal. De eram muito importantes,
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sendo que era necessário sabê
especialmente esta última. O professor mencionou que chegou a ver alguns casos destes em Inglaterra, sendo que o reservatório da bactéria era o intestino de vaca e, normalmente, o veículo da infecção era a carne picada com que os ingleses faziam os hambúrgueres. Como já foi dito,
laboratorial desta Escherichia coli
algo que será feito nas aulas práticas). Por exemplo, neste caso dos slides, há uma bactéria que é uma Escherichia coli
está o anticorpo específico que se mistura com a bactéria produzindo uma aglutinação, no caso de se tratar da bactéria que tem os antigénios para os quais direcionamos os anticorpos. Neste caso, era a
Então, pode dizer-se que os antigénios são importantes não só ao nível da classificação, mas também ao nível do diagnóstico.
Os factores de virulência não vão ser referidos com pormenor porque já houve uma aula sobre isso, mas existem muitos factores de virulência associados aos Gram único que o professor mencionou foi o
lipopolissacarídeo (LPS) que é uma substância que faz parte da parede e é muito importante porque está associado a muitos sintomas de uma sépsis. Isto porque o L
indutor das cascatas das citocinas. entanto, existem muitos outros factores de
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sendo que era necessário sabê-las bem,
. O professor mencionou que chegou a ver alguns casos destes em Inglaterra, sendo que o reservatório da bactéria era o intestino de vaca e, normalmente, o veículo da infecção era a carne picada com que os ingleses faziam os hambúrgueres. Como já foi dito, o diagnóstico
Escherichia coli O157:H7 baseia-se na aglutinação da estirpe (isto é
algo que será feito nas aulas práticas). Por exemplo, neste caso dos slides, há uma
Escherichia coli, mas não sabemos se é O157:H7 ou n
está o anticorpo específico que se mistura com a bactéria produzindo uma aglutinação, no caso de se tratar da bactéria que tem os antigénios para os quais direcionamos os anticorpos. Neste caso, era a Escherichia coli O157:H7 e houve, de facto, aglutinação.
se que os antigénios são importantes não só ao nível da classificação, mas também ao nível do diagnóstico.
Os factores de virulência não vão ser referidos com pormenor porque já houve uma m muitos factores de virulência associados aos Gram único que o professor mencionou foi o
lipopolissacarídeo (LPS) que é uma substância que faz parte da parede e é muito importante porque está associado a muitos sintomas de Isto porque o LPS é um forte indutor das cascatas das citocinas. No entanto, existem muitos outros factores de
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se na aglutinação da estirpe (isto é algo que será feito nas aulas práticas). Por exemplo, neste caso dos slides, há uma , mas não sabemos se é O157:H7 ou não. No frasco está o anticorpo específico que se mistura com a bactéria produzindo uma aglutinação, no caso de se tratar da bactéria que tem os antigénios para os quais direcionamos os
cto, aglutinação. se que os antigénios são importantes não só ao nível da
Os factores de virulência não vão ser referidos com pormenor porque já houve uma m muitos factores de virulência associados aos Gram -. O
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virulência e é de referir que muitos sintomas dos processos patológicos causados por
Enterobacteriaceae não se devem à invasão dos tecidos por parte das bactér
mas sim às toxinas libertadas pelas mesmas
E agora, vamos falar das doenças causadas pela interessa.
Temos que ter em conta se a infecção ocorre num doente do sexo masculino ou feminino, isto porque há estrut
diferentes possibilidades de infecção. No sexo feminino o orifício da uretra é mais próximo do ânus e zonas externas circundantes o que facilita a disseminação bacteriana; a vagina torna-se um reservatório adicional de bactérias uropatogénicas; e, por último, as mulheres não têm as secreções prostáticas que parecem ter um efeito antibacteriano.
Então, como se pode ver no slide, as Enterobacteriaceae estão associadas a diversas infecções, desde o tract urinário, gastrenterites ou do pulmão que pode causar pneumonia. O professor referiu que tinha acabado de ver o que se chama a bancada das uroculturas, portanto todos os pedidos de urocultura feitos no dia anterior no hospital, que foram à volta de 100, e a taxa de
positividade é de 30%. Este é um número muito elevado, basta pensarmos que só num dia apareceram 30 pessoas com uma infecção urinária (até podem ser mais, mas estes são aqueles de quem temos uma cultura positiva).
Então e como é que se faz o di
Algo muito importante em microbiologia e que é exames é como se faz a colheita de urina
isto é que têm que ser os médicos a
técnica de recolha de uma boa amostra de urina, os médicos são os responsáveis pela qualidade da amostra. Se o médico não conseguir ensinar o doente devidamente, a amostra pode sair contaminada. Se isto aconte
espera dos resultados sem ser tratado, o que pode agravar a sua situação clínica. Nesse
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de referir que muitos sintomas dos processos patológicos causados por não se devem à invasão dos tecidos por parte das bactér
toxinas libertadas pelas mesmas.
E agora, vamos falar das doenças causadas pela Escherichia coli
Temos que ter em conta se a infecção ocorre num doente do sexo masculino ou feminino, isto porque há estruturas anatómicas diferentes em ambos os sexos e, portanto diferentes possibilidades de infecção. No sexo feminino o orifício da uretra é mais próximo do ânus e zonas externas circundantes o que facilita a disseminação bacteriana; a vagina atório adicional de bactérias uropatogénicas; e, por último, as mulheres não têm as secreções prostáticas que parecem ter um efeito antibacteriano.
Então, como se pode ver no slide, estão associadas a diversas infecções, desde o tracto urinário, gastrenterites ou do pulmão que pode causar pneumonia. O professor referiu que tinha acabado de ver o que se chama a bancada das uroculturas, portanto todos os pedidos de urocultura feitos no dia anterior no hospital, que e a taxa de
positividade é de 30%. Este é um número muito elevado, basta pensarmos que só num dia apareceram 30 pessoas com uma infecção urinária (até podem ser mais, mas estes são aqueles de quem temos uma cultura positiva).
Então e como é que se faz o diagnóstico de infecção urinária por
Algo muito importante em microbiologia e que é frequentemente perguntado nos como se faz a colheita de urina (ensinado nas práticas). A importância de saber isto é que têm que ser os médicos a instruir muito cautelosamente o doente sobre a técnica de recolha de uma boa amostra de urina, os médicos são os responsáveis pela qualidade da amostra. Se o médico não conseguir ensinar o doente devidamente, a amostra pode sair contaminada. Se isto acontecer o doente tem que ficar mais uns dias à espera dos resultados sem ser tratado, o que pode agravar a sua situação clínica. Nesse
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de referir que muitos sintomas dos processos patológicos causados por não se devem à invasão dos tecidos por parte das bactérias em si,
Escherichia coli que é o que mais
Temos que ter em conta se a infecção ocorre num doente do sexo masculino ou uras anatómicas diferentes em ambos os sexos e, portanto diferentes possibilidades de infecção. No sexo feminino o orifício da uretra é mais próximo do ânus e zonas externas circundantes o que facilita a disseminação bacteriana; a vagina atório adicional de bactérias uropatogénicas; e, por último, as mulheres não têm as secreções prostáticas que parecem ter um efeito antibacteriano.
positividade é de 30%. Este é um número muito elevado, basta pensarmos que só num dia apareceram 30 pessoas com uma infecção urinária (até podem ser mais, mas estes agnóstico de infecção urinária por Escherichia coli?
frequentemente perguntado nos (ensinado nas práticas). A importância de saber instruir muito cautelosamente o doente sobre a técnica de recolha de uma boa amostra de urina, os médicos são os responsáveis pela qualidade da amostra. Se o médico não conseguir ensinar o doente devidamente, a cer o doente tem que ficar mais uns dias à espera dos resultados sem ser tratado, o que pode agravar a sua situação clínica. Nesse
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caso, a culpa é do médico. Daí a importância de saber fazer e saber instruir sobre a colheita.
O professor não explicou na aula como era feita essa colheita de urina, mas dada a sua importância, a técnica do jacto médio e técnica de recolha no doente algaliado vão ser explicadas aqui (segundo os apontamentos do José Correia Diogo).
• Preferir a 1ª urina da manhã.
• Na mulher (colher a amostra segundo a técnica do jacto médio)
1º) Lavar a região periuretra, genitais externos e períneo com água e sabão;
2º) Enxaguar muito bem com água ou soro fisiológico, de preferência esterilizados, e sempre com movimentos de frente para trás;
3º) Afastar os grandes lábios com uma das mãos;
4º) Desperdiçar uma pequena quantidade de urina (o «primeiro terço» do jacto urinário);
5º) Recolher uma porção de urina («jacto médio») para um recipiente esterilizado; 6º) Desperdiçar a restante quantidade de urina («último terço» do jacto urinário). Ter cuidado para não tocar com a abertura do recipiente nos genitais externos, coxas e roupa.
• No homem: (colher a amostra segundo a técnica do jacto médio) 1º) Recolher o prepúcio, expondo a glande;
2º) Lavar a glande, sobretudo na região do meato uretral, com água e sabão; 3º) Enxaguar muito bem com água ou soro fisiológico, de preferência esterilizados; 4º) Desperdiçar uma pequena quantidade de urina (o «primeiro terço» do jacto urinário);
5º) Recolher uma porção de urina («jacto médio») para um recipiente esterilizado; 6º) Desperdiçar a restante quantidade de urina («último terço» do jacto urinário). Ter cuidado para não tocar com a abertura do recipiente nos genitais externos, coxas e roupa.
• No doente algaliado: 1º) Clampar a algália;
2º) Desinfectar a área a puncionar – borracha do tubo colector – como de fosse pele;
3º) Aspirar com seringa;
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Notas:
- Não puncionar o tubo de
- Não desconectar a algália para recolher a urina.
- As pontas de algália não são adequadas para exame microbiológico - Evitar a algaliação propositada para colheita de urina
- Nunca enviar sacos colectores de urina
• Observações:
- Não esquecer que a urina poderá ser colhida por se, neste caso, de uma amostra de excelente qualidade.
- Quer no caso de colheita em doente algaliado, quer no caso de colheita por punção suprapúbica, não esquecer de especificar estes procedimentos ao preencher a requisição de microbiologia.
- Independentemente do modo de colheita de urina, se não for possível enviar de imediato a amostra, refrigerar a mesma.
- Na suspeita de pielonefrite sangue para hemocultura.
Depois da amostra recolhida, coloca
gota de urina numa placa. De notar que a urina é normalmente estéril. Se houver bactérias na urina, estamos perante um caso de infecção urinária. maneira mais rápida de ver se o doente tem ou não infecção urinária é fazer um Gram. Na imagem vê um Gram com leucócitos (indicativo de reacção inflamatória que aponta para infecção) e bacilos Gram
fazer a cultura por falta de recursos, o Gram é uma opção de diagnóstico.
Existem ainda as infecçoes cirúrgicas. São bastante frequentes principalmente no âmbito da cirurgia abdominal, uma vez que é uma zona que apresenta agentes
Enterobacteriaceae.
A septicemia causada por
Sépsis: bactérias no sangue, com sintomas associados. Não se pode dizer que é simplesmente a presença de bactérias no sangue.
Lavar os dentes normalmente é uma manobra muito violenta. A cavidade bocal tem um número muito significativo de bactérias, de tal maneira que, habitualmente, após a
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Não puncionar o tubo de plástico ou saco colector. Não desconectar a algália para recolher a urina.
pontas de algália não são adequadas para exame microbiológico Evitar a algaliação propositada para colheita de urina.
Nunca enviar sacos colectores de urina para exame microbiológico Não esquecer que a urina poderá ser colhida por punção suprapúbica se, neste caso, de uma amostra de excelente qualidade.
Quer no caso de colheita em doente algaliado, quer no caso de colheita por ca, não esquecer de especificar estes procedimentos ao preencher a Independentemente do modo de colheita de urina, se não for possível enviar de
refrigerar a mesma.
suspeita de pielonefrite é sempre aconselhável colher, simultaneamente,
Depois da amostra recolhida, coloca-se uma gota de urina numa placa. De notar que a urina é normalmente estéril. Se houver bactérias na urina, estamos perante um caso de infecção urinária. Uma maneira mais rápida de ver se o doente tem ou não infecção urinária é fazer um Gram. Na imagem vê-se um Gram com leucócitos (indicativo de reacção
inflamatória que aponta para infecção) e bacilos Gram -. Nos locais onde não se pode falta de recursos, o Gram é uma opção de diagnóstico.
Existem ainda as infecçoes cirúrgicas. São bastante frequentes principalmente no âmbito da cirurgia abdominal, uma vez que é uma zona que apresenta agentes
A septicemia causada por E.Coli é a mais frequente.
Sépsis: bactérias no sangue, com sintomas associados. Não se pode dizer que é simplesmente a presença de bactérias no sangue.
Lavar os dentes normalmente é uma manobra muito violenta. A cavidade bocal tem ificativo de bactérias, de tal maneira que, habitualmente, após a
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pontas de algália não são adequadas para exame microbiológico. microbiológico.
punção suprapúbica tratando-Quer no caso de colheita em doente algaliado, quer no caso de colheita por
ca, não esquecer de especificar estes procedimentos ao preencher a Independentemente do modo de colheita de urina, se não for possível enviar de aconselhável colher, simultaneamente,
. Nos locais onde não se pode falta de recursos, o Gram é uma opção de diagnóstico.
Existem ainda as infecçoes cirúrgicas. São bastante frequentes principalmente no âmbito da cirurgia abdominal, uma vez que é uma zona que apresenta agentes
Sépsis: bactérias no sangue, com sintomas associados. Não se pode dizer que é Lavar os dentes normalmente é uma manobra muito violenta. A cavidade bocal tem ificativo de bactérias, de tal maneira que, habitualmente, após a
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lavagem dos dentes, existem bactérias em circulação. Apesar disso, a maior parte das pessoas não tem sépsis.
Aí está a diferença entre sépsis e bacteriémia. A sépsis é um conjunto de sintomas que podem eventualmente levar ao choque séptico. A causa mais frequente de choque séptico é a infecção urinária.
Infecção urinária
A infecção urinária envolve uma parte baixa e uma parte alta. A parte baixa é a bexiga, que é a área mais frequentemente afectada nas mulheres. É designada até de infecção não complicada. Depois as bactérias podem subir através do uretere, chegando ao rim. Isso chama-se pielonefrite, que apresenta sintomas típicos. Normalmente a infecção urinária baixa não tem febre. A pielonefrite tem febre e causa também uma dor típica nas costas. O rim tem uma circulação sanguínea enorme. Se ele apresenta muitas bactérias a pessoa pode apresentar muito rapidamente uma bacteriémia e uma sépsis.
Por exemplo, o actor que fez de Superman partiu o pescoço e acabou por morrer. Porquê? Porque os tetraplégicos normalmente tem problemas de respiração. Mas falando apenas dos paraplégicos, eles também acabam por morrer muito cedo. Não porque não conseguem andar (não conseguem controlar os movimentos), mas por
outra coisa que eles também não conseguem controlar. A micção. E os paraplégicos têm todos infecções urinárias de repetição. Isso é o problema mais dificil de controlar nos paraplégicos.
Gastrenterite
Não são só as Salmonella e as Shigella que causam gastroenterite. Há de facto 5 diferentes E.coli que são patogénicas e causam diarreia. Até se pensa que estas E.coli são muito mais frequentes que as Salmonella e as Shigella porque no laboratórios não conseguimos fazer um diagnóstico de uma diarreia causada por E.Coli. A Salmonella e
Faculdade de Medicina de Lisboa 2009/2010 Página 9 de 18 Shigella, por sua vez, causam quase sempre doença, sendo o diagnóstico mais fácil. Por
exemplo, perante uma pessoa com diarreia manda-se para o laboratório as fezes e pede-se para pede-se pesquisar a Salmonella e Shigella. Se pede-se encontrar uma Salmonella o diagnóstico está feito. No caso de uma diarreia causada por E.Coli, como se pode fazer o diagnóstico? A E.Coli está presente de qualquer das maneiras, porque a Escherichia coli, normalmente, integra a flora intestinal. É,de facto, muito complicado distinguir as E.Coli patogénicas e as E.Coli não patogénicas. Para se saber se é a E.Coli que está a causar diarreia, existem métodos de investigação moleculares que são muito complicados.
No slide estão apresentadas as 5 E.Coli que causam diarreias de diferentes tipos. A primeira E.coli causa a chamada “diarreira do viajante”. Em países pobres, com uma higiene mais precária, deve ter-se em atenção a qualidade e confecção dos alimentos.Este tipo de diarreia é muito frequente.
A Enterohemorrahgica ou E.coli O157:H7 é aquela que causa o síndrome hemolítico urémico. As restantes não foram referidas na aula por falta de tempo.
Klebsiella, outra bactéria. Causa habitualmente pneumonia (Klebsiella
Pneumoniae). Ela faz parte da flora intestinal e pode causar infecção urinária. No entanto,
a K.Pneumoniae que, possivelmente devido ao facto de ter uma cápsula, está um pouco mais frequentemente associada às infecções do trato respiratório, nomeadamente às pneumonias. E as pneumonias aqui referem-se especialmente a pessoas com problemas subjacentes.
As pessoas que são alcoólicas apresentam alto risco de contrair pneumonias. Porquê? Elas entram numa fase em que um dos problemas é o facto de não conseguirem controlar o reflexo da deglutição, o que pode acontecer também a pessoas que tiveram um AVC. Depois o que acontece é que quando se engasgam com alguma coisa, vai directamente para o pulmão e pode causar uma pneumonia.
O Proteus, outra bactéria, tem flagelos, é muito móvel, e é um causador de infecção urinária.
O Proteus consegue alcalinizar a urina. Isto é importante porque a acidez da urina protege-nos das infecções. Então o Proteus uma vez estabelecido, consegue manter-se com muita mais facilidade na urina.
Alguns dos antibióticos, especialmente um antibiótico que é utilizado para o tratamento de infecções por Enterobacteriaceae, que se chama Nitrofurantoína (quase só
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se usa para infecções urinárias), usar no tratamento do Proteus
Estes quadros representam os antibióticos, em termos de classes, que são importantes no tratamente das
dos antibióticos a ser usados. O professor referiu que era muito bom para nosso futuro saber este quadro de cor, mas que não seria importante em termos de exame.
Yersinia pestis. Causava surtos de
impacto na sociedade e obviamente na mente das pessoas.
A peste ainda causa medo, mesmo com a possibilidade de terapêutica com antibiótico,porque ainda há muitos óbitos. A peste caracteriza
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se usa para infecções urinárias), não actua numa urina alcalina. Como tal, nunca se deve
Proteus.
Estes quadros representam os antibióticos, em termos de classes, que são importantes no tratamente das Enterobacteriaceae . É necessário ter uma noção geral dos antibióticos a ser usados. O professor referiu que era muito bom para nosso futuro saber este quadro de cor, mas que não seria importante em termos de exame.
. Causava surtos de peste, na idade média, deixando um profundo impacto na sociedade e obviamente na mente das pessoas.
A peste ainda causa medo, mesmo com a possibilidade de terapêutica com antibiótico,porque ainda há muitos óbitos. A peste caracteriza-se por uns bubões, que são
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não actua numa urina alcalina. Como tal, nunca se deve
Estes quadros representam os antibióticos, em termos de classes, que são . É necessário ter uma noção geral dos antibióticos a ser usados. O professor referiu que era muito bom para nosso futuro saber este quadro de cor, mas que não seria importante em termos de exame.
idade média, deixando um profundo A peste ainda causa medo, mesmo com a possibilidade de terapêutica com se por uns bubões, que são
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gânglios que chamam muito a atenção. Um dos reservatórios da peste são as ratazanas. Antes de um surto, as ratazanas morrem e a peste transmite-se através da pulga.
Há uns anos atrás, durante os surtos de peste, era proibido tocar no doente, só se tocava por intermédio de um pauzinho. Usavam-se também umas máscaras que evitavam que através do ar se propagasse a doença. No bico dessas máscaras, colocavam umas ervas que eram queimadas e que óbvia e inadvertidamente os obrigava a inalar fumo. Nessa época, não se sabia que existiam bactérias e transmissão de doenças através delas, mas sabia-se que as ratazanas estavam associadas à doença, e deve ser por isso que nós, actualmente, temos a noção que a ratazana é um animal horrível.
(A título de curiosidade e para terminar esta parte histórica resta apenas referir o nome de um senhor que deu o nome ao Instituto Câmara Pestana. Este senhor, Câmara Pestana, era um grande génio, já com trinta anos de idade era professor catedrático. Ele foi investigar o surto da Peste Negra naquele tempo, no Porto e morreu de peste.)
Salmonella, Shigella e Yersinia
Há que ter em atenção para o facto de na Salmonella, Shigella e na E.Coli, mas especialmente nos casos de diarreias, temos de saber qual é o reservatório natural; qual é a via de transmissão (que habitualmente tem explicação relacionada com o reservatório natural); qual o tipo de diarreia e qual a causa.
A Yersinia não causa diarreia, causa peste.
Há dois tipos de quadros de peste. Há a peste pulmunar, que é aquela muito grave que mata em muito pouco tempo e que tem como via de transmissão a via inalatória. A outra peste e transmitida pela picada de uma pulga, que normalmente parasita roedores, mas quando estes acabam por morrer procura outros hospedeiros, muitas vezes o homem. Este quadro caracteriza-se por bubões, que são gânglios linfáticos aumentados, na zona da picada, e que acaba por evoluir para uma sépsis, causando muitas vezes a morte do doente.
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Algumas espécies de Enterobacteriaceae relacionadas com doenças no Homem
Citrobacter freundii Proteus penneri Citrobacter koseri Providencia rettgeri Citrobacter amaloneaticus Providencia stuartii Edwardsiella tarda Salmonella typhi
Enterobacter cloacae Salmonella paratyphi A, B, C
Enterobacter gergoviae Salmonella, outros serotipos Enterobacter amnigenus Serratia marcescens
Escherichia coli Serratia liquefaciens Hafnia alvei Shigella dysenteriae
Klebsiella pneumoniae Shigella flexneri
Klebsiella oxytoca Shigella boydii
Klebsiella ozonae Shigella sonnei
Morganella morganii Yersinia pestis
Proteus mirbailis Yersinia enterocolitica Proteus vulgaris Yersinia pseudotuberculosis
Há que ter em atenção que uma Salmonella, a Salmonella typhi, também não causa diarreia mas sim febre tifóide (relativamente rara). Esta Salmonella é semelhante às restantes que causam diarreia, só que é muito mais virulenta podendo conduzir à sépsis. A Salmonella não typhi é muito mais frequente e causa diarreia.
Para além destes dois tipos de Salmonella: typhi e não typhi, existem ainda as
Salmonella paratyphi, que também causam febre tifóide.
A Shigella quase desapareceu aqui em Portugal, só conhecemos a Shigella como doença de importação.
A Yersinia pestis, a peste, deve-se a situações sanitárias precárias e como já foi referido, às ratazanas, mas é relativamente raro.
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As Salmonella são todas classificadas de acordo com o esquema dos antigénios, e constitui um tema complexo que apesar de não ter sido suficientemente abordado na aula pelo professor, foi por ele aconselhado o estudo auxiliar pelo manual.
Esquema de Kauffmann-White
(nota: os serotipos foram usados incorrectamente como se fossem espécies)
A maioria dos mais de 2200 serotipos reunidos no esquema Kauffmann-White pertence a S. enteritidis
Transmissão bacteriana
A Salmonella transmite-se pela ingestão de determinado tipo de alimentos como o ovo. No entanto, e neste caso, o reservatório da Salmonella não é o ovo, mas sim o
antigénios somaticos O
antigénios flagelares H (fase 1) antigénios flagelares H (fase 2)
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animal, a galinha. A Salmonella contamina o intestino da galinha e depois vai para os anexos. Portanto, antes da galinha formar a casca do ovo, a Salmonella já se encontra no interior deste.
Dos estudos que se realizaram, inferiu-se que cerca de 90% dos ovos comprados têm Salmonella, mas não contraímos a doença uma vez que, por um lado não comemos ovos crus, cozinhamo-los, e por outro lado porque não temos problemas com a acidez no estômago. Um exemplo de grupo de risco são precisamente os idosos, dado o facto de já não produzirem ácido ou devido a problemas de estômago (condição inerente a quase todos os idosos) ou à toma de antiácidos. A acidez gástrica tem importância para a dose infecciosa.
A salmonella typhi , tem o mesmo percurso que as salmonella não typhi, ou seja, causa infecção por via oral, contaminando o intestino e causando sépsis. A infecção faz-se também por via feco-oral, no entanto, como refaz-servatório, é exclusivamente o Homem. Tudo isto é semelhante no caso de infecção por Shigella.
Organismo
Transmissão
Reservatório
Salmonella não typhi
Ingestão de alimentos contaminados e mal cozinhados (aves, ovos, derivados de leito), feco-oral
Muitos animais, especialmente aves
Salmonella typhi, paratyphi Feco-oral Homem
Shigella Feco-oral Homem
A transmissão feco-oral é uma forma de contaminação bastante importante, não só pelo contacto directo, mas sobretudo devido à contaminação da água e consequentemente contaminação das culturas, instituída pelo contacto com as fezes. Há
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que referir que o uso de fezes humanas como estrume, é completamente proibido. Nesta via de transmissão, as moscas podem ser agentes de contágio, uma vez que podem pousar nas fezes e sucessivamente no alimento, contribuíndo assim para o contágio e desenvolvimento da doença.
O facto de o reservatório da Shigella ser apenas o homem, e uma vez que a via de transmição é feco-oral, faz com que apenas pessoas que sejam expostas a fezes humanas possam apanhar a doença. É esta a razão por que esta infecção não existe de forma endémica em Portugal.
Salmonella, Shigella
Outro aspecto das Salmonella é que as pessoas quando estão doentes, não têm só
Salmonella nas fezes, ou seja, quando têm diarreia, quando defecam, eliminam Salmonella mas não todas, e definitivamente, não directamente após a doença. Isto quer
dizer que pessoas que têm Salmonella vão continuar a eliminar Salmonella sem sintomas, o que é gravíssimo porque elas podem infectar outras pessoas. Esta situação torna-se de extrema importância quando essas pessoas trabalham em cozinhas ou em cafés. Para que, pessoas portadoras possam trabalhar nesses locais, devem ter três vezes coproculturas negativas para Salmonella, como forma de evitar o contágio.
A título de curiosidade: Mary Malone “Typoid Mary” era portadora e foi uma cozinheira irlandesa que nos EUA, no século passado, infectou 53 pessoas, 3 das quais morreram.
Nota:
Portadores – eliminação prolongada:
• Salmonella (não typhi): eliminação por 4-8 semanas após doença • Portadores (>1 ano): 0,2 – 0,6% Salmonella (não typhi) e 1 – 4%
Salmonella typhi
• Shigella: eliminação durante algumas semanas, em 10% por mais de 10 semanas
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Yersinia
A Yersinia pestis não causa diarreia, causa peste.
Há dois tipos de quadros de peste. Há a peste pulmunar, que é aquela muito grave que mata em muito pouco tempo e que tem como via de transmissão a via inalatória. A outra peste e transmitida pela picada de uma pulga, que normalmente parasita roedores, mas quando estes acabam por morrer procura outros hospedeiros, muitas vezes o homem. Este quadro caracteriza-se por bubões, que são gânglios linfáticos aumentados, na zona da picada, e que acaba por evoluir para uma sépsis, causando muitas vezes a morte do doente.
Há um tipo de bactéria que eu ainda não falei que é a yersinia enterocolitica. Como é uma yersinia, tem algumas características parecidas com a yersinia pestis, ou seja, também causa infecção dos gânglios linfáticos, mas neste caso nos intestinos. Muitas vezes uma infecção por esta bactéira também apresenta um quadro de diarreia. Mas há outro problema, é que o lugar de colonização de preferência da yersinia enterocolítica localiza-se na fossa ilíaca direita. Isto leva muitas vezes a que estas infecções sejam encaradas como apendicites (diarreia, febre e dor forta na fossa ilíaca direita), o que leva a que se façam operações a pessoas saudáveis e não se cure o real problema. É importante ter este conheciemnto, porque se a pessoa não estiver numa situação aguda, muito urgente, é importante fazer os testes necessários para excluir este diagnóstico, evitando operar pessoa saudáveis.
Organismo Transmissão Reservatório
Yersinia enterocolitica Ingestão de alimentos contaminados (Y.
enterocolitica cresce a temperatura de 4º)
Muitos animais, especialmente aves
Yersinia pestis Transmissão por pulgas (Xenopsylla
cheopsis)
Roedores, (Rattus rattus e Rattus norvegicus)
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Yersinia pestis - transmissão
Doença
Há dois tipos de diarreia. Há a diarreia mais comum, aquosa, que dura dois/três dias e passa; é o caso das diarreias provocadas por Salmonellas não typhi. Depois há um tipo mais grave, a desenteria. Aqui há muitas vezes inflamação do próprio intestino, tem-se uma diarreia sanguinolenta, e essa inflamação pode levar a uma tem-sepsis. O principal agente da desenteria é a Shigella.
Vocês já sabem que as diarreias não são todas iguais. E sabem também que o intestino é muito comprido. Uma das razões que distingue o tipo de diarreia é a zona do intestino que é infectada. Logo, quando temos uma diarreia sanguinolenta, uma desenteria, esta infecção localiza-se normalmente no cólon ou já no final do intestino delgado. As diarreias aquosas, são causadas por interferências com o processo de absorção, logo as bactérias vão formar infecção algures no intestino delgado.
Em casos de diarreia por Salmonella deve beber-se muita água, água equilibrada para que se mantenha o equilíbrio electrolítico, e a administração de antibióticos regra geral, para a maior parte das diarreias por Salmonella normal, é contra-indicado, porque não encurta o tempo da diarreia, ou seja, não tem influência sobre a doença, e, muito mais importante, pode tornar a pessoa num portador assintomático. Há uma excepção, que é o caso da Shigella, em que a pessoa apresenta uma disenteria (diferente de
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diarreia = fezes líquidas como água) que é uma invasão do tecido com sangue das fezes, aliada a uma dor abdominal e febre. Aí sim, deve administrar-se antibióticos para evitar isso.
Febre tifóide
As salmonellas tiphi e paratiphi causam febre tifóide. Uma doença sistémica com mortalidade de quase 30%. Causa uma sepsis grave, e o doente fica com a consciência alterada, “enebolada” daí chamar-se febre tifóide (do grego tiphos= fumo).
Para o diagnóstico de febre tifóide, ainda que seja causada por uma salmonella, não se colhe uma amostra de fezes, mas sim de sangue (para fazer uma hemocultura) porque a febre tifóide é uma doença sistémica. No entanto é possível encontrar
salmonella tiphi nas fezes, mas já numa fase final da doença, pois é esta a maneira de
transmissão da bactéria.
Em termos de tratamento a febre tifóide é tratada com antimicrobianos, obrigatoriamente.
Nota: o professor não se referiu aos restantes slides da aula, todavia, achamos importante a sua visualização. Eles serão disponibilizados na reprografia.
Bom estudo!