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ONDE ESTÁ O SEU CARISMA?

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Academic year: 2021

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ONDE ESTÁ

O SEU

CARISMA?

Desenvolva o seu carisma mesmo

acreditando que não o tem!

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A presente edição segue a grafia do novo Acordo Ortográfico da Língua Portu-guesa.

Título: Onde está o seu carisma? Autor: Jorge Freitas

Todos os direitos para a publicação desta obra em Portugal reservados por: Nexo Literário (NL)

(SmartBook, uma chancela da NL)

Av. dos Combatentes da Grande Guerra, n.º 1 C 2890-015 Alcochete

Tel.: (+351) 212 343 221 geral@nexo.pt

www.nexo.pt

facebook.com/editorasmartbook

Revisão: Catarina Florindo

Pré-impressão: Tipografia Lousanense Lda. – Lousã Design de capa: JB Design/Ilídio J.B. Vasco

Impressão e acabamentos: Tipografia Lousanense Lda. – Lousã

1.ª Edição: Outubro de 2014 Depósito Legal: 380321/14 ISBN: 978-989-8529-49-7

É expressamente proibida a reprodução da presente obra, no todo ou em parte, sem autorização prévia da editora.

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ÍNDICE

1.

O que é o carisma? . . . 1

2.

Triângulo amoroso entre a psique, o corpo e o magnetismo pessoal . . . 9

3.

Tipos de carisma . . . 61

4.

Carisma, o melhor amigo da liderança! . . . 71

5.

Carisma e política, um cocktail explosivo . . . 83

6.

Rostos e carisma . . . 103

7.

Como desenvolver carisma . . . 113

8.

Os portugueses são carismáticos? . . . 147

Conclusão . . . 161

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(5)

Capítulo

1

O QUE É O CARISMA?

A

primeira questão que se coloca nesta temática é a dificuldade na definição da palavra carisma. Mas afinal o que é o carisma? Que ingredientes o compõem? Nasce connosco ou aprende -se? Pes-soas que não têm carisma podem obtê -lo? Podemos desenvolver carisma ao longo vida?

Reconhecer carisma nos outros não é propriamente uma tarefa difícil. Identificamos, sem grande esforço, homens e mulheres que têm habilida-de para aconselhar os outros, para contar histórias, fazer rir, lihabilida-derar, gerir equipas, ou seja, algo de bom, de positivo, que provoca inevitavelmente admiração nas pessoas.

Para entrarmos com uma maior profundidade no tema, importa es-clarecer, como ponto de partida deste livro, alguns aspetos que se torna-rão imprescindíveis para o alinhamento e entendimento do que vai ler.

O carisma é genético ou aprende -se a ter? É um dom ou um conjunto de características do indivíduo que se desenvolvem no tempo? As res-postas estão sustentadas nos mais recentes estudos que revelam que o carisma se aprende e se pode desenvolver no indivíduo ao longo de toda uma vida. Os estudos de diversos autores, durante vários anos, contribuí-ram decisivamente para a seguinte afirmação: “Qualquer pessoa, mesmo a mais tímida ou apagada, pode cultivar e desenvolver carisma.” Esta é uma afirmação verdadeiramente revolucionária.

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ONDE ESTÁ O SEU CARISMA?

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Assim, o carisma não deve ser entendido como um dom que está aci-ma do entendimento huaci-mano ou como algo que nasce connosco, aci-mas sim como uma capacidade de comunicar de forma inspiradora, provo-cando admiração e motivação nos outros.

A comunicação verbal e não verbal dá um contributo determinante para o carisma de qualquer pessoa. Comunicar com afeto e simplicidade é uma das chaves.

Sim, é possível aprender a desenvolver carisma, pois só depende de si! Desenvolver e cultivar carisma sem timidez ou sentimentos de infe-rioridade em relação aos outros é um grande começo para quem quer chegar mais longe na vida pessoal e profissional.

Todos nós temos identidade e personalidade. Afinal de contas, todos nós somos seres irrepetíveis, singulares e autênticos num universo de cer-ca de 7 mil milhões de seres humanos.

Falar de carisma implica forçosamente falar de aspetos positivos re-lacionados com o comportamento humano, as suas atitudes e emoções. O despertar de emoções positivas nas pessoas é, sem dúvida, a base do carisma.

Os profissionais de imagem que aconselham os políticos, principal-mente nas campanhas eleitorais, debatem -se com tarefas espinhosas re-lativamente a este tema. O que aconselhar a um político quando este não apresenta sinais evidentes de forte carisma? Como vão os eleitores apoiar um líder político se este não possui carisma?

Já reparou que não existe nenhum aparelho no mundo que o consiga medir? Nem testes psicológicos ou exames capazes de nos darem uma percentagem do carisma que cada um de nós tem?

Carisma é sempre uma capacidade humana notável, fora do comum, que está relacionada com a forma como comunicamos com os outros e com o mundo, e com o efeito que se provoca. Todos nós identificamos facilmente carisma nos outros, o difícil é tentarmos desmontar a questão, identificando com pormenor os ingredientes que o constituem e a razão pela qual uns revelam carisma e outros não.

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O QUE É CARISMA?

Um indivíduo que comunique com os outros de forma agradável, com charme, de forma educada, respeitadora, com uma dose considerável de magnetismo pessoal, tem meio caminho andado para ser considerado como uma pessoa carismática. Mas será que chega? E onde está a fórmula do carisma?

Não há dúvida de que o carisma está relacionado com o modo como nos expressamos no mundo para conseguirmos obter determinados resultados no dia a dia, por conseguinte, à medida que vamos aperfeiçoando a nos-sa forma de comunicar, vamos também vendo o nosso carisma reforçado. Na mitologia grega, Charis, ou “Graça”, era uma das filhas do podero-so Zeus. A palavra carisma sempre esteve carregada de um simbolismo ligado ao divino, uma qualidade muito especial de origem quase mágica que determinadas pessoas possuem quando nascem. Explica -se assim que determinados movimentos religiosos, principalmente católicos, cha-mados carismáticos estejam associados a uma intervenção do divino.

O sociólogo alemão Max Weber recorreu ao termo carisma para de- signar uma forma de influência do líder sobre os seus seguidores. O líder era percecionado pelos seguidores como sendo dotado de qualidades exce-cionais. Para o autor, o carisma seria a capacidade de influenciar os outros de forma inquestionável. O líder carismático, perante as diferentes situações, conseguia reunir à sua volta um grupo de pessoas que acreditavam nas suas capacidades para lhes apontar o melhor caminho, levando -as ao encontro das suas expectativas, essencialmente através do seu poder visionário.

Há outros autores que associam o carisma à capacidade de apenas al-gumas pessoas falarem com os deuses.

Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço e fundador da psicologia analítica, fala do carisma através do termo “Personalidade Maná”, ou seja, o equi-valente a um modelo de personalidade ideal.

Maná é uma palavra do campo da antropologia, de origem melanésia (da Oceânia). O termo designa uma imagem personificada arquetípica de força sobrenatural. O equivalente deriva do grego kharisma, isto é, “tocado pelo Espírito Santo”.

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ONDE ESTÁ O SEU CARISMA?

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Existem muitas definições de carisma, de diversos autores, principal-mente do século XX. Grande parte dessas definições está associada a teo-rias sobre tipos de liderança.

Os estudos mais recentes

“Learning Charisma” é o título de um artigo publicado na Harvard

Bu-siness Review, escrito por um grupo de cientistas suíços da Universidade

de Lausanne, que revela resultados de uma investigação bastante relevan-tes. A mensagem mais importante do estudo dos autores John Antonakis, Marika Fenley e Sue Liechti é percebermos que realmente o carisma pode ser aprendido através do desenvolvimento de determinadas característi-cas que facilitam a perceção de carisma nas pessoas. Os três autores defi-nem o carisma como uma qualidade para comunicar mensagens concisas e que transmitem uma visão clara e inspiradora. A tónica desta investiga-ção reside na forma como o ser humano comunica com os outros, dando prioridade a aspetos comunicacionais verbais e não verbais.

Recentemente, outros autores e especialistas na área advogaram o mesmo. É o caso de Olivia Fox Cabane, Nikki Owen, Marshall Goldsmi-th, Doe Lang, entre outros. Sim, é possível aprendermos a ser carismáti-cos!

“Qualquer pessoa com algum treino pode tornar -se mais magnética, confiante e provocar uma boa impressão nos outros. Isso é carisma”, afir-ma Doe Lang.

Para a especialista Nikki Owen1, “as pessoas carismáticas possuem

uma poderosa fusão de atratividade, e a presença dessa atenção tem uma 1 Nikki Owen dá o seu contributo diário a milhares de indivíduos que a procuram no Reino Unido. É uma especialista na área do carisma, ajudando as pessoas a tornarem -se mais autoconfiantes. Tem desenvolvido vários workshops com diversos profissionais e pessoas comuns que a procuram para melhorar aspetos relacionados com a autoestima e a autoconfiança.

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O QUE É CARISMA?

forte influência de comando sobre as outras pessoas. Para uma pessoa carismática, é mais fácil atrair e influenciar os outros, o que é uma com-ponente vital na determinação do seu nível de sucesso como líder de um qualquer projeto, organização ou mesmo apenas como pessoa”.

As pessoas carismáticas podem apresentar diferentes características e maneirismos, mas todas elas, de acordo com Nikki Owen, possuem cinco qualidades principais:

a) Autoestima elevada: possuem uma elevada autoestima e sentem--se confortáveis na sua pele. Isso transmite confiança e autentici-dade, uma vez que pessoas com elevada autoestima mostram -se normalmente relaxadas nos relacionamentos com os outros, mos-trando o seu verdadeiro eu, o que traz uma forte componente no papel de controlo e aceitação por parte dos outros.

b) Força motriz: as pessoas carismáticas vivem a sua vida com base naquilo que é mais importante para elas, que são os valores. Es-tes desempenham um papel importantíssimo no direcionamento e motivação nos comportamentos dos carismáticos, tornando -os pessoas mais dinâmicas e entusiásticas.

c) Consciência sensorial: a consciência sensorial de uma pessoa permite -lhe explorar os seus sentimentos, bem como os sentimen-tos e o humor dos outros. As pessoas carismáticas estão em con-tacto com as suas emoções e têm a capacidade de desinibição, pois conseguem mostrar o que sentem e o que percecionam. Isso torna--os expressivos, genuínos e, consequentemente, convincentes. d) Visão: as pessoas carismáticas têm uma visão do que querem. Isso

cria uma energia forte de intenção nas suas ações e determinações; e isso sente -se! É como uma energia com determinada intensidade que as outras pessoas podem sentir, sendo contagiadas pelo caris-mático (mudando elas próprias o seu comportamento).

e) Energia elevada: as pessoas carismáticas apresentam uma elevada energia, que constrói e perpetua energia dentro dos outros,

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crian-ONDE ESTÁ O SEU CARISMA?

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do um estado de “sentir -se bem”. A energia é uma força de vida que a maioria de nós toma como dada. Todos conhecemos pessoas que drenam as nossas energias, deixando -nos esgotados e deprimidos. As pessoas carismáticas tanto exalam energia como, ao mesmo tempo, a atraem.

Para Marshall Goldsmith, eleito em 2009 pelo The Times e pela Forbes como um dos quinze pensadores mundiais mais influentes no mundo dos negócios, “carisma é aquele espírito positivo relativamente ao que estamos a fazer agora e que vem do interior e irradia para o exterior”.

A psicanalista brasileira Priscila Faria Gaspar considera o carisma uma questão de empatia e identificação. “As pessoas costumam ter de-sejos e aspirações e, geralmente, o carisma está ligado à concretização deles. Ou seja, a pessoa carismática espelha o ideal de outros, materializa os desejos de determinada sociedade, variando de grupo e cultura. Ele está sempre associado a algum valor, como a capacidade de liderança, a bondade e beleza”. Acrescenta ainda que “pessoas carismáticas permitem que os outros se identifiquem com elas”.

Num ambiente social, por exemplo, num aniversário, facilmente des-cobrimos aquela pessoa que, num grupo de amigos, consegue fazer -se ouvir bem, todos a escutam atentamente, recebendo uma boa energia, boa disposição e simpatia. Num ápice, essa mesma pessoa conquista a atenção de outro círculo de amigos, num outro canto da sala, e o carisma é -lhe reconhecido de forma imediata.

Napoleão, Hitler, George Washington, Mussolini, Roosevelt, Chur-chill e Gandhi fizeram história pelos seus atos e palavras, com a enorme ajuda do carisma que possuíam, independentemente da nobreza das suas ações.

Há algo em comum nestes nomes. Todos eles conseguiram ter segui-dores obedientes, que respeitaram as suas ideias, opiniões, instruções, pensamentos, contemplações, e admiração, que só com carisma se con-segue explicar.

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O QUE É CARISMA?

Este tipo de obediência e admiração não é necessariamente boa ou má, pois depende das características e motivações reais do carismático. Mas todas elas têm a mesma base: a admiração.

Já alguma vez lhe perguntaram qual foi o melhor professor que teve na escola ou o que mais o marcou? A resposta poderá recair precisamente no professor mais carismático que lhe apareceu pela frente nos bancos da escola. A nossa memória contempla de imediato o profissional de ensino que era cordial com os alunos, simpático, com boas práticas pedagógicas, respeitador e, como tal, especial, e se ainda referirmos que tinha algum charme, não fugimos nem um milímetro do tema. O professor que tem mais carisma atrai indiscutivelmente mais pessoas, apesar de não poder-mos afirmar que os professores sem carisma não sejam bons profissionais do ensino. A questão é que estes perdem -se mais facilmente na memória dos seus alunos, ou seja, não os marcam tão positivamente.

Existe falso carisma?

Uma pesquisa realizada na Universidade da Califórnia, nos Estados Uni-dos, sugere que nós atribuímos a certos líderes o rótulo de carismáticos por meio de um “pensamento mágico”. O estudo revela como se dá esse processo, profundamente enraizado na cognição humana e que está en-volvido na atribuição do carisma. Os autores do estudo queriam saber porque é que alguns profissionais que ocupavam cargos de chefia se tor-naram líderes carismáticos e visionários, com consequências positivas para as atitudes e ações dos restantes colaboradores. Tratar -se -iam de ge-nuínos carismáticos ou de encenadores de carisma?

Foram realizadas três experiências em que os participantes se colo-cavam em diversas situações e avaliavam líderes apenas com base na se-guinte pergunta: carisma puro ou carisma resultante de treino? Os resul-tados da pesquisa sugerem que o carisma é, algumas vezes, uma ilusão. Então há que questionar: carisma ou encenação?

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ONDE ESTÁ O SEU CARISMA?

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Embora determinados profissionais das chefias de empresas possam criar uma reputação enquanto líderes carismáticos e transformadores por vários caminhos válidos e concretos, esses mesmos profissionais também podem ganhar a mística do carisma trabalhando determinados detalhes para parecerem líderes carismáticos.

“Vencer nos negócios e nos empreendimentos políticos não é fruto apenas de um bom desempenho, mas também de gerir as interpretações que os outros fazem do seu desempenho”, diz o professor Michael Morris, coautor da pesquisa.

Mas o desempenho de encenação pode ser pernicioso, uma vez que limita a transferência de competências desse suposto líder carismático para os outros membros da sua equipa de trabalho, devido ao simples facto de as pretensas competências poderem simplesmente não existir.

Assim, os resultados da pesquisa sugerem que as empresas deveriam investigar mais profundamente os seus candidatos, pelo menos quando estiverem a recrutar profissionais com base no seu carisma.

Steve Jobs, criador da Apple, era reconhecido como um líder carismáti-co devido à forma muito criativa e cativante carismáti-como apresentava em públicarismáti-co os novos produtos da empresa. As suas apresentações foram visionadas por milhões de pessoas em todo o mundo através do youtube, provocando admiração e respeito. Poucos sabem que Steve Jobs dispensava dez ho-ras de treino nas apresentações por cada dez minutos. Ora, a pergunta que surge é a seguinte: quando as pessoas sabem ou descobrem que este profissional ou um outro qualquer preparou tudo ao milímetro, desde a escolha correta das palavras aos gestos, à encenação preparada, às piadas estudadas, essas mesmas pessoas poderão deixar de reconhecer carisma nesse indivíduo que simplesmente se preparou para parecer carismático?

O ponto de partida está dado! A partir de agora disponibilize -se para a leitura que se segue e, quem sabe, começará hoje a olhar para o seu ca-risma de uma forma diferente, mesmo aqueles que acham que não têm qualquer carisma…

Referências

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