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CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO LUCAS LUCIANA YUKARI TAKAHARA VASCONCELOS IRIAN DOS SANTOS SOARES IMPLICAÇÕES DA SÍNDROME DO OVÁRIO POLICÍSTICO NA ESTÉTICA

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PORTO VELHO – RO

2017

CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO LUCAS

LUCIANA YUKARI TAKAHARA

VASCONCELOS IRIAN DOS SANTOS SOARES

(2)

PORTO VELHO – RO

2017

LUCIANA YUKARI TAKAHARA

VASCONCELOS IRIAN DOS SANTOS SOARES

IMPLICAÇÕES DA SÍNDROME DO OVÁRIO POLICÍSTICO NA ESTÉTICA

Trabalho de Conclusão de Curso de pós-

graduação, em Estética Dermato Funcional do

Centro Universitário São Lucas, como quesito

para a obtenção do título de especialista.

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

V331i Vasconcelos, Luciana Yukari Takahara, 1973-

Implicações da Síndrome do Ovário Policístico na estética / Luciana Yukari Takahara Vasconcelos, Irian dos Santos Soares. – 2017.

22 p.

Artigo (Especialização) – Faculdade São Lucas, Pós-Graduação em Estética Dermato-Funcional. Porto Velho, 2017.

Inclui Referências bibliográficas. Orientadora: Profª. Drª. Vanessa Migliaccio.

1. Estética dermato-funcional. 2. Síndrome do Ovários Policístico – Disfunções estéticas. 3. Manifestações dermatológicas. I. Título. II. Soares, Irian dos Santos, 1993.

CDD: 642.72

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LUCIANA YUKARI TAKAHARA

VASCONCELOS IRIAN DOS SANTOS SOARES

IMPLICAÇÕES DA SÍNDROME DO OVÁRIO POLICÍSTICO NA ESTÉTICA

Artigo apresentado à Banca Examinadora

do Centro Universitário São Lucas, como

requisito de aprovação para obtenção do

Título de Especialista em Estética Dermato

Funcional.

Data:

/

/

Resultado:

BANCA EXAMINADORA

________________________________________Centro Universitário São Lucas

Prof.º Fabrício Calvo

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Saber Científico, Porto Velho, 2017.

IMPLICAÇÕES DA SÍNDROME DO OVÁRIO POLICÍSTICO NA ESTÉTICA

Luciana Yukari Takahara VASCONCELOS¹; Irian dos Santos SOARES¹; Fabrício CALVO¹; Vanessa MIGLIACCIO¹

1. Centro Universitário São Lucas (UniSL) E-mail: yukari250@hotmail.com

RESUMO: Este estudo tem como objetivo relacionar as disfunções estéticas com a Síndrome do Ovário Policístico – SOP. A SOP ainda não tem causa definida, porém sabe-se que está relacionada a alterações no eixo hipotálamo – hipofisário, esteroidogênese e resistência insulínica. Comumente, acomete mulheres em idades reprodutivas. O diagnóstico precoce é crucial para a prevenção de complicações como síndrome metabólica, hiperandrogenismo, anovulação crônica e ovário policístico, assim como manifestações dermatológicas: hirsutismo, Acantose nigricans, estria, acne, seborreia e alopecia androgênica. Sendo assim, os tratamentos estéticos em mulheres com SOP, necessitam do acompanhamento de uma equipe multidisciplinar para alcançar resultados eficazes e não paliativos.

PALAVRAS-CHAVE: hirsutismo, acantose nigricans, estria, acne, seborreia, alopecia androgênica. INTRODUÇÃO

A Síndrome do Ovário Policístico (SOP) ou anovulação crônica foi apresentada a princípio por Stein e Leventhal em 1935, sendo considerada uma síndrome e não uma doença especifica, pois é caracterizada pela junção de sinais, sintomas e eventos que está relacionada a desordem no eixo neuroendócrino reprodutor com elevação da secreção de andrógenos (MOURA et al.,2011). Possui etiologia desconhecida e acomete cerca de 6-10% da população feminina na fase reprodutiva (YARAK et al. 2005). Em decorrência do hiperandrogenismo algumas manifestações cutâneas são identificadas, no qual as mais relevantes são excesso de oleosidade da pele, acne, hirsutismo e alopecia, que apresentam frequências variáveis. Dentro desse quadro clínico cutâneo o hirsutismo é o mais comum, representando cerca de 70% dos casos, seguido pela oleosidade cutânea e acne com 30-40% das pacientes com SOP e, em terceiro lugar, a alopecia em 8% dos casos. Enquanto que a Acantose nigricans é comum em cerca de 5% das pacientes com SOP. As manifestações repentinas e severas devem ter maior atenção médica, pois há riscos de lesões tumorais em ovários ou adrenais. (LEITE JUNIOR; LEITE, 2004).

O diagnóstico precoce é importante para a prevenção de complicações como síndrome metabólica, hiperandrogenismo, anovulação crônica e ovário

policístico, assim como manifestações dermatológicas: hirsutismo, Acantose nigricans, estria, acne, seborreia e alopecia androgênica (MOURA et al., 2011), mas para a confirmação do diagnóstico, é necessário realizar exame clínico, ultrassonografia pélvica e exames laboratoriais (LEITE JUNIOR; LEITE, 2004). O tratamento é sintomático, definido a partir da análise dos exames. A relevância do tratamento para procedimento estético em mulheres com SOP necessita do acompanhamento de uma equipe multidisciplinar que visem a redução da concentração de andrógenos, desta forma minimizar as sequelas na pele e unidade pilossebáceas (YARAK et al. 2005) para alcançar resultados eficazes e não paliativos.

1. MANIFESTAÇÕES DERMATOLÓGICAS

1.1 Hirsutismo

Define-se hirsutismo como crescimento excessivo de pêlos terminais em mulheres, em áreas anatômicas características de distribuição masculina que se manifesta como queixa isolada ou como parte de um quadro clínico menos definido, acompanhado de sinais como hiperandrogenismo (acne, seborréia, alopécia), virilização (hipertrofia do clitóris, aumento da massa muscular, modificação do tom de voz), distúrbios na menstruação e/ou problemas de fertilidade ou alterações metabólicas relacionadas com hiperinsulinemia/resistência insulínica. O hirsutismo,

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nem sempre corresponde a uma patologia em si mas, tende a criar uma situação de grande desconforto psicosocial, onde surgem conflitos que comprometem a qualidade de vida das mulheres acometidas (SPRITZER et al., 2001).

A maioria dos pêlos corporais pode classifica-se como velus ou terminal. Os pêlos velus apresentam-se finos e não pigmentados. Já os pêlos terminais são mais grossos, escuros e podem depender de hormônios sexuais, como acontece com os pêlos da região torácica e abdominal dos homens, ou não, como os cílios e sobrancelhas. Os androgênios promovem a conversão dos pêlos velus em terminais, na maioria das regiões dependentes de hormônios sexuais (SPRITZER, 2010). O aumento de andrógenos circulantes propicia o crescimento de pêlo terminal em regiões que são típicas do homem. Ao mesmo tempo, reduz a fase de anágena em algumas áreas do couro cabeludo. O hiperandrogenismo estimula a conversão do pêlo vellus em terminal, que se tornam mais espessos e pigmentados. Por outro lado, diferentemente da hipertricose, no hirsutismo a distribuição de pelo ocorre em áreas andrógeno-sensíveis (face, pescoço, tórax e região pubiana). O hirsutismo é considerado um dos critérios para diagnóstico da SOP, uma vez que acomete entre 50-80% da população feminina.

Dessa forma, o hirsutismo resulta da ação dos androgênios sobre a pele e dependerá de diversos fatores correlacionados, por exemplo, níveis de androgênios e da SHBG e consequente relação hormônio livre/hormônio ligado, grau de sensibilidade cutânea aos androgênios, capacidade de conversão de androgênios em estrogênios e outras interconversões entre esteróides.

O hirsutismo isolado ou associado a outras manifestações clínicas apresenta um quadro clínico dependente da etiologia e de outras variáveis hormonais e metabólicas envolvidas, como por

exemplo, níveis de LH, leptina e insulina (SPRITIZER et al., 2001).

1.2 Acantose nigricans

A Acantose nigricante caracteriza-se pelo aparecimento de uma placa acastanhada e aveludada com acentuação dos sulcos da pele, mais comumente observada no pescoço e áreas intertriginosas como axilas, virilhas e região inframamária. É uma das endocrinopatias mais frequentes nas mulheres em idade reprodutiva e é relatada em 5% das pacientes com SOP.

Na última década, observou-se que a maioria das mulheres com SOP apresenta algum grau de resistência insulínica, mesmo as não obesas. Sugere-se, então, a existência de predisposição genética, a qual acaba por manifestar-se em função do estilo de vida e obesidade. Na SOP, a Acantose nigricans está relacionada à resistência à insulina e obesidade. O excesso de insulina nos tecidos superficiais estimula a formação de queratinócitos e fibroblastos, e consequentemente Acantose nigricans. Ela é caracterizada pelo espessamento, hiperpigmentação e intensificação dos sucos da pele, dando um aspecto de placa acastanhada ou acinzentada e aveludada (MOURA et al., 2009). As regiões mais atingidas são as áreas do pescoço, inframamária, axilas e virilhas, sendo observada uma maior frequência nas mulheres negras e pardas (BOZA et al., 2010).

No entanto, a patogênese de Acantose nigricans permanece não conhecida totalmente, acreditando-se que ocorra uma desordem multigênica complexa que inclui anormalidades no eixo hipotálamo-hipofisário, esteroidogênese e resistência insulínica. (LEÃO, 2014).

1.3 Estria

Define-se estria como uma leve depressão, linha, traço ou aresta na camada superficial do corpo, caracterizado por uma ruptura das fibras elásticas que sustentam a camada intermediária da pele, composta por colágeno e elastina. O surgimento de estrias ocorre

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Saber Científico, Porto Velho, 2017.

devido ao efeito sanfona, ou seja, uma forma contínua

de engordar e emagrecer bruscamente, o que consequentemente causa um rompimento das fibras elásticas e dificulta a readaptação do efeito sanfona. A elevação do hormônio masculino androgênio leva ao excesso de peso e, consequentemente, o surgimento de estrias.

Estrias podem ser causadas pelo crescimento rápido, ou seja, mudança da fase de criança para adolescente tornando-se um problema para as fibras elásticas, que findam se rompendo. As alterações hormonais, ou seja, desequilíbrio hormonal, em maior ou menor grau, dificulta a pele de se adequar, consequentemente, ocorre o rompimento das fibras elásticas, devido a desadaptação a produção de hormônio desordenado. Além destas, as estrias podem ser causadas pelo excesso de atividade física permitida pelo corpo, provocando desconforto na pele e posteriormente a ruptura das fibras elásticas. Outra causa é durante a gravidez, devido a necessidade de elasticidade da pele pode sofrer as rupturas das fibras em função das adaptações que o corpo pode sofrer. Por fim, o ressecamento da pele pela falta de hidratação, pois devido a necessidade da hidratação, deve-se manter seus níveis normais. (FELIZZONA; MEJIA, 200).

Além do hiperandogenismo, observam-se alterações como a resistência à insulina. Esses dois fatores constituem a relação entre a SOP e a Síndrome Metabólica que pode desenvolver a obesidade. (TEEDE; DEEKS; MORAN, 2010; LEÃO, 2014) As repercussões cutâneas da obesidade são inúmeras, como por exemplo, as estrias. Em decorrência do aumento da massa corpórea, as forças tensoras sobre o colágeno resultam em lesões dérmicas. Assim, as estrias são cicatrizações das fibras elásticas rompidas,

formando faixas de enrugamento e atrofia (BOZA et al., 2010).

1.4. Acne e Seborreia

A acne é considerada como um dos principais sinais do quadro clínico cutâneo desencadeado pelo hiperandrogenismo associado ao hirsutismo, o que confere uma dermatose frequente do folículo pilosebáceo desenvolvido por uma desordem de etiologia multifatorial. Sendo assim, é uma das causas mais comuns para uma consulta com um dermatologista, no qual as causas mais frequentes, segundo a origem podem ser classificadas em causas endócrinas da acne (síndrome de hiperandrogenismo cutâneo – SAHA), síndrome metabólica, ovários policísticos, hiperplasia adrenal e congênita, manifestação tardia, puberdade precoce, síndrome HAIR-IN, síndrome de Cushing, hipertecose ovariana, tumores ovarianos, acromegalia, tumores adrenais, hirsutismo, hiperprolactinemia (CARDOSO; BORDALLO; AWAD, 2005; MARGOTO, 2009). Considerada ainda como uma desordem da unidade pilo-sebácea, com lesões na face, pescoço, dorso e região peitoral. A alteração hormonal não confere a etiopatogenia da acne, visto que na acne vulgar os níveis de andrógenos costumam ser normais. Logo, verifica-se que a SOP pode estar relacionada ao aumento da sensibilidade dos receptores pra andrógenos, o que propicia o surgimento da acne. Os andrógenos não geram apenas a alteração da glândula sebácea e produção de sebo, geram também a descamação anormal das células do epitélio folicular, fatores que definem a formação dos comedões que combinados com a multiplicação do folículo pelo

Propionibacterium acnes, ocasionam inflamação e

aparecimento crescente de pápulas, pústulas, nódulos, cistos e cicatrizes. (MOURA et al., 2011).

Além da hipertonia e hipersecreção das glândulas sebáceas, o excesso de andrógeno ainda promove uma hiperqueratinização dos óstios pilosebáceos, o que intensifica a formação de acne. No caso da seborreia,

pode ser definida como excesso das glândulas sebáceas no couro cabeludo, pele da fronte, nariz e do mento. Muitas vezes é estimulado por distúrbios endócrinos e visto como uma manifestação clínica do

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hirsutismo (MALTESE, 2011).

1.5. Alopecia androgênica

Na mulher, a alopecia androgenética evidencia-se pela perda de cabelo na região central do couro cabeludo, com repercussão psicossocial significativo. As alterações podem remediar de maneira difusa, frequentemente mais evidentes nas regiões frontal e parietal. Estas pacientes, na maioria das vezes possuem função endócrina normal sendo indispensáveis a anamnese e o exame físico na busca de outros sintomas de hiperandrogenismo. As vezes tornam-se necessários exames complementares tais como densidade dos cabelos, avaliações hematológicas e bioquímicas, além de exame

histológico do couro cabeludo para constatar os cabelos miniaturizados (MOURA et al 2011)

2. DIAGNÓSTICO

Diversas são as alterações hormonais que trazem à tona a SOP e suas manifestações cutâneas (LOBO; CARMINA, 2000). De acordo com Moura et al. (2011) a sintomatologia para SOP aborda diferentes aspectos a serem considerados no diagnóstico clínico, que está baseado em critérios diagnósticos definidos (Quadro 1). No entanto, em função da variabilidade exige uma atenção diferenciada para os sintomas e sinais, tal que, baseado nos critérios definidos no Quadro 1, o diagnóstico da SOP é majoritariamente de exclusão.

QUADRO 1. Critérios Diagnósticos SOP

Dois dos 3 critérios e exclusão de outras etiologias (Ex.: Hiperplasia congênita, tumores androgênicos, síndrome de Cushing):

1. Oligo ou/e anovulação;

2. Sinais clínicos e/ou bioquímicos de hiperandrogenismo; 3. Ovários policísticos.

Avaliação Clínica - História menstrual minuciosa, dados sobre início e duração dos sintomas sugestivos de hiperandrogenismo e histórico familiar de doenças metabólicas e SOP constituem a base para avaliação inicial. Padrão menstrual ou sintomas de hiperandrogenismo alterados de forma abrupta servem para alertar outras etiologias. Frequentemente, o quadro clínico inclui irregularidade menstrual ou amenorréia, às vezes mascarada pelo uso de anticoncepcionais orais (ACO), apesar de que algumas mulheres com SOP apresentam ciclos ovulatórios regulares (MOURA et al., 2011), para Yarak et al. (2005) também ocasiona hirsutismo, acne, seborreia, alopecia, distúrbios menstruais e disfunção ovulatória com infertilidade durante a vida reprodutiva, síndrome metabólica, disfunção psicológica e virilização. Além do levantamento histórico, as investigações são aprofundadas com a utilização da escala de Tanner para identificação de sinais de virilização como a

clitoriomegalia e alterações vocais (JUNQUEIRA, FONSECA E ALDRIGHI, 2003; MOURA et al, 2011).

Exames laboratoriais - são essenciais para detectar o excesso de andrógeno, sendo o nível elevado de testosterona um dos principais critérios para esta síndrome. Também se leva em consideração as possíveis alterações metabólicas, assim são solicitadas as mulheres obesas o teste de tolerância a glicose (MOURA et al., 2011)

Exames clínicos apontam como resultados concentrações séricas de LH geralmente elevados e de FSH normais ou baixos, todavia entre 20% a 40% das pacientes não apresentem tais achadas sendo as determinações de LH e FSH prescindíveis. Diagnóstico laboratorial da anovulação não é indicado, devendo ser clínico. Muitas mulheres com SOP apresentam aumento da resistência à insulina e hiperinsulinemia compensatória, mas a determinação

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laboratorial da resistência à insulina não é essencial

para o diagnóstico na prática clínica. Níveis séricos de prolactina e TSH são fundamentais para exclusão do diagnóstico de hiperprolactinemia ou hipotireoidismo. Quanto a prolactina, níveis elevados de estão apresentam-se em até 35% dos casos de SOP. É importante o diagnóstico da hiperplasia supra-renal congênita de instalação tardia, cujo quadro clínico pode ser indistingüível ao da SOP. A exclusão de tumores produtores de androgênios do ovário ou da supra-renal é realizada através das concentrações séricas de testosterona e sulfato de dehidroepiandrosterona (DHEA-S) (JUNQUEIRA, FONSECA e ALDRIGHI, 2003; LEITE JUNIOR; LEITE, 2004).

Avaliação radiológica - realizada através do exame de ultrassonografia pélvica é utilizada para indicar a presença de cistos e folículos ovarianos em condições normais e patológicas. Em casos de SOP, é identificado o aumento do volume dos ovários associado a multiplicidade de folículos com 2 a 6 mm de diâmetro. A ultrassonografia transvaginal permite uma melhor visualização, principalmente em mulheres obesas. Porém em adolescentes, é realizado via transabdominal, o que diminui a eficiência do exame (MARCONDES; BARCELOS; ROCHA, 2011; LEITE JUNIOR; LEITE, 2004; JONARD et al., 2003). Um total de 25% das mulheres jovens tem SOP no ultrassom e a inclusão de SOP em critérios diagnósticos tem aumentado a prevalência de contraceptivos orais. Dados recentes indicam que a prevalência de SOP pode ser duplicada na utilização dos critérios European Society for Human Reproduction (ESHRE) American Society of Reproductive Medicine (ASRM) com uma prevalência de 12% (não imputar presença de ovários policísticos) a 18% (imputar presença de ovários policísticos) relatado em uma amostra de determinada comunidade (TEEDE; DEEKS; MORAN, 2010).

Os sinais clínicos e/ou bioquímicas de excesso de

androgénio em SOP resultam de um aumento da síntese e libertação de androgênio ovariano, e por consequência podem elevar os níveis de hormônio luteinizante e de insulina. Hiperandrogenismo clínico inclui principalmente hirsutismo, acne e alopecia. A SOP é uma causa comum de hirsutismo, que ocorre em aproximadamente 60% dos casos, no entanto, isso varia de acordo com critérios étnicos e grau de obesidade (TEEDE; DEEKS; MORAN, 2010). Segundo estes autores, hirsutismo deve ser avaliado utilizando-se um sistema de pontuação padronizado (contagem de Ferriman-Gallwey). O diagnóstico para hirsutismo é desafiador uma vez que o valor de pontuação padronizada não leva em consideração as variações étnicas.

Acne afeta um terço dos casos e não é particularmente específico para SOP. Já a perda de cabelo no padrão masculino (alopécia androgenética) é menos frequentemente observada em casos de SOP, uma vez que geralmente requer uma predisposição familiar. Outras características do hiperandrogenismo incluem virilização, que, especialmente se apresenta com abrupto aparecimento de clitoriomegalia além de requer a exclusão de outras causas, incluindo tumores adrenais ou ovarianos secretoras de androgênio (TEEDE; DEEKS; MORAN, 2010). No entanto, acne, que é largamente visto durante a puberdade, não está correlacionada com hiperandrogenismo (EL HAYEK et al., 2016).

3. TRATAMENTO

Para o tratamento da SOPC deve-se atentar para o quadro clínico e laboratorial do paciente. Geralmente exige o envolvimento de uma equipe interdisciplinar que pode incluir médico de família, ginecologista, endocrinologista, dermatologista, pediatra, psiquiatra e psicólogo (YILDIZ, 2008), os quais atuarão em conjunto para a modificação do estilo de vida, adaptação da dieta e a prática de exercícios físicos. O tratamento de SOP visa a sintomatologia para as quais os pacientes normalmente apresentam as queixas mais

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comuns (anovulação, infertilidade, hirsutismo ou acne).

Contra acne e hirsutismo um mínimo de seis meses de uso de contraceptivos orais é geralmente necessário para obter resultados satisfatórios (YILDIZ, 2008). No caso de tratamento do hirsutismo, destacam-se as terapias a laser. São quatros meios pelos quais se consegue destruir o folículo piloso pela luz: Fototérmico (pelo aquecimento local) que são lasers de longa duração, luz pulsada, Fotopneumátco: lasers associado a mecanismo de sucção da pele, Fotoacústico (por ondas de choque ou cavitação): retarda o crescimento dos pelos temporariamente, Fotoquímico: por terapia fotodinâmica (devido à geração de mediadores tóxicos como o oxigênio singleto e/ou outros radicais livres). Apenas 6 tipos de lasers foram autorizados pela Food and Drug Administration (FDA) para epilação, onde são pelo mecanismo fototérmico e pelo mecanismo fotoacústico. As terapias a laser permitem atingir uma grande área a ser tratada de uma só vez, é um método efetivo, rápido quando comparado com os outros. O laser emite um feixe de energia através da pele que é absorvido pelo pigmento negro (melanina), presente na raiz dos folículos do pelo. Desde que o folículo do pelo esteja em tratamento, repetidas sessões são necessárias para destruir cerca de 80% dos pelos. Em casos de acne grave, encaminhar para tratamento especializado com equipe multidisciplinar composta por dermatologista, ginecologista e endocrinologista (OLIVEIRA;2017).

Quanto ao tratamento de estrias recomenda-se o uso diário de cremes para hidratação da pele, o que se constitui na principal forma de tratamento, além de outras técnicas que tendem a diminuir e a eliminar as lesões cutâneas (TRENT et al., 2002; CARDOSO; BORDALLO; AWAD, 2005). Por exemplo, a carboxiterapia, um tratamento simples de grande utilidade. É um procedimento estético não cirúrgico que consiste na aplicação de gás CO2 sob a pele para

atenuar as estrias, bem como estimular o crescimento do cabelo. A utilização do CO2 com finalidade terapêutica são excedentes, uma vez que o mesmo é eliminado do organismo através de mecanismos fisiológicos via respiração ou pelos rins sob a forma de íons hidrogênio (H+) ou íons bicarbonato (H2CO3). Neste sentido, faz-se necessário enfatizar que a correta aplicação dióxido de carbono (CO2) não traz toxicidade para o organismo. A correta infusão do CO2 a microcirculação local, melhora a nutrição celular e elimina toxinas, reduz o processo inflamatório melhorando a qualidade dos tecidos (VIEGAS, 2002). Profissionais de Estética e Dermatologia afirmam que o tratamento com carboxiterapia não deixa sequelas mais graves ao corpo dos pacientes, dado que o gás age estimulando a circulação sanguínea e, posteriormente, é eliminado na respiração, não provocando danos ao corpo (BORGES, 2010). Essa técnica também pode ser indicada para tratamento de alopecia androgênica. Lesões de acantose nigricans podem ser tratadas após a identificação do processo subjacente tais como obesidade, alterações endócrinas, uso de medicamentos entre outras que provocam as lesões, que tendem a desaparecer. Todavia, suspeitando-se de malignidade interna, outras investigações para comprovar a possível suspeita. Em casos onde não se encontra a causa definida, produtos de uso tópico com ação queratolítica, ou seja, que dissolvem a camada córnea, como ácido retinóico, lactato de amônia, ureia ou ácido salicílico constituem-se uma opção para amenizar as lesões. A estes podem ser associados produtos despigmentantes para promover o seu clareamento. Nestes casos, as concentrações e forma de uso variam conforme o caso, devendo-se utilizá-los com a prescrição de um dermatologista. Lesões de pequena extensão, a dermoabrasão e o laser também podem ser consideradas como uma opção terapêutica para reduzir sua espessura, e nos casos em que a extensão das lesões são maiores, pode-se considerar o

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uso de medicação oral como etretinato, isotretinoína e

metformina (LIMA; 2017).

Procedimentos estéticos para combater a seborreia devem estimular a circulação sanguínea com o objetivo de facilitar a permeação cutânea e promover uma ação rápida dos ativos dermatológicos (WICHROWSKI, 2007). Entre os procedimentos podemos destacar a argiloterapia, aromaterapia e eletroterapia. As argilas possuem ação antiinflamatória, refrescante, analgésica, cicatrizante, descongestionante, desintoxicante, antibiótica, bactericida, antisséptica, emoliente, fortalecendo os órgãos internos (CLAUDINO, 2010).

Já a aromaterapia teve comprovada sua eficácia através dos óleos essenciais que apresentam ações antissépticas, cicatrizantes, anti-infecciosas e estimulantes do couro cabeludo. Estas ações serão efetivas se os óleos forem corretamente extraídos e conservados. Para potencializar o tratamento é possível fazer uma sinergia associando dois ou mais óleos (WICHROWSKI, 2007). Segundo o mesmo autor, a eletroterapia é utilizada na estética capilar por apresentar capacidade de higienização, umectação, nutrição e estimulação do couro cabeludo.

O vapor de ozônio, por exemplo, é indicado para tratamento de seborreia, pois apresenta efeito bactericida e antisséptico sobre o couro cabeludo e aumenta a oxigenação celular, hidratação e a emoliência da camada córnea do couro cabeludo facilitando a ação de penetração dos ativos ionizáveis. A Síndrome dos ovários policísticos (SOP) é de importância clínica e de saúde pública, pois é muito comum, afeta até uma em cada cinco mulheres em idade reprodutiva, tem implicações clínicas significativas e diversificadas, incluindo reprodutiva (infertilidade, hiperandrogenismo, hirsutismo), metabólicas (resistência à insulina, tolerância diminuída à glicose, diabetes mellitus tipo 2, perfis adversos de riscos cardiovasculares) e características psicológicas (aumento da ansiedade, depressão e

deterioração da qualidade de vida). A síndrome do ovário policístico é uma condição heterogênea e, como tal, clínica e agendas de investigação são amplas e envolve muitas disciplinas.

A crescente busca de novos tratamentos que possam atender as demandas de procura por satisfação nos casos de hirsutismo, acantose nigricans, estria, acne, seborreia, alopecia androgênica faz com que o mercado avance cada vez mais em técnicas, equipamentos e procedimentos que visam garantia e eficácia para os pacientes.

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IMPLICATIONS OF POLYCYSTIC OVARIAN SYNDROME IN AESTHETICS

ABSTRACT: This study aims to relate aesthetic dysfunctions with Polycystic Ovary Syndrome (PCOS). PCOS

still has no definite cause, but is known to be related to changes in the hypothalamic-pituitary axis, steroidogenesis, and insulin resistane. It commonly affects women at reproductive ages. Early diagnosis is crucial for the prevention of complications such as metabolic syndrome, hyperandrogenism, chronic anovulation and polycystic ovary, as well as dermatological manifestations: hirsutism, Acanthosis nigricans, stria, acne, seborrhea and androgenic alopecia. Thus, aesthetic treatments in women with PCOS require the follow-up of a multidisciplinary team to achieve effective and non-palliative results.

KEYWORDS: Keywords 1. Keywords 2. Keywords 3. Keywords 4. Keywords 5.

___________________________________________________________________________ REFERÊNCIAS

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