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Sistema de Gestão para Planejamento e Controle de Resíduos na Construção Civil

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Academic year: 2021

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Sistema de Gestão para Planejamento e Controle de Resíduos na

Construção Civil

Thiago Oberdan Maciel Martins (1) Marco Aurélio Stumpf González (2) Andrea Parisi Kern (3)

(1) Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS, Brasil E-mail: thiagooberdan@gmail.com

(2) PPGEC/MPArqUrb - Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS, Brasil E-mail: mgonzalez@unisinos.br

(3) PPGEC - Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS, Brasil E-mail: apkern@unisinos.br

Resumo: A indústria da construção civil é responsável por uma significativa parcela dos resíduos sólidos gerados nas áreas urbanas. Em parte isto ocorre pela falta de uma cultura de redução da geração e de reutilização dos resíduos. O setor está se mobilizando a fim de melhorar gradativamente este quadro, buscando aperfeiçoar os sistemas de gestão. O objetivo deste artigo é apresentar a proposta de um sistema de gestão para planejar e controlar os resíduos da construção civil em empresas de pequeno e médio porte. Foi realizado um estudo de caso em construtora da cidade de Novo Hamburgo, RS. O sistema foi desenvolvido com base no sistema de planejamento e controle de produção existente na construtora. Os resultados apontam para a viabilidade de implantação do sistema proposto

Palavras-chave: Construção Civil, RCC, Gerenciamento da construção, Gerenciamento de resíduos.

Abstract:The construction industry accounts for a large part of solid waste generated in urban centers. This is partly due to the lack of a culture of reducing waste generation and improve reusing. The sector is moving to improve gradually this context, looking for better management systems. The aim of this paper is to present a proposal for a management system to plan and control construction waste in small and medium building firms. We conducted a case study in a building firm in Novo Hamburgo, southern Brazil. The system was based on the existent planning and control system of production, and was implemented in a site work of this firm. The results indicate the feasibility of this proposal

Keywords: Building sector, CDW, Building Management, Waste Management.

1. INTRODUÇÃO

A indústria da construção civil é responsável por grande parte da geração de resíduos sólidos, os quais, além de causarem danos ambientais, também provocam perdas econômicas para as construtoras. A criação da Resolução 307 do CONAMA incentivou o setor a se mobilizar buscando soluções viáveis para esta questão (BRASIL, 2002; EDWARDS, 2010; KARPINSKI et al., 2009).

Os sistemas de gestão estão cada vez mais assumindo importância para as empresas de construção civil. As empresas estão buscando sistemas de gestão que sejam capazes de fornecer informações úteis

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e que auxiliem os gestores na tomada de decisões estratégicas (GIACOMELLO et al., 2014; SOUZA, 2004).

Em alguns casos pode-se observar que os sistemas de gestão funcionam de forma isolada, sem integração entre as partes. Giacomello et al. (2014) propuseram uma forma de integração entre os sistemas de planejamento da construção com os sistemas de gestão da qualidade, saude e segurança do trabalho e meio ambiente. Visando a redução do impacto ambiental do setor, também é importante desenvolver e integrar um sistema de gestão de resíduos.

Com base nesta realidade, observou-se a necessidade de um sistema de gestão para o planejamento e controle de resíduos (PCR). Este sistema deve ser claro e objetivo, com vínculo direto com o sistema de planejamento e controle de produção da empresa, para evitar duplicidades ou conflitos de informação. Este artigo apresenta a proposta de um sistema de gestão para planejar e controlar a geração, reutilização e descarte dos resíduos da construção civil em empresas de pequeno e médio porte. Foi realizado um estudo de caso, com a implantação e análise dos resultados em obra de empresa situada na cidade de Novo Hamburgo, RS, observando-se bons resultados.

2. REVISÃO DA LITERATURA 2.1. Perdas na Construção Civil

As perdas ocorrem durante toda a vida útil da construção, ou seja, são gerados resíduos nas fases de produção dos materiais e componentes utilizados, implantação da obra, execução, manutenção e demolição da edificação (KARPINSKI et al., 2009). O nível de perdas na construção reduziu-se com a adoção de planos de qualidade total e certificações ISO, que entraram no setor na década de 90 (SOUZA, 2004). Anteriormente, conforme Pinto (1989) a construção civil brasileira aceitava perdas de materiais da ordem de 20% a 30% da massa total dos materiais de uma obra.

Contudo, os resíduos da construção ainda representam um problema para a sociedade. Alguns estudos indicam que a quantidade de resíduos de construção varia de 230 a 760 kg/habitante/ano, em várias cidades brasileiras (PINTO, 2005; ROCHA, JOHN, 2003). De acordo com Faria et al. (2007), em algumas cidades os resíduos da construção civil chegam a ocupar cerca de 50% do volume total dos locais de destinação final. Já para Klauczek e Fazolo (2006), para cada tonelada de resíduos sólidos urbanos são coletadas duas toneladas de resíduos oriundos de atividades da construção civil.

A Resolução 307/2002 do Conselho Nacional de Meio Ambiente estabeleceu regras a respeito da disposição dos resíduos da construção civil (RCC), deixando sob a responsabilidade do poder público municipal a regulamentação da destinação dos resíduos assim como a implantação de um plano integrado de gestão de resíduos (BRASIL, 2002). Faria et al. (2007) salientam ainda que geradores, transportadores e receptores são responsáveis pela destinação dos resíduos.

2.2. Planejamento e Controle de Produção na Construção Civil

Ballard e Howell (1998) desenvolveram o sistema de controle Last Planner. Este sistema engloba em seu escopo as ferramentas e técnicas de controle assim como as formas de planejamento que objetivam melhorar as condições de controle da produção. O sistema deve integrar os diferentes níveis gerenciais

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do projeto (BALLARD, 2000). Bernardes (2003) salienta que o planejamento de todos os níveis gerenciais deve ser realizado de forma integrada e de maneira que possibilite a sintonia entre eles. Os recursos necessários para desenvolvimento de uma obra, compostos basicamente por materiais, componentes, mão de obra e equipamentos, têm diferentes exigências em termos de prazos de aquisição e entrega, sugerindo a necessidade de implantação de uma hierarquia no planejamento das atividades de negociação e aquisição. Ballard (2000) propôs a diferenciação dos recursos em três categorias (Classes 1, 2 e 3). Basicamente os recursos da Classe 1 têm longo ciclo de aquisição e baixa repetitividade deste ciclo; os recursos da Classe 2 têm ciclo de aquisição inferior a trinta dias e freqüência de repetição media; enquanto que os recursos da Classe 3 têm pequeno ciclo de aquisição e alta repetitividade desse ciclo. conforme a antecedência necessária para o setor de suprimentos (FORMOSO et al., 1999). O planejamento também é dividido em três níveis: Longo, Médio e Curto Prazos. No longo prazo, o principal objetivo é orientar a compra dos materiais de Classe 1 e a contratação de equipes de mão de obra. O objetivo do planejamento de médio prazo é a organização dos recursos e o gerenciamento das restrições (BALLARD, 2000).

A principal função do planejamento de curto prazo é a designação dos pacotes de trabalho para as equipes de produção. Conforme Bernardes (2003), o planejamento de curto prazo normalmente é realizado em ciclos semanais, e é responsável pela definição das atividades a serem realizadas pelas equipes de trabalho assim como a alocação dos demais recursos.

O planejamento de curto prazo também é responsável por informar um importante dado para o controle da obra, o Percentual de Planos Concluídos (PPC). O PPC é o principal indicador do planejamento de curto prazo, sendo calculado pela relação entre o número de pacotes de trabalho 100% concluídos e o número total de pacotes programados, conforme indica a Equação 1. O PPC deve ser analisado juntamente com a análise das causas do não cumprimento das atividades (BALLARD, HOWELL, 1998)

%

100

trabalho

de

pacotes

de

total

concluídos

100%

trabalho

de

pacotes

x

PPC

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O PPC pode ser considerado uma medida de eficácia do sistema de gestão da produção no nível operacional. Partindo-se do pressuposto de que os requisitos de qualidade do plano semanal foram atendidos, e as restrições são sistematicamente identificadas e removidas no nível de médio prazo, um PPC elevado indica que o sistema de produção apresenta confiabilidade (BALLARD, HOWELL, 1998). Dada a incerteza e variabilidade que normalmente existe na construção civil, dificilmente o PPC alcança médias próximas de 100% e PPCs da ordem de 80 a 90% são considerados adequados (BORTOLAZZA, 2006).

3. METODOLOGIA

A proposta de um sistema de planejamento e controle de resíduos (PCR)foi desenvolvida e implantada em empresa de construção sediada em Novo Hamburgo, RS. O empreendimento possuía um sistema de PCP implantado e funcionando normalmente. Foi realizado o estudo do PCP da obra, detalhando o sistema e identificando as ferramentas utilizadas, em cada nível de planejamento. Foi desenvolvida a

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proposta para o PCR, o qual emprega as características do sistema de PCP existente no empreendimento em estudo.

A construtora é uma empresa de pequeno porte, atuando há 20 anos no mercado local. A empresa constrói edificações de 7 a 10 pavimentos. A empresa constrói em geral dois empreendimentos simultaneamente e possui sistemas de PCP implantados em suas obras.

O empreendimento em estudo é um condomínio residencial com padrão de acabamento típico para a classe média-alta. O imóvel é composto de apartamentos de 2 e 3 dormitórios, com dois boxes de garagem cada, e foi construído em sistema convencional de construção (estrutura de concreto armado com vedação em alvenaria). Tem oito pavimentos e aproximadamente 5.000 m² de área construída. 4. DESENVOLVIMENTO E RESULTADOS

4.1. Sistema de planejamento e controle de produção da obra

O sistema de planejamento e controle de produção utilizado no empreendimento em estudo é baseado em três níveis de planejamento. Cada horizonte de planejamento emprega diferentes ferramentas, conforme descrito na seqüência. O PCP foi desenvolvido pela própria empresa, através dos seus gerentes, e funciona há alguns anos, estando estabilizado.

O planejamento de longo prazo é constituído por um cronograma geral de todo o empreendimento, apresentado em duas formas, através de cronograma de Gantt e de linha de balanço. O planejamento de longo prazo é reavaliado em reuniões bimensais e tem a participação dos principais agentes (gerente da empresa, engenheiro residente, estagiários, empreiteiro principal, mestre de obra e um representante da cada subempreiteiro). A reunião tem o objetivo de avaliar se as metas estão sendo cumpridas, definir mudanças no cronograma e tomar medidas que orientem os horizontes de médio e curto prazo.

O planejamento de médio prazo considera um período de 4 semanas, sendo revisado em reuniões semanais de planejamento, com a presença de engenheiro residente, mestre de obra, estagiários e representantes dos empreiteiros.

No planejamento de curto prazo as equipes de trabalho são alocadas semanalmente para as diferentes frentes de trabalho, as quais são revisadas diariamente pelo mestre da obra e pelo estagiário. Na reunião semanal de planejamento, com a presença de engenheiro residente, mestre de obra, estagiários e representantes dos empreiteiros, é preenchida a “planilha de planejamento semanal”, que tem a função de definir as atividades que cada equipe irá realizar e permite a obtenção do PPC. Caso o planejamento não se realize de acordo com o previsto, a planilha possui um campo específico para a identificação do problema.

4.2. Proposta e teste do sistema de planejamento e controle de resíduos

O sistema de planejamento e controle de resíduos (PCR) proposto tem como premissas a implantação em conjunto com o PCP e a aplicabilidade prática em canteiros de obras de empresas de pequeno e médio porte. Seguindo o PCP existente, O PCR proposto também foi dividido em função dos

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diferentes horizontes de planejamento. Cada um dos níveis de planejamento, assim como no PCP, possui diferentes ferramentas de acompanhamento.

A primeira etapa consiste na construção de uma “mini central de triagem”, composta por baias, local adequado para triagem dos resíduos, local para colocação das caçambas de tele-entulho e espaço físico suficiente para a manobra de caminhões. Cada baia deve possuir seu volume determinado conforme a demanda do empreendimento, e possuir um acompanhamento, conforme apresentado na Tabela 1. Esta tabela deve ser preenchida e colocada junto à baia correspondente, para auxiliar as operações do dia à dia, orientando os colaboradores. Além disto, cada baia deve ser identificada com uma placa de tamanho suficiente para leitura a uma distância razoável, tal como 10 metros de distância, por exemplo.

Item para gestão Situação encontrada na obra

Tipo de resíduo Resíduos de alvenaria

Classe – cfe. Res. 307 A

Volume da baia 6m³

Volume gerado / dia 1m³

Tem reuso in loco? Sim, parcial

Destino final Aterro municipal

Procedimento de coleta e transporte

O responsável interno deverá chamar periodicamente a empresa de transporte para realizar a coleta a fim de evitar o excesso de resíduos no canteiro.

Responsável por coleta e transporte

Interno Estagiário Externo Empresa X

TABELA 1 – Planilha de gerenciamento de baias (exemplo) Fonte: Própria.

O planejamento e controle de resíduos no nível de longo prazo considera as grandes etapas de construção. Para cada etapa, tal como a execução de alvenarias, deve haver um diferente plano de ação, previamente desenvolvido, que posteriormente deverá ser colocado em funcionamento (Tabela 2). Por exemplo, para estrutura de concreto, esquadrias, revestimentos, etc., devem ser propostos planos específicos.

Assim como no PCP, o planejamento de resíduos de médio prazo é responsável por analisar a existência de possíveis restrições para o correto funcionamento do sistema. Para realização desta avaliação são realizadas reuniões semanais, que acontecem juntamente com as reuniões de PCP de médio prazo. A reunião é semanal, porém sempre visando um horizonte de planejamento de quatro semanas ou mais. Durante a reunião deve ser preenchida a Tabela 3. A planilha tem escopo mensal, sendo atualizada semanalmente.

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Plano de ação de longo prazo Situação encontrada na obra

Atividade Alvenaria

Datas Inicio 1º março

Fim 1º/dezembro

Tipo de resíduo Argamassa, cerâmica, concreto

Volume estimado 48m³

Transporte interno Grua

Tem reuso in loco? Sim, parcial

Reuso in loco

Volume a ser reutilizado 18m³

Finalidade Aterro

Procedimento para reuso Os resíduos provenientes desta atividade poderão ser reutilizados como aterro em áreas externas

Responsável pelo reuso Interno Engenheiro residente / Mestre de obra Externo Não há

Resíduo remanescente

Volume remanescente 30m³

Destino final Aterro da prefeitura

Forma de transporte Tele-Entulho (5 x 6m³)

Procedimento para transporte

O resíduo remanescente será transportado do local de geração diretamente ao ponto de coleta. As caçambas serão substituídas conforme preenchidas e levadas ao seu destino final

Responsável pelo transporte

Interno Estagiário Data: Externo Empresa X NF/Comprovante: TABELA 2 – Plano de ação de atividade - longo prazo (exemplo)

Fonte: Própria.

A Tabela 3 deve ser preenchida com o volume de resíduos previsto para cada semana, e posteriormente deve-se identificar a existência de alguma restrição, preenchendo com “OK” (não existe restrição) ou “X” (existe restrição). No caso da existência de alguma restrição, esta deve ser descrita sucintamente, e posteriormente deverão ser especificadas as medidas que devem ser tomadas a fim de liberar a atividade.

Da mesma forma que para o PCP, os resíduos previstos são organizados semanalmente no planejamento de curto prazo, sendo vinculados aos pacotes de trabalho programados. Os planos são acompanhados pelo mestre da obra e pelo estagiário e são revistos na reunião semanal de planejamento, com os mesmos participantes apontados no item 4.1.

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Atividade prevista Alvenaria

Período Semana 1 Semana 2 Semana 3 Semana 4

Existem restrições ? 1,3m 3 ok ok X ok ok ok 1,3m 3 ok ok X ok ok ok 1,3m 3 ok ok X ok ok ok 1,3m 3 ok ok X ok ok ok V ol . G er ado Sis tem a de cl as si fi ca çã o Tra nsp or te int er no Tra nsp or te ex te rno D es ti naç ão B ai a O ut ros V ol . G er ado Sis tem a de cl as si fi ca çã o Tra nsp or te int er no Tra nsp or te e x te rno D es ti naç ão B ai a O ut ros V ol . G er ado Sis tem a de cl as si fi ca çã o Tra nsp or te int er no Tra nsp or te e x te rno D es ti naç ão B ai a O ut ros V ol . G er ado Sis tem a de cl as si fi ca çã o Tra nsp or te int er no Tra nsp or te e x te rno D es ti naç ão B ai a O ut ros Descrever restrição

Transporte externo - A empresa responsável por esta atividade foi excluída do banco de dados por não apresentar as licenças de transporte

no tempo correto

Ação necessária Contratação de nova empresa para o transporte externo de residuos TABELA 3 – Previsão de restrições – médio prazo (exemplo)

Fonte: Própria.

Foi proposto um indicador do funcionamento do sistema de PCR, denominado Percentual de Planos de Controle de Resíduos Concluídos (PPCRC), indicado na Equação 2. O PPCRC proposto é similar ao PPC. O PPCRC é calculado semanalmente e os dados são apresentados na reunião de planejamento de curto prazo.

%

100

resíduos

de

nto

gerenciame

de

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de

total

concluídos

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de

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gerenciame

de

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x

PPCRC

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Um funcionário controla as operações envolvidas, monitorando diariamente o volume de material descartado ou reaproveitado na obra (Tabela 4). Partindo dos dados obtidos, pode-se obter o PPCRC. Os valores previstos são obtidos do planejamento de médio prazo (Tabela 3) e o percentual é obtido através da divisão do volume de resíduos medido em obra pelo volume previsto.

A Tabela 4, assim como o PPC do sistema de produção, possui um campo específico para descrição dos motivos que ocasionaram o não cumprimento das atividades planejadas. Deve ser apontada uma descrição breve e objetiva, para fácil compreensão e entendimento do motivo envolvido.

Plano de ação de curto prazo Situação encontrada na obra

Atividade Alvenaria

Classe – cfe. Res. 307 A

Previsão

Volume previsto 2,6 m³

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fundos do terreno Medição em obra

Volume de resíduos gerados 3,0 m³

Resíduos reutilizados 0,5 m³ Onde: preenchimento de vazios nos fundos do terreno

PPCRC - Volume de resíduos gerados PPCRC - Vol.de resíduos reutilizados

3,0 / 2,60 = 115,4% 0,5 / 0,94 = 53,2% Observações

Volume de resíduos gerados

O volume gerado foi maior do que o previsto, pois a atividade da equipe de alvenaria foi maior do que a prevista no planejamento da obra (ocorreu produção de área maior de alvenaria).

Volume de resíduos reutilizados

Os resíduos não foram reutilizados na quantidade prevista porque a área não estava totalmente liberada, ainda aguardando muro de contenção junto à divisa.

TABELA 4 - Plano de Controle de Resíduos (PCR) – curto prazo (exemplo) Fonte: Própria.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo apresentou a proposta de um sistema de gestão de resíduos que permite às pequenas e médias construtoras planejar e controlar a geração, reutilização e descarte de resíduos. O sistema proposto é baseado em divisão em níveis e com um indicador de planos de gestão de resíduos concluídos, PPCRC, calculado de forma similar ao PCP.

O PCR foi implantado através de uma série de tabelas, as quais atuam como ferramentas no planejamento e controle da geração, reutilização e descarte dos resíduos. Estas tabelas foram criadas com base no PCP do empreendimento, visando integração dos diferentes horizontes de planejamento e controle. Verificou-se que a Tabela 2 é importante para o desenvolvimento de todo o sistema, pois registra os volumes estimados para todo o planejamento ao longo da construção. O indicador PPCRC é útil para o acompanhamento do plano de resíduos formulado.

A observação do comportamento dos envolvidos indicou uma boa aceitação das técnicas propostas e empregadas na obra em questão, tanto em termos da aplicabilidade quanto da importância para a gestão de resíduos e mesmo para a gestão da obra. Por fim, pode-se concluir que o estudo apresentou um sistema de gestão e controle de resíduos viável para o segmento empresarial estudado.

REFERÊNCIAS

BALLARD, H.G., HOWELL, G. Shielding production: Essential step in production control. Journal of Construction Engineering and Management, v.124, n. 1, p. 11–17, 1998.

BALLARD, H.G. The last planner system of production control. PhD Thesis. Birmingham: School of Civil Engineering, University of Birmingham, 2000.

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BERNARDES, M. M. S. Planejamento e controle da produção para empresas de construção civil. Rio de Janeiro, Brasil: LTC, 2003.

BORTOLAZZA, R.C. Contribuições para a coleta e a análise de indicadores de planejamento e controle da produção na construção civil. Dissertação (Mestrado em Engenharia). Porto Alegre, Brasil: PPGEC-UFRGS, 2006.

BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Resolução n. 307, de 05 de julho de 2002. Diário Oficial da União, n. 136, de 17 de julho de 2002 – Seção 1. Brasília, 2002.

EDWARDS, B. Rough guide to sustainability: A Design Primer. London: RIBA, 2010.

FARIA, A. M., CUSSIOL, N. A. M., PINTO, J. M. A. Diagnóstico da aplicação da resolução nº 307/2002 do Conama, em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Construindo, v.1, n.1, 2009. FORMOSO, C. T. et al. Termo de Referência para o processo de planejamento e controle da produção em empresas construtoras. Porto Alegre: PPGEC-UFRGS, 1999.

GIACOMELLO, H., GONZÁLEZ, M. A. S., KERN, A. P. Implementation of an integrated

management system into a small building company. Revista de la Construcción, v. 13, p. 10-18, 2014. KARPINSKI, L.A. et al. Gestão diferenciada de resíduos da construção civil: Uma abordagem ambiental. Porto Alegre, Brasil: Edipucrs, 2009.

KLAUCZEK, M.S.; FAZOLO, A. Resolução Conama nº 307/2002: Estudo de caso da implantação de programa de segregação dos resíduos gerados em canteiros de obra de pequeno porte. In: XXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL. Campo Grande, Brasil: ABES, 2005.

PINTO, T.P. Perda de materiais em processos construtivos tradicionais. Relatório de pesquisa. São Carlos, Brasil: UFSCAR, 1989.

ROCHA, J.C.; JOHN, V.M. (Eds.). Utilização de resíduos na construção habitacional. Porto Alegre, Brasil: ANTAC, 2003.

SOUZA, R. de. Sistema de gestão para empresas de incorporação imobiliária. São Paulo: O Nome da Rosa, 2004.

AGRADECIMENTOS

Ao CNPq, à CAPES e à FAPERGS, pelo apoio recebido.

Referências

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