• Nenhum resultado encontrado

REVISÃO CRÍTICA SOBRE A IDENTIFICAÇÃO DOS DESVIOS FONOAUDIOLÓGICOS NA POPULAÇÃO DE NEONATOS DE RISCO COM NECESSIDADE DE SEGUIMENTO AMBULATORIAL

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "REVISÃO CRÍTICA SOBRE A IDENTIFICAÇÃO DOS DESVIOS FONOAUDIOLÓGICOS NA POPULAÇÃO DE NEONATOS DE RISCO COM NECESSIDADE DE SEGUIMENTO AMBULATORIAL"

Copied!
5
0
0

Texto

(1)

REVISÃO CRÍTICA SOBRE A IDENTIFICAÇÃO DOS DESVIOS

FONOAUDIOLÓGICOS NA POPULAÇÃO DE NEONATOS DE RISCO

COM NECESSIDADE DE SEGUIMENTO AMBULATORIAL

Palavras-Chave: Desenvolvimento da Linguagem. Avaliação da Linguagem. Prematuridade. Distúrbios de Linguagem

O campo da saúde materno-infantil tem sido incrementado nos últimos anos pela participação ativa de diversos profissionais da área da saúde. É onde encontramos a Fonoaudiologia abraçada a uma questão fundamental: o desenvolvimento global e sua repercussão nos aspectos de aquisição e desenvolvimento da linguagem. Atenção especial tem sido dada aos recém-nascidos pré-termos, onde inúmeros estudos pesquisam os impactos da maturidade biológica no desenvolvimento humano.

Partindo do pressuposto de que a aquisição e o desenvolvimento da linguagem dependem das condições e da interação de fatores orgânicos, psíquicos e sociais, qualquer alteração, seja de condição ou interação destes fatores, pode ocasionar desvios no processo de evolução, culminando em atipias neste desenvolvimento.

OBJETIVOS

O presente estudo propõe-se a identificar desvios e/ou alterações no processo de desenvolvimento da linguagem, no período compreendido entre o primeiro e sexto ano de vida de crianças nascidas prematuramente, assim como, discutir as possibilidades de atuação / intervenção do fonoaudiólogo, através de uma revisão crítica da literatura.

A relevância deste trabalho consiste na ausência de pesquisa bibliográfica, na área da fonoaudiologia sobre esta temática. Os artigos que fazem parte deste estudo, utilizam de forma recorrente trabalhos de campo e seus resultados, o que se mostra importante. Entretanto, há um momento em que se deve fazer uma revisão crítica, abrangente e exaustiva, para se saber exatamente o estado da arte e propiciar a partir daí novas abordagens.

Nosso pressuposto ao utilizarmos esta revisão crítica é de que faltam estudos que enfatizem determinados aspectos da linguagem como, por exemplo, a funcionalidade da linguagem. O objetivo principal deste estudo é desenvolver uma reflexão crítica sobre o impacto da prematuridade na aquisição e desenvolvimento da linguagem através da literatura especializada. E desta forma inferir nos artigos pesquisados a proposta de investigação dos autores; verificar os instrumentos frequentemente utilizados nestas pesquisas; e analisar as pesquisas realizadas tendo como foco o desempenho da linguagem nas crianças nascidas pré-termo.

(2)

Para realizar a revisão crítica dos artigos foi necessário construir um instrumento que facilitasse o mapeamento de artigos, podendo, desta forma, analisar metodologia, discussões pontuais e achados de linguagem em crianças nascidas pré-termo. Este mapa foi construído em forma de matriz, sendo as colunas referentes aos diversos fatores analisados e as linhas referentes aos artigos. Os fatores que entraram na análise, fazendo parte das colunas da matriz foram: número do artigo; ano de publicação; autores; faixa etária pesquisada; número de crianças pré-termo; número de crianças a termo (grupo controle); opção de idade cronológica (IC) ou idade cronológica corrigida (ICC); tipo de desenho do estudo; país realizado; inserção de outros fatores na discussão; maturidade biológica; instrumentos de avaliação utilizados; desempenho da linguagem.

Foram mapeados 29 (vinte e nove) artigos selecionados através das bases de dados MEDLINE, LILACS e Science Direct, e dos descritores: prematuridade, recém-nascido pré-termo; linguagem; atraso de linguagem; distúrbios de linguagem; testes de linguagem.

Foram incluídos para apreciação crítica, artigos originais de pesquisa referentes ao desempenho da linguagem em crianças nascidas pré-termo na primeira infância (0 a 6 anos), publicados nos anos de 1996 a 2006, nos idioma português ou inglês. No entanto, artigos relevantes ao tema anteriores a este data também foram discutidos. Foram excluídos artigos que avaliassem o desempenho da linguagem em idade posterior aos 6 (seis) anos, editoriais e relatos de caso.

Os artigos selecionados e mapeados estão citados nas referências bibliográficas.

Desta forma, entendemos que o levantamento destes artigos e a exploração dos mesmos têm grande relevância na área, inovando no olhar da pesquisa na Fonoaudiologia no Brasil. DISCUSSÃO

Foram considerados os seguintes aspectos na análise e dicussão dos artigos: critério para definição da população de estudo; aspectos metodológicos dos artigos estudados; maturidade biológica no desenvolvimento da linguagem; instrumentos de avaliação utilizados; e desempenho da linguagem nas crianças nascidas pré-termo.

Para a análise destas questões foi necessário utilizar o mapeamento proposto, que identificou artigo a artigo os aspectos referentes: à faixa etária pesquisada; ao tipo de amostra; à característica do estudo, à discussão sobre maturidade biológica e outros fatores clínicos; ao instrumento de avaliação utilizado; e aos achados no desempenho da linguagem.

Na análise dos artigos foi possível observar: uma variação extensa do número de sujeitos no tamanho das amostras estudadas. Estudos longitudinais são menos freqüentes que estudos de coorte; existe, ainda, uma falta de consenso quanto à correção da idade cronológica. A variabilidade de instrumentos discutidos nos estudos aqui criticados, não permitiu a análise detalhada de aspectos da linguagem infantil, uma vez que cada material pontua de forma

(3)

diferente; apesar de existirem alguns instrumentos nacionais e internacionais, que comumente, são citados nos trabalhos, o foco de avaliação global da linguagem não é atendido pela maioria dos instrumentos. O uso funcional da linguagem praticamente não é explorado pela maioria dos estudiosos, das crianças nascidas pré-termo.

Quanto ao desempenho da linguagem, as crianças nascidas pré-termo, avaliadas nos estudos selecionados, apresentam defasagem em aspectos da linguagem expressiva e receptiva, em torno dos 12 (doze) meses. Estes aspectos da linguagem (expressiva e receptiva) parecem melhorar seu desempenho com o desenvolvimento da criança. A partir do segundo ano de vida, a linguagem expressiva e receptiva evolui, com a interferência do meio ambiente. Os aspectos simbólicos, em especial o uso funcional da linguagem, só foi discutido em 1 (um) estudo, mesmo com desempenho insatisfatório não se pode generalizar esta característica; no entanto, ressalta a necessidade de maior investigação deste aspecto. DISCUSSÃO FINAL

Dessa forma, espera-se que esta revisão critica, inove na forma de olhar os diversos estudos; e facilite a estruturação metodológica de pesquisas futuras, para alcançar os resultados necessários ao entendimento do processo de aquisição e desenvolvimento da linguagem nas crianças nascidas pré-termo. Contribuindo para somar elementos teóricos na prática clínica fonoaudiológica, junto ao acompanhamento de crianças nascidas pré-termo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Alves PP, Ferreira MFR, Nunes LROP, Oliveira MB, Kaoru J, Epelboim S. O desenvolvimento cognitivo de bebês prematuros e alguns aspectos neuromotores associados. Pediatria Moderna, 1997; 33(37): 511-534.

Azevedo, MF. Avaliação e acompanhamento audiológico de neonatos de risco, Acta Awho 1991; 10 (3): 107-115.

Basseto MCA, Azevedo MF, Chiari BM. Crianças nascidas pré-termo e de baixo peso: Estudos de aspectos auditivos e lingüísticos. In: Basseto MCA, Brock R, Wajnstejn R, organizadores. Neonatologia: um convite a atuação fonoaudiológica. São Paulo. Lovise, 1998, p. 311-29.

Briscoe J, Gathercole SE, Marlow M. Short–term memory and language outcomes after extreme prematurety at birth. J Speech Lang Hear Res 1998; 41 (3): 654–66.

Briscoe J, Gathercole SE, Marlow N. Everyday memory and cognitive ability in children born very prematurely. J Child Psychol Psychiatry 2001; 42 (6): 749–54.

Casiro OG, Moddenann DM, Stanwick, RS, Cheang, MS. The Natural History and Predictive Value of Early Language Delays in Very Low Birth Weight Infants. Early Human Development 1991; 26: 45-50.

(4)

Cusson RN. Factors influencing language development in preterm infants. J Obstet Gynecol Neonatal Nurs 2003; 32 (3): 402 – 9.

Diniz CF, Pedromonico M, Perissinoto J. Prematuridade: intercorrências clínicas perinatais e resultados de avaliações fonoaudiológicas. In: Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (org). Atualização em Voz, linguagem, audição e motricidade oral. São Paulo. Frontis, 1999, p.345-59. Farias SR. Caracterização dos comportamentos de linguagem de crianças nascidas a termo e

pré-termo aos 12 meses de idade: escala de linguagem do pré-escolar 3 (PLS-3). [Monografia de Especialização]. São Paulo: Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação Humana, Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina; 2002.

Forslund M, Bjerre I. Follow up of preterm children II. growth and development at four years of age. Early Human Development 1990; 24: 107-118.

Godoy MMP, Nunes LRO, Perissinoto J, Nunes FP. Estudo descritivo dos comportamentos comunicativos e simbólicos para um grupo de risco: crianças nascidas prematuramente, de baixo peso, no grupo de idade de 08 a 24 meses. Temas sobre o desenvolvimento 2000; 9 (53): 25-33. Godoy MMP, Perissinoto J, Pedromônico MR, Goulart AL, Villanova LC. Características do

comportamento de linguagem de um grupo de recém-nascidos pré-termo com asfixia e/ou hemorragia ventricular ao nascimento. In: Marchesan I, Zorzi J, organzadores. Tópicos em Fonoaudiologia 2002/2003: Rio de Janeiro, Revinter; 2003, p.107-118.

Grunau RVE, Kearney SM, Whitfield MF. Language development at 3 years in pre-term children of birth weight below 1000 g. British Journal of Disorders of Communication 1990; 25 :173-182. Isotani SM, Pedromônico MRM, Perissinoto J, Kopelman BI. O desenvolvimento das crianças

nascidas pré-termo no 3º ano de vida. Folha Médica 2002, 121: 85-92.

Jansson-Verkasalo E; Valkama M, Vainionpaa L, Paakko E, Ilkko E, Lehtihalmes M. Language Development in Very Low Birth Weight Preterm Children: A Folow-up Study. Folia Phoniatr Logop 2004; 56 (2): 108–19.

Jennische M, Sedin G. Gender Differences in Outcome after Neonatal Intensive Care: Speech and Language Skills are lass Influenced in Boys than in Girls at 6.5 years. Acta Paediatr 2003; 92 (3): 364-78.

Knuijt S, Sondaar M, Kleine MJ, Kollée LA. Validation of a Dutch Language Screening Instrument for Five Year Old Preterm Infants. Acta Paediatr 2004; 93 (10): 1372-7.

(5)

Landry SH, Smith KE, Swank PR. Environmental Effects on Language Development in Normal and High Risk Child Population; Semin Pediatr Neural 2002; 9 (se 3): 192-200.

Lewis M, Bendersky, M. Cognitive and motor differences among low birth weight infants: impact of intraventricular hemorrhage, medical risk, and social class, Pediatrics 1989; 83 (2): 187-192. Ment LR, Peterson BS, Meltzer JA, Vohr B, Allan W, Katz KH, Lacadie C, Schneider KC, Duncan CC,

Makuch RW, Constable RT. A functional magnetic resonance imaging study of the long-term influences of early indomethacin exposure on language processing in the brains of prematurely born children. Pediatrics 2006; 118 (3) 961-70.

Menyuk P, Liebergott J, Schultz M, Chesnick M, Ferrier L. Patterns of early lexical and cognitive development in premature and full-term infants. Journal Of Speech And Hearing Research 1991; 34:88-94.

Oliveira LN, Lima MC, Gonçalves VM. Acompanhamento de Lactentes com Baixo Peso ao nascimento: Aquisição de Linguagem. Arq Neuropsquitr 2003; 61 (3-B): 802–7.

Pereira MR, Perissinoto J, Chiari BM. Bebê pré-termo: Algumas considerações sobre o desenvolvimento da linguagem a partir da observação fonoaudiológica. Pró-Fono 1993; 5: 29-32. Pereira MR; Funayama CAR. Avaliação de Alguns aspectos da aquisição e desenvolvimento da

linguagem de crianças nascidas pré-termo. Arq Neuropsiquiatr 2004; 62 (3-A): 641-48.

Pietz J, Peter J, Graf R, Rauterberg-Ruland I, Rupp A, Sontheimer D, Linderkamp O. Physical Growth and Neurodevelopment Outcome of Nonhandicapped Low Risk Children Born Preterm. Early Hum Dev 2004; 79 (2): 131–43.

Siegel LS. Correction for Prematurity and its consequences for the assessment of the very low-birth-weight infant. Child Dev 1983; 54 (5): 1176-88.

Sostek AM, Smith YF, Katz KS, Grant EG. Developmental outcome of preterm infants with intraventricular hemorrhage at one and two years of age. Child Development 1987; 58: 779-786. Ungerer JA, Sigman M. Developmental Lags in Preterm Infants from One to Three Years of Age. Child

Dev 1983; 54 (5): 1217-28.

Vasquez MC. Estudo comparativo do vocabulário de crianças nascidas pré-termo e a termo no terceiro ano de vida [Monografia de Especialização] São Paulo: Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação Humana, Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina; 2002.

Referências

Documentos relacionados

De forma a sustentar esta ideia, recorro a Costa et.al (1996, p.9) quando afirmam que “A aprendizagem da profissão docente não principia com a frequência de um

In this work, TiO2 nanoparticles were dispersed and stabilized in water using a novel type of dispersant based on tailor-made amphiphilic block copolymers of

Segundo a autora (idem) apesar do importante aspecto relacionado à reflexão a partir da prática pedagógica em momentos de formação continuada e de discussões acerca do fazer

dois gestores, pelo fato deles serem os mais indicados para avaliarem administrativamente a articulação entre o ensino médio e a educação profissional, bem como a estruturação

O capítulo I apresenta a política implantada pelo Choque de Gestão em Minas Gerais para a gestão do desempenho na Administração Pública estadual, descreve os tipos de

A presente dissertação é desenvolvida no âmbito do Mestrado Profissional em Gestão e Avaliação da Educação (PPGP) do Centro de Políticas Públicas e Avaliação

de professores, contudo, os resultados encontrados dão conta de que este aspecto constitui-se em preocupação para gestores de escola e da sede da SEduc/AM, em

É importante destacar também que, a formação que se propõem deve ir além da capacitação dos professores para o uso dos LIs (ainda que essa etapa.. seja necessária),