Programa Nacional de Habitação Rural
O que é o Programa Nacional de Habitação Rural?
O PNHR – Programa Nacional de Habitação Rural foi criado pelo Governo Federal no âmbito do Programa Minha Casa Minha Vida, e tem a CAIXA como um de seus agentes financeiros.
Tem por objetivo possibilitar ao agricultor familiar ou ao trabalhador rural o acesso à moradia digna. O programa atende a todos os municípios do país e permite a construção de uma casa nova ou a conclusão/reforma e/ou ampliação da moradia já existente na gleba rural.
Como funciona o Programa?
As famílias deverão ser organizadas por uma Entidade Organizadora sem fins lucrativos, em grupos de no mínimo 04 e no máximo 50 famílias.
É classificada como Entidade Organizadora a entidade sem fins lucrativos:
As Associações Comunitárias;
As Fundações;
Os Sindicatos;
As Cooperativas Habitacionais;
Entes Públicos.
Como poderá ser iniciada a contratação?
Entidade Organizadora deverá:
comparecer à Superintendência Regional – SR, à GIHAB ou à Agência da
CAIXA mais próxima;
receber informações sobre como funciona o PNHR;
receber relação de documentos e formulários;
providenciar a documentação da Entidade Organizadora, das famílias e das
glebas rurais;
apresentar o projeto de trabalho social;
Aprovada a proposta, a CAIXA assinará Termo de Coorperação e Parceria com a Entidade Organizadora e Contrato com cada um dos beneficiários.
Onde apresentar a documentação para análise?
A documentação necessária para análise da proposta será entregue pela Entidade Organizadora, preferencialmente, na unidade da CAIXA que efetuou o atendimento:
Agência de vinculação da entidade, ou
Agência mais próxima do município onde serão construídas as casas, ou
Superintendência Regional de vinculação da entidade ou
Gerência Executiva de Habitação – GIHAB.
Quem são os beneficiários do programa e como comprovam sua renda?
Os beneficiários do programa são:
1. Agricultor familiar. São equiparados a agricultores familiares:
•••• silvicultores que atendam simultaneamente a todos os requisitos de que
trata o caput deste artigo, cultivem florestas nativas ou exóticas e que promovam o manejo sustentável daqueles ambientes;
•••• aquicultores que atendam simultaneamente a todos os requisitos de que
trata o caput deste artigo e explorem reservatórios hídricos com superfície total de até 2ha (dois hectares) ou ocupem até 500m³ (quinhentos metros cúbicos) de água, quando a exploração se efetivar em tanques-rede;
•••• extrativistas que atendam simultaneamente aos requisitos previstos nos
incisos II, III e IV do caput deste artigo e exerçam essa atividade artesanalmente no meio rural, excluídos os garimpeiros e faiscadores;
•••• pescadores que atendam simultaneamente a todos os requisitos de que
trata o caput deste artigo e exerçam a atividade pesqueira artesanalmente;
•••• povos indígenas; e
•••• integrantes de comunidades remanescentes de quilombos rurais e
demais povos e comunidades tradicionais
2. Trabalhador Rural, que apresenta o comprovante de renda formal ou declarada.
Comprovação da Renda de Trabalhadores Rurais
• Apresentação de carteira de trabalho e os três últimos
contracheques; ou
• Contrato de trabalhoe os três últimos comprovantes de recebimento;
• Declaração emitida pelo empregador informando a renda bruta anual,
em papel timbrado, se possível, com firma reconhecida em cartório; ou
• Comprovante de proventos do INSS, se aposentado de caráter
permanente como trabalhador rural
Obs.: Na ausência dos comprovantes de renda acima, admite-se declaração emitida por cooperativa de produção e/ou comercialização, sindicato ou associação de classe à qual o proponente seja associado, com as devidas assinaturas reconhecidas em cartório.
Como as moradias podem ser construídas?
Mutirão assistido – Regime de construção em que os beneficiários produzem conjuntamente as unidades habitacionais com o auxílio de assistência técnica especializada (engenheiro, mestre de obras, pedreiro, eletricista e outros afins);
Autoconstrução assistida – Regime de construção em que o beneficiário, titular do contrato, produz sua unidade habitacional com o auxílio de assistência técnica especializada (engenheiro, mestre de obras, pedreiro, eletricista e outros afins)
Administração direta – Regime de construção em que a Entidade Organizadora é diretamente responsável pela execução das obras, além de utilizar mão-de-obra do seu quadro de funcionários ou a ela vinculado; Empreitada global – Regime de construção em que uma construtora é
contratada para a execução da obra ou do serviço por preço certo e total. O contratado gere o empreendimento, administrando todos os recursos humanos, financeiros e materiais;
Situar-se na área rural do município;
Medir até 4 módulos fiscais, exceto áreas indígenas e comunidades
quilombolas;
Possuir vias de acesso, soluções para abastecimento de água, esgoto
sanitário e energia elétrica;
As glebas dos beneficiários do grupo podem se situar no máximo em três
municípios limítrofes.
Quais as exigências da proposta de intervenção?
Aprovação jurídico/cadastral da entidade e responsáveis legais;
Aprovação do projeto de engenharia e trabalho social;
Mesmo regime de construção para todas as unidades habitacionais;
Localização das glebas rurais em no máximo três municípios limítrofes;
Mínimo de 04 e máximo de 50 famílias por grupo de beneficiários, exceto
em assentamentos do PNRA;
Comprovação de origem legal das madeiras nativas utilizadas nas obras do
empreendimento, quando for o caso. O que é o Trabalho Social? Para que serve?
O Trabalho Social é um projeto que a entidade organizadora desenvolve com as famílias que compõe o Grupo I e o Grupo II, com o objetivo de:
Divulgar as informações sobre o Programa, esclarecendo o papel de cada
agente envolvido, seus direitos e deveres, sensibilizando os beneficiários sobre a importância da moradia, bens e/ou serviços como valor de uso e suporte para a melhoria da qualidade de vida;
Viabilizar a participação das famílias na implementação do empreendimento,
na gestão dos recursos financeiros, bem como na manutenção dos bens e/ou serviços gerados, visando o desenvolvimento comunitário;
Implantar atividades adequadas à realidade sócio-econômica e cultural da
comunidade;
Realizar atividades voltadas à participação e à organização dos beneficiários,
à difusão de informações relativas à operação, ao contrato, à importância da adimplência, à fixação dos beneficiários nos imóveis;
Orientar as famílias quanto ao correto uso e conservação da moradia, bens
Contemplar atividades voltadas para a implantação da produção (construção ou reforma/conclusão e/ou ampliação), utilizando o regime de auto-construção, auto-ajuda e/ou mutirão, quando for o caso.
O projeto de Trabalho Social se desenvolve em três etapas:
1. Pré-Obras - executado antes do início das obras, contendo, preferencialmente, as seguintes ações:
Elaboração do Projeto de Trabalho Social;
Cadastro e seleção das famílias;
Reuniões para prestar informações sobre o Programa, os critérios de
participação e as condições contratuais;
Reuniões e assembléias para discussões sobre a concepção do Projeto;
Reuniões para informações sobre atribuições e eleição da Comissão de
Representantes do Empreendimento - CRE.
2. Durante as Obras - executado durante todo o período de obras, após a assinatura dos contratos, e são sugeridas as seguintes ações:
Organização Comunitária: apoio ao funcionamento da CRE; articulação com
as políticas públicas locais, para acesso aos serviços de educação, saúde e assistência social, bem como as tarifas sociais, quando necessário; outras ações apresentadas pelas EO e de interesse dos beneficiários;
Educação Ambiental e para a Saúde: difusão de noções sobre higiene, saúde
e doenças individuais e da coletividade; divulgação de informações sobre os recursos naturais e sobre conservação e preservação ambiental;
Planejamento e Gestão do Orçamento Familiar: divulgação de informações
sobre organização e planejamento do orçamento familiar, e sobre a racionalização dos gastos com moradia;
Educação Patrimonial: repasse de informações básicas sobre manutenção
preventiva da moradia, sistemas de água, esgoto e aquecimento solar, quando for o caso;
Geração de Trabalho e Renda: promoção de ações e capacitações visando o
desenvolvimento das atividades da agricultura familiar e das comunidades consideradas tradicionais; divulgação de tecnologias sociais adaptadas às realidades regionais com vistas à independência econômica e inclusão social.
3. Pós-Ocupação - iniciado imediatamente após a conclusão das obras e contendo, no mínimo, as seguintes ações:
Consolidação dos processos implantados nas etapas anteriores;
Encerramento das atividades da CRE - Comissão de Representantes do
Empreendimento;
Avaliação do processo e dos produtos realizados.
O Relatório Final das atividades referentes ao Projeto de Trabalho Social deverá ser apresentado pelas Entidades Organizadoras à CAIXA ao término da execução das atividades previstas na Etapa Pós-ocupação.
O que é a CRE?
A CRE - Comissão de Representantes do Empreendimento tem a atribuição de:
• Cuidar para que ocorra o bom andamento da execução da obra, adotando as
providências necessárias para o fiel cumprimento de suas obrigações; e
• Exercer a gestão dos recursos financeiros, a prestação de contas aos demais
beneficiários e a coordenação do conjunto da obra.
É eleita em assembléia e registrada em ata e deve ser composta por no mínimo 03 (três) integrantes, sendo no mínimo 2 (dois) beneficiários participantes do projeto e 01(um) representante indicado pela Entidade Organizadora.
O representante indicado pela EO deverá ser necessariamente um dirigente ou associado, não podendo figurar como beneficiário do Programa.
O PROGRAMA ATENDE 03 DIFERENTES GRUPOS DE BENEFICIÁRIOS – GRUPO I, GRUPO II E GRUPO III.
GRUPO I - RENDA FAMILIAR BRUTA ANUAL ATÉ R$ 17.000,00
SUBSÍDIOS
Os subsídios são oriundos do Orçamento Geral da União – OGU.
Regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul (R$) Construção de UH 31.350,00 Conclusão/reforma/ampliação de UH 18.920,00 Região Norte (R$) Construção de UH 33.550,00 Conclusão/reforma/ampliação de UH 20.240,00
Obs.: Até 35% do subsídio destinado à edificação pode ser utilizado para pagamento de mão-de-obra, exceto em regime de mutirão assistido.
Concedido à Entidade Organizadora:
Subsídios à EO (por família beneficiária)
Assistência Técnica R$ 660,00
Trabalho Social R$ 440,00
CONTRAPARTIDA DO BENEFICIÁRIO
A família beneficiária do Grupo I devolve à União apenas 4% do valor do subsídio recebido para a produção (construção ou reforma/conclusão e/ou ampliação) da unidade habitacional em quatro parcelas anuais. A primeira parcela vence no mês subseqüente à liberação da última parcela de obra.
Regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste
e Sul (R$) Percentual Contrapartida do beneficiário - R$ Construção 31.350,00 4% R$1.254,00 Conclusão/reforma/ampliação 18.920,00 4% R$ 756,80 Região Norte (R$) Construção 33.550,00 4% R$1.342,00 Conclusão/reforma/ampliação 20.240,00 4% R$ 809,60
CONDIÇÕES DE TITULARIDADE DA GLEBA RURAL
De propriedade do beneficiário;
De propriedade de parentes até 1º grau, com matrícula registrada no
Registro de Imóveis;
De posseiro, de boa fé de terras públicas ou ocupantes de terras
particulares, com direitos sucessórios, não havendo dúvidas sobre o domínio do imóvel e com formal de partilha devidamente encaminhada;
De posseiro de boa fé, ocupantes de terras particulares há mais de 05
(cinco) anos, que comprovem esta situação;
De propriedade de associação de agricultor familiar constituída para
aquisição de terras dentro do Programa Nacional de Crédito Fundiário – PNCF;
Terra com Cláusula de usufruto vitalício (usufrutuário/nu-proprietário);
Terra de Comunidades remanescentes de quilombos rurais e Área Indígena;
De assentados do PNRA – Programa Nacional de Reforma Agrária/INCRA,
indicados por este órgão por meio da Relação de Beneficiários - RB. GRUPO II- RENDA FAMILIAR BRUTA ANUAL DE R$ 17.000,01 ATÉ 33.000,00
Atende famílias com renda familiar bruta anual de R$ 17.000,01 até R$ 33.000,00.
Para o Grupo II a CAIXA oferece financiamento e subsídios com recursos do FGTS e do OGU, para a produção (construção ou reforma/conclusão e/ou ampliação) de unidades habitacionais.
SUBSÍDIOS
Recursos do FGTS
Em complemento ao valor da aquisição do material de construção, é concedido desconto equivalente ao valor resultante da fórmula abaixo, desprezando-se as casas decimais, ou ao valor equivalente a 50% do valor financiado, o menor deles.
D = 15.343,86 - 4,125R
Onde:
R = renda familiar mensal bruta do beneficiário. Recursos do OGU
Concedido à entidade organizadora para o pagamento da Assistência
Técnica – ATEC (R$ 1.000,00) e do Trabalho Social – TS (R$ 700,00), perfazendo um total de R$ 1.700,00 por família beneficiária.
GRUPO III - RENDA FAMILIAR BRUTA ANUAL DE 33.000,01 A R$ 78.000,00
Atende famílias com renda familiar bruta anual de R$ 33.000,01 a R$ 78.000,00.
Para o Grupo III a CAIXA oferece financiamento com recursos do FGTS, para a produção (construção ou reforma/conclusão e/ou ampliação) de unidades
habitacionais.
PRAZOS DE CONSTRUÇÃO E PAGAMENTO DAS PRESTAÇÕES
Construção: entre 4 e 12 meses