A indústria automobilística
• Principais características
Trata-se da indústria envolvida com o projeto, desenvolvimento, fabricação, publicidade e a venda de veículos automotores.
A indústria automobilística ou automotiva produz automóveis para auxiliar no deslocamento e/ou transporte da população, de bens ou serviços. Atualmente os automóveis estão entre os bens de maior necessidade, expandindo sua relevância a diversos campos da natureza humana. O automóvel, hoje, representa para muitos um símbolo. Em teoria, as pessoas optam por veículos por necessidade. Porém, a indústria automotiva já percebeu que os veículos poderiam ter maior ou menor procura em função de sua aparência. Um automóvel pode transmitir uma "ideia" de como o seu dono é, ou de como ele gostaria de ser.
• Desenvolvimento do cenário
Foi em novembro de 1891 que o primeiro carro motorizado
chegou em solo brasileiro. A bordo do navio Portugal, que aportou na cidade de Santos, um único exemplar de um Peugeot, comprado por 1.200 francos. O proprietário era um rapaz de dezoito anos chamado Alberto Santos Dumont - o futuro Pai da Aviação , que acabava de retornar da França com a família.
Dumont já demonstrava que era um homem de visão. O automóvel se transformaria na maior mola propulsora da economia mundial. Se em 1891 existia somente um automóvel no Brasil, em 1904, 84 carros já eram registrados na Inspetoria de Veículos. Faziam fila na época figuras ilustres da sociedade paulista: Antonio Prado Júnior, Ermelindo
Matarazzo, Ramos de Azevedo, José Martinelli e muitos outros. De olho nesse mercado, a empresa Ford decide em 1919 trazer a empresa ao Brasil. O próprio Henry Ford
sentencia: "O automóvel está destinado a fazer do Brasil uma grande nação". A primeira linha de montagem e o escritório da empresa foram montados na rua Florêncio de Abreu, centro da cidade de São Paulo.
Em 1925, foi a vez da General Motors do Brazil abrir sua fábrica no bairro paulistano do Ipiranga. Dois anos depois, a companhia inicia a construção da fábrica de São Caetano do Sul.
Estradas são construídas em todo o Estado de São Paulo. O reflexo dessas iniciativas no aumento da frota de veículos é surpreendente: entre 1920 e 1939, só no Estado de São Paulo, o número de carros de passeio salta de 5.596 para 43.657 e o de caminhões vai de 222 para 25.858. Entra o ano de 1940, tem início a Segunda Guerra Mundial. As importações são prejudicadas e a frota de veículos no Brasil vai ficando ultrapassada. As fábricas só montavam seus automóveis aqui e não produziam suas peças. Era preciso desenvolver o parque automotivo brasileiro. O então
presidente da República, Getúlio Vargas, proíbe a importação de veículos montados e cria obstáculos à importação de peças.
Foi Juscelino Kubitschek, presidente empossado em 31 de janeiro de 1956, que deu o impulso necessário à implantação definitiva da indústria automotiva, ao criar o Geia - Grupo Executivo da Indústria Automobilística.
E foi no Estado de São Paulo que ficou instalado o maior parque industrial da América Latina, dando um importante impulso para o rápido crescimento econômico paulista. A revolução automotiva da década de 1950 trouxe ao Estado paulista
tecnologia de ponta, empregos, desenvolvimento industrial e uma nova relação de capital-trabalho, com o crescimento e fortalecimento dos sindicatos de classes. Hoje, o Estado produz mais de um milhão de veículos por ano.
• Desenvolvimento e situação atual
A instalação das fábricas da MAN Caminhões
(antiga Volkswagen) em 1996 e da PSA (aliança mundial entre Peugeot e Citroën) em 2001 trouxe crescimento e riqueza e atraiu mais empresas. De 2000 a 2009, o PIB (Produto Interno Bruto) somado dos municípios cresceu 334,8%, de R$ 1,95 bilhão
para R$ 8,5 bilhões ao ano, com aumento mais expressivo entre 2006 e 2009: 73,2%. Atualmente em nosso país, segundo o site exame.com, as maiores montadoras são: Fiat,
Volkswagen, GM (Chevrolet), Ford, Renalt, Honda, Peugeot, Citroen, Hyundai, Nissan, Toyota, Kya, Jac, Chery, Mercedes Benz, BMW, Audi, Mini Cooper, Lifan e Suzuki.
Quando a indústria começou a dar sinais de desaceleração no ano passado, a presidente Dilma Rousseff correu em resgate, contendo importações do México e implementando uma taxação agressiva sobre carros estrangeiros.
As medidas constituem as iniciativas mais protecionistas no mercado automobilístico
brasileiro desde que ele abriu-se às importações há duas décadas, e elas estão mudando a forma da indústria, com resultados mistos.
A redução direcionada do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre
automóveis impulsionou as vendas de algumas montadoras, enquanto outras congelaram planos de novas fábricas. A pressão política coibiu demissões, mesmo em meio à queda da produtividade.
E analistas dizem que essas políticas não resolverão o principal problema: está ficando mais difícil fabricar um carro no Brasil a um preço com o qual brasileiros consigam arcar.
OS MAIORES CUSTOS DO MUNDO, essa é a realidade enfrentada pelas montadoras em nosso país.
Enquanto a competitividade da indústria automobilística brasileira enfraquecia no ano passado, ela atingiu um ponto de ruptura. As vendas de veículos novos
importados cresceram 30 por cento, para quase um em quatro carros, enquanto as vendas de veículos
brasileiros estagnaram. Consequentemente, a produção local de veículos corre o risco de ter contração pela primeira vez em uma década.