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PHD 2537 Água em Ambientes Urbanos

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Academic year: 2021

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ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO PHD - DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E SANITÁRIA

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PHD 2537 – Água em Ambientes Urbanos

Seminário Semestral

Tema 2: Água Como Fator de Desenvolvimento

Humano

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Índice:

Introdução ... 3

A água para lá da escassez...4

Os Objetivos do Milênio...6

A situação do Brasil no desenvolvimento humano...9

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Introdução

A percepção da importância da água vem crescendo de maneira exponencial nas últimas décadas, tendo passado, do ponto de vista econômico, de material sem valor a um recurso mineral valioso. Do ponto de vista do desenvolvimento humano esse valor é conhecido desde a antiguidade qualitativamente como elemento essencial à vida e para garantir condições dignas e humanas de sobrevivência às pessoas, mas apenas recentemente, quando se passou a analisar a qualidade de vida de modo quantitativo, foi que se observou exatamente quão necessária a água é em cada um dos aspectos da vida de um cidadão.

Essa evolução na percepção pode ser percebida facilmente atualmente pelas diversas manifestações que se observam a cada dia e pelos movimentos em defesa do meio ambiente como um todo e especialmente da água. Tamanha é a importância do tema e sua relevância que o relatório sobre o desenvolvimento humano do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) teve sua última edição voltada especificamente para este tema: A escassez da água e seu impacto sobre os vários aspectos do desenvolvimento humano.

Tamanha é a importância que o relatório sobre o desenvolvimento humano do Programa da ONU para o Desenvolvimento teve sua última edição voltada especificamente para este tema:

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A água para lá da escassez: poder, pobreza e a crise

mundial da água

Em sua edição de 2006 do relatório do desenvolvimento humano – relatório no qual é publicado o conhecido IDH (índice de desenvolvimento humano) – o PNUD faz uma extensa análise do ponto em que se encontra a população mundial no que diz respeito à água, analisando questões como a acessibilidade, a disponibilidade a redes de saneamento e, fato que provavelmente é o mais interessante do relatório, traça paralelos entre os três índices que compõe o IDH com a disponibilidade de condições adequadas de saneamento em cada país.

O ponto que é mostrado no relatório é como a disponibilidade ou a ausência de água em condições adequadas afeta diretamente a longevidade, a renda e a

educação, fatores componentes do IDH. Por mais que estes três itens sejam

habitualmente tratados separadamente, existe uma relação intrínseca entre eles e fatores reais que tem seus reflexos representados por fatores como problemas de saúde, quantidades de tempo absurdas necessárias para se obter água e problemas de irrigação de colheitas, que por sua vez terão reflexos nos três itens gerais citados acima, a longevidade, a educação e a renda, respectivamente.

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Claro que eu gostava de ir à escola. Quero aprender a ler e a escrever… Mas como posso fazê-lo? A minha mãe precisa de mim para ir buscar água.

Yeni Bazan, 10 anos, El Alto, Bolívia “

O PNUD adota como mínimo necessário à sobrevivência digna humana uma quantidade de 20 litros diários de água potável, número que pode parecer ridículo se comparado com a média consumida por habitante em alguns centros urbanos, chegando a ser menos de um décimo dessa média em muitos centros, mas mesmo assim milhões de pessoas no mundo não tem acesso mesmo a essa quantidade irrisória. Por isso é que se torna tão crucial a busca para garantir condições universais de acesso à água tratada e a redes de esgoto, pois, além de constituir um fim em si mesmo, o acesso universal à água é também um pré-requisito fundamental para o desenvolvimento e o progresso de qualquer população de qualquer país do globo.

Como exemplo de como a água e sua presença ou ausência pode acarretar em grande variações nestes índices basta conhecer alguns fatos simples que ilustram a situação:

- A água imprópria para consumo e a falta de saneamento ceifaram mais vidas no último século do que qualquer outra causa;

- Muitas jovens ao redor do mundo são impedidas de estudar pois passam o dia auxiliando suas famílias na obtenção de alguns poucos litros de água para sua subsistência;

- Quase duas em cada três pessoas sem acesso à água potável no mundo sobrevivem com menos do que 2 dólares por dia;

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Os Objetivos do Milênio: suas relações a água, e as formas

como ela pode auxiliar o cumprimento de suas metas.

Os objetivos do milênio são metas que foram traçadas pelo mundo para erradicar a pobreza e generalizar a liberdade humana – liberdade neste caso é descrita no seu sentido mais amplo, pois uma pessoa que é obrigada a conviver com condições extremas de falta de saneamento e insalubridade por exemplo não é verdadeiramente livre para poder se realizar como ser humano.

Os objetivos consistem de metas numéricas a serem alcançadas até 2015, mas mais do que isso são expressões do que o mundo vê como sendo os

principais problemas enfrentados e que bloqueiam o desenvolvimento.

Os objetivos do milênio são oito e são descritos a seguir em sua forma qualitativa, seguidos de alguns dados que mostram qual a influência da água na resolução dos problemas que dificultam que se atinja as metas propostas:

Objetivo 1: Erradicar a pobreza extrema e a fome;

 A ausência de água potável e de saneamento adequado é uma das principais causas de pobreza e de subnutrição:

 As doenças e as perdas de produtividade ligadas à água e ao saneamento nos países em desenvolvimento ascendem a 2% do PIB, elevando-se a 5% na África Subsaariana — mais do que a região recebe em ajuda.

Objetivo 2: Alcançar o ensino primário universal;

 A coleta e o transporte de água a longa distância impedem que milhões de jovens freqüentem a escola, condenando-as a um futuro de analfabetismo e de escolhas restritas.

 As doenças provocadas pela água, como a diarréia e as infecções

parasitárias, custam 443 milhões de dias letivos por ano — o equivalente a um ano letivos inteiro para todas as crianças de sete anos na Etiópia — e diminuem o potencial de aprendizagem.

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Objetivo 3: Promover a igualdade de gênero e a autonomização da mulher;

 São as mulheres que suportam o fardo da responsabilidade pela coleta da água, demorando freqüentemente até 4 horas por dia andando, esperando em filas e transportando água. Esta é uma das principais fontes de privação de tempo.

 As mulheres respondem pelo grosso da produção alimentar em muitos países, mas detêm direitos restritos à água.

Objetivo 4: Reduzir a mortalidade infantil;

 A água contaminada e as más condições de saneamento constituem a principal causa dos 1,8 milhões de mortes anuais de crianças por diarréia — quase 5.000 por dia — o que converte este fator na segunda principal causa de mortalidade infantil.

 O acesso a água potável e saneamento constitui uma das medidas mais poderosas de prevenção da mortalidade infantil: alcançar o Objetivo de Desenvolvimento do Milênio para a água e o saneamento, mesmo ao nível mais básico de abastecimento, pouparia mais de 1 milhão de vidas na próxima década; o abastecimento universal elevaria o número de vidas poupadas a 2 milhões.

Objetivo 5: Melhorar a saúde materna;

 A prestação de água e saneamento reduz a incidência de doenças e enfermidades — como anemia, deficiência de vitaminas e tracoma — que debilitam a saúde materna e que contribuem para a mortalidade materna.

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Objetivo 7: Garantir a sustentabilidade ambiental;

 O número de pessoas que vive em países que sofrem de pressão sobre os recursos hídricos passará de cerca de 700 milhões, atualmente, para mais de 3 bilhões até 2025.

 Mais de 1,4 bilhões de pessoas vivem atualmente em bacias hidrográficas onde a utilização de água excede os níveis mínimos de reposição,

conduzindo à dissecação dos rios e ao esgotamento das águas subterrâneas.

Objetivo 8: Desenvolver uma parceria global para o desenvolvimento;

 Muitos países com elevadas taxas de mortalidade infantil causada por diarréia despendem menos de 0,5% do PIB em água e saneamento, uma fração do valor que destinam aos orçamentos militares.

 Os países ricos fracassaram no esforço de conferir prioridade à água e ao saneamento nas parcerias internacionais de ajuda e a despesa na ajuda ao desenvolvimento para o setor tem caído em termos reais, representando atualmente apenas 4% dos fluxos totais de ajuda.

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A situação do Brasil no desenvolvimento humano

O Brasil se encontra hoje em uma posição intermediária no ranking dos países listados no relatório e ocupa a 69ª posição, com um IDH de 0,792 (o limite inferior dos países considerados desenvolvidos é um IDH de 0,800) mas esse índice não é uniforme, ele é só uma média da condição dos diversos estados do Brasil, sendo que alguns deles se encontram acima do limite dos países desenvolvidos e outros ficam bem próximos do limite superior de países com baixo desenvolvimento humano, como pode ser observado na figura abaixo:

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Um ponto importante a ser observado em relação ao IDH do Brasil, é que nos últimos anos este tem avançado bastante (o Brasil avançou 14 posições desde 1990, primeiro ano de cálculo do IDH) e seus avanços se basearam principalmente na melhora dos índices de longevidade e educação, tendo piorado em renda. Essa piora no critério renda se deve principalmente a um ponto bem conhecido quando se fala do Brasil, que é a desigualdade. Novamente neste ponto, é traçado um importante paralelo com a questão da distribuição da água, pois os problemas de acesso à água potável acentuam gravemente problemas de desigualdade social, pois inevitavelmente as parcelas da população com maiores dificuldades de acesso à água limpa são as parcelas mais pobres. Esse fato acaba gerando um efeito cumulativo, pois tendo um pior, ou virtualmente nenhum, acesso à água potável as pessoas:

- Adoecem mais, ficam mais tempo afastadas de estudos (no caso dos jovens) e trabalho (no caso dos adultos);

- Tem uma dificuldade maior de desenvolver atividades geradoras de renda (especialmente verdade no caso de populações rurais, mas não exclusivamente);

- Tem uma menor expectativa de vida, por terem vivido em condições mais insalubres, que minam seu sistema imunológico ao longo dos anos;

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No Brasil, o problema da distribuição desigual de acesso à água potável pode ser observado pelo gráfico abaixo, através do qual se pode observar que pessoas muito pobres (com rendimento médio mensal menor do que um salário mínimo) têm uma cobertura de saneamento básico equivalente a aproximadamente metade da cobertura de pessoas de alta renda (com rendimento médio mensal superior a 20 salários mínimos)

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Bibliografia:

Relatório do Desenvolvimento Humano 2006 – PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento)

Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento

Referências

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