> A diversidade cultural e a consequente diversidade de valores
> Ideia de Ética
> Relação ética entre: sujeito/outros; sujeito/instituições; sujeito/Natureza e Vida
> A Pólis grega como fundamento das democracias e do exercício da cidadania na atualidade
> O direito e a justiça
> A construção ético-política da sociedade ocidental
> Modelos sociais na sociedade contemporânea
> A complexificação das sociedades e do sentido de liberdade
Consolidação de competências:
> Trabalho de projeto: etapas para a encenação de uma peça teatral; temas da peça teatral
> Avaliação global
> Para saber mais – Bibliografia, Webgrafia e Filmes
“(…) ao contrário de outros seres, vivos ou inanimados, nós, seres humanos, podemos inventar e escolher em parte a nossa forma de vida. (…) podemos inventar e escolher, podemos enganarmo-nos (…). Assim, parece prudente estarmos bem atentos ao que fazemos e procurar adquirir um certo saber viver que nos permita acertar. Esse saber viver, ou arte de viver, se preferires, é aquilo a que se chama ética.”
Savater, Fernando “Ética para um jovem”, Editorial Presença, 1997.
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EPAI91_P001_016_20122266_5P.indd 4 12/08/30 13:49A diversidade cultural e a
consequente diversidade de valores
V
ivemos num tempo em que facilmente se viaja, em turismo ou em traba-lho, para o outro lado do mundo. Este facto traz muitas vantagens mas pode também gerar alguns conflitos. A pauta de valores com que cada cultura guia os seus comportamentos é, por vezes, radicalmente oposta à de outra cultura. Surgem, assim dois temas que se cruzam:•
a diversidade cultural existente no mundo;•
os valores que estão na base dessa multiplicidade e as pautas de valores que cada comunidade possui, fruto das tradições (costumes, rituais, crenças, etc.), que passam de geração em geração.FIG. 01 | Pintura com areia (tribo Navajo) e rodeo em Montana – duas tradições nos E.U.A.
“Uma cultura é um conjunto de pautas de conduta, de instituições, e ideias, etc. (…) Na maior parte dos casos, essas pautas (…) são aceites sem discussão pela maioria dos componentes do grupo em questão. (…) Por exemplo, na Idade Média, a celebração do Carnaval tinha um claro sentido: tratava-se de aproveitar ao máximo a última oportunidade de comer e gozar antes de iniciar o largo período de jejum, abstinência e castidade da Quaresma. Mas no nosso tempo em que já ninguém se abstém de nada durante a Quaresma, o Carnaval tem perdido o seu sentido; apesar de continuar a celebrar-se. Outras vezes trata-se de pautas absurdas que nunca tiveram sentido (considere-se as múltiplas muti-lações a que tradicionalmente as pessoas foram submetidas em muitas cultu-ras: tatuagens, perfuração dos lábios, orelhas, pescoço, ablação do clítoris, aperto dos pés, etc.). e, contudo transmitem-se de geração em geração. (…)”
Adaptado de: Jesús Mosterin, “Racionalidad y acción”, Madrid, Alianza Editorial.
7. Relata um costume que esteja enraizado na região onde vives.
8. Tenta ilustrar esse costume.
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Existem valores que ultrapassam todas as fronteiras mas que são senti-dos de forma muito diferente pelas diversas comunidades. Até mesmo o valor que, geralmente, se coloca acima de qualquer outro, o valor da vida humana, é encarado de formas diversas. Também o papel da mulher é encarado de forma tão oposta de cultura para cultura.
A compreensão de uma outra cultura exige uma verdadeira mutação da nossa men-talidade ocidental e um grande esforço de humildade intelectual e de acolhimento.
Recusemos as mutilações recíprocas, as concessões, os compromissos; um diá-logo não se estabelece desta maneira. Pedimos a cada um que se torne o que é.
Os não ocidentais podem ajudar-nos a tomar consciência dos limites da nossa visão do mundo. É preciso ainda que não nos conduzamos como conquistadores como infelizmente temos feito sempre – mas como homens plenamente cons-cientes da relatividade do que trazemos.
Adaptado de: Roger Garaudy, “Para um diálogo de civilizações”, Publicações D. Quixote.
9. Pesquisa sobre a condição da mulher numa cultura diferente da tua.
10. Faz uma comparação entre as duas culturas no que se refere à condição da mulher.
FIG. 03 | A mulher migrante, trabalhadora e mãe… FIG. 02 | A mulher em diferentes culturas.
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Revolução Francesa
Em meados do séc. XVIII, a França vivia sob uma monarquia absoluta. A sociedade dividia-se em Clero, Nobreza (grupos privilegiados) e Terceiro Estado (grupos “inferiores” que suportavam pesados impostos e obrigações feudais – os artesãos, os camponeses e os assalariados). O descontentamento social agravou-se com uma crise económica e financeira. No sentido de solucionar a crise, o rei Luís XVI convocou os Estados Gerais (assembleia consultiva). Con-tudo, pela primeira vez, o Terceiro Estado não aceitou uma votação por ordens sociais e exigiu uma votação individual, exigência que foi recusada. Desta forma, os representantes do Terceiro Estado reuniram-se e fundaram a Assem-bleia Nacional Constituinte, que se comprometeu a elaborar uma Constituição de defesa dos direitos de cidadania.
Quando o rei tentou dissolvê-la, o povo de Paris revoltou-se e tomou de assalto a prisão-fortaleza de Bastilha (14 de julho de 1789) – Tomada da Basti-lha. Esta revolução representou um marco decisivo na História da Humanidade, pois marcou o fim da Época Moderna e o início da Contemporânea. Por outro lado, provocou uma série de transformações políticas, económicas e sociais. Os seus princípios fizeram triunfar ideais de caráter universal, como a liber-dade, a igualdade e a fraternidade (Liberté, Egalité, Fraternité) – Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão – que abre um precedente decisivo no sentido da Declaração Universal dos Direitos do Homem.
FIg. 11 | Rei Luís XVI.
24. Pesquisa a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. 24.1. Escolhe um artigo dessa Declaração.
24.2. Dá o teu parecer sobre esse artigo.
FIg. 12 | Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, 1789, constituída por 17 artigos.
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A Revolução Francesa funcionou como um modelo para outras nações, pois influenciou as Revoluções Liberais da Europa contra os regimes absolutistas. Foi ainda decisiva para a construção das democracias contemporâneas.
O exercício do poder político assente em ideologias (crenças e valores) foi sendo alterado ao longo do tempo e no espaço. O teocracismo medieval foi substituído pelo feudalismo que, por sua vez, foi suprido pelo absolutismo e, mais tarde, pelo liberalismo. Contudo, o liberalismo não conseguiu eliminar as desigualdades económicas e sociais entre as classes detentoras dos meios de produção que aumentavam os seus rendimentos à custa da exploração das massas trabalhadoras, situação intensificada com a Revolução industrial. Desta forma, durante o século XIX, surgiram várias correntes socialistas que se insurgiram contra o modelo de organização política, económica e social sus-citado pelo Estado liberal “laissez faire, laissez passez”. Como utopistas deste “socialismo utópico” destacaram-se:
•
Saint-Simon (propôs um tipo de sociedade semexploradores nem explorados, em que a hierar-quização se fizesse de acordo com as capaci-dades de cada trabalhador);
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Robert Owen (propôs a coletivização dotraba-lho através da associação dos trabalhadores em cooperativas ou comunidades, a fim de se conseguir melhor produção e uma distri-buição mais justa dos lucros);
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Charles Fourrier (constituição deassocia-ções de trabalhadores);
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Pierre-Joseph Proudhon (mais radical, foi oprecursor do anarquismo);
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Karl Marx e Friedrich Engels irão ainda mais longe nas críticas à sociedade capitalista ao proporem um novo socialismo, assente numa sociedade comunista.25. Pesquisa a obra “Manifesto do Partido Comunista”. 25.1. Sintetiza as suas principais ideias.
25.2. Debate-as com os teus colegas de turma.
FIg. 13 | Marx e Engels publicaram em 1848 uma obra verdadeiramente
revolucionária, o “Manifesto do Partido Comunista”, na qual lançaram um nova ideologia.
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