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TÍTULO: "BAIRROS PORTUÁRIOS: UM ESTUDO SOBRE A CIDADE DE SANTOS" CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: ENGENHARIAS E ARQUITETURA

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Academic year: 2021

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TÍTULO: "BAIRROS PORTUÁRIOS: UM ESTUDO SOBRE A CIDADE DE SANTOS"

TÍTULO:

CATEGORIA: EM ANDAMENTO

CATEGORIA:

ÁREA: ENGENHARIAS E ARQUITETURA

ÁREA:

SUBÁREA: ARQUITETURA E URBANISMO

SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA

INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): PATRÍCIA SANTAELLA GONSALES

AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): LUIZ ANTONIO DE PAULA NUNES

ORIENTADOR(ES):

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Resumo do projeto inicial de iniciação científica, contendo Introdução, Objetivos, Metodologia, Desenvolvimento e Resultados Preliminares

Por sempre possuir contingente expressivo de trabalhadores portuários, Santos apresentou locais para habitação dos mesmos, ao longo de toda a história portuária, com características que influenciaram no desenvolvimento do tecido urbano, a partir das necessidades e vínculos desses trabalhadores com o Porto. Uma grande fatia de trabalhadores, sendo ela da classe operária, formava não apenas um grupo de trabalhadores especializados, mas uma cultura segmentada santista na qual transparecia uma caraterística própria dessa classe. Valentia, força física, rivalidades étnicas e violentas, além, é claro, de disputas

empregatícias num mercado de trabalho instável, resultavam numa relação entre eles não apenas de vizinhança, sendo esses os aspectos tão diversos encontrados em relatos da literatura como características dessa parcela de trabalhadores. No entanto vale a pena lembrar a existência das outras

categorias desses trabalhadores, de certa forma, com a vida portuária, como é o caso dos corretores de café e todos aqueles trabalhadores envolvidos com o porto do ponto de vista comercial. Com a expansão do cultivo do café, que gerou um progresso e transformações sociais, as cidades que estavam no caminho do sistema exportador, configuravam uma classe média mais

heterogênea, suas funções e espaços seriam remodelados, e Santos não ficou por fora desse processo.

Juntamente com o capitalismo mercantil desenvolto, o trabalho assalariado dos imigrantes, da burguesia urbana, o comércio varejista, a indústria, os

transportes e os serviços urbanos também se expandiram. Desse modo, com toda a modernização, é inaugurada em 1867 a primeira estrada de ferro paulista, a São Paulo Railway, localizada no Valongo, região que se tornará também moradia dos trabalhadores portuários como: doqueiros, estivadores, carroceiros, ferroviários e de ensacadores de café. Mas mediante a tanta importância comercial na cidade e, principalmente, no centro, a "cidade residencial" ficará em segundo plano. É a partir daí que novos sobrados residenciais são construídos no Valongo, Paquetá e Vila Nova para atender a demanda das famílias mais abastadas. Nas casas mais adjacentes ao porto as moradias passam a ser coletivas para estivadores, portuários e empregados do pequeno comércio. Muitas foram demolidas para dar espaço aos grandes armazéns de café.Com o passar dos anos e a região do Valongo mais popularizada e de característica mais comercial, as pessoas começaram a se voltar para o novo bairro Vila Nova, levando para lá uma parte mais elitizada da população na qual estabeleceram suas residências formadas de finos palacetes e sobrados. Assim, posteriormente, no início do século XX, esse foi o bairro mais rico da cidade.

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A cidade foi se formando propriamente a partir das diversas mudanças vivenciadas por novas experiências que aqui se manifestavam. Mediante uma vida mais agitada e o comércio mais intenso, afluíram milhares de novos moradores e, consequentemente, a bairros que atenderiam as respectivas necessidades da época e das diferentes classes sociais.

Havia também uma necessidade de proximidade das instituições e empresas com o porto, que era o maior foco dos produtores de café. Enormes galpões foram construídos para armazenagem de produto, maiores ligações entre empresários e trabalhadores, além do surgimento de novos ofícios como demanda por hotéis, redações de jornais, oficinas, consulados, trabalhadores ferroviários, aumento de comerciantes religiosos e funcionários públicos.

Navios recém-chegados no Porto de Santos, davam espaço aos comentários pela região, avisando aos muitos candidatos à procura de um trabalho, que

conseguiam, muitas vezes, apenas para aquele dia. Aglomeravam-se

principalmente na conhecida “Parede”, permitindo maior contato com o meio portuário e suas ofertas. Assim, esse tipo de trabalho exigia, consequentemente, maior proximidade entre as fontes de emprego e as moradias desses

trabalhadores, criando certa espacialização da relação trabalho x moradia. Os bairros do Macuco, Vila Mathias, Paquetá e a região do centro da cidade são exemplos do início de um crescimento urbano regado de trabalhadores

portuários e, evidentemente, associados a ele.

Por outro lado, Macuco fora o maior bairro santista, que estimulou com o surgimento dos bairros Estuário e Aparecida, com a redução de seu território. Seu nome deve-se à tradicional família Macuco, possuidora de grande parte do local onde se constituiu a Vila Macuco. Francisco Manoel Sacramento, português, açougueiro, gostava de caça, especificamente da ave que leva esse nome, da família dos tinamídeos, recebeu o apelido no qual faz referência ao animal, que mais tarde virou seu sobrenome e de seus descendentes, além do nome deste importante e histórico bairro da cidade de Santos.

Mediante às transformações de âmbitos econômico e social datadas da época em que era o café o mandante das economias brasileiras - com uma produção voltada para a monocultura e exportação - percebe-se, como consequência, uma expansão urbana de muito valor, regada por operários e trabalhadores

portuários de seus diversos ramos nessa região santista. Quando há o aumento das atividades cafeeiras no estado de São Paulo, há também transformações no que diz respeito ao número de trabalhadores portuários, o que está

intrinsecamente ligado ao desenvolvimento do Bairro do Macuco. A cidade passa, então, a exercer importante passo na economia paulista tanto no escoamento do café, quanto na sua comercialização através da Bolsa do Café. É de se notar que a proximidade deste bairro com o porto facilitou e/ou motivou a estadia dessa massa ligada ao porto. Hoje em dia, lá estão seus descendentes e gerações atuais familiares às dos tempos idos que de certa forma ainda

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mantém relações portuárias, ainda que a tipologia das casas que, atualmente com vários tipos de classes sociais, apresentam multiplicidade de padrão. Casas de alto-padrão, padrão popular, tais como as geminadas, chalés de madeira; e ainda as deterioradas destinadas, hoje em dia, ao uso como cortiços, característico da região, que eram antigos belos casarões.

O processo de ocupação do Bairro deu-se por uma classe operária, como já dito, composta por estivadores, doqueiros, escavadores; uma classe média de

pequenos comerciantes, profissionais liberais, servidores públicos; seguida por uma classe de poder um pouco mais alteroso sendo eles os homens de negócios, os comissários e exportadores de café, tão conceituados na época.

Um dos locais mais conhecidos do bairro é, sem dúvidas, a Bacia do Macuco, no cruzamento entre as atuais avenidas Portuária e Siqueira Campos, onde ficavam alguns barcos que descarregavam areia, além de um chafariz no qual era utilizado para dar água aos burros.

A presente pesquisa se insere na linha de pesquisa “As Relações do Porto com a Cidade”, do Núcleo Brasileiro de Estudos Portuários, Marítimos e Territoriais – NEPOMT – da Universidade Santa Cecília, e tem como objetivo identificar, mapear e verificar a situação atual, de partes do tecido urbano da cidade de Santos que estabeleceram historicamente, desde a implantação do Porto Organizado, um vínculo entre a função habitacional e o trabalho portuário. A pesquisa se desenvolve através de leitura e análise documental e dados secundários, oferecidos por instituições públicas e privadas.

Resultados Preliminares

Mediante um estudo aprofundado sobre a relação existente desde o princípio

entre os trabalhadores portuários e seus locais de moradia, ficou claro que foi a

partir da necessidade por parte desses trabalhadores que eles se instalaram

nesses bairros centrais e da região próxima ao porto como o Macuco, Vila Nova,

Valongo, Paquetá, Centro etc. Necessidade essa, muitas vezes, financeira ou por

não terem condições de morar longe, ou até mesmo por não terem emprego e

aproveitarem sua proximidade para a busca diária dos mesmos. Os trabalhadores

mais abastados, como é o caso dos corretores de café e todos os trabalhadores de

cargos mais beneficiários relacionados a ele, vêem nas proximidades do porto, sua

melhor relação com ele e com o trabalho em si. A Bolsa do Café, torna-se local de

muita agitação e frequência diária, bem como a rua e região central na qual se

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encontra. No entanto, após o comércio cafeeiro tomar conta dos ideais santistas

como um todo, a questão residencial torna-se afetada, de modo a transformar

bairros que até então eram residenciais, noutros tomados pelo comércio,

fomentando à classe mais abastada seu distanciamento progressivo, como é o

caso do bairro do Valongo no qual abrigou essa massa populacional até,

posteriormente, serem abertas as Avenidas Ana Costa e Conselheiro Nébias, nas

quais deram a passagem em direção à “Barra” (orla da praia atual), fato que fora

primordial para o avanço urbanístico e espacial do território da cidade.

Desse modo, torna-se claro que, assim como ocorre até hoje, as classes sociais

tendem a se distanciar e a se separarem umas das outras e, com elas, seus

costumes e frequências, como bares, lazer em geral e atividades, agrupando não

apenas massas de classes divergentes, mas culturas e costumes também.

Referências Bibliográficas

- SILVA, Fernando Teixeira da. Operários sem patrões: os trabalhadores da cidade

de Santos no entreguerras. Campinas: Editora da Unicamp, 2003;

- RODRIGUES, Olao. Cartilha da história de Santos. 4ª Ed.; Santos: Instrituto

Histórico e Geográfico de Santos, 1981;

- RODRIGUES, Olao. Almanaque de Santos. Santos: s.e; 1970

- LANNA, Ana Lúcia Duarte. Uma cidade na transição. Santos:1870-1913. Santos:

Editora Hucitec, 1996;

- GITAHY, Maria Lucia Caira. Ventos do mar: trabalhadores do porto, movimento

operário e cultura urbana. São Paulo: Edidotra da Universidade Estadual Paulista,

1992.

- SOBRINHO, Costa e Silva. Santos noutros tempos. São Paulo: Estado de São

Paulo, 1953

- VAZQUEZ, Daniel Arias (Org.). A questão urbana na baixada santista: políticas,

vulnerabilidades e desafios para o desenvolvimento. São Paulo: Editora

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- ANDRADE, Wilma Therezinha Fernandes de. O Discruso do Progresso: a Evolução

Urbana de Santos [1870 – 1930]. [tese] Doutorado em História Social – Faculdade

de Filosofia Letras e Ciências Humanas. Universidade de São Paulo, São Paulo.

Referências

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