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Diretrizes G4 da GRI: Quais os seus efeitos nos relatórios corporativos de sustentabilidade?

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1 KPMG International Survey of Corporate Responsibility Reporting 2011, KPMG International, 2011.

Diretrizes G4 da GRI: Quais

os seus efeitos nos relatórios

corporativos de sustentabilidade?

Além do maior foco na cadeia de valor e na materialidade, a quarta geração (G4) das Diretrizes

da Global Reporting Initiative (GRI) propõe alterações nas informações sobre formas de

gestão, novas orientações para a definição dos limites dos relatórios e novas informações

a serem divulgadas em áreas-chave, como governança e cadeia de fornecimento.

A terceira geração das Diretrizes para Relatórios de Sustentabilidade foi lançada pela Global Reporting Initiative (GRI) em 2006. Desde então, houve uma expansão significativa na publicação de relatórios de sustentabilidade (ou de responsabilidade social

corporativa)1 e maior a conscientização

de que informações sobre temas que influenciam o valor de uma empresa no longo prazo são importantes tanto para os investidores e mercados de capitais quanto para as demais partes interessadas da organização.

No contexto dessa missão, a GRI está elaborando a quarta geração de diretrizes com o objetivo de promover melhorias em aspectos técnicos, como clareza e uniformidade, bem como ajudar os relatores a atender à necessidade de contemplar todos os seus públicos interessados. Após a fase inicial de consulta em 2011, e incorporando contribuições de Grupos de Trabalho representativos das diversas partes interessadas, foi emitido uma minuta para consulta (Exposure Draft) em junho de 2012.

Contudo, muitos dos atuais e potenciais usuários das Diretrizes da GRI, ao analisarem o Documento Inicial da G4 pela primeira vez, tiveram dificuldade em entender seu sentido geral. Com tantas diretrizes novas e revisadas, era difícil identificar o seu real significado para relatores e usuários de relatórios de sustentabilidade. Assim, o objetivo desta sinopse é resumir os principais objetivos, princípios e alterações propostos na minuta da G4.

Missão da GRI

Fazer com que a publicação de relatórios de sustentabilidade se torne uma prática padrão, oferecendo orientação e apoio às organizações.

A GRI e o desenvolvimento da G4 - processo com representação das diversas partes interessadas

O desenvolvimento da G4 está sendo realizado de acordo com a estrutura de governança da GRI e com seus procedimentos. Para desenvolver o conteúdo foram construídos Grupos de Trabalho com representação dos diversos públicos interessados sob a coordenação da Secretaria da GRI. As alterações propostas estiveram sujeitas à consulta pública e devem

ser submetidas à aprovação do Conselho de Stakeholders, do Comitê de Assessoria Técnica e do Conselho de Administração da GRI antes de serem finalizadas e lançadas. Os Grupos de Trabalho compreendem representantes de um amplo leque de públicos interessados, mostrados ao lado, incluindo grandes organizações relatoras.

Sociedade civil Tra

balhado res M ercad os f ina nce iros P oder públ ico Ins titu içõ es m edia dor as M eio ac ad êm ico E mpres as

Sustentabilidade

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Quais os principais objetivos das novas diretrizes da GRI?

A principal finalidade da G4 é ampliar a adesão, por organizações de todos os tipos, à prática de publicar relatórios de sustentabilidade. Para isso foi necessário aumentar a facilidade de uso, uniformidade e qualidade técnica (incluindo referências atualizadas) da versão anterior das Diretrizes, a G3 (3.1), incorporando alterações na metodologia geral de relatório e comunicação utilizada nos últimos seis anos, inclusive divulgação de novas informações em áreas-chave, como governança corporativa e gestão da cadeia de fornecedores. A tendência dos relatórios , baseados nas diretrizes do G3, de dar ênfase à quantidade de informações (número de indicadores) e não à qualidade (foco em temas relevantes) levou à proposição de novas diretrizes sobre materialidade e limites dos relatórios e maior destaque às informações sobre formas de gestão (Disclosure on Management Approach - DMA). Além disso, a G4 busca um maior alinhamento com outros modelos de relatório, como os do Pacto Global da Organização das Nações Unidas e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), bem como com as propostas atuais para um modelo de relatório integrado (IIRC). Junto com o conteúdo revisado e melhorias técnicas, a GRI está desenvolvendo para a G4 um formato on-line que deve tornar mais fácil para relatores novos e existentes seguirem as diretrizes G4, além de facilitar o acesso para os usuários das informações divulgadas. Lançada em março de 2012 para as diretrizes do G3.1, a Taxonomia XBRL GRI será atualizada para a G4. Finalmente, para atender à necessidade de se ter informações comparáveis entre empresas de um mesmo setor, a GRI está desenvolvendo diretrizes sobre temas relevantes por setor. As novas diretrizes serão lançadas em maio de 2013. Quais os principais conteúdos novos e revisados na minuta?

As principais alterações e os novos conteúdos foram destacados na minuta emitida para comentário público. Estão resumidos no quadro na página 3. As principais áreas em que a minuta propõe aumentar a quantidade de informações divulgadas referem-se à governança e cadeia de valor, reflexo da maior atenção dada a esses tópicos por investidores e pela sociedade em geral nos últimos anos. Mas para alguns, à primeira vista a G4 dá a impressão de que a quantidade de informações a ser divulgada é muito maior em relação à G3.1. É possível que a divisão da minuta em “Conteúdo” e “Orientações” não tenha ficado clara para o leitor. O “Conteúdo” refere-se às informações a serem divulgadas, enquanto que as “Orientações” oferecem notas explicativas sobre o possível teor dessas informações. Em algumas partes, o Conteúdo propriamente dito se perde entre extensas explicações e exemplos. Por exemplo, o Conteúdo 3 na categoria Forma de Gestão prevê que a organização relatora deve “Descrever a forma de gestão do tópico relevante”. Em seguida há três páginas de “orientações”, apresentando sete possíveis componentes do modelo de gestão (políticas, compromissos, etc.), que podem ou não serem aplicáveis à organização relatora, seguidos por notas explicativas sobre cada um desses componentes.

Qualidade técnica

Conteúdos novos/revisados

Harmonização

G4 on-line

Taxonomia XBRL GRI

Diretrizes setoriais

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Qualidade técnica

• "Revisão" geral para maior clareza técnica e uniformidade. • Divisão do documento entre “Conteúdo” e "Orientações". • Alinhamento da terminologia com as normas de contabilidade.

• Referências globais para os indicadores, quando houver (ex.: OCDE, IUCN, OIT).

Foco na relevância e limites

• Aperfeiçoamento das diretrizes: Protocolo Técnico Revisado - Definição do Conteúdo e Limites do Relatório.

• Ampliação do processo de avaliação da materialidade (conteúdo do relatório), contemplando impactos em toda a cadeia de valor.

• Definição de limites com base no impacto (por tópico), e não na condição de propriedade ou controle.

• Novas informações de "perfil": cadeia de valor, forma de definição do conteúdo e limites do relatório.

Principais conteúdos novos

• Cadeia de fornecimento: informações de perfil, informações gerais e específicas sobre Formas de Gestão e indicadores essenciais.

• Governança: fortalecimento do vínculo entre governança e sustentabilidade e alinhamento com modelos existentes de governança.

Informação sobre Formas de Gestão (DMA)

• Aplica-se aos "tópicos relevantes".

• Foco no nível em que o tópico é gerido pela organização, por exemplo, se a gestão ambiental é feita no nível "Categoria" (Forma de Gestão geral) – via certificação ISO, por exemplo – ou se são adotadas medidas mais específicas de combate às emissões de gases de efeito estufa ou de racionalização do uso da água (nível "Aspecto").

• Uniformização do conteúdo em todas as "Categorias" (grupos de tópicos/aspectos).

Indicadores

• Alguns dos indicadores de gestão foram transferidos para DMA.

• Revisão dos indicadores de emissões de gases de efeito estufa e (anti)-corrupção. • Outros tópicos que estão sendo considerados para melhorias ou desenvolvimento

futuro (ex: água, biodiversidade).

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Níveis de aplicação ou critérios de conformidade

Um dos aspectos das Diretrizes G3 que desde 2006 gera muita discussão entre organizações que divulgam relatórios de sustentabilidade, suas partes interessadas, acadêmicos, consultores, agências de classificação de risco e a imprensa foi a introdução de níveis de conformidade com as Diretrizes GRI, na forma de Níveis de Aplicação. Um dos critérios para a classificação em cada nível era o número de indicadores divulgados (10 para "C", 20 para "B" e todos os indicadores essenciais para "A"). Como resultado, houve uma tendência de interpretar os Níveis de Aplicação como medida da qualidade do relatório ou até do desempenho em sustentabilidade. Os Níveis de Aplicação levaram à divulgação de indicadores sobre tópicos sem relevância exclusivamente com o intuito de atender aos critérios, inclusive indicadores sem relevância ao modelo de negócios ou aos impactos na cadeia de valor. O resultado tende a ser uma redução no foco e a divulgação de informações excessivas (quantidade e não qualidade), com relatórios extensos e dados de baixa qualidade. Além disso, os Níveis de Aplicação avaliavam apenas se algum dado era divulgado, sem dar qualquer garantia da qualidade das informações.

A minuta da G4 propõe adotar um único conjunto de critérios de conformidade, que incluem a obrigatoriedade de divulgar todas as Informações de Perfil, informações sobre Formas de Gestão e indicadores essenciais para todos os tópicos relevantes, além dos indicadores do suplemento setorial (se aplicável) e uma declaração de conformidade da presidência ou órgão superior de governança. Para empresas que estão reportando pela primeira vez, são permitidos dois períodos de publicação do relatório para atender aos critérios.

Muitos dos envolvidos no processo de produção de relatórios de sustentabilidade concordam que os Níveis de Aplicação da G3 devem ser substituídos, seria compreensível se organizações considerassem que esses critérios foram longe demais. Os critérios não pareciam condizer com os princípios de materialidade, nem de "relatar ou explicar". O desafio para os órgãos de governança da GRI será encontrar o meio termo com base nos comentários públicos recebidos.

Qual o impacto da G4 no processo atual de elaboração do relatório? Enquanto os tópicos acima enfocam as propostas factuais da minuta, convém inserir essas mudanças no contexto do processo de elaboração do relatório de uma organização. Embora não seja imediatamente perceptível em suas extensas revisões e novos conteúdos, um dos objetivos da G4 é promover a publicação de relatórios de sustentabilidade mais focados, que se concentrem nos impactos materiais, riscos e oportunidades da organização em toda a sua cadeia de valor. Uma interpretação proposta está ilustrada ao lado. Partindo de inputs como estratégia, atividades operacionais, considerações sobre a cadeia de valor e o engajamento de stakeholders, a organização identifica e prioriza os tópicos materiais para o relatório (e os limites de cada tópico) e inclui informações sobre esses processos e seus resultados. O objetivo é detalhar as informações (forma de gestão e indicadores) sobre os tópicos relevantes e reduzir as informações em áreas não geridas por não serem relevantes à organização ou às suas partes interessadas. A organização deve destacar também as áreas em que, gera impactos relevantes (na economia, sociedade ou meio ambiente) em algum ponto da sua cadeia de valor, mas que não estejam sendo gerenciadas, e estas podem gerar um risco significativo ao desempenho e à viabilidade no curto ou longo prazo. Espera-se que esse processo permita maior comparabilidade não apenas dos relatórios, como também do desempenho em sustentabilidade das empresas de um mesmo setor. As diretrizes propostas sobre tópicos relevantes por setor devem facilitar o processo. INPUTS Perfil organizacional Cadeia de valor Governança Engajamento de stakeholders Processo de definição do conteúdo e limites do relatório Princípios de qualida de da GRI RELAÇÃO DE TÓPICOS RELEVANTES Forma de gestão Indicadores essenciais Indicadores setoriais

Informações de perfil (padrão) Princípios de conteúdo da GRI

Informações por tóp

ico

RELEVANTE

Protocolo Final

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Contatos Sidney Ito Risk Consulting

Sócio-líder de Sustentabilidade e Governança Corporativa da KPMG

sito@kpmg.com.br

Carlos Alberto Silva

Gerente-sênior de Sustentabilidade da KPMG casilva@kpmg.com.br Ricardo Zibas Gerente-sênior de Sustentabilidade da KPMG rzibas@kpmg.com.br kpmg.com/BR

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Próximos passos

A minuta da G4 atraiu a atenção de organizações relatoras, dos seus públicos interessados e de quem atua em serviços de consultoria e asseguração relacionados aos relatórios de sustentabilidade e anuais. Nos dois períodos de consulta, cada um com duração de 90 dias, a GRI recebeu um total de 3.095 respostas formais. Os workshops realizados em todo o mundo atraíram mais de 2.200 participantes. Com a conclusão do processo e publicação da G4 na conferência da GRI em Amsterdã, em maio de 2013, todos os envolvidos poderão avaliar se foi alcançado o seu objetivo: Diretrizes de fácil utilização que promovem o foco e a qualidade dos relatórios de sustentabilidade.

Participação da KPMG no desenvolvimento da G4

A KPMG International está envolvida no desenvolvimento da G4 por meio do Consórcio G4. Conta também com a participação de um profissional sênior na Secretaria da GRI, onde acompanha intensivamente a evolução deste processo e contribui formal e informalmente para aprimorar os aspectos técnicos das Diretrizes.

CONFERÊNCIA INTERNACIONAL

SOBRE SUSTENTABILIDADE

E COMUNICAÇÃO

______________________

Informação, Integração, Inovação

Amsterdã, 22 e 23 de maio de 2013

Referências

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