• Nenhum resultado encontrado

A UTILIZAÇÃO DE MATERIAIS ALTERNATIVOS EM EXPERIMENTOS PRÁTICOS DE QUÍMICA E SUA RELAÇÃO COM O COTIDIANO.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "A UTILIZAÇÃO DE MATERIAIS ALTERNATIVOS EM EXPERIMENTOS PRÁTICOS DE QUÍMICA E SUA RELAÇÃO COM O COTIDIANO."

Copied!
8
0
0

Texto

(1)

A UTILIZAÇÃO DE MATERIAIS ALTERNATIVOS EM

EXPERIMENTOS PRÁTICOS DE QUÍMICA E SUA RELAÇÃO COM O

COTIDIANO.

Alessandra Ramos Barbosa Joseane Ataíde de Jesus

RESUMO

Reconstruir o aprender requer mudanças de atitudes, ver o educando como um ser integral, em seu âmbito cognitivo, afetivo e social. Isso implica na doação de uma nova concepção no fazer, uma nova postura diante do conhecimento em busca da unidade de pensamento. Um dos grandes desafios no ensino de Química é buscar diferentes métodos para que os educandos adquiram as competências e habilidades necessárias à sua formação, num contexto social e tecnológico. Nesse aspecto, realizar experimentos de química envolvendo reagentes catalisadores e outros materiais de baixo custo, facilmente disponíveis é um desafio enfrentado por muitos professores, especialmente por aqueles que trabalham em instituições de ensino com recursos financeiros insuficientes ou então, localizadas em cidades onde não há comércio especializado em produtos químicos. Desta forma, este projeto tem por finalidade oferecer sugestões metodológicas de aulas práticas de química, úteis às necessidades de melhoria do processo ensino-aprendizagem, com objetivos claros, voltados para uma perspectiva social do aluno, envolvendo e evidenciando os problemas do seu cotidiano. Sendo que, estas aulas práticas possam ser desenvolvidas facilmente em qualquer instituição de ensino, mesmo naquelas desprovidas de laboratório, equipamentos, vidrarias e reagentes convencionalmente utilizados. O grande objetivo é contribuir para que estudantes, principalmente, do ensino médio descubram o gosto por estudar a Química e passem a conhecer melhor a natureza por meio dela, com o auxílio de aulas práticas que utilizem materiais alternativos de baixo custo e de fácil aquisição.

(2)

JUSTIFICATIVA:

Um dos grandes desafios no ensino de ciências é buscar diferentes métodos para que os educandos adquiram as competências e habilidades necessárias para a sua formação, num contexto social e tecnológico. Nesse aspecto, as atividades experimentais podem ser úteis às necessidades de melhoria do processo ensino aprendizagem, quando bem elaboradas e bem utilizadas com objetivos claros, voltados para uma perspectiva social do aluno envolvendo e evidenciando os problemas do seu cotidiano.

Desta forma, a metodologia de experimentação passa a contribuir significativamente para o ensino das ciências. Contudo, ainda encontra-se muitas dificuldades de implementação dessas atividades práticas nas escolas. Um dos motivos agravantes para a não realização das atividades experimentais de ciências nas instituições educacionais é o alto custo dos materiais, instrumentos laboratoriais e também o fato de alguns educadores se utilizarem destas atividades de forma equivocada, não levando em consideração os importantes indicadores relacionados ao aluno, como o seu conhecimento pessoal dentro da sua perspectiva social e cultural. E por fim, terminam não contribuindo para uma aprendizagem significativa, mas sim, para uma mera transmissão de conteúdos.

Do ponto de vista do Professor Vasco Moreto, 2007 (Mestre em didática das ciências naturais): “os professores que trabalham com as Ciências Naturais, mostram-se pouco satisfeitos com as péssimas condições de infra-estrutura, principalmente nas instituições públicas. E usam deste motivo para justificar o não desenvolvimento das atividades experimentais”.

O ensino experimental é fundamental para promover a aprendizagem de ciências dos educandos. Assim, propõe-se enfatizar de maneira contextual, vários assuntos na área das Ciências, considerando aulas experimentais que utilizem materiais alternativos de baixo custo e de fácil aquisição, para serem realizadas nas próprias salas de aulas, ou mesmo em laboratórios, promovendo a superação das dificuldades infra-estruturais presentes na maioria das escolas (principalmente públicas). Além de poder proporcionar aos alunos, novos conhecimentos com bases consolidadas em atividades que permitam aos mesmos, desenvolverem habilidades autônomas em relação às tarefas de investigação e experimentação, bem como, análise crítica e avaliação de dados a cerca do tema em estudo, que visem uma

(3)

reflexão sobre a elucidação de situações-problemas voltados para o cotidiano dos mesmos.

É também de total importância a adequação e colocação das experimentações em um contexto social, visando transcender a simples realização de observações e técnicas, características do ensino das ciências e dos métodos científicos. Dessa forma, é de grande valia e de total necessidade promover maior interação dos alunos com a Ciência, contribuindo para que os mesmos enriqueçam seus conhecimentos sobre o tema estudado, mas de maneira dinâmica e atrativa, favorecendo maior interesse e eficácia de um aprendizado significativo.

Além da relação didático-pedagógico das aulas experimentais, busca-se desenvolver um caminho de incentivo e motivação dos professores, em atuar mais na área experimental do ensino de ciências, através de experimentos que busquem facilidades de elaboração e utilização de materiais do dia-a-dia. Contudo, em critérios estruturais e didáticos, foram escolhidos experimentos, que permitam uma relação imediata com o cotidiano dos alunos, sem desprezar os aspectos do conteúdo disciplinar.

A escolha dos experimentos abordados dentro do conteúdo de Ciências demonstra que é possível propor aulas experimentais substituindo os materiais originais por outros considerados alternativos e, também possibilitar um dueto didático-pedagógico entre as aulas práticas realizadas em sala de aula, com a contextualização sugerida pelos novos parâmetros curriculares.

Os experimentos escolhidos foram organizados para atingir os objetivos do trabalho, sendo que os materiais foram modificados a fim de tornarem-se mais acessíveis e dinâmicos aos alunos e professores. Esses experimentos abordam conceitos da área de química e os educadores têm a função de transformá-los em objetos de pesquisa pedagógica, para que através desta prática possa acontecer a construção significativa dos conceitos de ciências, visando a compreensão do mundo e seus fenômenos.

(4)

OBJETIVO GERAL:

Capacitar o aluno do ensino fundamental à percepção dos fenômenos científicos tal como sua relação com fatos do cotidiano.

OBJETIVO ESPECÍFICO:

Desenvolver experimentos utilizando material alternativo e de baixo custo, motivando alunos e professores a prática de experimentos criativos e acessíveis que privilegiem atividades nos quais, relacionem a construção do conhecimento de ciências com o conteúdo das demais áreas.

(5)

METODOLOGIA

O trabalho foi desenvolvido numa escola de educação básica da rede pública Estadual de Ensino do Pará, onde em parceria com os professores de Ciências da Escola foram desenvolvidas atividades práticas com o planejamento e execução de experimentos utilizando materiais alternativos de baixo custo pertencentes ao cotidiano do corpo discente.

O presente trabalho desenvolveu-se nas seguintes etapas:

1. Elaboração de experimentos que utilizem para seu desenvolvimento materiais alternativos e de baixo custo;

2. Execução dos experimentos com a participação direta dos alunos envolvidos no projeto;

3. Avaliação do projeto através do envolvimento dos alunos e do grau de interesse despertado nos discentes buscando entender e explicar os fenômenos observados nos experimentos;

4. Debates sobre os experimentos em sala de aula.

O professor poderá dividir a turma em pequenos grupos de três alunos, e cada equipe realizará todos os itens do procedimento. Ao final, todas as equipes poderão expor os resultados obtidos e discutidos em conjunto, com a participação do professor. O questionário poderá ser respondido individualmente, como atividade extra classe.

- Materiais Utilizados:

• Copos e pratos descartáveis; • Cotonetes;

• Madeira (caixa de fósforos); • Leite tipo C (caixa);

• Corante de várias cores; • Sabão líquido;

• Açúcar; • Água.

- Procedimentos: Procedimento 1:

(6)

Adicionou-se em um prato descartável, uma determinada quantidade de leite. Depois pingou-se algumas gotas de corante, em seguida com o auxílio de um cotonete adicionou-se gotas de sabão líquido sobre o leite. A partir daí, observou-se as mudanças corridas.

Procedimento 2:

Em um prato descartável foi adicionado água juntamente com pequenos pedaços de madeira advinda da caixa de fósforos. Em seguida, com um cotonete envolvido por sacarose (açúcar), adicionou-se à água contida no prato e observou-se a ocorrência das mudanças.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Ao longo do trabalho foram executadas três práticas experimentais, nas quais se abordou de forma multidisciplinar, a relação da química com o cotidiano do aluno. Os experimentos desenvolvidos consistiam em:

1. Estudo da polaridade das moléculas; realizado utilizando prato descartável; cotonete; leite longa vida; corantes de cores diversas; sabão líquido.

O experimento consiste em adicionar em um prato descartável uma determinada quantidade de leite, adicionando-se posteriormente gostas de corante e em seguida com o auxílio de um cotonete adicionar gosta de sabão líquido sobre o leite e observar as mudanças ocorridas.

Nesse experimento espera-se que o aluno observe a diferença de afinidade química entre as moléculas dos materiais envolvidos.

2. Estudo da estrutura das moléculas; realizado utilizando copos e pratos descartáveis; cotonetes; caixa de fósforos; leite longa vida; corantes de cores diversas; açúcar e água.

Nesse experimento adiciona-se água no prato descartável e pequenos pedaços de madeira da caixa de fósforos e em seguida adiciona-se um cotonete impregnado com sacarose à água contida no prato.

Esse experimento tem por objetivo que o aluno observe a atração da madeira pela sacarose contida no cotonete e relacione com as propriedades físicas das moléculas.

(7)

CONCLUSÃO

No entendimento de Vygostky (1993), “o pensamento é gerado pela motivação, ou seja, pelos nossos desejos, necessidades, interesse e emoções”. Então, cabe ao educador assumir uma postura centrada no processo de aprendizagem como uma dimensão que ultrapassa os limites pedagógicos e didáticos, mas que também encontra amparo na realidade concreta do educando.

Quando nós professores começarmos a colocar o aluno no centro de nosso ensino, considerando suas iniciativas, conhecimentos, habilidades, estratégias e estilos de aprendizagem, poderemos nos dar conta que a hora, é de repensar o nosso estilo de ensinar, para que todos tenham a oportunidade de optar pelo seu estilo preferido de aprender.

Quando propomos para nossos alunos uma metodologia, onde oportunizamos a realização de práticas experimentais, despertamos em cada aluno a curiosidade pelo novo, expectativa por resolver ou encontrar os resultados do que lhe for proposto, ou seja, despertamos em cada um, uma autonomia tanto no seu âmbito cognitivo, como também social. Percebeu-se então que ao final da execução do que foi proposto, nossos alunos conseguiram encontrar e identificar as habilidades necessárias para a concretização de um aprendizado significativo, como também relacionaram as experimentações com os conteúdos conceituais. Percebeu-se o meio e principalmente, incluindo-se como parte do mesmo.

Segundo Vasco Moreto (2007), mestre em didática das ciências, em seu modelo pedagógico: fala que nós professores temos que ter cuidado com a questão da construção das habilidades de nossos alunos: “Consideramos habilidades o saber fazer. Um cuidado: apenas saber fazer não constitui competência. Esta vai além: é preciso saber fazer e principalmente saber o que está fazendo”.

Assim, não basta o aluno decorar uma série de conceitos e reproduzi-los. Como também não basta verificar se o aluno sabe fazer (repetir mecanicamente). É preciso que o professor proponha situações novas e diferentes, mas que verifiquem se o aluno tem recursos para resolvê-las eficazmente. Dessa forma, vimos que nossos alunos conseguiram mostrar e utilizar estes recursos diante de uma situação complexa que lhes foram propostas, então percebemos que eles, enfim desenvolveram as competências necessárias a soluções ou elucidação do problema proposto e que realmente aconteceu um aprendizado significativo.

(8)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

RUSSEL, John Blair. Química Geral; tradução e revisão técnica Márcia Guekezian... [et. al.] – 2. ed. – São Paulo: Makron Books, 1994. Volume 1.

Orientações para Elaboração de Projetos. Disponível em:

http://www.fundacaocultural.ba. gov.br /editais/pdf/4_manual_projetos.pdf. Acessado em 20 de outubro de 2008.

Polaridade Molecular. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Polaridade_molecular. Acessado em 18 de outubro de 2008.

Pequeno Manual para Elaboração de Projetos. Disponível em: http://www. rma.org.br/v3/template/downloads/captacao/material_apoio_captacao_recurso.pdf. Acessado em 20 de outubro de 2008.

HESS, Sonia. Experiências de Química com Materiais Domésticos. São Paulo: Moderna , 1997.

Referências

Documentos relacionados

Vale ressaltar que, para direcionar os trabalhos da Coordenação Estadual do Projeto, é imprescindível que a mesma elabore seu Planejamento Estratégico, pois para Mintzberg (2006,

ligada a aspectos infantis (1º ao 5º anos) configura-se como uma fase de mudanças, com mais professores, com novos componentes curriculares, conteúdos mais complexos

De acordo com resultados da pesquisa, para os AAGEs, a visita técnica não é realizada com a presença do AAGE. Quanto ao “ feedback ” ao AAGE sobre a visita técnica realizada

Na busca por esse objetivo, iremos contextualizar o cenário legal e institucional que insere a política de formação continuada na agenda das políticas

A Escola Estadual Médio Solimões (EEMS), objeto deste estudo, é considerada uma escola de médio porte, segundo a classificação estabelecida pela Secretaria de

Num primeiro momento, as informações levantadas para a descrição do caso dizem respeito às práticas de gestão do trabalho pedagógico que têm logrado o

O Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação, de 2007, e a Política Nacional de Formação de Profissionais do Magistério da Educação Básica, instituída em 2009 foram a base

O “tempo necessário” para as atividades complementares foi definido no tópico “Objetivos e Metas”, no qual apresentou duas metas referentes ao eixo da jornada de