Introdução a Ciência e Engenharia dos
Materiais
Prof. C. Brunetti
Mecanismos de Deformação Plástica
Mecanismos de Endurecimento
Objetivos
a) Discutir o papel dos defeitos cristalinos na deformação
plástica de materiais cristalinos (especialmente nos
metais)
b) Discutir os mecanismos de endurecimento em metais e
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b) Discutir os mecanismos de endurecimento em metais e
ligas
c) Discutir a interação entre deformação a frio e
Os materiais de engenharia podem ser solicitados por:
Conceitos fundamentais
Como a maioria dos metais são menos resistentes ao cisalhamento que à tração e compressão e como estes últimos podem ser decompostos em
componentes de cisalhamento, pode-se dizer que os metais se deformam pelo cisalhamento plástico ou pelo escorregamento de um plano cristalino em relação ao outro.
Conceitos fundamentais
Em uma escala microscópica a deformação plástica é o resultado do movimento dos átomos devido à tensão aplicada. Durante este
processo ligações são quebradas e outras refeitas.
A movimentação de discordâncias é o principal fator envolvido na deformação plástica de metais e ligas
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A mobilidade de discordâncias pode ser alterada por diversos fatores (composição, processamento…)
manipulação das propriedades mecânicas do material
Discordâncias afetam outras propriedades do material, além das mecânicas (p. ex. propriedades elétricas de semicondutores)
Discordâncias e a DP
O mecanismo de deformação plástica é diferente para materiais cristalinos e materiais amorfos.
Nos materiais cristalinos o principal mecanismo de deformação plástica geralmente consiste no deslizamento de planos atômicos através da
movimentação de discordâncias.
Discordâncias e a DP
Degraus de deformação promovidos pela movimentação de discordâncias em aresta e espiral
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Discordâncias e a DP
Densidade de discordâncias
Materiais solidificados lentamente
10
3discord.mm
-2Materiais deformados
Materiais deformados
10
9 -10
10discord.mm
-2Materiais deformados e tratados termicamente
10
5 -10
6discord.mm
-2Quando os metais são deformados plasticamente cerca de 5% da
energia é retida internamente, o restante é dissipado na forma de calor.
A maior parte desta energia
armazenada está associada com as
Características das discordâncias
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armazenada está associada com as tensões associadas às discordâncias A presença de discordâncias
promove uma distorção da rede cristalina de modo que certas regiões sofrem tensões
compressivas e outras tensões de tração.
Sinais idênticos no mesmo plano de escorregamento = repulsão
Características das discordâncias
Interação entre os campos de tensões
Sinais opostos no mesmo plano de escorregamento = atração Aniquilação da discordância
Deformação plástica aumenta o número de discordâncias
(encruamento)
Novas “fontes” para discordâncias são as próprias
discordâncias, que se multiplicam;
Características das discordâncias
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discordâncias, que se multiplicam;
Contornos de grão;
Sistemas de escorregamento
As discordâncias não se movem com a mesma facilidade em todos os planos cristalinos e em todas as direções cristalinas.
A movimentação das discordâncias se dá preferencialmente através de planos específicos e, dentro desses planos, em direções específicas, ambos com a maior densidade atômica de um dado reticulado cristalino.
Essa combinação de um plano e uma direção é chamada de sistema de deslizamento (“slip system”).
deslizamento (“slip system”).
Sistema de
escorregamento para um cristal CFC
Sistemas de escorregamento
IMPORTANTE!!
Um sistema de escorregamento é definido por um plano e por uma
direção de escorregamento, ambos com a maior densidade atômica em um dado reticulado
cristalino.
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Metais CCC e CFC possuem muitos sistemas de deslizamento, portanto apresentam
comportamento dúctil (se deformam plasticamente com relativa facilidade)
Metais HC têm poucos sistemas de deslizamento, assim não são capazes de se deformar plasticamente com facilidade, ou seja, apresentam comportamento frágil
Mecanismos de aumento de resistência
Se a DP está relacionada com o movimento de discordâncias,
como fazer para aumentar a resistência do material ??
Deve-se então restringir o movimento das discordâncias
COMO?
Adição de elemento de liga (formação de solução sólida
ou precipitação de fases)
Redução do tamanho de grão
Encruamento (trabalho a frio)
Aumento da resistência por tratamento térmico
(transformação de fase):
Veremos adiante!!!
Mecanismo de aumento de resistência
Aumento da resistência por solução sólida
Os campos de tensão gerados por átomos de soluto interagem com os campos de tensão das discordâncias, dificultando a movimentação das discordâncias e,
conseqüentemente, promovendo endurecimento.
O aumento do nível de impurezas (soluto) aumenta o limite de resistência a tração e o limite de escoamento.
No entanto a ductilidade e prejudicada
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Mecanismo de aumento de resistência
Aumento da resistência por refino de grão
Contornos de grão são obstáculos para a movimentação das discordâncias 1) Orientações diferentes causam mudança na direção da movimento; 2) No contorno de grão há uma desordem atômica, resultando numa
descontinuidade de planos de escorregamento
3) É mais difícil atravessar contornos de alto ângulo
podem atuar como fontes de novas discordâncias
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16 Relação de Hall-Petch onde: σ o e ky são constantes características do material.
Mecanismo de aumento de resistência
Aumento da resistência pelo encruamento
É o mais antigo e provavelmente o mais utilizado dentre os mecanismos de endurecimento de metais.
Mecanismo de aumento de resistência
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O encruamento é o mecanismo pelo qual um material dúctil se torna mais duro e resistente depois de ter sido submetido a uma
deformação plástica.
Durante a deformação plástica, as discordâncias movimentam-se, multiplicam-movimentam-se, interagem entre si formando “emaranhados”.
Para que a movimentação das discordâncias ocorra passa a haver a necessidade de tensões crescentes.
Mecanismo de aumento de resistência
O encruamento aumenta a resistência mecânica O encruamento aumenta o limite de escoamento O encruamento diminui a ductilidadeMecanismo de aumento de resistência
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Recristalização
TF = 33% 580 ºC – 3 s 580 ºC – 4 s 580 ºC – 8 s
Recristalização
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Influência da temperatura de recozimento nas propriedades de uma liga de latão