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Programas de apoio a internacionalização de pequenas e médias empresas de Santa Catarina

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA EDUARDO TREIN SOARES

PROGRAMAS DE APOIO A INTERNACIONALIZAÇÃO DE PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS DE SANTA CATARINA

Florianópolis 2011

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EDUARDO TREIN SOARES

PROGRAMAS DE APOIO A INTERNACIONALIZAÇÃO DE PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS DE SANTA CATARINA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Re lações Internacionais, da Universidade do Sul de Santa Catarina, co mo requisito para a conclusão da disciplina.

Orientadora: Profª. Beatrice Maria Zanellato Fonseca Mayer, Msc.

Florianópolis 2011

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EDUARDO TREIN SOARES

PROGRAMAS DE APOIO A INTERNACIONALIZAÇÃO DE PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS DE SANTA CATARINA

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do título de Bacharel em Re lações Internacionais, em Curso de Ciências Sociais e Aplicadas, e aprovado em sua forma final pelo Curso de Re lações Internacionais , da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Florianópolis, 22 de novembro de 2011.

_____________________________________

Profª. e orientadora Beatrice Maria Zanellato Fonseca Mayer, Msc. Universidade do Sul de Santa Catarina

_______________________________________ Profª. Tatiani Leal, Msc.

Universidade do Sul de Santa Catarina

_______________________________________ Profª. Francine Barcellos Régis, Msc. Universidade do Sul de Santa Catarina

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, gostaria de agradecer a minha família, pois sem ela não teria a estrutura básica que proporcionou estes anos de estudo e dedicação para realizar este sonho almejado. O apoio deles foi o alicerce de sustentação para a finalização desta etapa.

Agradeço a minha mãe Eliane Trein que sempre batalhou por mim e me direcionou para acreditar que apesar dos obstáculos, é possível vencer. Também a minha irmã Daniele e meu cunhado Guilherme que mesmo estando longe, possibilitaram através de muitas lutas, a colaboração necessária para finalizar esta etapa da vida. A minha avó Maria Clara, que de longe, torce pela felicidade dos netos.

Aos professores, agradeço a atenção em escutar e compreender, também a forma com que souberam transmitir o conhecimento e identificar os potenciais de cada aluno no decorrer do curso.

A minha professora orientadora Msc. Beatrice Mayer, pela atenção e compreensão fornecidas em todo o decorrer do trabalho de conclusão, por escutar minhas dificuldades e fornecer a direção e as palavras de otimismo.

A todos os colegas, e em especial, Tadeu Marques, Helena Lolli Savi, Victor Guilherme Lima, e Eduardo Sartori pelas informações, apoio, compreensão, coleguismo, pelas palavras de motivação vindas da parceria, da identificação pessoal e a verdadeira amizade.

E principalmente meu filho Lucas Eduardo, meu maior companheiro nesta caminhada, que me deu a alegria e força com sua presença.

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“Nossas realizações nos determinam, assim como nós determinamos nossas ações.... A esperança é cheia de confiança. É algo maravilhoso e belo, uma lâmpada iluminada em nosso coração. É o motor da vida. É uma luz na direção do futuro. ” (Conrad de Meester)

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RESUMO

A internacionalização propõe uma competitividade maior entre empresas de diversos mercados. As Pequenas e Médias Empresas - PMEs respondem pela maior parte dos postos de trabalho no Brasil, e podem desenvolver a competitividade através da internacionalização de seus produtos e/ou serviços. Neste contexto, o objetivo desta pesquisa é verificar se os programas de apoio oferecidos pela Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina - FIESC, Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos - APEX e Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina - SEBRAE/SC atendem as demandas para a exportação dos produtos de PMEs do estado de Santa Catarina, a partir da descrição das ações e programas oferecidos. Caracterizada pela metodologia qualitativa, as informações foram obtidas através de pesquisa bibliográfica, documental, e utilizada a pesquisa de campo onde foi realizada entrevista com o analista de comércio internacional do Centro Internacional de Negócios – CIN. A partir da entrevista fo ram identificadas e comparadas com a fonte bibliográfica, as etapas necessárias para a internacionalização de uma PME. Analisaram-se também os entraves e demandas à exportação das empresas catarinenses, e demonstrados modelos de organogramas da estrutura de um departamento de exportação para PMEs. Por fim, foi possível demonstrar o programa de apoio oferecido as PMEs no estado de Santa Catarina e verificado que muitos dos entraves a exportação ocorrem pela falta de estrutura e apoio do governo federal.

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ABSTRACT

Internationalization proposes a greater competitiveness between enterprises in different markets. Small and Medium Enterprises - SMEs account for the majority of jobs in Brazil, and can develop competitiveness through internationalization of its products and / or services. In this context, the objective of this research is to verify that the support programs offered by the Federation of Industries of the State of Santa Catarina - FIESC Brazilian Agency for Export Promotion and Investment - APEX and Support Service for Micro and Small Enterprises of Santa Catarina - SEBRAE / SC meet the demands for the direct export of SMEs in the state of Santa Catarina, describing the actions and programs offered. Characterized by qualitative methodology, information was obtained through literature, documentary and field research which was conducted interview with the international trade analyst at the Center for International Business - CIN. From the interview was identified and compared with the literature source, the steps necessary for the internationalization of SMEs. We analyzed also the barriers and export demands of Brazilian companies and Santa Catarina, and demonstrated the principle structure and the development of an export department for SMEs Finally, it was possible to demonstrate the program to support SMEs offered in the state of Santa Catarina and found that many of the export barriers occur by the lack of structure and support the federal government.

Keywords: Internationalization. Small and Medium Business. Export.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Proposta de modelo de internacionalização de empresas produtoras exportadoras

brasileiras ... 32

Figura 2 - Departamento de exportação: início da estrutura em uma PME... 51

Figura 3 - Departamento de exportação de médias dimensões. ... 52

Figura 4 - Departamento de exportação administrado por um gerente de exportação. ... 52

Figura 5 - Departamento de exportação em uma média empresa. ... 53

Tabela 1- Modelo para o planejamento da exportação...38

Tabela 2- Entraves e demandas as exportações brasileiras...45

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

APEX Brasil - Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento

DIC - Divisão de Informação Comercial DPC - Programa de Promoção Comercial DPR - Departamento de Promoção Comercial CIN - Centro Internacional de Negócios CNI - Confederação Nacional das Indústrias ECT - Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos

FIESC - Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina IED - Investimento Estrangeiro Direto

MDIC - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior MG - Minas Gerais

MPEs - Micro e Pequenas Empresas

PGNI - Programa de Geração de Negócios Internacionais PMEs - Pequenas e Médias Empresas

PROEX - Programa de Financiamento às Exportações Brasileiras SC - Santa Catarina

SEBRAE - Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SISBACEN - Sistema de Informações do Banco Central SISCOMEX - Sistema Integrado de Comércio Exterior

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SUMÁRIO

SUMÁRIO ... 9

1 INTRODUÇÃO... 11

1.1 EXPOSIÇÃO DO TEMA E DO PROBLEMA ... 12

1.2 OBJETIVOS ... 13 1.2.1 Objetivo geral ... 13 1.2.2 Objetivos específicos ... 13 1.3 JUSTIFICATIVA ... 14 1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS... 15 1.4.1 Caracterização da Pesquisa... 15 1.5 ESTRUTURA DA PESQUISA ... 16 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 17

2.1 AS PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS ... 17

2.2 INTERNACIONALIZAÇÃO DE EMPRESAS ... 19

2.3 TEORIAS DE INTERNACIONALIZAÇÃO DE EMPRESAS ... 22

2.3.1 Teoria das vantagens absolutas de Adam Smith ... 23

2.3.2 Teoria das vantagens comparativas de David Ricardo ... 24

2.3.3 Teoria de investimento direto de Herbert Hymer ... 25

2.3.4 Teoria do paradigma eclético de Dunning... 26

2.3.5 Teoria do ciclo de vida do produto de Raymond Vernon ... 27

2.3.6 Teoria da escola de Uppsala ...28

2.3.7 O modelo de Andersson ... 30

2.3.8 O processo de internacionalização das empresas brasileiras: modelo de Pedro Guilherme Kraus ... 31

2.4 MODELOS DE INTERNACIONALIZAÇÃO DE EMPRESAS: FORMAS DE ENTRADA... 35

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2.9 ESTRUTURA DE APOIO AO COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO ... 44

3 ANÁLISE... 48

3.1 ENTRAVES E DEMANDAS A EXPORTAÇÃO DE EMPRESAS BRASILEIRAS .. 48

3.2 ESTRUTURAÇÃO DA EMPRESA PARA O COMÉRCIO EXTERIOR ... 50

3.3 PROGRAMAS E SERVIÇOS DE APOIO DA FIESC, APEX BRASIL E SEBRAE PARA O ESTADO DE SANTA CATARINA ... 53

3.3.2 A APEX BRASIL... 55

3.3.3 O SEBRAE/SC ... 56

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 57

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1 INTRODUÇÃO

A ascensão do comércio internacional iniciou-se em decorrência da necessidade de incrementar as atividades de comércio com produtos diferenciados que eram produzidos em outros países e comercializados através de trocas. As atividades de comércio entre países geraram a expansão da economia e dos sistemas de produção. A busca pela satisfação das necessidades transformaram essas trocas de mercadorias em algo de extrema importância para o desenvolvimento dos Estados. Países sem determinados recursos trocavam insumos, que tinham em abundância por produtos necessários para seu desenvolvimento.

Atualmente, mudanças que se processam no comércio mundial demonstram uma época de integração além fronteiras, buscando a complementação necessária por bens e serviços. O estreitamento gerado pelo desenvolvimento tecnológico da comunicação, a abertura de mercados, a formação de blocos econômicos, e as trocas comerciais entre países expandem os mercados de atuação das empresas produtoras de bens e serviços. Essa inserção ao comércio internacional remete a um ambiente extremamente competitivo e diversificado, o que leva a adequação de aspectos de produção como o desenvolvimento de materiais, produtos e suas normatizações e o processo de produção, assim como desenvolver o conhecimento sobre comércio internacional em mercados de diferentes culturas e enfoques. Essa adequação a novas técnicas de produção e comercialização é um passo importante para gerar uma nova mentalidade favorável a melhoria da atuação das empresas, desenvolve ndo e estimulando ações eficientes.

O desenvolvimento de uma cultura exportadora é de grande interesse do Estado, e para se integrar no cenário internacional, o país deve promover acordos e tratados comerciais com outros países, criar ações que visam ampliar os mercados, proporcionar infraestrutura e capacitação humana, objetivando o aumento da pauta, do volume, e do valor agregado das exportações de seus produtos para o mundo. Viabilizar a exportação é fundamental para obter o crescimento, tanto é que nos Estados Unidos existem políticas de incentivos para viabilizar as exportações de pequenas empresas que são importantes fontes geradoras de emprego.

No Brasil, as pequenas empresas são grandes geradoras de emprego e renda, porém, o nível de participação destas empresas na exportação ainda é baixo, e a realidade é que o modelo exportador brasileiro privilegia grandes organizações, enquanto as pequenas e médias empresas sofrem com a falta de financiamentos. Um fato que remete a este estudo é que segundo pesquisa realizada no Brasil pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

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de São Paulo, 58% das empresas de pequeno porte fecham as portas antes de completar cinco anos. (ÉPOCA NEGÓCIOS, 2010).

Com o intuito de desenvolver uma cultura voltada para o crescimento e a exportação no Brasil, o Ministério do Desenvolvimento, Ind ústria e Comércio Exterior - MDIC está realizando uma pesquisa chamada “Questionário para Identificação dos Gargalos às Exportações de Micro e Pequenas Empresas, que objetiva identificar os problemas enfrentados pelas pequenas empresas na exportação de bens e serviços. A necessidade de identificar as dificuldades pela qual esbarram no início do processo de exportação pode fazer o governo criar políticas que estimulem e viabilizem o aumento das exportações por empresas deste porte. Muitos são os gargalos das empresas, sendo a principal, a falta de informação e apoio eficientes que desestimulam o interesse em exportar. (EXPORTAMINAS, 2010).

Assim, essa pesquisa descreve e mapeia as etapas do processo de internacionalização, e constata as necessidades para operar no comércio exterior e verifica os programas de apoio disponíveis que o governo oferece as Pequenas e Médias Empresas - PMEs que possibilitam o desenvolvimento do processo de exportação.

1.1 EXPOSIÇÃO DO TEMA E DO PROBLEMA

Com o fluxo crescente de globalização, e o mercado nacional recebendo inúmeros produtos importados, torna-se visível a presença da concorrência estrangeira no mercado brasileiro. O alcance a que chegou a concorrência internacional, é que ela está presente competindo com produtos ao lado das nossas empresas. Fica claro que a empresa que não se adequar a concorrência com empresas entrantes competitivas, pode ter seu futuro incerto quanto ao crescimento no mercado nacional. A balança comercial do Brasil também é sensível a esta realidade, verificado o aumento do volume de importações, que segundo o MDIC passou de US$ 127,7 bilhões em 2009 para US$ 181,6 bilhões em 2010.

Para melhorar o desempenho da indústria nacional, e tornar as empresas mais fortes, preparadas para essa competição global tanto no mercado interno quanto externo, é necessário o apoio do Estado para viabilizar este crescimento. Interpretar as necessidades das empresas e torná- las competitivas é fato para desenvolvimento do próprio Estado. A capacidade competitiva das pequenas empresas é delicada no que se refere à capital para financiar o crescimento e a competência para concorrer com as empresas estrangeiras. Também os entraves para se adquirir financiamentos destinados a produção e comercialização e as

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próprias informações de como obtê- los.

Sendo assim, este estudo tem como tema de pesquisa mapear as demandas pré-existentes e as respectivas soluções disponíveis no auxilio ao processo de internacionalização de PMEs em Santa Catarina.

O tema que permeia esta pesquisa busca responder ao seguinte questionamento: Os programas de apoio oferecidos pela Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina - FIESC, Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos – APEX Brasil e Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina - SEBRAE/SC atendem as demandas de internacionalização de PMEs do estado de Santa Catarina?

1.2 OBJETIVOS

A seguir procura-se demonstrar o objetivo geral e os objetivos específicos que conduzem o desenvolvimento desta pesquisa.

1.2.1 Objetivo geral

Verificar se os programas de apoio oferecidos pela FIESC, APEX Brasil e SEBRAE/SC atendem as demandas de internacionalização de PMEs do Estado de Santa Catarina.

1.2.2 Objetivos específicos

A fim de complementar o objetivo geral ao qual se propõe a presente pesquisa,

seguem abaixo os objetivos específicos: a) Identificar os entraves e demandas à exportação encontradas pelas empresas

brasileiras e catarinenses;

b) Verificar alternativas de modelos de estrutura organizacional para área de exportação de uma PME;

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c) Demonstrar como os programas oferecidos pela FIESC, APEX Brasil, e SEBRAE-SC apóiam as PMEs de Santa Catarina no processo de internacionalização via exportação direta.

1.3 JUSTIFICATIVA

Ao longo dos anos com o crescimento do comércio mundial, que começou com o escambo ou simplesmente a troca de mercadorias, os mercados consumidores cresceram, e conseqüentemente, o nível de produção também aumentou. Com o crescimento da indústria, cresce também o aquecimento da economia, o que gera um aumento de renda e consumo de bens e serviços. Porém, no Brasil percebe-se pouca participação das PMEs nas exportações, e devem-se verificar os motivos deste baixo índice de participação.

O Estado incentiva a grande indústria, que normalmente dispõe de capital para investir em mercados distantes, porém segundo Minervini (2008, p. 4), no Brasil, há menos de 20 mil empresas exportadoras, das quais as primeiras 250 são responsáveis, pelo menos, por 70 por cento da exportação.

E Minervini (2008, p. 5) compara: Na Itália, por exemplo, mais de 75% da exportação é realizada por pequenas e médias empresas. Isso demonstra a existência de dificuldades para a internacionalização de PMEs (Pequenas e Médias Empresas) do Brasil para o mercado exterior.

A importância deste estudo remete a recordar o grau de importância das PMEs no Brasil, a qual não era fundamentada a devida importância em virtude da atuação das grandes empresas, pois conforme Bortoli (1980, p. 4):

Todo trabalho embasado numa pesquisa que tenha como objetivo conhecer a realidade das pequenas e médias e mpresas, justifíca-se por si só, pois a carência de informação nesta área é inversamente proporcional à sua importância na economia nacional e reg ional.

E como a nova ordem global de comércio exige uma postura mais dinâmica dos atores, a necessidade da pesquisa faz-se importante, pois segundo reforça Leone (1999, p. 91): Ult ima mente, os pesquisadores têm tentado compreender os problemas enfrentados pelas pequenas e médias e mpresas. Essa orientação de pesquisa tem como motivação o desejo de oferecer aos dirigentes dessas empresas os conhecimentos que necessitam e que lhes permita m ad ministrar a e mpresa o ma is efica zmente possível, e m u m a mb iente econômico e m constante evolução.

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E para Barros (2000, p. 67), a pesquisa constitui um ato dinâmico de questionamento, indagação e aprofundamento. Consiste na tentativa de desvelamento de determinados objetos. É a busca de uma resposta significativa a uma dúvida ou problema.

Assim, essa pesquisa demonstra os meios e os desafios determinantes para o processo para exportação direta das PMEs, e como o Estado de Santa Catarina apóia essa iniciativa à internacionalização, e conseqüentemente, trazer ao autor a associação de conhecimentos obtidos pelo estudo individual de cada disciplina cursada ao longo do curso de relações internacionais que envolvem as áreas de gestão estratégica, comércio exterior, recursos humanos, financeiros, contabilidade e marketing. No que concerne aos interesses da academia, esta pesquisa é de extrema relevância, pois o curso de Relações Internacionais é direcionado para negócios, e este estudo objetiva esclarecer e obter respostas para proporcionar fundamentos que propiciem o desenvolvimento de uma cultura exportadora para PMEs.

1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O procedimento metodológico tem como objetivo descrever os métodos utilizados que resultaram nas informações e como foram utilizadas para desenvolver e elaborar este trabalho.

1.4.1 Caracterização da Pesquisa

Demonstrar sistematicamente dados e fatos através da pesquisa proporcionaram novos conhecimentos ao autor, e a formulação teórica desenvolvida criou novos questionamentos, conhecimentos e reflexões pela busca de respostas, pois segundo Demo (2004, p. 33), a pesquisa apresenta-se como a instrumentação teórico- metodológico para construir conhecimento.

Qualificada como descritiva exploratória, por descrever através de análise bibliográfica e documental, onde, segundo Barros (1990, p. 34), no caso das pesquisas bibliográficas e documentais, procura-se adquirir conhecimento sobre um objeto de pesquisa a partir da busca de informações advindas de material gráfico, sonoro e informatizado.

Para a elaboração da pesquisa, na coleta de dados foram utilizados dados secundários como pesquisa bibliográfica, sendo principalmente livros, artigos científicos, jornais e

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revistas, como impressos diversos. Sendo que, para Barros (1990, p. 71), o instrumental técnico elaborado pelo pesquisador para registro e medição dos dados nesta fase deverá preencher os seguintes requisitos: validez, co nfiabilidade e precisão.

Foi realizada uma entrevista com Sr. Arturo Muttoni Deambrosis, analista de comércio internacional do Centro Internacional de Negócios – CIN, organismo da FIESC responsável pelo apoio e incentivo ao desenvolvimento das exportações do Estado de Santa Catarina, e uma consulta através de email com a consultora do SEBRAE/SC, Sra. Marina Elena Miggiolaro Barbieri. O objetivo das entrevistas foi verificar se as PMEs do Estado de Santa Catarina têm o conhecimento de onde obter recursos e informações para se iniciarem ao processo de internacionalização para a exportação. A técnica de entrevista, segundo Carvalho (1989, p. 155), é, livre-narrativa, quando se solicita ao entrevistado discorrer sobre o tema pesquisado.

1.5 ESTRUTURA DA PESQUISA

A estrutura da pesquisa esta dividida em quatro capítulos visando o entendimento geral e efetivo da mesma.

No primeiro capítulo é descrito a introdução, o tema de pesquisa e o problema, os objetivos geral e específico, os procedimentos metodológicos e a justificativa, visando demonstrar ao leitor os elementos que determinaram a composição da presente pesquisa.

O segundo capítulo aborda a fundamentação teórica, desenvolvida e referenciada em bibliografias, notícias e relatórios direcionados para fornecer a autenticidade nas informações que fundamentam a análise.

No terceiro capítulo são descritas as análises que respondem aos objetivos específicos apresentados no primeiro capítulo, é onde se apresenta os dados, as análises e os comentários que fundamentam os argumentos das respostas à pesquisa.

E, no quarto capítulo, são apresentados pelo autor os comentários finais, baseados na fundamentação teórica e nas análises, de onde obtêm a conclusão da pesquisa. Por ser um tema verídico e de extrema importância, no vas pesquisas neste mesmo segmento, podem integrar e colaborar com novas ações que enriqueçam o desenvolvimento da área pesquisada.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Esta sessão aborda o conceito de PMEs estabelecido a partir de seu faturamento e número de funcionários, alem de algumas especificidades referentes ao seu surgimento. Em seguida é apresentada a internacionalização de empresas, os conceitos, as motivações, e as razões que levam as empresas a se internacionalizar. Nas teorias de internacionalização é descrito as linhas de abordagens, descrevendo as teorias clássicas, passando pela abordagem econômica à abordagem comportamental, que visam demonstrar as formas de investimento e comportamento no processo de internacionalização, e o modelo direcionado à realidade brasileira. Também são citadas as formas de comercialização, os canais de distribuição que são os meios de entradas no mercado externo.

As variáveis necessárias para exportação é demonstrado através do plano de exportação e da descrição dos procedimentos para direcionar a PME a internacionalização, abordando as variáveis internas que remetem a adaptação a novas estratégias organizacionais, e em seguida, é abordada a estrutura de apoio ao comércio exterior existente no Brasil e suas funções no apoio as empresas que buscam atuar no comércio internacional.

2.1 AS PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

A fragmentação de atividades que não se relacionam diretamente com a competência essencial da grande empresa, a diminuição dos níveis hierárquicos e as fusões geraram o aumento da produtividade e conseqüentemente a redução de oportunidade de empregos. Essa evolução empresarial de racionalização e adequação ao processo de globalização criou através da necessidade, a formação de células produtivas independentes que atendem as necessidades das grandes empresas, deste modo, segundo Meurer e Previdelli (2005, p. 25), assim, muitas das atividades que não se relacionam diretamente com suas competências essenciais passam a ser executadas por pequenas empresas independentes, através do processo de terceirização.

As PMEs têm como principal característica a agilidade em se adaptar as tendências impostas pela nova ordem mundial. Assim, Meurer e Previdelli (2005, p. 26) afirmam: As PMEs são reconhecidamente mais flexíveis e menos burocratizadas, o que lhes permite

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respostas mais rápidas e mais adequadas ao ambiente.

Com estruturas simples e de forma centralizada, as PMEs necessitam de menos funções administrativas e assim são por não possuir uma maior capacidade de investimentos, porém e segundo Silva (1998 apud Meurer e Previdelli, 2005, p. 35):

També m e xiste m vários proble mas organizacionais que limita m o crescimento e a e xpansão das empresas de pequeno e médio porte. O maior deles é que o dono da empresa, na ma ioria das vezes, é o produtor, o vendedor, o admin istrador, o gerente financeiro, o de recursos humanos e o de marketing, tudo numa única pessoa. No iníc io do empreendimento isso é até norma l, mas com o tempo torna a empresa dependente das ações do seu dirigente, e não sendo possível faze r tudo ao mesmo tempo, dificultando o desenvolvimento da e mpresa.

Entretanto, por outro lado, a diminuição da escala hierárquica facilita o desenvolvimento do diálogo e informalidade, gerando uma aproximação entre os colaboradores e contribuindo para a agilidade, pessoalidade, humanização e principalmente a cultura organizacional da empresa. Segundo Leone (1999, p. 93), o dirigente da pequena ou média empresa trabalha em estreita colaboração com seus empregados e, por causa dessa situação inusitada, conhece mais os problemas pessoais de seus colaboradores.

Também normalmente tem como característica serem empresas familiares, e Meurer e Previdelli (2005, p. 39), afirmam: A pesquisa também indicou que em 68,4% das empresas pesquisadas existe grau de parentesco entre os sócios e os funcionários, o que caracteriza essas organizações como familiares.

No que tange a empregabilidade, segundo Lucena (2011), do total de 4.607.261 empresas ativas, 88,9% eram microempresas, 9,4% pequenas empresas, 1,3% médias empresas e 0,4% grandes empresas. E o número de empregos fornecidos pelas PMEs em 2006 eram 10.736.227, e em 2008 estavam em 12.404.118 empregos, enquanto as grandes empresas participaram com 11.575.378 postos de trabalho no ano de 2008. E Meurer e Previdelli (2005, p. 39), conclui:

Essas empresas apresentam outras características qu e as colocam co mo fator de contribuição social, como : distribuição de riquezas, geração de empregos e a criação de uma classe empresaria l nacional. Alé m d isso, a pequena empresa apresenta forte fle xib ilidade locacional, criando condições de expansão e, con seqüentemente, de desenvolvimento de áreas ignoradas pelas políticas governamentais, possibilitando a fixação do home m no interior, a menizando os grandes problemas ocasionados pelo ê xodo rural e me lhorando de forma natural a d istribuição de renda.

Segundo a classificação do Banco Nacional do Desenvolvimento – BNDES, à indústria, comércio e serviços, conforme a carta Circular nº 10/2010 e 11/2010 de 05 de março de 2010, é que as pequenas empresas tenham receita operacional bruta anual maior que

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R$ 2,4 milhões, e menor ou igual a R$ 16 milhões de reais, e a média empresa, maior que R$ 16 milhões, e menor ou igual a R$ 90 milhões de reais.

E segundo a classificação do SEBRAE (2004, p. 3):

O critério utilizado para c lassificação do porte de e mpresas diz respeito ao número de empregados, conforme conceito adotado pelo SEBRAE: Considera -se como microe mp resa (ME) aquela com até 19 emp regados na indústria e até 9 no comércio e no setor de serviços; as pequenas empresas (PE) são as que possuem, na indúst ria, de 20 a 99 e mpregados e , no comércio e serviços, de 10 a 49 e mpregados; as méd ias empresas (MDE), de 100 a 499 e mp regados na indústria e de 50 a 99 no comérc io e serviços [...].

Importante salientar que as PMEs surgem em virtude dos proprietários-dirigentes possuírem perfis compostos por características empreendedoras, que foram constatadas através de pesquisa de comportamento onde foram analisados os traços de personalidade, propensão à inovação e ao risco, e a postura estratégica, onde os resultados concluíram que na sua totalidade, todos os entrevistados apresentaram um perfil empreendedor, e para constatar tal característica, foi analisado o grau de estabelecimento de metas, comprometimento, independência e autoconfiança, dados que compõe o empreendedor. (FAITÃO, 2005).

No próximo item, tem-se o conceito de internacionalização de empresas, onde o texto descreve o significado, os motivos, e a atuação das empresas brasileiras neste contexto.

2.2 INTERNACIONALIZAÇÃO DE EMPRESAS

O termo “internacionalização” remete a um conceito de indefinição do fenômeno, onde em virtude de alguns especialistas da área determinar o significado com as análises que consideram como mais apropriado. Para Cintra e Mourão ( apud Almeida, 2007, p.22) “não são raras às vezes nas quais se confundem internacionalização, exportação e negociações internacionais.” E alguns analistas argumentam que são fases de um mesmo processo ou ação.

Então, Cintra e Mourão (apud Almeida, 2007, p. 22), conceituam internacionalização “como o processo de concepção do planejamento estratégico e sua respectiva implementação, para que uma empresa passe a operar em outros países diferentes daquele no qual está originalmente instalada.”

Assim, estaria envolvida apenas a movimentação internacional dos fatores de produção, excluindo os movimentos de exportação e importação, determinando um necessário investimento no exterior, como a abertura de uma filial no exterior, e investimentos entre

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empresas, assim como acordos comerciais ou de cooperação industrial no país hospedeiro. (ALMEIDA, 2007).

Entretanto, outros autores definem outro significado para o termo. Assim como Szapiro e Andrade (2001, apud VIEIRA, 2004, p.47) afirmam que, “internacionalização é um conjunto de atividades que a empresa desenvolve fora dos mercados que fazem parte de seu território de origem.”

E para Vasconcellos (2008, p. 60), “enfim, conceituamos internacionalização de negócios como sendo qualquer atividade exercida por uma empresa visando expandir suas operações além de sua nação de origem. ”

Nos últimos 50 anos, as mudanças no ambiente de negócios e operações através da internacionalização modificaram as estratégias corporativas, no passado utilizado para captação de negócios, atualmente vista como forma de sobrevivência no mercado. VASCONCELLOS (2008).

E para atuar no mercado internacional de forma competitiva, a empresa deve adotar uma nova filosofia, principalmente na competitividade, para se adequar ao processo de internacionalização. (VIEIRA, 2004).

E para Almeida (2007, p. 24), “a internacionalização pode levar a um crescimento do número de empregos na economia de origem, o que certamente poderia deixar de acontecer caso uma empresa não internacionalizada e enfraquecida pela concorrência internacional com outras transnacionais viesse a fechar suas portas.”

A internacionalização objetiva a busca de novos mercados consumidores, porem, também ocorre pelas conveniências que o mercado pode proporcionar como redução de custos de produção (mão-de-obra) e disponibilidade de matéria-prima (recursos e insumos). (ALMEIDA, 2007).

Segundo a Fundação Dom Cabral (2002):

A percepção de que o tamanho do mercado nacional “atende aos objetivos da empresa” é mais forte entre as empresas menores. Embora o maior inimig o da internacionalização das e mpresas ainda seja o tamanho do me rcado interno, a comparação entre o passado e o presente mostra que esta barreira ve m decrescendo nos últimos anos. Isso se deve em g rande parte ao fato de que, a partir da abertura comerc ia l, o mercado brasileiro ve m despertando o interesse dos grandes players internacionais, cuja presença no Brasil está aumentando em diversos setores, reduzindo, assim, a atrativ idade dos mercados domésticos como fonte e xc lusiva de crescimento.

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motivação para internacionalizar é de ordem econômica, que pode ser coadjuvada por outras razões, todas derivadas das necessidades e da dinâmica do crescimento das empresas.

Outras razões que levam as empresas brasileiras a se internacionalizarem são a busca de economia de escala, a ampliação das capacidades de atuação em mercados externos, conveniências de localização no Brasil e a própria saturação do mercado interno. Assim, os novos mercados passam a ser como chances de crescimento. A motivação por influência da competição global no mercado interno ou seguir clientes internacionais, condicionam em menor escala que os motivos citados anteriormente. (FUNDAÇÃO DOM CABRAL, 2002).

E para Almeida (2007, p. 27),

Outros fatores seriam: a conquista de novos mercados; o acesso à tecnologia; a presença em blocos regionais; a disponibilidade de fontes internacionais de financia mento; a necessidade de ajuste às regulamentações do mercado local; o acesso à rede de fornecedores; e a reação ao comportamento da concorrência. O estudo do BNDES, em 1995, indicou “o fortalecimento do poder de competição, pela pro ximidade do mercado consumidor” co mo a p rincipal motivação para investir no exterior. As dema is razões seria m: suprir o mercado regional, aco mpanhar o processo de integração regional e a necessidade de proximidade dos clientes industriais.

Conforme citado acima, um dos elementos de maior estímulo para internacionalização, no caso brasileiro é o acesso a mercados financeiros devido à situação de desvantagem em comparação com outras economias classificadas com menores riscos. Como o Brasil tem sobretaxa de risco, a alternativa de internacionalização propicia obter financiamento internacional com taxas competitivas. (ALMEIDA, 2007).

Para grandes empresas brasileiras que conquistaram grande parte do mercado, a atração pelo mercado internacional surgiu como alternativa para manter seus crescimentos perante a diminuição de contratos no país. Algumas outras se utilizaram da internacionalização para acompanhar o direcionamento dos seus setores que rumavam para a globalização. (FLEURY e FLEURY, 2007).

A expansão internacional também teve como motivo, acompanhar o cliente, sendo um exemplo os fabricantes de autopeças que se internacionalizaram seguindo a globalização da indústria automobilística. (FLEURY e FLEURY, 2007).

Em empresas menores, a internacionalização favoreceu a importância da marca, inclusive no mercado interno. (FLEURY e FLEURY, 2007).

A internacionalização promove a expansão de conhecimento, através das práticas utilizadas nos mercados de origem, e as desenvolvidas com as novas experiências em mercados internacionais que resulta em maior curva de experiência e maior diversidade que

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propiciam maiores vantagens para solucionar problemas em novos mercados. (Johanson, J e Wahlne, J-E, 1977 apud ALMEIDA, 2007).

Os estudos realizados por economistas e estudiosos de países e empresas que se internacionalizaram, descrevem os meios e motivos que formaram as teorias de internacionalização que objetivam demonstrar as razões da expansão alem fronteira, que são descritas a seguir.

2.3 TEORIAS DE INTERNACIONALIZAÇÃO DE EMPRESAS

A dinâmica de internacionalização de PMEs é diferenciada por modelos teóricos de duas vertentes que são: a abordagem econômica e a abordagem comportamental.

A primeira foi desenvolvida através dos estudos de economia internacional onde pesquisadores demonstraram os motivos pelos quais as empresas buscam a internacionalização. A abordagem econômica determina que essa atuação tenha como principal motivação as vantagens competitivas através de transações com resultados mais eficazes.

Já a abordagem comportamental, determina que alem dos fatores econômicos, a internacionalização ocorre de um processo gradual de experimentação para absorção de conhecimento e confiança.

Portanto, a abordagem econômica ressalta que a internacionalização ocorre através da busca de resultados financeiros mais viáveis e eficazes, ou seja, as vantagens competitivas, enquanto a abordagem comportamental enfatiza o crescimento da experiência para o desenvolvimento do processo, dando ênfase ao aspecto comportamental da organização.

Assim, primeiramente com ênfase na história da abordagem econômica é citado às idéias das teorias das Vantagens Absolutas de Adam Smith e as Vantagens Comparativas de David Ricardo. Em seguida, a Teoria de Investimento Estrangeiro Direto - IED de Herbert Hymer, e por fim, a teoria eclética de John Dunning. Já pela abordagem comportamental, foram estudadas as principais idéias das teorias de Vernon sobre o ciclo de vida do produto, a teoria da escola de Uppsala desenhada por Johanson e Vahlne, e o modelo empreendedor de Andersson que descreve o motivo da internacionalização. E dentro da realidade brasileira, é demonstrado o modelo de internacionalização desenvolvido por Pedro Guilherme Kraus.

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2.3.1 Teoria das vantagens absolutas de Adam Smith

O filósofo e economista Adam Smith (1723-1790) analisou as praticas políticas mercantilistas da época. Um economista clássico que se pode considerar o “pai da economia moderna” pela sua teoria de liberalismo econômico e defensor do livre comércio.

E Carbaugh (2004, p.30) confirma: “a visão dinâmica do comércio defendida por Smith sugeria que ambos os parceiros comerciais poderiam aproveitar simultaneamente níveis maiores de produção e consumo graças ao livre-comércio.”

Para isso, Smith defendia também a não necessidade de regulação pelo Estado, e para Soares (2004, p.31):

Essa tese, defendida por Smith, de que o comérc io internacional, para gera r vantagens para todos os parceiros comerc iais, deve ficar livre de interferênc ias nacionais e praticas de comércio monopolizadoras, denomina -se livre-ca mb is mo ou laissez-faire, e constitui a base teórica do liberalismo econômico, ainda hoje defendido por muitos economistas contemporâneos e objeto de política comerc ia l de mu itos governos.

Em sua obra, A Riqueza das Nações, publicada em 1776, descreve que as diferenças de custos e produtividade de um Estado estão relacionadas com vantagens naturais que são os elementos que compõem a geografia como clima, solo e recursos minerais e também com as aptidões técnicas adquiridas pela especialização no trabalho. Segundo Carbaugh (2004, p. 30), “existindo uma vantagem natural ou adquirida para a produção de um bem, Smith raciocinou que uma nação produziria esse bem a um custo menor, tornando-se mais competitiva que sua parceira comercial.”

Para Smith, a definição de custo de um produto era dire tamente proporcional ao valor do custo da mão-de-obra de um trabalhador. Assim definiu o principio da vantagem absoluta onde a especialização do trabalho reduzia os custos de produção tornando a nação competitiva e com vantagem sobre o seu parceiro comercial em determinado produto. E Carbaugh (2004, p. 31) descreve, “de acordo com Smith, cada nação se beneficia especializando-se na produção do bem que produz a um custo menor que o da outra nação, importando o bem que ela produz a um custo maior.”

Por conseguinte, temos a teoria de David Ricardo que estende a teoria de Smith para uma visão mais dinâmica das relações comerciais.

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2.3.2 Teoria das vantagens comparativas de David Ricardo

O economista inglês David Ricardo (1772-1823), aprofundou a teoria de Adam Smith com a publicação em 1817 do livro Princípios da Economia Política e de Tributação.

E Carbaugh (2004, p.31) expõe, “insatisfeito com a fragilidade da teoria de Smith, David Ricardo desenvolveu um princípio para demonstrar que o comércio mutuamente benéfico pode ocorrer mesmo quando uma nação é totalmente mais eficiente na produção de todos os bens.”

Para Ricardo, deve ser levada em conta a estrutura produtiva de cada Estado, pois no mercado internacional a mobilidade dos fatores entre os países é baixa ou inexistente, sendo que a idéia das vantagens absolutas determina o padrão de trocas internas num Estado com uniformização dos preços dos fatores de produção. (BAUMANN, 2004).

E segundo Baumann (1972 apud BHAGWATI, 2004, p.13), a teoria ricardiana pode ser apresentada de duas maneiras: a) como uma tentativa de isolar as variáveis relevantes para explicar os fluxos de comércio internacional, ou b) como uma tentativa de demonstrar que o comércio internacional proporciona mais benefícios que uma situação de isolamento.

E Baumann (2004, p.15) afirma:

Ricardo e xpressou os ganhos com o co mérc io e m termos de economia de unidades de trabalho porque considerava o comérc io um mecanis mo para economiza r “esforço”. O mesmo argumento pró-co mércio pode ser apresentado se considerarmos que, com a e xistência de comérc io internacional, u m mes mo esforço produtivo permite consumir u ma quantidade maio r de a mbos os produtos.

Assim, o modelo de Ricardo descreve que é a diferença de produtividade da mão-de-obra o principal fator para o comércio internacional, pois os países têm tecnologias distintas que refletem nos custos de produção e nas vantagens comparativas. Assim, o principio das vantagens comparativas determina que um Estado exporte produtos em que os custos de produção sejam menores e importará produtos que os seus custos de produção sejam maiores. (VASCONCELLOS e SILBER, 2006).

Portanto, a situação de isolamento de uma econo mia não permite ganhos com o comércio exterior, e a existência do comércio internacional é sempre vantajosa pela possibilidade de obtenção de maior produção e mais consumo, pois essa comparação entre a existência de comércio e não-comércio é estritamente verdadeira. (BAUMANN, 2004).

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Partindo para idéias mais direcionadas para as empresas, a próxima teoria descreve sobre os investimentos da firma no exterior.

2.3.3 Teoria de investimento direto de Herbert Hyme r

O economista canadense Stephen Herbert Hymer apresentou em 1960 sua tese de doutorado na MIT (Massachusets Institute of Technology) a questão sobre Investimento Estrangeiro Direto – IED, desenvolvendo a teoria de Hymer, onde afirma que não são as diferenças nas taxas de juros que determinam os fluxos de capitais para investimento no estrangeiro. (AMATUCCI, 2009).

Para Galimberti (2009), “a abordagem sugere que para se obter sucesso é necessário que a empresa multinacional crie vantagens em mercados mais afastados através das imperfeições observadas em produtos daqueles mercados”.

Assim, Hymer (1960 apud Amatucci, 2009), destaca os dois fatores fundamentais para o movimento do IED:

(1) Firmas controlam e mpresas em mu itos países de maneira a re mover a competição entre e las quando as empresas vendem no mesmo mercado ou vendem para a outra sob condições de competição impe rfe ita. (2) Firmas e mpreende m operações em países estrangeiros de maneira a se apropriare m plena mente dos retornos sobre certas habilidades que elas possuem. Elas escolhem esse método ao invés de métodos alternativos como licencia mento porque as imperfe ições do me rcado impedem a plena realização de lucros a menos que a firma e xe rça algu m controle.

Hymer constatou que o fluxo de capital do IED normalmente é utilizado para determinar o controle das operações ou contornar imperfeições de mercado, pois normalmente uma filial no exterior tende a captar recursos para operações no país estrangeiro, indiferente a maior ou menor taxa de juros e que o fluxo do capital acaba sendo inverso. (AMATUCCI, 2009).

Segundo Hymer, os investimentos próprios estimulam os investidores a agir com prudência para assegurar os resultados dos negócios, de forma que ao investir no exter ior, para simplificar os riscos busca o controle dos investimentos como vantagem econômica de ownership (vantagem de propriedade) para obterem maior confiança e resultados. (AMATUCCI, 2009).

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produtos concorrentes importados, que possam ser eliminados perante as barreiras tarifárias e não-tarifárias do governo hospedeiro. (AMATUCCI, 2009).

A vantagem de propriedade propicia controle sobre as atividades internacionais, e a maior porcentagem de propriedade reduz os riscos e possibilidades de parceiros licenciados se apropriarem do know-how tecnológicos ou de marca. (TANURE e DUARTE, 2006).

Já as diferenças entre indústrias e tipos de investimentos analisados, Hymer determinou a sistemática e marcou a teoria dos negócios internacionais por diferenciar os IED dos agregados de fluxos de capitais. (AMATUCCI, 2009).

Na analise de Dunning, é utilizada algumas idéias de IED de Hymer, conforme é descrito a seguir.

2.3.4 Teoria do paradigma eclético de Dunning

Uma decisão estratégica é imersa em várias possibilidades que direcionam as vantagens competitivas. Cada possibilidade é explicada por uma teoria distinta, porem, é necessária a conjugação de algumas teorias econômicas para justificar cada alternativa de investimento. (AMATUCCI, 2009).

O paradigma eclético promove uma conjugação de três teorias para explicar o IED. A primeira é sobre as vantagens locacionais que determinam sobre a localização da empresa com intuito de obter vantagens pelos custos de mão-de-obra, facilidade de acesso as matérias-primas, os incentivos governamentais, mercados e distribuição, considerada os ativos complementares. A segunda teoria aplicada é de Hymer e o IED e as vantagens de propriedade, relacionada ao controle da empresa. (AMATUCCI, 2009).

A terceira que é a vantagem de internalização, para Guedes (2007, p.56), explica por que a empresa escolhe explorar sua vantagem por meio de propriedade direta de outra empresa no exterior, em vez de fazer joint venture, oferecer licença, conceder franquia, ou simplesmente assinar acordo de vendas de exportação com empresas no exterior.

Portanto, o IED com o ownership facilita a vantagem competitiva para obtenção de retornos favoráveis ao investimento da empresa no exterior. Porém, sozinha esta teoria não demonstra motivos para um IED. Assim, Dunning utiliza a alternativa conjugada de internalização de marca, que envolve a utilização de procedimentos e regulações para proteger

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os interesses do investidor, o que também não proporciona resultados que expliquem a realização de um IED. (AMATUCCI, 2009).

Utilizando-se das vantagens comparativas, Dunning explicou que as vantagens de localização para a obtenção de privilégios como monopólio, imposição de padrão de qualidade, condições de fatores de produção como mão-de-obra e matéria-prima, canais de distribuição e incentivos governamentais, combinados com os fatores de ownership e internalização são suficientes para fundamentar as razões de investimento externo da empresa, podendo obter benefícios através de vantagens adicionais de transfe rências com flutuações cambiais e riscos de diversificar territórios. Assim, com os três fatores: ownership, internalização e localização a explicação do IED foi reconhecida como paradigma eclético. (AMATUCCI, 2009).

Segundo Guedes (2007 apud Kogut,1998), a teoria eclética forneceu uma perspectiva útil nas décadas de 1970 e 1980, mas a elevada globalização dos mercados diminuiu o seu valor conceitual.

Já para Vernon, os investimentos externos remetem ao ciclo de vida do produto, como é visto nesta próxima teoria.

2.3.5 Teoria do ciclo de vida do produto de Raymond Vernon

Essa é uma das teorias mais conhecidas em negócios internacionais, onde Vernon explica o papel de como as empresas determinam o fluxo de investimento no exterior, através da administração do ciclo de vida de seus produtos. (AMATUCCI, 2009).

Segundo Mariotto (2007, p. 53), o modelo de Vernon trazia inovações importantes. Em vez de se focar no país ou na firma, focou sua análise no produto.

Este modelo é baseado no fluxo de conhecimento que não é independente e tão pouco disponível, pois Vernon baseia-se na imperfeição do mercado, sendo que para Amatucci (2009, p. 9), as inovações tecnológicas que levam à introdução de novos (e lucrativos) produtos são intensivas em capital e em mão-de-obra especializada; portanto, é mais provável que ocorram em países de desenvolvimento avançado.

E Vernon propôs o modelo com dois argumentos baseados na inovação tecnológica. O primeiro é que para inovar em tecnologia, a que investir muito em capital e mão-de-obra

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especializada, que se encontra somente em países desenvolvidos. O segundo, é que os métodos de produção também passam por etapas de maturação, e a medida que o processo produtivo vai se padronizando conseguintemente menos qualificação de mão-de-obra será necessária para a produção, podendo essa, ser deslocada para países menos desenvolvidos. (MARIOTTO, 2007).

Vernon determina que a disponibilidade de capital de um Estado pressuponha a especialização da mão-de-obra especializada capaz de produzir tecnologia e inovação, e que somente um mercado abastado é capaz de demandar um novo produto de alto valor agregado que não esta padronizada em uma linha de produção. (AMATUCCI, 2009).

Assim, pela necessária flexibilidade de produção e mão-de-obra especializada, os custos de produção são altos, podendo o produto ser vendido somente para determinados consumidores que estejam dispostos a pagarem um alto valor pela inovação tecnológica recém disponível em um mercado que tenha disponibilidade financeira para consumir este produto de alto valor agregado. (AMATUCCI, 2009).

Assim, com a maturidade do ciclo de vida do produto, ocorre a padronização da produção e conseqüente redução de custos, permitindo a exportação para mercados de menor capacidade de consumo. A concorrência também é um fator que leva a empresa a reduzir os custos de produção, o que faz a empresa repassar a tecnologia e produção para países onde os custos dos fatores sejam menores. (AMATUCCI, 2009).

Portanto, ocorre a terceira fase do ciclo de vida do produto onde a produção é destinada a países de mão-de-obra barata, com lucros reduzidos e concorrência constante. (AMATUCCI, 2009).

E para a escola nórdica, o comportamento dos indivíduos é que determina o grau de atividade na internacionalização, conforme é descrito abaixo.

2.3.6 Teoria da escola de Uppsala

Para Guedes (2007 apud Hemais e Hilal, 2002), os estudos sobre o processo de internacionalização da firma, desenvolvidos na Escola de Uppsala (na Suécia) obrigaram a área de NI a ir além da teoria econômica.

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através dos suécos Johanson e Vahlne, com um artigo sintetizado e baseado em dois estudos de casos e na literatura, contendo uma idéia e duas proposições fundamentais que determinam uma internacionalização gradual para as empresas. (AMATUCCI, 2009).

Segundo Guedes (2007, p. 3), [...] eles descreveram internacionalização da empresa como um processo experimental de aquisição de conhecimento, em vez de um processo de alocação de recursos como fora tratado na abordagem clássica de Vernon.

Assim, a primeira proposição descreve que o processo de internacionalização ocorre gradualmente, sem a necessidade de grandes investimentos. Portanto, o processo começa utilizando um agente de vendas no exterior para logo após estabelecer uma filial de distribuição e posteriormente uma linha de produção. (AMATUCCI, 2009).

Já a segunda proposição, diz respeito a uma relação entre a experiência de cada etapa realizada, ligada diretamente a distância psíquica que é o acumulo de todos os fatores que causam o distanciamento do mercado, como a língua, cultura, leis e modelos de desenvolvimento. Portanto essa distância de natureza psicológica é vencida com o avanço de cada etapa no desenvolvimento da relação com o mercado onde se internacionaliza. (AMATUCCI, 2009).

E para Guedes (2007, p.60), neste modelo, o processo de internacionalização aceita múltiplos modos de entrada, como exportação, licenciamento, subsidiária de vendas, subsidiárias para produção, instalação de fábricas, gestão de contratos e joint venture.

Assim, as atividades correntes de comércio internacional propiciam conhecer a demanda, a concorrência, as condições de concorrência, e de recursos econômico-financeiros locais que possibilitam verificar as oportunidades e os problemas, sendo as principais formas de se obter o conhecimento experiencial. E conseqüentemente, as decisões de comprometimento de recursos serão tomadas com base neste conhecimento adquirido da experiência. (AMATUCCI, 2009).

Deste modo, o nível do processo de internacionalização, de um estado atual de comprometimento para uma próxima etapa que compromete maiores recursos, depende do estado atual do conhecimento sobre o determinado mercado, que cresce com o aumento da experiência e determina um novo nível de comprometimento de recursos, o que em regra é seguido por empresas que se internacionalizam até hoje. (AMATUCCI, 2009).

Para Guedes (2007, p. 58), esta perspectiva é uma adaptação da teoria comportamental da firma, da aprendizagem organizacional e do modelo da racionalidade limitada

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(desenvolvido no Instituto Carnegie e que rendeu a Herbert Simon o premio Nobel em Economia).

Também da Suécia, temos o modelo de Andersson que cita o indivíduo e sua motivação para a internacionalização.

2.3.7 O modelo de Andersson

Para Galimberti (2009), a Teoria do Empreendedorismo Internacional busca explicar a expansão internacional de novas empresas, ou de PMEs já estabelecidas e que precisam se expandir para outros mercados a partir da figura central do empreendedor.

O sueco Andersson, estudou três casos de empresas de mesmo segmento industrial em um mesmo país, para determinar que os processos de internacionalização tiveram resultados diferentes em cada empresa, e concluiu em sua análise, que foi o empreendedorismo individual o motivo que levou as ações que resultaram na internacionalização destas empresas. (AMATUCCI, 2009).

Em sua pesquisa, Andersson argumentou que teorias econômicas não explicavam os motivos da internacionalização, pois ambas as empresas partiram para a ação com as mesmas condições. Assim como as teorias de comportamentos também não explicam, porque, partem do pressuposto do raciocínio do agente em atingir os melhores resultados, sendo que na comparação das três empresas, deveriam ter resultados semelhantes. (AMATUCCI, 2009).

O objetivo de Andersson era de explicar essas diferenças com base na análise comportamental do indivíduo, focando através de uma teoria que descrevesse o empreendedorismo, que é o comportamento gerador da internacionalização. (AMATUCCI, 2009).

Assim, Andersson determinou empreendedorismo como uma função que, quando desempenhada por um individuo na empresa, independente do cargo que ocupa, essa pessoa é o empreendedor, o interessado em agir e buscar resultados, guiado pela vontade e foco na crença do potencial disponível, para obter resultados significativos, subvertendo a coerência da racionalidade. (AMATUCCI, 2009).

Andersson cita as cinco habilidades do empreendedor: a visão em acreditar em novas possibilidades, vontade para desenvolver essas possibilidades, otimismo para atuar em prol

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das possibilidades desconsiderando cálculos racionais, persuasão como forma de convencer outros indivíduos a empreender conjuntamente, e saber a hora de agir. (AMATUCCI, 2009). E descrevendo o perfil do empreendedor, Andersson determinou três tipos: o chamado empreendedor técnico, que gere ações visando inovação tecnológica, o segundo denominado empreendedor estrutural, que propõe as estratégias de atuação sendo monopolista ou propondo quebra de um monopólio, e o terceiro, o empreendedor de marketing que objetiva abrir mercados e desenvolvendo novas formas de distribuição. (Galimbert 2009 apud Andersson 2000).

E Amatucci (2009, apud Andersson, 2000, p.67) descreve: “O empreendedor é definido como um indivíduo que leva adiante atos empreendedores de acordo com esses critérios”.

Seguindo a linha da abordagem comportamental, foi desenvolvido um modelo melhor direcionado a realidade brasileira, descrito pela abordagem a seguir.

2.3.8 O processo de internacionalização das empresas brasileiras: modelo de Pedro Guilherme Kraus

O modelo de internacionalização desenvolvido por Pedro Guilherme Kraus é baseado na escola de Uppsala, pois utiliza da teoria de abordagem comportamental como forma de demonstrar o processo e os níveis de maturidade dentro da realidade das empresas brasileiras.

Através deste modelo, verifica-se a evolução das etapas de internacionalização onde dificilmente as empresas eliminam alguma etapa, desenvolvendo as ações de forma gradual, não necessariamente linear, e não adaptando a realidade ao modelo. (KRAUS, 2006).

As teorias nacionais ou estrangeiras não citam a respeito de retrocessos, onde a empresa pode reduzir ou retornar o seu processo de internacionalização. Portanto, a evolução das operações internacionais não ocorre linearmente com investimento em recursos organizacionais, mas com uma atitude de oportunidades. (KRAUS, 2006).

Assim, em sua analise, Kraus descreve um processo que é dividido em quatro etapas, sendo elas: pré-envolvimento, envolvimento passivo, envolvimento ativo e envolvimento comprometido. Assim, através destas etapas, o autor demonstra o nível de comprometimento da empresa com a internacionalização. Um fator de sua análise é que em todas as fases, o processo descreve o desenvolvimento de exportações, sendo que a última fase é que apresenta

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modelos com ou sem investimento. (KRAUS, 2006).

Portanto, abaixo segue a representação gráfica do modelo de Kraus.

Figura 1 – Proposta de modelo de internacionalização de e mpresas produtoras exportadoras brasileiras Revista de Negócios, Blu menau, v. 11, n. 2, p. 35, abril/junho 2006.

Assim, segue a descrição de cada etapa e estágio do modelo desenvolvido por Kraus. A primeira etapa é o pré-envolvimento, onde a empresa tem seus objetivos apenas no mercado interno. Todas as estratégias de desenvolvimento são direcionadas para o próprio mercado, onde o ambiente é seguro e conhecido. Nesta etapa temos dois estágios: empresa não exportadora e empresa exportadora. A visão de caracterizá-las como pré-exportadoras, mesmo que não envolvidas neste processo, remete a dinâmica e velocidade dos atuais negócios que são desenvolvidos no mercado internacional. (KRAUS, 2006).

As características da empresa não exportadora é a simples atuação no mercado doméstico brasileiro, independente de sua capacidade produtora. O maio r atrativo desta etapa é que a empresa atua com segurança num ambiente econômico de mesma língua, com culturas

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semelhantes, e regras conhecidas, e que oferecem um grande mercado consumidor. (KRAUS, 2006).

Os fatores que podem torná- la pré-exportadora são a sucessão da direção da empresa por um individuo com orientação internacional, e também, podendo ser procurada por agentes ou importadores, porem ocorre das empresas desconhecerem o seu potencial para exportações, e acontecer nestas situações uma possível desvantagem através da falta de informações sobre os mercados e mix de marketing onde atuam estes intermediários, que colocam cenários dependentes e imposições para o inicio das exportações, o que pode desencorajar a atuação no ambiente desconhecido e fazendo-a permanecer na segurança do mercado interno, ambiente na qual esta acostumada. (KRAUS, 2006).

Uma empresa é entendida como pré-exportadora quando, mesmo ainda focada no mercado doméstico, já busca desenvolver melhorias de qualidade para ter condições de iniciar exportações seguindo níveis exigidos pelos mercados competitivos. (KRAUS, 2006).

Neste estágio, a empresa inicia contatos a nível internacional, através de agentes, indicação de outras empresas exportadoras, e visitas a feiras/exposições no Brasil ou exterior na busca de negócios para seus produtos. Os dirigentes da empresa, nesta fase, buscam conhecer como se desenvolvem as exportações, participando de missões empresariais ao exterior para sentir o mercado e suas oportunidades. (KRAUS, 2006).

Na etapa de desenvolvimento passivo ocorrem às exportações, sendo de forma passiva, através de agente ou importador. No estágio irregular, a empresa realiza operações de forma esporádica, exportando os mesmos produtos que vende no mercado interno, normalmente para países do MERCOSUL ou América Latina, que normalmente aceitam produtos brasileiros sem muitas restrições. No que tange a qualificação profissional, nesta fase, verificou-se que a participação do profissional de comércio exterior é principalmente utilizada para a sistematização das operações de comércio exterior, não desenvolvendo os aspectos da negociação, promoção, adequação de produtos e inteligência comercial. (KRAUS, 2006).

A evolução para o estágio de produtora passiva é ligada a três fatores: forte liderança organizacional, qualificação dos profissionais de comércio exterior, e agentes ou importadores interessados em desenvolver os negócios com a empresa, sendo este último o principal ator que normalmente torna a empresa exportadora. (KRAUS, 2006).

Neste estágio de produtora passiva, a empresa mantém seu foco na produção, com melhorias na qualidade, processos de produção e programas de redução de custos. Assim, a definição de preços, quantidades, especificações de modelos é determinado pe los agentes e

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importadores, ocorrendo que a empresa exportadora passiva atue em condição desvantajosa. É uma fase onde normalmente os produtos confeccionados têm o nome do importador, e não a marca própria do fabricante. (KRAUS, 2006).

Esse estágio é caracterizado pela passividade onde os empresários se denominam industriais, tendo o orgulho de ser produtor e contribuir na geração de empregos e impostos, em detrimento da atividade comercial que é caracterizada como uma pequena atividade comum que pode ser delegada. (KRAUS, 2006).

No envolvimento ativo, a empresa percebe sua passividade e busca uma atuação de forma mais ativa. Esta fase é caracterizada pela mudança de foco, de produção para mercado, em âmbito nacional e internacional, sendo uma fase de transição considerada o estágio exportador pré-ativo. (KRAUS, 2006).

Nesta fase de exportadora pré-ativa, ocorre a decisão de romper o modo atual de comercialização, eliminando intermediários e intensificando promover o comércio direto, com atuação em feiras e exposições e participando de missões comerciais. A empresa se conscientiza da necessidade de romper barreiras para se firmar no mercado com a própria marca, estabelecendo novas parcerias e canais de distribuição. (KRAUS, 2006).

Estágio onde a empresa deve investir em capacitação gerencial e produtiva, e definir novos posicionamentos, e assim, passa a deter controle e poder de decisão sobre todas as suas operações e se enquadrando como exportadora ativa. (KRAUS, 2006).

O estágio de empresa produtora ativa é definido pela mudança de foco de produção para as necessidades de mercado, e rompimento com controle de terceiros sobre suas operações. Nesta fase, segundo Kraus (2006, apud Kamath et AL, 1987), há necessidade de se dar maior atenção aos recursos humanos em todos os níveis, rever ou criar uma missão corporativa, colocar as estratégias empresariais em ação, e, especialmente, dar atenção aos detalhes das operações: produto a produto, mercado a mercado, contrato a contrato.

Assim, seguindo estes pontos citados e buscando o desenvolvimento do comércio exterior, segue-se para a etapa do envolvimento ativo de exportação.

A etapa de envolvimento comprometido é caracterizada pelo alto grau de envolvimento da empresa com diversos mercados onde busca adequa r e desenvolver produtos dando ênfase às necessidades da demanda. (KRAUS, 2006).

Esse envolvimento gera o desenvolvimento de novas oportunidades de negócios e possibilidade de criar escritórios de vendas e serviços de pós-venda onde a demanda é mais exigente, podendo ter a oportunidade de agregar negócios de terceiros países para revenda, gerando maior comprometimento com operações internacionais.

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No diagrama do modelo de internacionalização, verifica-se a seta de retrocesso que pode ocorrer em qualquer fase, com menor risco nesta etapa de envolvimento comprometido, onde os prejuízos são maiores. Quanto à existência da eliminação de etapas, a literatura demonstrou que não houve evidencias desta possibilidade e na realidade brasileira a participação ocorre de forma gradual em virtude de nossa recente abertura econômica experiência gerencial de comércio exterior, e que futuramente, o conhecimento adquirido propiciará o desenvolvimento de novas estratégias para as empresas brasileiras. (KRAUS, 2006).

2.4 MODELOS DE INTERNACIONALIZAÇÃO DE EMPRESAS : FORMAS DE ENTRADA

As entradas para comercialização no comércio exterior implicam definir o tipo de estratégia de distribuição que se deseja optar entre os canais diretos ou indiretos. Na diversidade dos mercados internacionais, as diferenças existentes entre um mercado e outro deve ser compreendido em uma dimensão de interligações comercias e logísticas onde ocorre o fluxo de produtos desde a sua origem até o ponto de venda no país consumidor. (VASCONCELLOS, LIMA e SILBER, 2006).

Para Minervini, (2008, p.153), uma das decisões mais importantes que a empresa deve tomar é a de estabelecer a modalidade com que vai entrar no mercado, pois disso dependerá muito o futuro da exportação.

A eficiência de um canal de distribuição deve considerar aspectos característicos do produto, como o peso, volume, dimensões, quantidade, apresentação, assim como os fatores de sazonalidade. Para as empresas, as características são o seu envolvimento com o comércio exterior, assim como a competência e a experiência. Os consumidores são caracterizados pela analise de mercado, que verifiquem a distribuição e consumo, seus hábitos e comportamentos, e sua renda, alem de sua geografia. Pelas estratégias de distribuição são caracterizados os concorrentes. Avaliando o potencial e fraqueza caracteriza-se os fornecedores de transporte e armazenagem, os intermediários das operações de comércio exterior. (VASCONCELLOS, LIMA e SILBER, 2006).

Para uma inserção de sucesso nos mercados internacionais, as empresas precisam elaborar um conjunto de estratégias que envolvam os recursos e capacidades investindo de

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